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quarta-feira, 12 de julho de 2023

Deputados usam PEC para blindar trecho considerado racista no hino do RS

 Partes do hino do Rio Grande do Sul incomodam a população negra. A principal queixa é com o trecho que diz que "povo que não tem virtude, acaba por ser escravo"

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou, na terça-feira (11/7), por 38 votos a 13, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que blinda os símbolos estaduais de eventuais mudanças, como o hino, o brasão e a bandeira. 
Com a legislação, que ainda precisa ser aprovada em segundo turno para entrar em vigor, partes do hino do estado considerados racistas e que incomodam a população negra permanecerão como estão. Um dos trechos diz que "povo que não tem virtude, acaba por ser escravo". Segundo os críticos, a aprovação da PEC preserva uma tradição do "período do colonialismo e da escravidão". [símbolos nacionais ou estaduais buscam cultuar e reservar tradições e não podem estar sujeitos a interpretações feitas por leigos. A escravidão foi um FATO - que, graças a DEUS,  foi EXTINTA no Brasil há 135 anos, pertence ao PASSADO e lá deve ficar.
Se formos retirar fatos históricos dos símbolos, logo surgirão propostas para retirar até da biografia de personalidades ou de atos o fato que a tornou uma personalidade ou colocou aquele ato em destaque.
Não será surpresa se logo pretenderem retirar da definição do que foi a LEI ÁUREA, a menção que foi através dela que foi extinta a escravidão no Brasil e da biografia da Princesa Isabel,  menção ao fato de ser ela a autora da referida lei.]

Proposta pelo deputado Rodrigo Lorenzoni (PL) e outros 19 parlamentares, a PEC visa impedir que se coloque em discussão as alterações dos trechos do hino"A nossa tradição e a nossa história mostram que somos um só povo", defendeu Rodrigo, filho do ex-ministro Onix Lorenzoni. Enquanto discursava na tribuna, manifestantes se viraram de costas para ele, em protesto.

Em oposição, a deputada Luciana Genro (PSOL) argumentou que há um "racismo intrínseco" na estrofe do hino do estado. "Nós ocupamos um lugar de privilégio em uma sociedade onde as pessoas negras são as que detêm os menores salários, detêm as menores oportunidades, trabalham nos serviços mais duros e vivenciaram, ao longo da história desse país, a crueldade e o crime da escravidão", pontuou.

Desde 1838, o hino do Rio Grande do Sul já foi alterado três vezes para retirar trechos considerados polêmicos. "O Hino Rio-Grandense que hoje é cantado possui uma história bastante peculiar. A partir de sua criação, muitas controvérsias se apresentaram no caminho até o formato atual. Existe o registro de três letras para a composição, desde os tempos do Decênio Heróico (como também se conhece a Revolução Farroupilha) até agora. Num espaço de tempo de quase um século, as três letras diferentes foram utilizadas até que uma comissão abalizada definisse o formato final", informa o governo.

A letra do hino é de Francisco Pinto da Fontoura, a música é de Comendador Maestro Joaquim José Mendanha e a harmonização de Antônio Corte Real. Parlamentares da oposição defenderam que o povo negro seja mais ouvido pela Assembleia Legislativa. "Esse debate só acontece porque pela primeira vez na história chegou uma bancada negra nesta Casa", disse a deputada Bruna Rodrigues (PCdoB).

Política - Correio Braziliense


segunda-feira, 10 de maio de 2021

Sem política de inclusão, elite das Forças Armadas não tem diversidade - O Globo

Apenas três dos 228 integrantes do alto escalão da Marinha e da Aeronáutica se declaram pretos; para órgãos há meritocracia [o destaque dado à Marinha e à Aeronáutica, não foi esquecimento e sim para destacar, como se falha fosse ,  uma situação que está mais presente nas  Forças citadas, por especificidades a elas inerentes.]

