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sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Maioria política e maioria eleitoral - Alon Feuerwerker

Análise Política

Os números são os números. Luiz Inácio Lula da Silva chegou na frente no primeiro turno da eleição presidencial e ficou perto de concluir a fatura. Mas no Congresso Nacional manteve-se, reforçada, a maioria esmagadora do centro para a direita. E, com exceção de quatro estados onde o PT já é governo (no Ceará informalmente), o desempenho da esquerda regionalmente não foi bom.

Como olhar esse paradoxo? Por que a esquerda lidera na majoritária nacional e enfrenta dificuldades nos demais níveis?   
Entre as possíveis explicações, uma parece imediata: a vantagem numérica de Lula na corrida federal até o momento decorre não propriamente de uma inclinação do eleitorado à esquerda, mas de dois outros fatores
1) a memória da prosperidade nos governos Lula e, principalmente,
 2) a rejeição pessoal a Jair Bolsonaro.
O presidente tenta enfraquecer o primeiro ponto estimulando a recordação das dificuldades econômicas surgidas no período Dilma Rousseff. Mas isso vem tendo um efeito apenas relativo, pois o PT tem operado com sucesso a separação entre os períodos Lula e Dilma. 
Ela ficou com o passivo, enquanto ele preservou o ativo eleitoral.

O flanco algo vulnerável da maioria numérica lulista é o segundo, a rejeição a Bolsonaro.

Se Bolsonaro conseguir relativizar sua rejeição no juízo do eleitor, e elevar a de Lula, pode fazer até eleitores do petista no primeiro turno concluírem que, apesar de não gostarem da figura do presidente, talvez valha a pena mantê-lo, pois afinal a economia está melhorando.  
É esse vaso comunicante que pode levar alguns eleitores de Lula no primeiro turno a mudar de lado. 
É raro e difícil de conseguir, mas vamos lembrar do que aconteceu em 2006.
 
Na aritmética, Lula está perto de levar a taça, mas eleição está mais para o tênis, ou o vôlei, do que para o futebol. 
Não basta esperar o tempo passar e administrar a vantagem, você tem de fechar o jogo. O que falta para Lula fechar o jogo? 
Evitar que Bolsonaro transforme a maioria política do centro para a direita em maioria eleitoral no segundo turno.  
Não parece tão difícil assim, mas não está tão fácil quanto indicam os números tomados pelo valor de face.
 
O risco para Bolsonaro está em Ciro e Simone garantirem a Lula uma transferência de votos suficiente para impedir que Bolsonaro transforme a maioria política em maioria eleitoral. 
O risco para Lula está em a esmagadora maioria política de Bolsonaro nas demais regiões, especialmente no Sudeste, acabar se transformando em uma maioria eleitoral capaz de neutralizar a resiliente vantagem do petista no Nordeste.

Pois no Nordeste Lula parece estar quase no teto, mais que Bolsonaro no Sudeste.

Alianças políticas costumam ser fundamentais em segundo turno, mas é preciso um certo cuidado para não as reduzir a alianças partidárias ou com candidatos derrotados no primeiro turno. Há muito tempo a política deixou de ser monopólio dos partidos.

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político
 
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Publicado na revista Veja de 12 de setembro de 2022, edição nº 2.806

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Pesquisa Brasmarket: 53,2% dos eleitores rejeitam votar em Lula

[por experiência e princípios somos avessos às pesquisas, mesmo quando mostram fatos.]

A pesquisa Brasmarket, divulgada nessa sexta-feira (23/9), indica que 53,2% dos entrevistados rejeitam, na modalidade estimulada (quando um cartão com as opções é mostrado ao eleitor), votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A rejeição ao petista é 19,4 pontos percentuais acima da registrada pelo presidente Jair Bolsonaro, que tem 31,4%.

Ciro é o terceiro mais rejeitado com 2,6%. Todos os demais candidatos registram menos de 1% de negativa por parte do eleitor.[a maior parte dos demais candidatos consegue registrar menos de 1% de intenções de voto.]

