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quinta-feira, 1 de março de 2018

342/171-2: Duvivier cobra “alguma coisa”. O quê? Luta armada? Guerra civil? Ele jura não chorar nem fazer xixi na calça?

A peça publicitária produzida pelo “342” é uma piada grotesca e mentirosa já a partir da primeira intervenção. Quem dá a largada a é PhD em segurança pública e política Sônia Braga. Consta ser ela a “tigresa de unhas negas e íris cor de mel” da música de Caetano. Uma pena a musa ter se transformado numa bruxa para os pobres, esmagadoramente favoráveis à intervenção. Diz ela: “O próprio Temer afirma que essa intervenção é uma jogada de mestre”. É mesmo? Onde está tal afirmação? Quem a ouviu? Quem a registrou? Isso fica bem como fofoca do bar do “Seu Nacib”, pobre Gabriela despetalada da minha adolescência, dos meus cabelos brancos e dos meus olhos cansados, ainda que continue, à moda do poeta, nutrindo “grande esperanças”.

O último a falar, claro!, é Caetano, feito a matrona romana.  E manda ver: “Segurança é coisa séria. Mexe com a vida das pessoas. Não pode ser uma jogada”. Pois é. Por isso mesmo, não pode se prestar à mais vil exploração política, que é precisamente o que ele e sua turma fazem.  Onde estavam todos esses amigos do povo ao tempo das UPPs de Sérgio Cabral? Que material crítico produziram? Eu digo: estavam todos a aplaudir o equívoco, ainda que por meio de seu silêncio cúmplice. Ao contrário: quando “ozartistas” falavam, atacavam a política de segurança de São Paulo, onde os homicídios por 100 mil habitantes caíram mais de 70% em 12 anos. A taxa de homicídios no Rio, no auge do falso sucesso das UPPs, nunca foi inferior a duas vezes e meia à do Estado vizinho. Hoje, é superior a três! Ah, mas se louvava, então, o fato de que as UPPs chegavam às favelas, que, em linguagem politicamente correta, devem ser chamadas de “comunidades”, sem que se disparasse um tiro.  Figurinhas descoladas da Zona Sul gostavam de ser fotografadas e filmadas em bailes funk e biroscas nos morros “libertados”.

Reinaldo Azevedo, coitadinho!, escrevia em seu blog: “mistificação”, “mentira”, “farsa”. E lá vinha a matéria de domingo no “Fantástico” com uma criança — necessariamente negra para que a coisa parecesse bem “típica” — soltando uma pipa sob o céu de São Sebastião do Rio de Janeiro, de um azul que, como diria certo compositor baiano, parecia ser “pura memória de algum lugar”. Sim, antes de a Globo transformar Cabral em Belzebu, ele foi canonizado. A crise que se vive agora estava, então, a ser urdida. Não por força de uma tramoia, mas, como diria Marx (esses esquerdistas de meia-tigela nem sabem do que falo), porque caída da árvore dos acontecimentos. Afinal, se o bandido fica solto e só muda de domicílio, deixando em seu lugar um preposto, ele vai fazer… bandidagem.

“Comunidade”
O vídeo traz críticas a intervenção feitas por moradores de favelas, selecionados, obviamente, a dedo, já que, segundo pesquisas, entre os pobres, a aprovação à ação do governo federal se aproxima de 90%.
Uma tal Mayara Donaria, identificada como “comunicadora” resta saber de quê e de quem — e moradora da Maré afirma que a atuação do Exército “só tem como consequência corpos nas calçadas e tias (???) limpando o sangue nas ruas”. A imagem e de roteiro de filme B. Alguém precisa lembrar àquela mocinha que, em 2016, houve 5.300 homicídios no Rio. A Polícia respondeu por uma parte ínfima dessas ocorrências, ainda que mate mais do que o desejável [apesar de menos que o necessário.] . Quantas foram as vítimas das Forças Armadas? Não se devem contar em uma das mãos. A esmagadora maioria das 5.300 ocorrências é de pobres matando pobres de tão pretos e de pretos matando pretos de tão pobres.

