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segunda-feira, 13 de abril de 2020

Quem piscará primeiro – o presidente ou o ministro? - VEJA - Blog do Noblat

O presidente Jair Bolsonaro disse que o coronavírus está indo embora do Brasil. Em que país ele vive? Ocorre justamente o contrário: o coronavírus espalha-se a galope pelo país, infectando e matando em maior número. E assim será pelos próximos dois meses, segundo o ministro Luiz Henrique Mandetta, da Saúde.

Quem pode estar indo embora do governo é Mandetta. A não ser que Bolsonaro engula mais um sapo indigesto que ele lhe serviu ontem ao dizer em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, que está ministro, não é ministro. E que o brasileiro fica cada vez mais confuso quando ele diz uma coisa e Bolsonaro o oposto.

Vai encarar, presidente? Está disposto a demitir seu ministro da Saúde em meio à pandemia que só por aqui infectou 22.169 brasileiros até ontem, matando 1.223? E logo agora quando o vírus começa a alcançar os que não fazem parte dos chamados grupos de risco como idosos e vítimas de outras doenças? [o governador de São Paulo segue a cartilha do Mandetta - ou o ainda ministro segue a do governador???; 
seja quem for o mentor e o seguidor,fato é que Doria - eleito graças ao BOLSOdoria - governa o estado com maior índice de letalidade.]

Na última segunda-feira quando parecia estar por um fio, Mandetta participou da reunião mais tensa de sua vida. Foi com Bolsonaro no Palácio do Planalto, e mais uma dezena de ministros. Saiu faíscas, apagadas pelos ministros empenhados em evitar que Mandetta pedisse demissão ou que Bolsonaro o demitisse. A certa altura, Mandetta disse com todas as letras a Bolsonaro: “Enquanto eu for ministro da Saúde, sou eu que mando ali, não o senhor”. Para surpresa geral, o presidente calou-se. Mais tarde, em confidência a um amigo, o general Fernando de Azevedo e Silva, ministro da Defesa,  comentou ainda perplexo com a cena:
Você me conhece. Saber que sou um conciliador. Mas naquele momento, se eu fosse o presidente, teria demitido Mandetta.

O problema de Bolsonaro é que ele se convenceu de que demitir Mandetta não seria um bom negócio. No caso, ficaria como o único responsável pelos estragos que o vírus causará ao país. Bolsonaro prefere fritar Mandetta em público e espera que, enfraquecido, ele se enquadre ou abandone o paciente. A queda de braço entre os dois parece próxima do fim. Nem Mandetta suporta mais Bolsonaro, nem Bolsonaro a ele. 
Mandetta quer salvar vidas. Bolsonaro, a Economia. [o CAOS na economia leva ao desabastecimento, à fome, à inanição = esta tem um índice de letalidade de 100%.
O Presidente da República, JAIR BOLSONARO, é mais ousado e dedicado, ele quer salvar vidas e a economia.] A paciência do ministro esgotou-se.  Resta saber quem tomará a iniciativa da separação.

Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - VEJA


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