Rejeição (estimulada)

  • Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 53,2%
  • Jair Bolsonaro (PL): 33,8%
  • Ciro Gomes (PDT): 2,6%
  • Simone Tebet (MDB): 0,7%
  • Soraya Thronicke (União): 0,4%
  • Vera Batista (PSTU): 0,1%
  • Felipe d'Ávila (Novo): menos de 0,1%
  • Padre Kelmon (PTB): menos de 0,1%
  • Constituinte Eymael (DC): menos de 0,1%
  • Leonardo Péricles (UP): 0%
  • Sofia Manzano (PCB): 0%
  • Não rejeita nenhum: 4,9%
  • Não sabe/sem resposta: 4,2%

Ao contrário dos levantamentos de outros institutos de pesquisa divulgados nesta semana, como Ipec e Datafolha, pesquisa da Brasmarket mostra o presidente Jair Bolsonaro (PL) na frente da disputa presidencial. De acordo com a pesquisa estimulada (quando os nomes são apresentados ao entrevistado), o presidente tem 44,9% das intenções de voto. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece em seguida, com 31%.

Ciro Gomes, do PDT, aparece na terceira posição, com 6,5% das intenções de voto. Simone Tebet (MDB) está em quarto, com 4,5%. Os demais candidatos não atingiram 1% das intenções de voto. Votos brancos e nulos chegam a 6,2% e indecisos, 5,7%.

O levantamento foi realizado entre 18 e 20 de setembro, com 2.400 entrevistas em 504 cidades das cinco regiões do país. O nível de confiabilidade é de 95% e a margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais. A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-00580/2022. Foi realizada pela Brasmarket Análise e Investigação de Mercado, autofinanciada pela empresa, ao custo de R$ 32 mil.

Das 2,4 mil entrevistas realizadas, 52,9% são mulheres e 47,1%, homens. A distribuição por faixa etária está distribuída assim: de 16 a 24 anos (14%); de 25 a 44 anos (20,2%); de 35 a 44 anos (21,4%); de 45 a 49 anos (24,1%); de 60 ou mais anos (20,3%). Já em relação ao grau de instrução, 10,9% dos entrevistados são analfabetos, 30,1% têm o ensino fundamental completo, 43,2% completaram o ensino médio e 15,8% têm o ensino superior (completo/incompleto). Por renda familiar, a distribuição ocorreu da seguinte forma: 60,2% ganham até um salário mínimo; 20,5% de um a dois mínimos; 13,2% de dois a cinco mínimos; mais de cinco mínimos representam 5,9% e 0,3% não informaram.

Política - Correio Braziliense


segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Análise: Rejeição da Constituição no Chile é surra que desafia Boric e fortalece direita - O Globo

O presidente do Chile, Gabriel Boric, prestes a colocar na urna o seu voto para aprovar ou rejeitar uma nova Constituição Juan Carlos Avendano/ATON CHILE/AFP [o presidente chileno já foi processado por furto em supermercado.]

A aliança de governo deverá encarar uma provável reforma de Gabinete e uma inevitável negociação com a direita. Tudo isso, num contexto de desgaste da imagem presidencial. O panorama é preocupante para o Palácio de la Moneda, e alguns analistas em Santiago admitem que a violência poderia voltar às ruas do país.

Chilenos rejeitam por ampla margem nova Constituição com viés de esquerda

Chilenos rejeitam por ampla margem nova Constituição com viés de esquerda

Desinformação e erros
Como se chegou até aqui? Erros na comunicação, tanto do governo quanto da agora desativada Convenção Constitucional, desinformação, pouca autocrítica e demora em reconhecer os erros cometidos no processo. Os quatro fatores explicam, nas palavras da advogada Tammy Pustilnick, uma das independentes que integrou a Convenção, a crônica de uma derrota anunciada por todas as pesquisas que circularam nas últimas semanas. Ontem, senadores socialistas lembravam em redes sociais que “nós avisamos, e não nos ouviram”. Está claro que o até agora expressivo poder do poder do Partido Comunista, parte da coalizão de Boric, será questionado.