O topo da carreira nas Forças Armadas reproduz a desigualdade existente em outras instâncias de comando de instituições públicas e empresas privadas no país. Documentos de Marinha e Aeronáutica, obtidos pelo GLOBO via Lei de Acesso à Informação, mostram que apenas três integrantes da elite — todos da Força Aérea — se declaram pretos, em um universo de 228 militares do alto escalão. Os retratos, colocados lado a lado aos dos 172 colegas do Exército — que não dispõe dos dados, o que dificulta inclusive a mudança do quadro, segundo especialistas —evidenciam a falta de diversidade.

[A meritocracia é o mais importante para avaliar a competência das pessoas; a Constituição Federal decreta:  Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; 
Que sentido tem política de cotas disso e daquilo? 
- o que justifica preterir pessoas que a Constituição considera iguais, apenas por ser o escolhido, digamos, afrodescendente ou ter estudado em escola pública, ou por dezenas de outros motivos que os cotistas sempre arranjam.  Segundo a CF ambos são iguais, sendo o único critério lícito, ético, moral, o do MÉRITO. 
O critério que deve ser o primeiro a diferenciar iguais tem que ser a MERITOCRACIA]

Infográfico: Veja o retrato da desigualdade nas Forças Armadas

A representação de pretos na elite militar é apenas um quinto daquela encontrada na sociedade brasileira como um todo. Entre os oficiais-generais da ativa (nomenclatura que contempla o topo das três Forças), apenas 1,75% são pretos, número que vai a 9,4% na população geral. Como as informações dos dados oficiais nem sempre seguem o padrão de cor definido pelo IBGE — na Marinha, por exemplo, há a possibilidade de se autodefinir como “moreno” —, O GLOBO acrescentou à lista a observação das fotografias de todos os oficiais-generais. A identificação visual incorporou outros quatro oficiais pretos aos três autodeclarados, totalizando sete num universo de 400. Nenhum deles ostenta quatro estrelas, o grau máximo que um oficial da elite pode atingir.  [generais de duas, três ou quatro estrelas, pelo caráter especial da carreira, não podem ser escolhidos por critério que não seja o do MÉRITO.]

Os comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica brasileiras estão sob a tutela de 400 generais-oficiais na ativa. No entanto, apenas sete deles são de cor preta, ou 1,75% do total. A constatação parte da análise de documentos e dos retratos de generais de quatro, de três e de duas estrelas, as mais altas patentes das Forças.

Estudo sobre representatividade racial nos espaços decisórios da Aeronáutica, publicado no ano passado pela Escola Nacional de Administração Pública, apontou a ocorrência de “um importante quadro de desigualdade racial” na “distribuição de espaços de poder” da Força Aérea. O trabalho menciona, no entanto, que não se trata de uma particularidade, mas o “retrato fiel do quadro de exclusão social presente no Brasil”.

Em países com debate público sobre igualdade racial nas Forças Armadas, como os Estados Unidos, oficiais de cor preta representam 9% dos comandantes da instituição, percentual mais próximo à representação de pretos na população norte-americana — 13%, segundo o último Censo.

Diretor-executivo do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), o advogado Daniel Silveira ressaltou que a própria ausência de dados sobre militares em postos de comando reduz a capacidade de modificação do cenário: — A negação de discussão se equivale à negação da construção de um país mais inclusivo. Considerando que as Forças Armadas também são instituição pública e empregadora, você não pode simplesmente excluir dos espaços mais empoderados a população negra. Ela também quer se ver refletida neste espaço de decisão.

Silveira diz ser importante reconhecer que os pontos de partida para acesso a oportunidades não apenas no Exército, Marinha e Aeronáutica, mas em toda sociedade, são diferentes para cada grupo. — O próprio STF já afirmou que uma meritocracia que não considera os diferentes pontos de partida equivale a uma espécie de aristocracia velada.
[esqueceram de perguntar???  quantos ministros do STF são negros?
E, nos últimos cem anos quantos eram afrodescendentes?]

(...........)

Embora diga nunca ter se sentido vítima de preconceito ao longo da carreira militar, ele avalia que a “falta de oportunidade” e a má qualidade da educação em regiões periféricas contribuem para a baixa diversidade. No Exército, o general-de-brigada André Luiz Aguiar Ribeiro é o único de cor preta entre os 172 da elite. Procurado, ele afirmou que só poderia tratar do tema com autorização do Exército, o que não ocorreu.

