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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Novo pedido de impeachment contra Dilma, Oposição protocola novo pedido de impeachment contra Dilma. Se Cunha agir conforme prometeu – seguir à Constituição e agir com isenção – aceitará o pedido



Foram entregues a Eduardo Cunha três caixas de documentos
Líderes da oposição entregaram ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na manhã desta quarta-feira, novo pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Cunha os recebeu em seu gabinete e disse que irá apreciar o pedido com celeridade, mas respeitando os preceitos da Constituição e com total isenção.
Lideranças de movimentos pelo afastamento da presidente também estavam presentes. O pedido em si tem 64 páginas, mas foram entregues três caixas de documentos, com anexos.

Nos discursos, os opositores defenderam o impeachment, mas não fizeram qualquer crítica a Cunha, que deverá ser alvo de processo no Conselho de Ética. No gabinete de Cunha, a filha do jurista e ex-petista Hélio Bicudo - um dos idealizadores do pedido - Maria Lúcia Bicudo, defendeu que os manifestantes voltem às ruas. O líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), também no gabinete, fez duras críticas a Dilma e ao PT.  — A corrupção é a marca desse governo — disse Sampaio.

Cunha afirmou que dará celeridade ao processo, mas não marcou data. — Recebo e acolho esse pedido. Vou processá-lo o mais célere possível, atendendo ao preceitos da Constituição e com total isenção — disse Cunha.

Nos discursos no Salão Verde, o presidente do Solidariedade, o deputado Paulinho da Força (SP), criticou a crise econômica e disse que, em breve, teremos saques nos supermercados.  — Ninguém aguenta mais esse governo, o mais corrupto do mundo. Não duvidem que veremos saques em supermercados em breve — disse Paulinho.

Um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre, Kim Kataguiri, acompanhou a entrega da petição e discursou no final. Ele também não citou as denúncias contra Eduardo Cunha, mas disse, em entrevista, que as próximas manifestações de rua vão incluir atos contra a saída do presidente da Câmara. — Defendemos a saída do Eduardo Cunha. Só que ele é a única pessoa no mundo que pode dar sequência ao impeachment da Dilma. 

JURISTAS INCLUÍRAM 'PEDALADAS'
O novo pedido é assinado por quatro juristas: Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior, Janaína Paschoal e Flávio Costa. O documento inclui as chamadas 'pedaladas fiscais', que, segundo o Ministério Público no TCU, teriam se repetido também em 2015. O tribunal rejeitou as contas de Dilma de 2014, por conta dessa prática contábil.

"O Brasil está mergulhado em profunda crise. Muito embora o governo federal insista que se trata de crise exclusivamente econômica, na verdade, a crise é política e, sobretudo, moral" - diz a petição dos juristas.

O documento diz ainda que, na esteira do mensalão, foi deflagrada a operação Lava-Jato, "que em cada uma de suas várias fases colhe pessoas próximas à presidente, desconstruindo a aura de profissional competente e ilibada, criada por marqueteiros bem pagos".  Doze deputados do PSDB, do DEM, do PPS, do Solidariedade e até um do PMDB - Darcísio Perondi (RS) - acompanharam a entrega da petição.

Fonte: O Globo