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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Bolsonaro defende que áreas quilombolas possam ser vendidas



Denunciado por racismo, presidenciável fez proposta em vídeo publicado em rede social

Denunciado por racismo pela Procuradoria-geral da República (PGR) por declarações sobre quilombolas, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) defende que as áreas destinadas a esses povos possam ter mineração e até serem vendidas. Bolsonaro apresentou essas propostas em um vídeo publicado nas redes sociais de Paulo Quilombola, da Federação das Comunidades Quilombolas do Estado do Pará, que declarou apoio ao pré-candidato do PSL. A gravação foi feita nesta semana no gabinete do deputado.  — Seu povo, seus irmãos, têm problemas. E o grande problema chama-se governo federal. Eles querem ser libertos, para ter liberdade para poder trabalhar dentro da sua comunidade, acho até que se quiser vender aquela área quilombola, que venda, opinião minha. Se quiser explorar, tirar por exemplo minério, ter maquinário, a exemplo do seu irmão fazendeiro do lado, se quiser, poder explorar de forma racional seus recursos naturais igual ao fazendeiro do lado — afirma Bolsonaro.

Paulo apoia as ideias do candidato na gravação.  — Queremos autonomia, liberdade de decisões e um presidente com pulso firme, porque todos os que passaram até agora nos prenderam, nos amordaçaram — afirma Paulo Quilombola.
Em 2017, Bolsonaro fez uma palestra no Clube Hebraica, no Rio, e, segundo a procuradora-geral Raquel Dodge, ofendeu e depreciou a população negra e indivíduos pertencentes às comunidades quilombolas. No Hebraica, o deputado disse, por exemplo, que visitou uma comunidade quilombola e “o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas”. Disse ainda que os moradores do local “não fazem nada” e “nem para procriar servem mais”.

No vídeo divulgado por Paulo Quilombola, o candidato diz que suas propostas são para que as comunidades se integrem e "para acabar com aquela história de que vocês estão lá, recebem recursos do estado e não são produtivos". Bolsonaro fala ainda que a mesma situação ocorre com os indígenas. Afirma ter ouvido de colegas das Forças Armadas que os indígenas desejam energia elétrica, médico, dentista, entre outras coisas.  — Hoje grande parte deles estão confinados em terras indígenas como se fossem animais em zoológicos. Temos que dar liberdade — afirmou o candidato.

Paulo Quilombola organizará um evento com Bolsonaro em Parauapebas (PA) no próximo dia 13. Ele é questionado por entidades que não o consideram um representante legítimo do movimento. A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas chegou a divulgar em abril uma nota assinada por dez entidades do Pará com críticas a Paulo.
 “Isto posto, as Entidades do movimento negro e quilombola do estado do Pará, abaixo nominadas, manifestam o seu repúdio as práticas aviltantes desse senhor exteriorizadas pelos seus discursos de ódio contra muitas de nossas lideranças quilombolas, entre outras, tendo como pessoal e único interesse (o que nos parece o mais grave) desmantelar todo o processo político até aqui construído por instituições sérias do nosso movimento”, diz a nota.

No vídeo em que declara apoio a Bolsonaro, veiculado pelo deputado em suas redes sociais na semana passada, Paulo Quilombola afirma que apoiará o presidenciável para que ocorram mudanças no movimento negro. Diz ainda que o engajamento na campanha poderá fazer com que tenha de sair do estado do Pará. O GLOBO não conseguiu contato com Paulo Quilombola.