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terça-feira, 17 de novembro de 2020

Indigência de propostas marca campanha - O Estado de S. Paulo

J.R. Guzzo

As questões que a cidade de São Paulo tem de resolver a curto e a longo prazo exigem a combinação de competência,  visão e equipamento mental que só um estadista de verdade pode oferecer

Para ter esperanças de se tornar um lugar melhor do que é para os seus 12 milhões de habitantes, São Paulo, a maior cidade brasileira, uma das maiores do mundo e capital econômica do Brasil, precisaria contar com pessoas de primeiríssima qualidade no topo de sua administração. Governar São Paulo é um desafio de escala mundial; as questões que a cidade tem de resolver a curto e a longo prazo exigem a combinação de competência, visão e equipamento mental que só um estadista de verdade pode oferecer.

Mas nem foi preciso abrir as urnas da eleição municipal para se verificar uma realidade muito simples: a distância imensa que continua separando os paulistanos de qualquer possibilidade de alguma mudança séria no desastre continuado que os seus gestores lhes impõem há décadas.

Desde sempre esteve claro, diante do nível dos candidatos, que o máximo que se poderia esperar seria a escolha dos menos ruins [os escolhidos são realmente os menos ruins? são pior que os ruins!] para a Prefeitura e a Câmara de Vereadores. Ficou nisso.

Abertas as urnas, o que menos se ouviu foi alguma ideia sobre como melhorar (nem se diga resolver) um único dos problemas reais de São Paulo – da mesma forma que não houve durante toda a campanha o mais remoto sinal de vida inteligente na disputa entre A, B ou C. 

Falou-se, basicamente, de uma coisa só: quais as perdas políticas relativas (nada foi dito sobre ganhos, pela excelente razão de que não houve ganho nenhum) do presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu PT.

Ambos têm em comum o fato de seguirem projetos políticos que não têm nada a ver com a solução dos problemas de São Paulo; além disso, nenhum dos dois vai ser nem prefeito nem vereador da cidade. O atual prefeito Bruno Covas, que ficou em primeiro lugar, festejou a derrota de Bolsonaro em São Paulo. [Alguém precisa dizer para o Covas que o presidente Bolsonaro não foi candidato a vereador ou prefeito da cidade de São Paulo. ELE É e continua sendo Presidente da República, com planos que comas bençãos de DEUS se realização de reeleição em 2022.

Oportuno lembrar que o presidente Bolsonaro não aprova a política de criar engarrafamentos e comprar milhares de urnas funerárias para conter a covid-19 = não funciona. Covas fez isso.Vamos nos abster de comentar sobre o outro concorrente ao cargo de prefeito paulistano, por não valer a pena gastar bytes com o mesmo.] O segundo colocado, que parece em excelente posição para continuar em segundo no turno final, também nada disse de útil para os interesses da população.Essa indigência diz muito sobre a mediocridade terminal da política brasileira de hoje. 

J. R. Guzzo, jornalista - O Estado de S. Paulo


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Situação desumana e perigosa faz MP pedir interdição do IML de Luziânia

Vistoria do Ministério Público de Goiás constatou desde corpos em decomposição do lado de fora do prédio até tratamento inadequado de restos mortais. Situação desumana e perigosa deixa população exposta

 MP pede interdição de IML 

As más condições do Instituto Médico Legal (IML) de Luziânia (GO) e a insistência em não melhorar o atendimento e as instalações do prédio levaram o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) a tomar uma medida drástica: pedir na Justiça a interdição do serviço e fechamento da unidade que atende quase 900 mil pessoas que vivem nos 10 municípios goianos localizados no Entorno Sul do Distrito Federal, sob pena de o próprio governador de Goiás, Marconi Perillo, pagar multa em caso de descumprimento. A ação foi protocolada na última quinta-feira e pode ser aceita ou não pela Justiça.

Vistoria feita pelo órgão mostrou cenas desumanas: corpos em decomposição alocados dentro de urnas abandonadas do lado de fora do prédio e cercadas por moscas; veículos antigos como criadouros de baratas; geladeiras e materiais em desuso largados a céu aberto. Além disso, segundo o MPGO, o local não tem documentação básica para o funcionamento, como alvará sanitário, licença ambiental, regularidade técnica emitida pelo Corpo de Bombeiros e Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde.



O promotor responsável pela ação, Julimar Alexandro da Silva, conta que teve dificuldade de acesso ao prédio para fazer a vistoria. Todas as vezes que marcava a visita, a direção do IML arrumava uma desculpa para desmarcar. Por isso, a saída foi a presença surpresa, momento em que as imagens anexadas na ação foram realizadas. “Há mais de uma década, o IML de Luziânia é um problema e o MPGO tenta resolver a questão amigavelmente e extrajudicial. Mas nada é feito. Chegamos ao limite”, afirma.

Fonte: Correio Braziliense