Numa fala sincera e angustiada, Tammy, mãe de dois filhos pequenos e uma das poucas integrantes da Convenção Constitucional que recebeu elogios da mídia e dos opositores do projeto, admitiu que está exausta e que os chilenos precisam, desesperadamente, de certezas. Ela lamentou que o conteúdo do projeto não tenha sido bem e detalhadamente explicado à sociedade. Até a véspera da votação, pessoas lhe perguntavam se a propriedade privada estava em risco e até mesmo se poderiam continuar indo à igreja. Houve ataques descontrolados e falhas graves.

A campanha de desinformação promovida pelos defensores da rejeição ao projeto foi feroz, na mídia e, principalmente, em redes sociais. Mas os erros dos defensores da aprovação também foram grandes. Isso fez, concluiu Tammy, que muitos chilenos tenham votado com medo e favorecido um resultado que está na contramão do que quase 80% dos que participaram no plebiscito a favor de uma nova Constituição demandaram. Uma consulta popular que foi possível graças à onda de manifestações que sacudiu o país em 2019.

Está claro que o projeto precisa de mudanças. Tanto que o próprio governo do presidente Gabriel Boric instalou o lema "aprovar para reformar". 
Os que pregaram a rejeição pegaram carona na campanha governista e promoveram, numa jogada inteligente, o "rejeitar para reformar".

Mundo - O Globo - MATÉRIA COMPLETA


sábado, 21 de agosto de 2021

Ex-ministros da Justiça pedem rejeição da 'aventura' de Bolsonaro contra STF

[EX] Ministros da Justiça dos governos de FHC, Lula, Dilma Rousseff e Michel temer enviaram documento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco [o prefixo EX é o suficiente para o manifesto ter valor = 3 x ZERO. Alguns dos signatários conseguem conviver com o esquecimento que os vitima; os outros fracassam na inevitável convivência, tentam  atrair holofotes - mais um fracasso - transformam o esquecimento em ostracismo.
Dificilmente, o presidente do Senado dará seguimento ao pedido - não encaminhar é direito que possui e, nas entrelinhas, deixou claro que o exercerá.
O efeito do manifesto dos EX é ZERO se somando a NADA.
Alguma demora haverá, mais por questão da necessária fundamentação de sua decisão.
A matéria não é complexa.O presidente Bolsonaro ao pedir o impeachment do ministro exerceu um direito de cidadão; o presidente do Senado, ao decidir pelo arquivamento, está exercendo um direito, uma competência que possui.]
Dez ex-ministros da Justiça dos governos Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula (PT), Dilma Roussef (PT) e Michel Temer (MDB) enviaram um manifesto ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), defendendo que ele rejeite o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
 
Eles afirmam que não há sinal de crime de responsabilidade que justifique a abertura de um processo para destituição de Moraes do cargo e apontam a inépcia da ação de Bolsonaro. "Eventual seguimento do processo surtirá efeitos nocivos à estabilidade democrática, de vez que indicará a prevalência de retaliação a membro de nossa Corte Suprema gerando imensa insegurança no espírito de nossa sociedade e negativa repercussão internacional da imagem do Brasil", diz um trecho do documento.
 
Os ex-ministros classificam o pedido de impeachment como mero capricho do presidente e alertam para o risco de o Senado Federal se transformar em um instrumento de perseguição pessoal de Bolsonaro caso aceite o pedido. "Em face da evidente atipicidade da conduta e da tentativa de se instrumentalizar esta Casa do Legislativo, para tumultuar o regime democrático, é imperioso dar de plano fim a esta aventura jurídico-política", seguem os ex-ministros.
 
Assinam o texto Miguel Reale Jr., José Gregori, Aloysio Nunes, Celso Amorim, Jacques Wagner, José Eduardo Martins Cardoso, José Carlos Dias, Tarso Genro, Eugenio Aragão e Raul Jungmann.
 
