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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Bolsonaro diz que eleições estarão sob suspeita mesmo que ele vença



Candidato voltou a criticar utilização de urnas eletrônicas



O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou que as eleições estarão sob suspeita devido ao uso das urnas eletrônicas. Ele afirmou que mesmo se vencer a disputa, haverá a suspeição. O candidato é o autor de uma emenda aprovada pelo Congresso que exigia o voto impresso, mas essa medida foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na terça-feira, o candidato à Presidência Cabo Daciolo (Patriotas) protocolou representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a adoção do voto impresso em cédulas nas eleições de outubro.

Bolsonaro participou de uma carreata nas cidades de Ceilândia e Taguatinga, no Distrito Federal. Segundo a Polícia Militar, o evento reuniu mil carros e motocicletas. — Qualquer um que ganhar as eleições estará sob suspeita. Qualquer um que ganhar, o outro lado vai arguir a suspeição. Porque nenhum país adota esse modelo, só o Brasil? — questionou em entrevista no final do evento.

Pouco depois, ele reforçou:  — Eu não acredito nessa forma de apurar voto — afirmou.
Bolsonaro voltou a falar que vencerá o pleito no primeiro turno. Disse que a afirmação é pelo sentimento que tem da campanha que vem fazendo pelo país. Questionado se isso não queria dizer que estava sentando na cadeira antes da hora, o candidato negou.
— Ninguém está sentando (na cadeira). Essa pesquisa aqui que vale — disse, em referência aos apoiadores presentes.

Bolsonaro discursou no início e no fim da carreata. De cima do carro de som, chutou um boneco do ex-presidente Lula vestido de presidiário e permeou sua fala de ataques ao PT e ao PSDB.  — O Brasil não suporta mais outro ciclo de PT ou PSDB. Vamos varrer a cúpula desses partidos para a lata de lixo da história. Vamos dar um pé no traseiro do comunismo — discursou.

Houve uma pequena confusão na saída da carreata, porque apoiadores se recusavam a deixar o maior trio elétrico, que estava superlotado. Bolsonaro então desceu com seus apoiadores mais próximos e foi ele próprio para outro veículo. O trajeto durou cerca de dez quilômetros. O candidato acenou para pessoas nas ruas, mandou beijos e repetiu várias vezes o gesto de atirar com as mãos. Em paradas de ônibus, algumas pessoas faziam sinal de negativo e Bolsonaro respondia de forma amistosa, dizendo que todos tinham o direito de se manifestar.

O Globo