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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Duelo previsível

A eleição deste ano vai ser definida entre os dois candidatos que têm a maior rejeição entre todos. O crescimento expressivo do candidato do PT Fernando Haddad, que mais que dobrou sua votação entre as duas recentes pesquisas do Ibope, e a manutenção da tendência de alta de Jair Bolsonaro, mesmo que dentro da margem de erro, leva a crer que os dois disputarão o segundo turno, que, aliás, será acirradíssimo, com Bolsonaro e Haddad empatados.

 Ciro Gomes descolou-se do grupo que ainda sonhava estar no segundo turno, mas também viu aumentar sua distância para Haddad. Ciro ficou estagnado, Alckmin e Marina continuam em queda. Essa tendência, revelada tanto pelo Datafolha quanto pelo Ibope, faz com que o voto útil tenha direção certa, seja para Haddad, ou para Bolsonaro.   A rejeição a ele continua acima de 40%, embora em pequena queda. Já Haddad soma a sua rejeição à de Lula, que é um grande cabo eleitoral, mas também um peso. A disputa entre os dois pode ser antecipada para 7 de outubro.

Bolsonaro, com seu antipetismo exacerbado, quer ganhar no primeiro turno para encurtar o tempo de campanha, da qual ele participa a meia-bomba. Sem poder ir aos debates, pelo menos no primeiro turno, Bolsonaro virou alvo de críticas generalizadas e seu vice, General Mourão, é a bola da vez. Cada declaração polêmica que dá volta feito um bumerangue contra sua chapa. [menos General Mourão - vice não fala, vice só atua quando o titular está impedido (detalhe o titular do cargo e não o titular da candidatura ao cargo e por enquanto o senhor, em que pese toda a consideração que lhe dedicamos, é apenas o vice de um candidato - em breve, rogamos a Deus para isto, o senhor será o vice do presidente da República.)

Mesmo assim, tem que ser moderado, comedido nas manifestações.
Lembre-se do maldito politicamente correto.]

Já Haddad pretende transformar a disputa entre civilização, que ele representaria, e a barbárie, que seu adversário encarnaria. O petista está lançando propostas de aliança no segundo turno com Ciro e Alckmin: quem chegasse ao segundo turno teria o apoio dos outros. Mas o que pretende mesmo é pegar os eleitores tanto de Ciro e Marina quanto do PSDB, para impedir a vitória de Bolsonaro no primeiro turno e, quem sabe, ser ele a vencer sem precisar de um segundo turno.   Essa tentativa de fazer aliança através das cúpulas partidárias não parece se adequar ao espírito do momento, que depende muito mais do sentimento dos eleitores do que de uma iniciativa dos partidos. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, embora insista em afirmar que está com Alckmin até o segundo turno, é favorável ao apoio do PT caso isso não aconteça, como se os eleitores do PSDB fossem na maioria de esquerda.

O melhor exemplo dessa separação entre os partidos e o eleitorado é a campanha do tucano Geraldo Alckmin
. Conseguiu um acordo amplo com o centrão e ganhou o maior tempo de televisão. Mas os eleitores não estão interessados nesses esquemas da velha política, e abandonam Alckmin.   Mesmo as críticas à adesão ao centrão, que pode ter decepcionado uma ala mais progressista do PSDB, não justificariam por si só a baixa intenção de votos. Mesmo porque vários desses caciques estão liderando as pesquisas em seus Estados. Se se empenhassem pela candidatura de Alckmin, certamente ele estaria em melhor situação.

Mas políticos como os do centrão sentem o cheiro da derrota de longe, e já se bandearam para outros lados que, como sempre acontece nesse tipo de político, pode ser à esquerda ou à direita, já estão negociando com o PT, para refazer a aliança que nos levou a essa situação de crise econômica, ou com Bolsonaro.   O apoio de Ciro ao PT já anunciado para o segundo turno revela um sentimento de impotência diante do crescimento de Haddad, e confunde os eleitores de centro que pretende atrair. O índice de votos nulos e em branco continua sendo mais alto que nas eleições anteriores, o que indicaria que ainda há quem possa mudar de idéia.

A maior prova de que o país está dividido é o resultado da pesquisa no segundo turno. Todos empatam com todos, mas o eleitorado está em evolução. No segundo turno, se houver, Bolsonaro, que perdia de todo mundo nas primeiras pesquisas, hoje já empata com todos e ganha de Marina, que era a única que o derrotava no início da campanha.

Merval Pereira - O Globo


quarta-feira, 25 de julho de 2018

Ciro radicaliza ainda mais para conquistar eleitores de Lula: Lula só tem chance de sair da prisão 'se a gente assumir o poder'



[desespero faz Lula criar o 'dia do volto' e  Ciro adotar como principal ponto do seu programa de governo: soltar o presidiário Lula.]