 Política - Correio Braziliense

sábado, 8 de maio de 2021

Jacarezinho, empregos e lei - Alon Feuerwerker

Análise Política

Toda eleição tem seus temas propulsores, que criam ambiente favorável ao perfil certo. Quando este tem a sorte de, e a competência para, encaixar na demanda. Em 1994 e 1998, Fernando Henrique Cardoso navegou nos mares do cansaço com a inflação, depois veio Luiz Inácio Lula da Silva para saciar a sede da rejeição à pobreza e à corrupção. O período petista sustentou-se por mais de uma década, mesmo sob acusações relativas à segunda, e muito porque entregava no combate à primeira.

Quando a economia ruiu, a tolerância virou fumaça, veio o impeachment de Dilma Rousseff e depois Jair Bolsonaro surfou as duas ondas do momento: os combates à corrupção e ao crime. 
Sobre este último, um aspecto evitado sempre que possível no debate é o aparente paradoxo:  
se os governos do PT reduziram as desigualdades, combateram a pobreza e ampliaram as oportunidades para os antes marginalizados, por que então o crime se agravou no período?

A ponto de a repulsa a ele ajudar decisivamente não só na eleição de Bolsonaro, mas de todo um contingente de políticos ligados à segurança pública Brasil afora.  Aliás, o crime encorpou mais onde a prosperidade avançou de maneira mais pujante, em especial em certas regiões metropolitanas e na fronteira agrícola. Não é opinião, mas fato: o combate à pobreza é fundamental, mas nem de longe é suficiente para solucionar os problemas da segurança pública. É só olhar os números, e tem gente boa que os organiza de maneira cuidadosa. E, simplesmente, o mapa da pobreza não bate com o do crime.

Na falta de consensos, a subida dos índices de criminalidade vai sendo enfrentada na base do “na minha opinião”. Uns acham que é uma disputa de espaços assistenciais entre o crime e o Estado. Outros estão certos de que falta mesmo é punição garantida e proporcional ao delito. Mas tem quem imagina resolver na bala. Jacarezinho. Vão lá, matam um certo tanto e voltam para casa. Quando nova leva ocupar o lugar dos que morreram, vai-se lá e mete-se bala de novo.

Com os habituais “danos colaterais”.

A exemplo da maioria dos outros assuntos importantes, é impossível no Brasil de hoje organizar alguma discussão produtiva sobre como atacar a endemia do crime. Se o debate sobre a pandemia da Covid-19 foi capturado por “certezas científicas”, que aliás independem de comprovação científica e se baseiam somente no "princípio da autoridade", mais ainda algo que se tornou endêmico, parte da paisagem. Ao fim e ao cabo, convive-se com o crime. De vez em quando acontece alguma coisa que produz, como agora, algum calor. Nunca luz.

Entrementes, os candidatos à presidência vão afiando a faca. De um lado, reforça-se o discurso de que a polícia tem mesmo é de eliminar bandidos, e que não se faz omelete sem quebrar os ovos. Do outro, desarquiva-se a panaceia da “presença do Estado”. Será que não está na hora de compreender que sem crescimento acelerado da economia, e portanto das oportunidades, o crime continuará garantindo seu market share na atração de potenciais entrantes no mercado de trabalho?

Empregos e lei. Quem conseguir juntar essas duas ideias, até agora separadas por um muro, vai ter público em 2022.

 Alon Feuerwerker, jornalista e analista político


segunda-feira, 22 de outubro de 2018

BTG/FSB mostra Bolsonaro com 60% dos votos válidos e Haddad com 40%

Os dois oscilaram um ponto percentual, segundo o último levantamento. Na semana anterior, o capitão reformado aparecia com 59%, e o petista com 41%. 

[confiamos em DEUS que o resultado da pesquisa das urnas mostrará Bolsonaro com 68% dos votos válidos e seu adversário com 32%.]