Brasil - O Globo

 

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Derrota do racismo estrutural - Nas entrelinhas

A decisão de Lewandowski é histórica porque sinaliza para a população negra, principalmente os mais jovens, que a política pode deixar de ser um instrumento de discriminação racial 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, em memorável decisão, definiu, ontem, por medida liminar, os critérios para destinação de recursos do fundo eleitoral aos candidatos negros nas eleições municipais deste ano, com validade imediata, cabendo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definir outros critérios, se assim entender. Como o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, tem feito críticas duras ao racismo estrutural e questionado a sub-representação da população negra nos partidos e casas legislativas, muito dificilmente a decisão será revertida na sua essência, ainda que os partidos aleguem falta de tempo para se ajustar aos novos critérios. [ainda que os partidos se ajustem aos novos critérios - nos parece que alguma suprema decisão revogou disposição  da legislação eleitoral de que mudanças nas normas eleitorais só tenham validade no ano seguinte - um detalhe não pode ser cassado ao eleitor: o DIREITO SOBERANO e INALIENÁVEL de votar em quem quiser, no candidato de sua escolha.

É um direito que ainda que destinem todos os recursos para determinado grupo de eleitores, não obriga o eleitor escolher entre os favorecidos.

Agora que favorecer cidadãos em razão da cor de sua pele, em prejuízo de outros com a pele de cor diversa, deixou de ser racismo, passando a ser política afirmativa, tudo é válido.

Qualquer ato racista, quando praticado por brancos  ou em favor deles, passa a ser ação afirmativa. 

Oportuno não ir com muita sede ao pote, no implante de ações afirmativas, para que o racismo não se inverta - e os hoje acusados de racismo, passem a ser vítimas e com o respaldo legal.]

A liminar de Lewandowski é coerente com decisões anteriores sobre o mesmo tema, bem como a jurisprudência que vem sendo firmada tanto no Supremo Tribunal Federal (STF) quanto no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre a adoção de ações afirmativas com critério racial. No histórico julgamento da ADPF 186, que questionava o programa de cotas com critério racial na Universidade de Brasília, em 2011, o Supremo considerou improcedente o recurso apresentado pelo DEM e considerou as cotas raciais constitucionais. Relator do processo, Lewandowski sustentou que as cotas da UnB não eram desproporcionais ou irrazoáveis, mantendo a reserva de 20% das vagas para candidatos negros e indígenas. Os demais ministros acompanharam seu voto por unanimidade.

Na ocasião, Lewandowski ponderou que o Estado, com o fito de alcançar a igualdade material, deve desenvolver tanto políticas universais quanto afirmativas. Na mesma linha, o ministro Marco Aurélio Mello, interpretando a Constituição de 1988, que promoveu uma verdadeira revisão sobre a questão racial no Brasil, desenhou: “Pode-se dizer, sem receio de equívoco, que se passou de uma igualização estática, meramente negativa, no que se proibia a discriminação, para uma igualização eficaz, dinâmica, já que os verbos “construir”, “garantir”, “erradicar” e “promover” implicam mudança de óptica, ao denotar “ação”. Não basta não discriminar. É preciso viabilizar — e a Carta da República oferece base para fazê-lo — as mesmas oportunidades. Há de ter-se como página virada o sistema simplesmente principio lógico. A postura deve ser, acima de tudo, afirmativa.”

A decisão de ontem é histórica porque sinaliza para a população negra, principalmente os mais jovens, que a política pode deixar de ser um instrumento do racismo estrutural no Brasil para ser uma via de ascensão ao poder e uma alavanca para grandes mudanças na condição social dos negros brasileiros. Como na questão das cotas, tem esse papel simbólico, além de ser uma política de reconhecimento, de compensação pela discriminação e de promoção de novas lideranças negras. No fundo, é quase uma decorrência da política de cotas nas universidades e, inevitavelmente, acabará chegando formalmente, também, à contratação de trabalhadores e à composição da direção das empresas.

