O
presidente Jair Bolsonaro disse que o coronavírus está indo embora do
Brasil. Em que país ele vive? Ocorre justamente o contrário: o
coronavírus espalha-se a galope pelo país, infectando e matando em maior
número. E assim será pelos próximos dois meses, segundo o ministro Luiz
Henrique Mandetta, da Saúde.
Quem pode estar indo
embora do governo é Mandetta. A não ser que Bolsonaro engula mais um
sapo indigesto que ele lhe serviu ontem ao dizer em entrevista ao
Fantástico, da Rede Globo, que está ministro, não é ministro. E que o
brasileiro fica cada vez mais confuso quando ele diz uma coisa e
Bolsonaro o oposto.
Vai encarar, presidente?
Está disposto a demitir seu ministro da Saúde em meio à pandemia que só
por aqui infectou 22.169 brasileiros até ontem, matando 1.223? E logo
agora quando o vírus começa a alcançar os que não fazem parte dos
chamados grupos de risco como idosos e vítimas de outras doenças? [o governador de São Paulo segue a cartilha do Mandetta - ou o ainda ministro segue a do governador???;
seja quem for o mentor e o seguidor,fato é que Doria - eleito graças ao BOLSOdoria - governa o estado com maior índice de letalidade.]
Na última segunda-feira
quando parecia estar por um fio, Mandetta participou da reunião mais
tensa de sua vida. Foi com Bolsonaro no Palácio do Planalto, e mais uma
dezena de ministros. Saiu faíscas, apagadas pelos ministros empenhados
em evitar que Mandetta pedisse demissão ou que Bolsonaro o demitisse. A certa altura, Mandetta
disse com todas as letras a Bolsonaro: “Enquanto eu for ministro da
Saúde, sou eu que mando ali, não o senhor”. Para surpresa geral, o
presidente calou-se. Mais tarde, em confidência a um amigo, o general
Fernando de Azevedo e Silva, ministro da Defesa, comentou ainda
perplexo com a cena:
– Você me conhece. Saber que sou um conciliador. Mas naquele momento, se eu fosse o presidente, teria demitido Mandetta.
O problema de Bolsonaro é
que ele se convenceu de que demitir Mandetta não seria um bom negócio.
No caso, ficaria como o único responsável pelos estragos que o vírus
causará ao país. Bolsonaro prefere fritar Mandetta em público e espera
que, enfraquecido, ele se enquadre ou abandone o paciente. A queda de braço entre os
dois parece próxima do fim. Nem Mandetta suporta mais Bolsonaro, nem
Bolsonaro a ele.
Mandetta quer salvar vidas. Bolsonaro, a Economia. [o CAOS na economia leva ao desabastecimento, à fome, à inanição = esta tem um índice de letalidade de 100%.
O Presidente da República, JAIR BOLSONARO, é mais ousado e dedicado, ele quer salvar vidas e a economia.] A
paciência do ministro esgotou-se. Resta saber quem tomará a iniciativa
da separação.
Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - VEJA