A menos de uma semana do segundo turno das eleições de 2018, a pesquisa BTG Pactual/FSB mostrou o candidato Jair Bolsonaro (PSL) com 60% dos votos válidos. Já o presidenciável Fernando Haddad (PT) aparece com 40%. Os dois oscilaram um ponto percentual, segundo o último levantamento. Na semana anterior, o capitão reformado aparecia com 59%, e o petista com 41%. 
 
O resultado foi divulgado nesta segunda-feira (22/10). O instituto entrevistou 2 mil eleitores a partir de 16 anos  por telefone, nas 27 unidades da federação, entre 20 e 21 de outubro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. 
 
Os votos válidos calculados com base na soma das intenções de votos recebidas por todos os candidatos juntos. Ou seja, não são levados em consideração ‘branco’ ‘nulo’ ‘nenhum’. Considerado o número total de votos, Bolsonaro tem 52% das intenções. Ele oscilou 1 ponto percentual para cima segundo a última pesquisa. Já Haddad tem 35%, o mesmo número do levantamento anterior. 
 
Rejeição e razões de voto 
Haddad tem rejeição de 52%, contra Bolsonaro, com 38%. De acordo com a pesquisa, 85% dos eleitores do deputado dizem que ele é a melhor opção, e 10% votam nele porque querem impedir a vitória do adversário. Já no caso do ex-prefeito de São Paulo, 75% eleitores acreditam que ele é a melhor opção, e 18% não querem que o outro candidato vença. 

No entanto, 76% já dá como "certa" a vitória de Bolsonaro, e apenas 17% acredita que o PT será vitorioso. 
 
Correio Braziliense


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terça-feira, 16 de outubro de 2018

Ibope: 47% dos eleitores não votariam em Haddad; rejeição a Bolsonaro é de 35%

Segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada nesta segunda-feira, 15, 47% dos eleitores dizem que não votariam “de jeito nenhum” em Fernando Haddad (PT) no segundo turno da eleição presidencial. Por outro lado, 35% do eleitorado afasta a possibilidade de votar em Jair Bolsonaro (PSL). Na pesquisa, Bolsonaro tem 59% das intenções de votos válidos e Haddad aparece com 41%.

O Ibope levantou o potencial de voto de cada um dos dois candidatos que disputam o segundo turno da eleição. Somando a quantidade de pessoas que votariam “com certeza” e as que “poderiam votar” em Bolsonaro, o potencial do candidato chega a 52%. Já o do petista é de 39%.

Entre os entrevistados, 41% declaram que “com certeza” votariam em Bolsonaro para presidente, enquanto que 35% dizem que não votariam nele “de jeito nenhum”. O porcentual respondendo que poderia votar no candidato do PSL é de 11%. No levantamento, 11% dos eleitores não o conhecem o suficiente para opinar e 2% responderam não saber se votariam em Bolsonaro.

Com Haddad, acontece o inverso: há mais eleitores afirmando que não votariam nele de jeito nenhum do que pessoas declarando voto fiel no petista. Na pesquisa, 47% das pessoas afastam a hipótese de votar em Haddad no segundo turno, enquanto que 28% dizem que votaria nele “com certeza”. O porcentual de entrevistados que “poderiam votar” no presidenciável do PT é de 11%. Entre os entrevistados, 12% das pessoas afirmam que não o conhecem o suficiente para opinar e 2% dos eleitores se dizem indecisos sobre um voto no petista.

A pesquisa foi realizada no sábado, 13, e no domingo, 14 e ouviu 2.506 votantes. A margem de erro estimada é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. Encomendado pelo jornal O Estado de S.Paulo e pela TV Globo, o levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-01112/2018.

IstoÉ
 

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Haddad não vê culpado pela rejeição no espelho

A taxa de rejeição atribuída a Fernando Haddad pelo Ibope deu um salto de 11 pontos percentuais. Agora, 38% do eleitorado declara que jamais votaria no petista. Por quê?, perguntou-se a Haddad. E ele: Temos sofrido muito ataque do PSDB, mas isso não está favorecendo o PSDB, está favorecendo o fascismo. Alimentar o ódio é alimentar o fascismo. Quanto mais a gente alimentar o ódio, mais o fascismo vai crescer. Parte expressiva da elite brasileira abandonou a social-democracia para o fascismo.”