Depois fala outra “comunicadora” — parece ser uma nova profissão no Rio —, desta feita, trata-se de Daiene Mendes, do Complexo da Maré. Diz ela: “Queremos, sim, uma intervenção do governo federal na nossa realidade, mas não uma intervenção com mais violência, mais polícia, mais armas e mais mortes”.
É mesmo, “comunicadora”? Se não houver mais armas da Polícia, haverá menos armas dos bandidos? Faço de novo a pergunta: entre os 5.300 mortos de 2016, dona Daiene, quantos foram vítimas de ações policiais? Será que os trabalhadores do Santa Marta, que “comunicadores” não são, concordam com a voz dessa candidata a líder?
Duvivier e “alguma coisa” E, claro, não poderia faltar o garoto-propaganda da maconha, a nossa “pin up” dos tempos modernos. Diz Gregório Duvivier: “Sei que parece que pior do que tá não pode ficar. Alguma coisa, de fato, precisa acontecer”.

A fala é incompreensível porque nem mesmo atende ao rigor mínimo da lógica. O primeiro período sugere, creio, que o humorista acha que a coisa, seja lá o que for, pode piorar, certo? É típico de certos hábitos a pessoa tragar partes do raciocínio na suposição de que o outro entendeu. Aí emenda que “alguma coisa, de fato, precisa acontecer”. Parece que o piadista está com sede de ação. O que seria “alguma coisa de fato”? Resistência armada à intervenção? Desobediência civil? Tirar as calças e sapatear em cima? Quem se dispõe a liderar a luta? Um piadista que se leva a sério demais para se imaginar dono de um pensamento? E os liderados? Os pobres certamente não comparecerão para a revolução gregoriana porque apoiam a intervenção.

O que nenhum deles tem coragem de dizer no vídeo é que a intervenção causa, sim, muitos dissabores: para os traficantes de drogas, que encontram mais dificuldade para vender suas mercadorias, e para os consumidores, aquela minoria extrema da população que financia o crime organizado e, com o seu dinheiro repassado aos bandidos, alimenta também o tráfico de armas. Deve haver um aumento no preço da maconha, da cocaína e outras porcarias homicidas. Sabem como é… Lei da oferta e da demanda…
Por que eu tenho sempre a impressão de que Duvivier é o tipo de linguarudo que, se a chapa esquentar de verdade, começa a chorar e faz xixi na calça?
Fica a cobrança: o que é “alguma coisa”?

Blog do Reinaldo Azevedo

 

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Uma inutilidade, uma droga, chamada Estatuto do Desarmamento

Polícia Civil apreende arsenal de guerra no Galeão

Trinta carregamentos de fuzis como o apreendido no Galeão podem ter entrado no Rio por via aérea

Investigação tenta agora identificar quadrilha por trás do esquema de tráfico de armas

 Na maior apreensão da história do Rio e uma das maiores já realizadas no país, policiais civis encontraram, quinta-feira de manhã, no setor de cargas do Aeroporto Internacional Tom Jobim, um arsenal de guerra: 60 fuzis que vieram em contêineres de Miami, nos Estados Unidos, e seriam distribuídos para traficantes de favelas da Região Metropolitana. A polícia acredita que outros 30 carregamentos semelhantes podem ter desembarcado na cidade por via aérea. 



Cercada de sigilo e desenvolvida ao longo de dois anos, a operação levou à apreensão de modelos de armamento dos mais modernos disponíveis no mercado negro mundial. A carga interceptada foi avaliada em mais de R$ 3 milhões. Mas é apenas a ponta do iceberg: agora, a investigação avançará para tentar identificar a quadrilha que está por trás do ousado esquema de tráfico de armas. Quatro pessoas já estão presas.

Os fuzis estavam escondidos dentro de oito aquecedores de piscina, produtos supostamente importados por uma empresa do Rio. Os equipamentos tinham apenas a parte externa e estavam ocos. A "carga" era composta por fuzis: 45 do modelo AK-47, os preferidos dos criminosos; 14 AR-10 (do mesmo modelo usado pelos policiais da Core e do Bope, tropas de elite das polícias Civil e Militar); e um G-3, uma das mais sofisticadas armas usadas em conflitos armados. Os policiais também apreenderam sete caixas com munição 7,62, usada nos fuzis AR-10, AK-47 e G-3, num total de 140 projéteis.

As armas seriam negociadas no estado pelo empresário João Vitor Silva Roza, preso pelos policiais civis em São Gonçalo, considerado o maior matuto (fornecedor) de traficantes que controlam favelas no Rio, em São Gonçalo e na Baixada Fluminense. Os policiais civis também prenderam outras três pessoas: Márcio Pereira e Costa, um despachante aduaneiro oficialmente autorizado pela Receita Federal para desembaraçar produtos importados no Aeroporto Internacional; o motorista Luciano Andrade Faria, de uma empresa transportadora de carga; e José Carlos dos Santos Lins, braço direito de Roza. 