Partilha
De certa forma, essa questão já está posta, desde o julgamento de um mandado de segurança relatado pelo ministro Félix Fischer no STJ, a propósito de um concurso público para o cargo de enfermeiro do Hospital Universitário do Oeste do Paraná. O concurso foi anulado porque não estabeleceu cota para negros. Na ocasião, Fischer destacou que o Artigo 3º da Constituição tem por objetivos “a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; a erradicação da pobreza e da marginalização; a redução das desigualdades sociais e da pobreza e da marginalização; a redução das desigualdades sociais e regionais; e a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.

Por todos esses precedentes, dificilmente as regras estabelecidas por Lewandowski serão derrubadas pelos partidos. Ao contrário, seus dirigentes terão que rever os critérios de distribuição dos recursos, conforme as novas regras, para evitar problemas futuros com suas próprias candidaturas. Segundo Lewandowski, o volume de recursos destinados às candidaturas de pessoas negras deve ser calculado a partir do percentual dessas vagas dentro de cada gênero, e não de forma global. Isto é, primeiramente, deve-se distribuir as candidaturas em dois grupos — homens e mulheres. Na sequência, deve-se estabelecer o percentual de candidatas negras em relação ao total de femininas, bem como o percentual de candidatos negros em relação ao total de masculinos.[sobre cotas para mulheres candidatas, não configura preconceito, ou misoginia,  lembrar que no concernentes a cargos majoritários (especialmente no Executivo) votar em mulheres trouxe alguns contratempo: Dilma, Rosinha Garotinho e outras. Parte das mulheres eleitas para o Poder Executivo foi incompetente e/ou corrupta.]

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense


sábado, 16 de fevereiro de 2019

Conversa fiada - O que realmente sustenta o movimento em favor do crime é o interesse material dos advogados que o defendem



A cada dia que passa mais se firma a convicção de que o Brasil é um país realmente extraordinário nas  aberrações de sua vida pública; nada se verá de parecido no mundo atual, no passado e possivelmente no futuro. Há demonstrações diárias e concretas dessa degeneração psicótica das “instituições da sociedade civil”, cuja função, na teoria, é fornecer os parâmetros, a segurança e o equilíbrio para o país funcionar com um mínimo de chances. Faça o teste: daqui para frente, ao acordar de manhã a cada dia, verifique se você consegue chegar até a noite sem ser atropelado por algum absurdo de primeira classe produzido pelos que resolvem como será a sua existência, quais as suas obrigações e qual o custo a pagar para viver por aqui.

Conseguiu? Impossível, a rigor, não é; mas a experiência mostra que é muito difícil. Acabamos de viver, justo agora, um dos grandes momentos deste processo permanente de depravação de valores, conduzido pelos peixes mais graúdos da “organização social” brasileira. O ministro da Justiça, Sergio Moro, apresentou, apenas 30 dias após chegar ao governo, um conjunto de medidas essenciais, urgentes e tecnicamente impecáveis para combater o crime e a corrupção que fazem do Brasil um dos países mais lamentáveis do planeta. E de onde vem, de imediato, a oposição mais enfurecida contra as medidas de Moro? Não dos criminosos ─ de quem, aliás, não se perguntou a opinião. A guerra contra a proposta vem da Ordem dos Advogados do Brasil, de juízes do Supremo Tribunal Federal, de integrantes do Ministério Público, dos filósofos que frequentam o mundo das comunicações e por aí afora. É uma espécie de ode ao suicídio.

O resumo da opera é o seguinte: todas essas forças, mais as diversas tribos de defensores do “direito de defesa”, acham que o grande problema do crime no Brasil é que existe punição demais para os criminosos, e não de menos. Há excesso de presos sofrendo dentro dos presídios, argumentam eles. A noção de que a impunidade incentiva diretamente o crime, segundo as mesmas cabeças, é uma construção da “direita branca”, da classe média e dos grandes interesses econômicos para impedir a organização dos pobres e sua ascensão social. Na visão do PT, expressa de imediato pelo professor Fernando Haddad, o ministro Moro está errado porque não propôs nada contra a verdadeira criminalidade no Brasil: ela está no “genocídio da população negra”, na “letalidade da polícia” e no “excesso de lotação nos presídios”. O pacote de Moro, segundo todos, é “apenas repressivo” ─ e crime, como se sabe hoje em dia, não pode mais ser combatido com repressão. O que o governo deveria fazer, então? Deveria estabelecer “canais de diálogo” com a sociedade, promover o “desarmamento da polícia”, para evitar a morte de “suspeitos da prática de crimes”, a soltura de presidiários que estão “desnecessariamente” nos presídios, a redução no “excesso de prisões” e mais o que se pode imaginar no gênero.