Quer dizer: para Haddad, a culpa pelo crescimento do índice de aversão à sua candidatura é de Geraldo Alckmin. Nessa versão, os ataques do candidato tucano ao petismo aguçam o ódio que serve de nutriente para a candidatura de Jair Bolsonaro. Em português mais direto: em campanha, Haddad revela-se capaz de quase tudo, menos de pronunciar meia dúzia de palavras que se pareçam com uma autocrítica. Haddad poderia considerar a hipótese de que o mensalão e o petrolão contribuem para a rejeição de parte do eleitorado a um presidenciável petista. Entretanto, ele já insinuou em várias oportunidades que o PT deve se orgulhar dos escândalos, pois eles só vieram à tona porque os governos petistas fortaleceram os órgãos de controle, a Procuradoria e o Judiciário. Também disse que a petro-roubalheira nasceu na ditadura.

Se consultasse uma criança de cinco anos sobre sua rejeição, Haddad talvez ouvisse algo assim: “O fiasco econômico de Dilma levou uma legião de eleitores a cultivar uma ojeriza ao PT.” Mas Haddad não daria ouvidos à criança. Ele já declarou mais de uma vez que a ruína econômica não foi obra da ‘presidenta’. A culpa seria de sabotadores tucanos e de Eduardo Cunha, que se uniram para implodir o governo Dilma. Considerando-se que o eleitor paulistano escorraçou Haddad da prefeitura de São Paulo em 2016, impondo-lhe uma inédita derrota no primeiro turno da eleição municipal, o preferido de Lula poderia responsabilizar a si mesmo por parte da rejeição atual. Mas Haddad atribui o próprio fracasso não à sua gestão como prefeito, mas ao “clima que se criou no Brasil” em 2016.

Há duas semanas, Haddad declarou o seguinte: “O que aconteceu em 2016? O Temer assumiu a Presidência da República e o Tasso Jereissati, ex-presidente tucano, admitiu em entrevista que o maior erro do PSDB foi ter contestado as eleições de 2014, foi ter aprovado pautas-bomba contra o governo da Dilma e ter embarcado no governo Temer.” Ou seja: Haddad acha que perdeu a prefeitura para João Doria por culpa do Temer e de uma conspiração tucana anti-Dilma.  De resto, o presidenciável petista renderia homenagens à racionalidade se admitisse que Lula não transfere apenas votos, mas também ressentimento. Antes de ser enquadrado pelo TSE na Lei da Ficha Limpa, o padrinho-presidiário de Haddad já ostentava no Ibope taxa de rejeição de 30%. Uma evidência de que um pedaço do eleitorado se recusa a dedicar devoção ao primeiro ex-presidente da história a ser condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.

O problema é que, para ser candidato do PT, Haddad precisa rezar pelo catecismo da legenda. E a aceitação da doutrina religiosa do petismo pressupõe a concordância com a tese de que Lula, a “alma viva mais honesta” que a República já viu, tem uma missão de inspiração divina a cumprir na Terra. Uma missão tão sublime que é indiscutível. Haddad visita a cadeia de Curitiba semanalmente. Não dá um passo na campanha sem ouvir as orientações da divindade-presidiária. Faz isso porque aceita o dogma segundo a qual Lula, um corrupto de segunda instância, não deve explicações senão à sua própria noção de superioridade.  A despeito de submissão incondicional ao credo petista, Haddad não enxerga no espelho um culpado pelo aumento da taxa de rejeição. Corre o risco de ser surpreendido por uma aparição matutina da autocrítica. Quando levantar a cabeça para escovar os dentes, enxergará um reflexo desaforado: “Olá, vim apresentar você a você mesmo.”