O grupo teria conexões com um empresário em Miami, dono de uma empresa de fachada de exportação e importação. O caso é investigado por autoridades de segurança do Rio e dos EUA. As primeiras informações sobre a rota aérea começaram a surgir em setembro de 2015 em Niterói, quando um policial militar foi morto em São Gonçalo. Ao rastrear a pistola usada no assassinato do PM, os policiais descobriram que a arma também havia sido usada em roubos de cargas.

Em dezembro do mesmo ano, foi descoberto que a quadrilha era uma grande fornecedora de armas para bandidos do estado de facções diferentes e já havia entregue mais de cem fuzis para o tráfico do Morro do Salgueiro, em São Gonçalo, e 74 para bandidos do Complexo da Pedreira, na Zona Norte do Rio. Este conjunto de favelas estava sob o domínio do traficante Carlos José da Silva Fernandes, o Arafat, preso em novembro do ano passado pela PM, na Avenida Brasil.  A prisão de Arafat acelerou a investigação. Levado para a Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), onde foi autuado por roubo de cargas, ele identificou Roza, por fotografia, como seu matuto de armas e munição.


Todas as facções de traficantes do Rio recebiam armas desse grupo há pelo menos três anos — afirmou o delegado Marcelo Martins, diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), que coordenou os trabalhos dos policiais civis.

Desde o ano passado, as investigações foram concentradas na DRFC. O grupo desarticulado ontem agia de forma tão sofisticada que um armeiro residente em São Paulo, ainda não identificado, se deslocava para o Rio apenas para fazer modificações nos fuzis AR-10, trazidos para a cidade. Com grande poder de fogo, a arma faz disparos intermitentes. No entanto, os fuzis eram alterados para disparar rajadas.   — Essa pessoa viajava até o Rio e conseguia multiplicar o poder de destruição do armamento — contou um dos investigadores.

O delegado federal Roberto Sá, secretário de Segurança do Rio, disse, ontem, durante entrevista coletiva, na Cidade da Polícia, no Jacaré, que vivemos uma "epidemia de violência".  O Brasil precisa de um pacto nacional na área de segurança pública. Vivemos uma epidemia de violência, com 60 mil mortes por ano. Cerca de 80% dessas mortes são causadas por arma de fogo. E, no Rio de Janeiro, traficante só dita fama de macho por causa disso. Ele só invade a favela do outro com fuzil. Só encara a polícia com fuzil. Quantas mortes nós não estaremos evitando com essa apreensão? — disse Sá, que voltou a pedir mudanças na lei para punir com mais rigor os acusados de tráfico de armas.

Para o chefe de Polícia, delegado Carlos Leba, os agentes deram uma demonstração de que, mesmo sofrendo na pele a crise financeira do estado, não pararam de trabalhar.
Trabalhamos em silêncio, somos invisíveis. A apreensão de hoje é a mais clara prova de que o problema não é só nosso. Que o problema não está apenas aqui no Rio de Janeiro. E a clara demonstração de que, se nada for feito, nunca teremos uma solução — admitiu Leba, que pedirá à Justiça do Rio que as armas apreendidas sejam encorporadas ao acervo da polícia fluminense.

Vinícius Cavalcante, diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança e especialista em armas e munição, lembrou que a apreensão de 60 fuzis, contrabandeados de Miami, demonstra que os controles exercidos pelas autoridades federais americanas pioraram muito em relação à década de 1990, quando, em função da descoberta de diversas rotas desse comércio clandestino, o governo americano passou a fiscalizar as exportações via aérea com muito mais rigor. — Com fiscalização fraca, fica praticamente impossível interromper esse fluxo de armamento novo, produzido ou comercializado por empresas norte-americanas, sem o concurso das agências federais do governo dos EUA, que têm bancos de dados essenciais para o rastreamento da origem das armas e de seus eventuais compradores — afirmou Vinícius.

Como a operação aconteceu numa área de segurança restrita, a Receita Federal e a Polícia Federal deram apoio à Polícia Civil na localização dos contêineres. Segundo o inspetor-adjunto da Alfândega da Receita Federal no Galeão, Fernando Fernandes Fraguas, por volta das 10h de ontem, ele recebeu a ligação da Delegacia Especial no Aeroporto Internacional (Deain), pedindo o auxílio para buscar, nos computadores da Aduana, dados sobre as mercadorias que estavam no terminal.  — Paramos o Terminal de Cargas Aéreas para encontrar o armamento — disse.


Fonte: O Globo