Análise: Ciro radicaliza ainda mais para conquistar eleitores de Lula

Promessa de soltura do ex-presidente é parte de estratégia para agradar a esquerda

Depois de perder aliados à direita com a migração dos partidos do centrão para o tucano Geraldo Alckmin, Ciro Gomes virou à esquerda — como visto no discurso da convenção que chancelou sua candidatura, no último dia 20. No gesto mais recente, fala diretamente para o público lulista. Promete cuidar da soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se eleito for. Esse público-eleitor é o que, nas pesquisas de intenção de voto, dá a Lula 30% . Quando o petista está fora do cenário pesquisado, boa parte desse contingente migra para os brancos e nulos ainda à espera de um nome. Ciro quer ocupar esse espaço, e ontem declarou: — O Lula tem alguma chance de sair da cadeia? 
Nenhuma. Só tem chance de sair da cadeia se a gente assumir o poder e organizar a carga. Botar juiz para voltar para a caixinha dele, botar o Ministério Público para voltar para a caixinha dele e restaurar a autoridade do poder político.

Os pendores de Ciro à esquerda parecem já ter recebido uma atenção especial da sua área de marketing político. Produzido pelo PDT e divulgado na convenção que o oficializou como candidato do partido ao posto de presidente da República, o material que lista os "12 passos para mudar o Brasil" não conta os detalhes da trajetória partidária de Ciro.  "Que Ciro é esse?" indaga uma parte do texto que trata da biografia do candidato. Lá está relatado que ele foi deputado estadual no Ceará com apenas 24 anos. Prefeito de Fortaleza aos 31. Governador em 1990. Ministro da Fazenda que ajudou a consolidar o Plano Real em 1994. Ministro de Lula em 2003. 


O que não aparece: Ciro começou no PDS que apoiava o regime militar. O pai dele era do partido e o próprio político afirma que não poderia ir contra na época. Eleito migrou para o então MDB. De lá foi ao PSDB, onde se tornou governador e depois ministro no governo Itamar Franco. Depois foi ao PPS e hoje se encontra no PDT.


Mas além da promessa aos adeptos do slogan "Lula Livre" que impulsiona os atos do PT, Ciro manda novo recado ao Judiciário e ao Ministério Público. Na era Lava-Jato, o protagonismo deles só agradou ao mundo político quando o alvo da prisão era o adversário, quando era o aliado, a ordem judicial virava abuso e motivo de protesto. Com muitos partidos com integrantes na lista dos investigados, processados e denunciados e até presos, Ciro arrisca o discurso de pôr o país no trilho institucional, mesmo com a aprovação popular generalizada da turma de Curitiba.

Lula só tem chance de sair da prisão 'se a gente assumir o poder', diz Ciro

Pedetista afirmou que é preciso fazer com que juízes e o MP voltem para suas 'caixinhas'

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, afirmou que somente uma vitória sua na eleição traria chances do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixar a prisão. Ciro disse que iria “organizar a carga” e “restaurar a autoridade do poder político”, fazendo com que juízes e o Ministério Público voltassem para suas “caixinhas”.  — O Lula tem alguma chance de sair da cadeia? Nenhuma. Só tem chance de sair da cadeia se a gente assumir o poder e organizar a carga. Botar juiz para voltar para a caixinha dele, botar o Ministério Público para voltar para a caixinha dele e restaurar a autoridade do poder político — afirmou.

A declaração de Ciro foi dada à TV Difusora, do Maranhão, no dia 16, e foi publicada nesta terça-feira pelo jornal “O Estado de São Paulo”.   Lula está preso desde abril, após ser condenado a 12 anos e um mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá.

Na entrevista, o pedetista criticou a estratégia do PT de manter a candidatura de Lula à Presidência, mesmo com a Lei da Ficha Limpa proibindo candidaturas de pessoas condenadas em segunda instância, e apresentar um substituto apenas no final da campanha. — O que eles estão pensando, a burocracia? Nós vamos manter a candidatura do Lula, continuar dizendo que ele é candidato, e quando for lá pelo meio de setembro, que a Justiça disser que o Lula não é candidato, o Lula então diria assim: 'Então, se não vão deixar eu ser, vai ser fulano’. O Brasil não aguenta um presidente por procuração em uma altura dessas criticou.

Ciro disse que avisou Lula sobre “problemas” em seu governo, mas afirmou que o ex-presidente não quis ouvir:  —Eu ajudei o Lula por 16 anos, sem tirar nem um dia, no período dele e da Dilma. Já zangado, porque eu via as coisas acontecendo, sabia que ia dar problemas. Cansei de avisar para ele, e ele não quis ouvir, porque o poder, muito tempo, também tira a pessoa do normal — reclamou.

Na semana passada, Ciro já havia dito que o Brasil não terá “paz” enquanto o petista estiver preso. Após não conseguir o apoio dos partidos do Centrão, que devem fechar com Geraldo Alckmin (PSDB), o pedetista tem adotado um discurso mais à esquerda. Ele negocia uma aliança com PSB e do PCdoB, legendas também cobiçadas pelo PT.  Em junho, o GLOBO perguntou a Ciro e a outros quatro pré-candidatos se, caso eleitos, eles assinariam um indulto a Lula. O pedetista afirmou que “seria uma loucura” assumir esse compromisso, porque isso significaria ignorar o fato de que a condenação de Lula ainda pode ser revista em duas instâncias: o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF). — Assumir um compromisso dessa natureza seria uma loucura. Eu estaria agindo em desfavor da estratégia da defesa do ex-presidente Lula que ainda tem duas instâncias para recorrer da condenação e em desfavor do próprio discurso do ex-presidente, que tem se declarado reiteradamente como inocente — avaliou na época.