Blog do Josias de Souza

Declarações de Dirceu colocam PT na defensiva

Dirigentes do PT repreenderam o ex-ministro José Dirceu em razão de suas últimas entrevistas, nas quais o petista afirmou que seria uma questão de tempo “para a gente tomar o poder”, além de querer retirar o poder de investigação do Ministério Público e de restringir o papel do Supremo Tribunal Federal (STF) ao de uma Corte constitucional no País.

Um interlocutor afirmou que no partido a avaliação é de que o ex-ministro está “falando demais”. Além da reação dos dirigentes, a campanha de Fernando Haddad, o presidenciável petista, quer distância das declarações polêmicas de Dirceu – solto em junho pela Segunda Turma do STF após ser condenado em segunda instância na Operação Lava Jato. As falas causaram irritação pelo momento em que foram feitas – a reta final da campanha – e por obrigar a candidatura de Haddad a uma postura defensiva. 

Dirceu, segundo outro dirigente, quer “mostrar uma importância que não tem”.  A ordem é dizer que o papel do ex-ministro é zero na campanha e evitar que suas declarações tenham impacto na campanha de Haddad, como as de auxiliares do principal oponente do PT, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro.  No domingo, dia 30, em São Luis, Dirceu tratou da polêmica. Ao lançar o primeiro volume de sua biografia, ele afirmou que usou uma expressão “infeliz”. “Porque dá condições para se explorar como se eu tivesse falando que existe uma coisa que é ganhar eleição e outra coisa que é tomar o poder. Eu estava respondendo no caso de um golpe.”

Em entrevista ao jornal El País, o ex-ministro respondeu à pergunta sobre se havia possibilidade de o PT ganhar a eleição, mas não levar. Disse que achava improvável, que a comunidade internacional não aceitaria. E completou: “E dentro do País é uma questão de tempo pra gente tomar o poder. Aí nós vamos tomar o poder, que é diferente de ganhar uma eleição”.

Viagens
Dirceu iniciou um périplo pelo Brasil em 4 de setembro para lançar a biografia. “E como sempre, vou fazer política, que ninguém é de ferro”, disse na ocasião. Percorreu 11 capitais. Começou a viagem de carro. Está em companhia da mulher, da filha menor e do editor de seu livro, o jornalista Luiz Fernando Emediato, dono da editora Geração.

Na Bahia, a editora alugou um ônibus leito na empresa Corumbal. “É uma pequena empresa que tem oito veículos comumente alugados para bandas de música”, afirmou Emediato. O ônibus que leva Dirceu havia sido usado antes por uma banda de axé.
A rotina do ex-ministro é de encontros com a militância petista, entrevistas para jornalistas locais e sessões de autógrafos. A receptividade de Dirceu entre o público lulista pode ser medida pelas vendas do livro – cerca de 25 mil exemplares até o momento.

Ao mesmo tempo, a rejeição a ele pode explicar a forma escolhida por ele para viajar. No ônibus leito, o ex-chefe da Casa Civil pode escapar ao incômodo de hostilidades, geralmente registradas por meio de telefones celulares em aviões. O ônibus não impede, no entanto, que o ex-ministro tenha de pensar em estratagemas: para ir a restaurantes sem ser incomodado, Dirceu usa um chapéu e óculos escuros. Ele esteve em todas as capitais do Nordeste, região chave para Haddad. Nesta segunda-feira, dia 1º, deixou São Luís (MA) e foi para Belém, capital do Pará, último ponto antes do primeiro turno das eleições.
Enquanto espera a definição da Justiça, Dirceu escreve outros dois livros: um sobre o sistema penal e um romance sobre a luta armada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Duelo previsível

A eleição deste ano vai ser definida entre os dois candidatos que têm a maior rejeição entre todos. O crescimento expressivo do candidato do PT Fernando Haddad, que mais que dobrou sua votação entre as duas recentes pesquisas do Ibope, e a manutenção da tendência de alta de Jair Bolsonaro, mesmo que dentro da margem de erro, leva a crer que os dois disputarão o segundo turno, que, aliás, será acirradíssimo, com Bolsonaro e Haddad empatados.

 Ciro Gomes descolou-se do grupo que ainda sonhava estar no segundo turno, mas também viu aumentar sua distância para Haddad. Ciro ficou estagnado, Alckmin e Marina continuam em queda. Essa tendência, revelada tanto pelo Datafolha quanto pelo Ibope, faz com que o voto útil tenha direção certa, seja para Haddad, ou para Bolsonaro.   A rejeição a ele continua acima de 40%, embora em pequena queda. Já Haddad soma a sua rejeição à de Lula, que é um grande cabo eleitoral, mas também um peso. A disputa entre os dois pode ser antecipada para 7 de outubro.

Bolsonaro, com seu antipetismo exacerbado, quer ganhar no primeiro turno para encurtar o tempo de campanha, da qual ele participa a meia-bomba. Sem poder ir aos debates, pelo menos no primeiro turno, Bolsonaro virou alvo de críticas generalizadas e seu vice, General Mourão, é a bola da vez. Cada declaração polêmica que dá volta feito um bumerangue contra sua chapa. [menos General Mourão - vice não fala, vice só atua quando o titular está impedido (detalhe o titular do cargo e não o titular da candidatura ao cargo e por enquanto o senhor, em que pese toda a consideração que lhe dedicamos, é apenas o vice de um candidato - em breve, rogamos a Deus para isto, o senhor será o vice do presidente da República.)

Mesmo assim, tem que ser moderado, comedido nas manifestações.
Lembre-se do maldito politicamente correto.]

Já Haddad pretende transformar a disputa entre civilização, que ele representaria, e a barbárie, que seu adversário encarnaria. O petista está lançando propostas de aliança no segundo turno com Ciro e Alckmin: quem chegasse ao segundo turno teria o apoio dos outros. Mas o que pretende mesmo é pegar os eleitores tanto de Ciro e Marina quanto do PSDB, para impedir a vitória de Bolsonaro no primeiro turno e, quem sabe, ser ele a vencer sem precisar de um segundo turno.   Essa tentativa de fazer aliança através das cúpulas partidárias não parece se adequar ao espírito do momento, que depende muito mais do sentimento dos eleitores do que de uma iniciativa dos partidos. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, embora insista em afirmar que está com Alckmin até o segundo turno, é favorável ao apoio do PT caso isso não aconteça, como se os eleitores do PSDB fossem na maioria de esquerda.

O melhor exemplo dessa separação entre os partidos e o eleitorado é a campanha do tucano Geraldo Alckmin
. Conseguiu um acordo amplo com o centrão e ganhou o maior tempo de televisão. Mas os eleitores não estão interessados nesses esquemas da velha política, e abandonam Alckmin.   Mesmo as críticas à adesão ao centrão, que pode ter decepcionado uma ala mais progressista do PSDB, não justificariam por si só a baixa intenção de votos. Mesmo porque vários desses caciques estão liderando as pesquisas em seus Estados. Se se empenhassem pela candidatura de Alckmin, certamente ele estaria em melhor situação.

Mas políticos como os do centrão sentem o cheiro da derrota de longe, e já se bandearam para outros lados que, como sempre acontece nesse tipo de político, pode ser à esquerda ou à direita, já estão negociando com o PT, para refazer a aliança que nos levou a essa situação de crise econômica, ou com Bolsonaro.   O apoio de Ciro ao PT já anunciado para o segundo turno revela um sentimento de impotência diante do crescimento de Haddad, e confunde os eleitores de centro que pretende atrair. O índice de votos nulos e em branco continua sendo mais alto que nas eleições anteriores, o que indicaria que ainda há quem possa mudar de idéia.

A maior prova de que o país está dividido é o resultado da pesquisa no segundo turno. Todos empatam com todos, mas o eleitorado está em evolução. No segundo turno, se houver, Bolsonaro, que perdia de todo mundo nas primeiras pesquisas, hoje já empata com todos e ganha de Marina, que era a única que o derrotava no início da campanha.

Merval Pereira - O Globo