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sexta-feira, 20 de março de 2015

Por que precisamos de um acordo com o Irã

Um acordo nuclear não significa necessariamente uma retomada de relações diplomáticas entre os EUA e o Irã

Com o término do prazo, semana que vem, para o anúncio de algum tipo de acordo nuclear entre os EUA, a Grã-Bretanha, a França, a Rússia, a China e a Alemanha, de um lado, e o Irã, de outro, tem havido muita agonia no Oriente Médio e nos Estados Unidos, devido à percepção de como isso pode ser um mau negócio para os países do Golfo, Israel e os americanos. Mau porque o presidente Barack Obama está supostamente sendo mole demais nas negociações com os iranianos, na esperança de chegar a um acordo histórico que deixaria um legado duradouro de sua Presidência, mesmo sendo prejudicial para os interesses americanos.

Primeiro, tivemos o aparecimento descarado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu perante o Congresso dos EUA no dia 3 de março, fazendo um discurso para os políticos americanos sobre os perigos de um mau negócio com o Irã. Nancy Pelosi, líder da minoria na Câmara dos Deputados, visivelmente insatisfeita com o discurso, disse que sua fala foi “condescendente” e “um insulto à inteligência dos Estados Unidos.”  Em seguida, tivemos a carta escrita por 47 senadores republicanos no dia 9 de março, dirigida aos líderes iranianos, advertindo-os de que qualquer acordo nuclear firmado entre Obama e o Irã sem a aprovação do Congresso americano poderia ser revogado pelo presidente a ser eleito em 2016. Além disso, o Parlamento poderia modificar os termos do acordo.

Com certeza, o crescimento do programa nuclear iraniano e a descoberta de um componente secreto e militar dele em 2002 levaram muitos críticos a desconfiar das verdadeiras intenções do país. Ninguém duvida de que o Irã precisa de energia nuclear para produzir eletricidade, assim como os países do Golfo estão investindo nisso, pelas mesmas razões. Ao fazerem isso, o Irã e as nações do Golfo poderão desviar muito menos petróleo bruto para produzir eletricidade e serem capazes de exportar esse combustível, ganhando assim muito mais dinheiro.

Em 2006, o Irã tinha apenas 164 centrífugas, usadas para enriquecer urânio. Hoje, tem mais de 15 mil. Jeffrey Lewis, diretor do Centro James Martin para Estudos de Não Proliferação nos EUA, escreveu recentemente na revista “Foreign Policy” que a relutância dos conservadores americanos para chegar a um acordo nuclear com o Irã nos últimos dez anos é o que permitiu, em parte, o programa nuclear iraniano se expandir de forma tão agressiva. “Uma das coisas mais frustrantes relativas à última década de negociações foi assistir ao Ocidente fazer uma concessão após outra — mas somente depois que os iranianos tinham andado tanto para a frente que a concessão não tinha mais valor. As pessoas que argumentam agora em favor de um “melhor" negócio em alguma data futura são as mesmas que, em 2006, diziam que 164 centrífugas eram demais e que, se nós apenas esperássemos o tempo suficiente, poderíamos diminuir o total iraniano para zero. Olha o que nos trouxe,” escreveu Lewis.

 Continuar Lendo............................... Rasheed Abou-Alsamh é jornalista - O Globo

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Usinas nucleares a melhor opção às hidrelétricas

O país precisa de um grande parque térmico para substituir hidrelétricas nos períodos secos, e o melhor custo-benefício é a geração nuclear

Com as mudanças climáticas, o Brasil já não pode ter sua matriz elétrica inteiramente apoiada em usinas hidrelétricas, como era no passado. Além de o regime de chuvas se mostrar irregular, o país já não constrói hidrelétricas com reservatórios que acumulem água para uso em anos seguintes. Ou seja, as novas usinas funcionam a fio d’água, utilizando a vazão natural dos rios.

Reservatórios que acumulam água são rejeitados pelas autoridades do licenciamento ambiental porque, dependendo da topografia da região, formam-se lagos em grande extensões de terra. No caso da Amazônia, a argumentação é que os lagos seriam enormes.

Descartados os reservatórios de acumulação de água, outras fontes de geração de energia elétrica se tornam necessárias. O Brasil tem estimulado, corretamente, investimentos nas chamadas fontes renováveis, com aproveitamento de biomassa, dos ventos e agora também a de origem solar. No entanto, todas essas fontes são intermitentes, funcionando algumas horas por dia ou em certas épocas do ano. São complementares às hidrelétricas, e não substitutas.

Para substituir eventualmente o que deixa de ser gerado nas hidrelétricas o país precisa de um relevante parque termelétrico. Mantê-lo, mesmo que seja apenas como reserva, não custa pouco. É preciso então avaliar o custo-benefício das opções térmicas. Assentar esse parque no gás ou em óleos derivados de petróleo é um risco, pois são combustíveis que o Brasil ainda importa muito e não tem qualquer controle sobre os preços. 

O carvão aparece como alternativa, em face das jazidas existentes no Sul do país, mas tendo como lado negativo o impacto ambiental e um custo mais elevado. O óleo e o gás também poluem.
 
Desprezada, por uma equivocada pressão de ambientalistas no passado (e que tende a se atenuar diante da falta de melhor opção), a energia nuclear é de fato a que proporciona melhor custo-benefício para o parque térmico. Por isso, o próprio Japão, onde o último terremoto seguido de tsunami levou ao desligamento de reatores, já começa a recolocar alguns em funcionamento. 

O Brasil tem a matéria-prima em abundância (urânio) e o domínio de todo o ciclo tecnológico de produção dos elementos combustíveis dos reatores. Constrói sua terceira usina em Angra dos Reis, provavelmente a última no bojo do acordo com a Alemanha. Novas tecnologias, mais econômicas e mais seguras, estão disponíveis em consequência da retomada de investimentos em usinas nucleares por parte dos Estados Unidos e da Inglaterra, entre outros. 

Constava do planejamento do setor energético a construção de um conjunto de quatro usinas, com capacidade de geração de 4 mil megawatts, em uma área na região Nordeste. Por questão política, e não econômica, tais usinas deixaram de constar do planejamento. Está mais do que na hora de reincluí-las no futuro da matriz elétrica.

Deu no O Globo - Editorial