Muito pouco disso, na verdade, é fruto da inocência ou da compaixão pelo ser humano. O que realmente sustenta o movimento em favor do crime, sempre disfarçado como ação para promover os direitos legais dos criminosos, é o interesse material dos advogados que os defendem.

Esqueça a massa de pobres diabos amontoados no presídio de Pedrinhas ou algum outro inferno parecido: esses aí, a OAB e os escritórios de advocacia milionários, querem mais é que se lixem. O que lhes interessa, mesmo, é manter, ampliar e criar leis e regras que permitam deixar eternamente em aberto os processos contra os clientes que lhes pagam honorários de verdade. São os corruptos, traficantes de drogas, contrabandistas de armas, empresários, sonegadores de imposto ─ as “criaturas do pântano”, de que fala o ministro Paulo Guedes. O resto é pura conversa fiada. O que importa, mesmo, é que a culpa do réu nunca seja “provada em definitivo”. Enquanto houver crimes e processos que não acabam, haverá cada vez mais fortunas em construção. [um dos maiores absurdos é que criminosos condenados tipo Beira-mar, Marcola,  Lula, Elias Maluco e outros tenham direito a privacidade de qualquer espécie;

a primeira medida a ser removida é a que permite sigilo entre advogado e preso - óbvio que existem advogados honestos, que não confundem defender o acusado com ser portador de recados, mas, tem muitos que são pilantras (os inúmeros flagrantes comprovam isso) que facilitam a comunicação dos seus clientes presos com os bandidos que estão fora e tudo protegido pelo manto absurdo do sigilo na comunicação preso x advogados = as leis existem e devem ser obedecidas, mas, quando necessário, no interesse de um bem maior, podem, e devem, ser modificadas.]

Revista Exame

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Bolsonaro defende que áreas quilombolas possam ser vendidas



Denunciado por racismo, presidenciável fez proposta em vídeo publicado em rede social

Denunciado por racismo pela Procuradoria-geral da República (PGR) por declarações sobre quilombolas, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) defende que as áreas destinadas a esses povos possam ter mineração e até serem vendidas. Bolsonaro apresentou essas propostas em um vídeo publicado nas redes sociais de Paulo Quilombola, da Federação das Comunidades Quilombolas do Estado do Pará, que declarou apoio ao pré-candidato do PSL. A gravação foi feita nesta semana no gabinete do deputado.  — Seu povo, seus irmãos, têm problemas. E o grande problema chama-se governo federal. Eles querem ser libertos, para ter liberdade para poder trabalhar dentro da sua comunidade, acho até que se quiser vender aquela área quilombola, que venda, opinião minha. Se quiser explorar, tirar por exemplo minério, ter maquinário, a exemplo do seu irmão fazendeiro do lado, se quiser, poder explorar de forma racional seus recursos naturais igual ao fazendeiro do lado — afirma Bolsonaro.

Paulo apoia as ideias do candidato na gravação.  — Queremos autonomia, liberdade de decisões e um presidente com pulso firme, porque todos os que passaram até agora nos prenderam, nos amordaçaram — afirma Paulo Quilombola.
Em 2017, Bolsonaro fez uma palestra no Clube Hebraica, no Rio, e, segundo a procuradora-geral Raquel Dodge, ofendeu e depreciou a população negra e indivíduos pertencentes às comunidades quilombolas. No Hebraica, o deputado disse, por exemplo, que visitou uma comunidade quilombola e “o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas”. Disse ainda que os moradores do local “não fazem nada” e “nem para procriar servem mais”.

No vídeo divulgado por Paulo Quilombola, o candidato diz que suas propostas são para que as comunidades se integrem e "para acabar com aquela história de que vocês estão lá, recebem recursos do estado e não são produtivos". Bolsonaro fala ainda que a mesma situação ocorre com os indígenas. Afirma ter ouvido de colegas das Forças Armadas que os indígenas desejam energia elétrica, médico, dentista, entre outras coisas.  — Hoje grande parte deles estão confinados em terras indígenas como se fossem animais em zoológicos. Temos que dar liberdade — afirmou o candidato.

Paulo Quilombola organizará um evento com Bolsonaro em Parauapebas (PA) no próximo dia 13. Ele é questionado por entidades que não o consideram um representante legítimo do movimento. A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas chegou a divulgar em abril uma nota assinada por dez entidades do Pará com críticas a Paulo.
 “Isto posto, as Entidades do movimento negro e quilombola do estado do Pará, abaixo nominadas, manifestam o seu repúdio as práticas aviltantes desse senhor exteriorizadas pelos seus discursos de ódio contra muitas de nossas lideranças quilombolas, entre outras, tendo como pessoal e único interesse (o que nos parece o mais grave) desmantelar todo o processo político até aqui construído por instituições sérias do nosso movimento”, diz a nota.

No vídeo em que declara apoio a Bolsonaro, veiculado pelo deputado em suas redes sociais na semana passada, Paulo Quilombola afirma que apoiará o presidenciável para que ocorram mudanças no movimento negro. Diz ainda que o engajamento na campanha poderá fazer com que tenha de sair do estado do Pará. O GLOBO não conseguiu contato com Paulo Quilombola.

 

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Vídeo ensinando população negra como agir durante intervenção viraliza na internet

Em pouco mais de 24 horas, imagens foram vistas por mais de 900 mil pessoas e compartilhadas por outras 32 mil

Ativistas ensinam população negra a agir durante intervenção e publicação viraliza (VÍDEO)

Um vídeo contendo dicas sobre como a população negra das comunidades do Rio deve agir durante a intervenção na segurança pública do Rio viralizou na internet neste fim de semana e, em pouco mais de 24 horas, foi visualizado por mais de 900 mil pessoas e compartilhado por outras 32 mil. Nas imagens, que têm duração de três minutos e vinte e cinco segundos, o repórter do FaveladaRocinha.com, Edu Carvalho e os youtubers Spartakus Santiago e AD Junior ensinam, por exemplo, como se portar numa blitz ou numa abordagem feita por policiais ou agentes das Forças Armadas. É triste ter esse vídeo, pensar esse vídeo, publicar esse vídeo. Mas é altamente necessário porque a gente sabe bem que a partir do momento que começa a intervenção militar quem irá sofrer as consequências no final da história, principalmente dentro das favelas. É o que a gente sempre fala quando tem incursão policial ou militar nas favelas: quem sofre é o preto, pobre e favelado. Isso sem sombra de dúvida e não é vitimismo — afirma Edu Carvalho.

A iniciativa partiu dos três amigos que participam do vídeo e teve como inspiração uma imagem, com teor semelhante, postada na manhã de sexta-feira pelo ator Rodrigo França em sua rede social. Segundo Edu, no mesmo dia eles acharam que valeria a pena fazer a gravação, ampliando as dicas que já haviam sido mostradas anteriormente. O vídeo intitulado “Intervenção do Rio: dicas para sobreviver a uma abordagem indevida” foi postado inicialmente na página do facebook do youtuber Spartakus Santiago e logo viralizou.
Entre as recomendações está evitar sair de casa em altas horas. “Infelizmente à noite, a partir do olhar do outro, você é não somente negro, mas bandido e apresenta perigo”, alerta o vídeo. Em caso de sair de casa, pede que a pessoa não esqueça de levar documentos, priorizando a carteira de identidade e a de trabalho, além do celular com a bateria carregada. “É com ele que você consegue fazer não só ligações mas as gravações e também consegue compartilhar com seus amigos e familiares sua localização”, orienta.
O vídeo ensina também como fazer a gravação de modo que o registro sirva para provar suposto abuso de poder. Algumas sugestões podem parecer curiosas, mas possuem precedentes. 

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui