Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
É claro que nenhum governo pode apresentar resultados em
um mês. Mas o problema é que está sendo feito um esforço inédito na
história deste país para não se chegar a resultado nenhum
Ministros do governo Lula - Foto: Ricardo Stuckert/Flickr
Não, não é você que não está entendendo direito as coisas.Não, você não
viu este filme antes — e se não consegue achar pontos de contato entre o
terceiro governo Lula e os seus dois governos anteriores é porque não
há pontos de contato entre um e os outros. O fato puro e simples,
embora haja pouco de simples e nada de puro nisso tudo, é que o Lula de
20 anos atrás não existe mais.
É um outro homem que vive hoje no Palácio
do Planalto — e ele está fazendo um governo incompreensível nestes seus
primeiros 30 dias no comando do país.
Os circuitos normais do
pensamento político não estão funcionando.
Está fora do ar, também, a
lógica habitual da administração pública.
O presidente, dia após dia,
repete declarações que não têm nada a ver com nada; a única preocupação
que demonstrou, até agora, é a de manter o Brasil em guerra.
Os
ministros e o resto do primeiro escalão não fizeram um único dia de
trabalho útil de 1º de janeiro para cá; em vez disso, produzem
manifestos. Os sinais vitais da atividade normal de governar estão
frouxos. O sistema, como se diz hoje, parou de responder. [o melhor para o Brasil e para milhões e milhões de brasileiros é que pode piorar e VAI PIORAR - e quem vai produzir a PIORA é o próprio governo Lula.]
O Brasil precisa de emprego, de renda e do investimento indispensável para uma coisa e outra
O principal comprovante da trava geral que o país vive neste momentoé
a recusa do governo em fazer qualquer movimento que possa se conectar
com a ideia básica de produzir.
Nada do que se fez até agora conduz à
produção de um único parafuso — e, como consequência direta e óbvia
disso, não há perspectiva da mínima melhoria em qualquer aspecto da vida
real do cidadão.
Lula e o seu entorno, nas decisões que estão tomando,
agem como se fossem contra a produção — ou, pior ainda, como se não
soubessem o que é produção, e nem como funcionam os circuitos
produtivos mais elementares de uma economia.
É claro que nenhum governo
pode apresentar resultados em um mês; já está muito bom se realmente
fizer alguma coisa que preste em quatro anos, ou pelo menos se não
piorar muito aquilo que se tem hoje.
Mas o problema, visível a cada
gesto do presidente ou de quem manda em algum pedaço do seu governo, é
que está sendo feito um esforço inédito na história deste país para não
se chegar a resultado nenhum, nunca. O Brasil precisa de emprego, de
renda e do investimento indispensável para uma coisa e outra. A imensa
maioria dos brasileiros precisa, desesperadamente, adquirir mais
conhecimento para ganhar mais com o seu trabalho.
Precisa, é óbvio, que
haja mais oferta do que demanda de emprego — a única maneira coerente
para os trabalhadores conseguirem uma remuneração maior do que têm.
Precisa de mais competição para que se possam gerar produtos de melhor
qualidade, em maior escala e a preços menores. Precisa de assistência
médica mais decente da que recebe hoje, de água e esgoto e de mais
proteção contra o crime.
É uma agenda absolutamente básica — e o
governo, até agora, está fazendo questão fechada de só tomar decisões
frontalmente contrárias a tudo isso. É pior do que ficar parado. É andar
para trás.
O governo Lula montou uma equipe de 900 pessoas, nada menos que 900,
para preparar a “transição”. O presidente se orgulhou, a propósito, por
ter começado a governar “antes da posse”. Conseguiu uma licença para
gastar R$ 170 bilhões, já agora, acima do que a lei permite.
E o que foi
feito, na prática, para se conseguir um avanço mínimo, um único que
seja, em relação a qualquer das questões mencionadas no parágrafo
anterior? A resposta é: três vezes zero.
Isso fica comprovado com um
exame elementar, ponto por ponto, de tudo o que o novo governo fez nos
últimos 30 dias.
Um dos principais esforços da atuação pública do
presidente, por exemplo, é procurar uma briga com os militares. Já disse
que “perdeu a confiança” em parte das Forças Armadas, demitiu o
comandante do Exército e, no momento, está perseguindo com demissões até
cabos e sargentos que servem à Presidência e suas vizinhanças.
Que
brasileiro de carne e osso ganha alguma coisa com isso, no mundo das
questões práticas?Nenhum. Na mesma balada, Lula disse que os
empresários brasileiros não trabalham; o empresário,afirmou ele no novo
departamento de propaganda do governo criado dentro da Rede Globo, “não
ganha muito dinheiro porque ele trabalhou, mas porque os trabalhadores
dele trabalharam”. É falso.
Há neste momento 20 milhões de empresas em
funcionamento no Brasil; cada uma tem pelo menos um dono.
Lula está
chamando de “vagabundos”, então, essa multidão toda?
Já tinha dito que
uma parte do agronegócio, atividade essencial para o funcionamento da
economia brasileira de hoje, é “fascista”. De novo:qual o proveito que a
população pode tirar de um insulto gratuito como esse?
O que se tem,
tanto num caso como no outro, é a aberta hostilidade do governo à
atividade de produzir. O recado é: “Você produz alguma coisa? Então o
governo vai tratar você como inimigo, principalmente se o seu negócio
estiver dando certo”.
Que raio de“distribuição de renda”é essa, que transfere
cada vez mais riqueza da população para o cofre do Estado e para as
contas bancárias dos sócios-proprietários do governo?
Para além do palavrório de Lula, essa ira explícita contra o mundo na
produção fica clara na questão dos impostos. Num país de renda média
baixa, que não cresce de forma consistente, em grande parte, por causa
do excesso de impostos que a população paga, o governo quer socar ainda
mais imposto em cima do país — o contrário, exatamente, do que deveria
estar fazendo se estivesse interessado em progresso econômico e
desconcentração de renda.
O ministro da Fazenda já ameaçou: “muita
gente”, disse ele, “não paga imposto” neste país. Sério? Que “muita
gente” é essa? O ministro não diz — e nem poderia dizer, porque não
sabe.
Na verdade, não tem nenhum interesse em saber; seu único propósito
é cobrar mais. É um impulso suicida:
- como, num Brasil que arrecadou R$ 3
trilhões em 2022 nos três níveis de governo, dos quais 2 trilhões
ficaram nos cofres da União, o ministro pode achar que a população está
pagando pouco imposto?
Quanto que ele quer, então? O governo mostra sua
verdadeira cara, em matéria fiscal, numa das principais decisões que
tomou a respeito do assunto nestes seus primeiros dias: não vai dar a
isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês, ao
contrário do que Lula tinha prometido na campanha. Deve ser essa a nova
política de “incluir os pobres no orçamento” — eles entram no orçamento,
sim, mas do lado de quem paga.
Do lado de quem ganha estão os artistas
da “Lei Rouanet”.Não há dinheiro para reduzir em um tostão o IR dos
pobres (ou Lula acha que quem ganha R$ 5.000 por mês é rico?),mas já sobrou R$ 1 bilhão para os artistas.
Se está desse tamanho em apenas um
mês, onde vai estar daqui a um ano? Ninguém sabe. O que se sabe,
perfeitamente, é que a pobrada vai continuar pagando. Afinal, eles têm
de estar “no orçamento”, não é mesmo?
Como é possível um cidadão brasileiro ganhar alguma coisa
juntando a sua moeda,que no momento circula dentro de uma inflação
inferior a 6% ao ano,com a moeda de um país que está com a inflação
perto dos 100%?
Não pode haver nada mais hostil à produção de um país do que cobrar
imposto da maneira burra, safada, irresponsável e desproporcional às
condições reais da economia como se faz hoje no Brasil — mas o PT quer
piorar o que já é péssimo. Também não pode haver maneira mais eficaz de
concentrar renda. É o contrário, exatamente, do que dizem Lula, o PT e
os cérebros econômicos da esquerda.
Eles dizem que precisam de mais
impostos para “dar aos pobres”. É mentira. Os pobres ficam com umas
esmolas em dinheiro e um serviço público abaixo da crítica.
O coração
daqueles 3 trilhões mencionados acima vai para o bolso das castas
superiores do funcionalismo público, essas onde se ganha de R$ 30.000
por mês para mais, e todo o monumental sistema de despesas que têm em
torno de si.
A isso se soma o pagamento de juros inevitável para um
Estado que gasta mais do que pode e o universo de parasitas,
aproveitadores e piratas que se cola no governo — empreiteiras de obras
públicas, fornecedores de tudo, beneficiários do BNDES (nacionais e, de
novo, “latino-americanos”), empresários com carteirinha de “amigo” e por
aí se vai.
Que raio de “distribuição de renda” é essa, que transfere
cada vez mais riqueza da população para o cofre do Estado e para as
contas bancárias dos sócios-proprietários do governo? É concentração,
direto na veia, e Lula está querendo concentrar mais.
E o que se pode dizer de outra das realizações mais ruidosas deste
terceiro governo Lula — a “moeda latino-americana”, anunciada de novo
num discurso sem pé nem cabeça que o presidente fez em sua viagem à
Argentina? Como é possível um cidadão brasileiro ganhar alguma coisa
juntando a sua moeda, que no momento circula dentro de uma inflação
inferior a 6% ao ano, com a moeda de um país que está com a inflação
perto dos 100%?
É uma construção impossível — como querer montar uma
casa, numa armação de Lego, com as peças de um tanque de guerra. Lula
diz que “há países” que “às vezes precisam de dólares” para cumprir os
seus compromissos e que a “moeda sul-americana”, aí, iria ajudar. É
mesmo?Vamos tentar entender.
Esse “alguns países” é a Argentina. O
Brasil, que segundo Lula foi totalmente quebrado pelo governo anterior,
tem no momento acima de US$ 320 bilhões em reservas internacionais.
A
Argentina não tem um tostão furado, deve a meio mundo, não paga ninguém e
vive pedindo dinheiro para o FMI, que não quer dar mais — mesmo porque
os seus diretores não querem acabar na cadeia por fazer empréstimos que
não vão ser pagos. Muito bem:
- Lula inventou que o Brasil, que não
consegue cuidar da população brasileira com um mínimo de decência, tem
de dar dinheiro para a Argentina. Como um governo pode criar riqueza
jogando fora os seus dólares? Que diabo os pobres ganham com isso?
O
Brasil, segundo a ministra do Meio Ambiente, tem “120 milhões de pessoas
passando fome” neste momento; Lula, ao que parece, se contenta com “33
milhões”.
Em qualquer dos casos, como um país nesse estado de desgraça
pode emprestar, ou doar, dinheiro a um dos maiores caloteiros da finança
mundial no momento?
Lula disse que tinha “orgulho”do tempo em que o BNDES emprestava
dinheiro, muitas vezes não pago até hoje, para a “América Latina” —
portos, metrôs, gasodutos e outros portentos em países como Cuba,
Venezuela e daí para baixo. Orgulho? Como assim?
Ele teria de ter
orgulho de um BNDES que ajudasse o povo brasileiro,e não do escândalo
de mandar para bolsos estrangeiros dinheiro que pertence à população
deste país.
Lula não explicou, também, o que o Brasil poderia fazer com
os “surs”, ou seja lá o nome que derem à tal moeda, que vai
receber da Argentina em troca dos empréstimos e exportações brasileiras —
comprar coca da Bolívia, talvez?
Não vai conseguir, é óbvio, nem 1
litro de petróleo da Arábia Saudita, ou um rolo de arame farpado da
China; ali a conversa é em dólar.
Também não há nenhuma explicação
lógica para a ideia de montar em meia hora uma moeda internacional.
A
Europa levou 40 anos para chegar ao euro; Lula vai fazer melhor?
É tudo
um disparate gigante. É claro que toda essa história de “moeda
latino-americana”pode ser apenas um biombo para as trapaças de sempre; o
que estão querendo, mesmo, é o dinheiro do BNDES, como já se viu
durante anos. Nesse caso, tudo só fica pior ainda.
Há, enfim, a grande ideia fixa do Lula “modelo 2023” e do seu governo
— a repressão a quem não concorda com ele, e sobretudo a quem não
concorda em público.Quantos empregos o presidente pretende criar no
Brasil com o “controle social da mídia”?
Quantos por cento o PIB vai
aumentar com isso — ou quantos bilhões em investimento produtivo vão
sair daí?
O governo já tinha anunciado seu projeto de mudar o Código
Penal para criminalizar as manifestações de rua que julgar
inconvenientes.
Os crimes de “golpe de estado” e de “abolição violenta
do estado de direito”,previstos no artigo 359 do Código Penal,só podem
ser cometidos, hoje, se for usada violência ou grave ameaça; - Lula quer
incluir nisso os protestos públicos que julgar “antidemocráticos”.
Seu
último feito foi anunciar a criação de uma “Secretaria Nacional de
Promoção da Liberdade de Expressão”, apresentada pelo consórcio da mídia
como um órgão destinado à virtuosa tarefa de “combater a
desinformação”.
É um desvario de classe mundial. Desde quando, na
história humana, a liberdade de expressão precisou ser “promovida” por
um governo?
Como “promover” a livre opinião montando uma equipe de
vigilantes para controlar o que se diz, se mostra ou se escreve nas
redes sociais ou nos meios de comunicação? O que eles vão fazer, ou
tentar fazer, é censura — vão proibir, unicamente isso.
Ou alguém
imagina que vão incentivar a crítica ao governo e aumentar a liberdade
de expressão?
O Lula de hoje e os extremistas, aventureiros e
assaltantes do Erário que controlam todos os postos-chave do governo— e
parecem, cada vez mais, falar e decidir por ele — não têm compromisso
com o mundo das realidades. Ignoram que o Brasil precisa trabalhar para
prover as necessidades básicas de 215 milhões de pessoas. Estão querendo
criar um Brasil só para eles.
Como Lula transformou a Rede Globo, maior emissora do país, em um ‘puxadinho’ do PT
Aparições de Janja em programas e artigos do Grupo Globo | Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução
Historicamente chamada de “golpista” por militantes, intelectuais e políticos petistas, a Rede Globo está disposta a deixar essa marca no passado. Não sem motivo. A maior emissora do país, outrora irrigada com pomposa verba publicitária estatal, sofreu períodos de abstinência nos últimos anos. Vale tudo para encher novamente os cofres. Até mesmo transformar-se numa espécie de departamento de propaganda não-oficial do “lulopetismo”.
A primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, é o símbolo da conversão do plim-plim. A mulher do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi uma das convidadas especiais do programa Altas Horas, que, no sábado 7, homenageou o cantor Milton Nascimento. As câmeras da emissora buscavam Janja em praticamente todos os momentos. A cada música, um close-up. Ao fim do programa, o apresentador Serginho Groisman direcionou sua fala à primeira-dama. “Sei que teremos, a partir de agora, mais luz e mais esperança em nosso país”, afirmou.
É a terceira grande aparição de Janja na Globo desde as eleições. Em novembro, a primeira-dama concedeu uma entrevista às jornalistas Maju Coutinho e Poliana Abritta, no Fantástico. Na ocasião, disse que gostaria de “ressignificar o conteúdo do que é ser primeira-dama”. Acabou sendo escalada para organizar a cerimônia de posse do presidente eleito.
Para dar credibilidade às críticas de Janja, a TV mobilizou sua equipe de edição de arte. Os profissionais criaram um “antes” e “depois” do Alvorada. Quem passou pelo canal “zapeando” estranhou e, por alguns instantes, achou que caíra num programa da GNT ou da Discovery H&H, com dicas de reforma de casas.Na Globo, o “antes” mostrou imagens sem brilho nem iluminação, e o “depois” ressaltou justamente… O brilho e a iluminação. O caso virou meme.
Michelle Bolsonaro alegou que o Alvorada se manteve preservado no mandato anterior, especialmente por se tratar de um patrimônio público. A ex-primeira-dama também criticou os gastos relacionados à reforma do edifício durante o governo Lula, em 2006. A obra custou R$ 18 milhões e foi financiada por 20 empresários ligados à Associação Brasileira de Indústria de Base (Abdib). “Prezando sempre o respeito pelo contribuinte, trouxemos nossos móveis do Rio de Janeiro e reutilizamos as panelas, os talheres, os copos, as toalhas e os lençóis que já pertenciam à residência presidencial”, escreveu Michelle.
A entrevista da atual primeira-dama à revista Vogue, do Grupo Globo, foi ao ar em 6 de janeiro — apenas um dia depois da “vistoria” do Alvorada. Seria a terceira tentativa de promover a imagem da petista. “Sou deste jeito: muito expansiva”, salientou. “Converso, canto, danço sozinha em casa. Não vou ser diferente porque tenho de ser a mulher ‘certinha’ do presidente da República. Tenho uma história de vida que me dá condições para discutir algumas coisas.”
‘Não deve nada à Justiça’ Mas não é apenas de Janja que vive a Globo. Lula também abastece a nova máquina de propaganda do Projac. Ainda durante as eleições presidenciais, o petista recebeu as bênçãos dos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos. “O senhor não deve mais nada à Justiça”, disse o âncora ao então candidato à Presidência, durante entrevista no Jornal Nacional. Renata assentiu com a cabeça e mostrou-se afável ao sabatinado. “Bonner e Renata ouviram com o coração em descompasso os ataques a Bolsonaro, e contemplaram com cara de paisagem as críticas a Lula”, observou o colunista Augusto Nunes, em artigo publicado na Edição 127 da Revista Oeste. “A dupla do Jornal Nacional fez o que pôde para confirmar que o estúdio da Globo virou comitê eleitoral, promovida a palanque de Lula ao longo da sabatina de araque.O que se viu foi um comício da alma viva mais pura do planeta,como garante o ex-presidiário tão orgulhoso do alentado prontuário policial que se refere a si próprio na terceira pessoa do singular.”
Nunes acrescenta que Bonner“fingiu ignorar que Lula está em liberdade não por ter sido inocentado, mas pela chicana parida pelo ministro Edson Fachin e avalizada pela maioria do Supremo Tribunal Federal”. “Ao inventar a Lei do CEP, que transferiu para Brasília os processos que envolveram o ex-metalúrgico que enriqueceu sem emprego fixo, o rábula de toga sentenciou à morte por prescrição de prazo decisões de nove juízes de três instâncias que condenaram Lula a uma longa temporada na cadeia pelas negociatas expostas nos casos do triplex do Guarujá e do sítio em Atibaia. Na sabatina, o termo Mensalão foi mencionado uma única vez. Petrolão, nenhuma”, afirmou.
A sabatina com Bolsonaro teve um desfecho diferente. Bonner abriu a entrevista com uma pergunta que consumiu 110 palavras, por exemplo. Com 212, lembrou o site Poder360, Abraham Lincoln produziu o Discurso de Gettysburg — uma das maravilhas da retórica universal. Em razão do palavrório do âncora, o então candidato à reeleição brincou: disse ter ficado feliz de ter testemunhado o “Pronunciamento à Nação de William Bonner”.
Os jornalistas falaram durante 40% do tempo destinado à sabatina de 40 minutos.
‘Nuvens bonitas’
Os afagos entre Globo e Lula se acentuaram depois das eleições. Na transmissão da cerimônia de posse, por exemplo, enquanto o petista se aproximava do Congresso Nacional para ser empossado na Câmara dos Deputados, Bonner celebrou a paisagem que se formava atrás do presidente. “São imagens muito bonitas”, ressaltou o âncora do Jornal Nacional. “Bonitas também porque estão coroando o processo democrático de uma eleição. São imagens para a História. Até as nuvens de Brasília parece que ficaram mais bonitas hoje, para que o quadro tivesse essas cores.”
Bonner continuou o discurso. “É um clima muito tranquilo em Brasília, muito diferente do que o noticiário pós-eleição pudesse sugerir”, considerou.
Propaganda cinematográfica Mas a história não termina aí. Na mesma semana em que Lula vestiu a faixa presidencial, a GloboNews exibiu o documentário Visita, Presidente. Trata-se de um registro dos 580 dias em que o petista ficou preso na Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba. A produção mostra como o período de cárcere dialoga com aquele que promete ser o governo petista.
“São imagens muito bonitas”, ressaltou o âncora do Jornal Nacional. “Bonitas também porque estão coroando o processo democrático de uma eleição. São imagens para a História. Até as nuvens de Brasília parece que ficaram mais bonitas hoje, para que o quadro tivesse essas cores”
“O documentário é resultado de um trabalho intenso de apuração que realizei em busca da história daqueles dias na prisão e de como isso nos ajuda a entender o presente”, explicou Julia, roteirista do longa-metragem. “A rotina, as visitas, as articulações políticas nesses 580 dias transformaram Lula no 39º presidente do Brasil. O petista não chega ao Palácio do Planalto sozinho; leva consigo as testemunhas que acompanharam de perto aquilo não pudemos ver.”
No filme, há depoimentos inéditos da primeira-dama, Janja; do ministro da Fazenda, Fernando Haddad; do fotógrafo oficial de Lula, Ricardo Stuckert; e de outros personagens que visitaram o atual presidente na cadeia. O título do documentário faz referência aos anúncios feitos pelos carcereiros ao petista, quando suas visitas chegavam à prisão:Visita, Presidente.
Para alavancar as visualizações, o plim-plim liberou gratuitamente o documentário. Em princípio, o longa-metragem era acessível apenas aos assinantes do streaming Globoplay e dos Canais Globo.
A Era da Grande Mentira Como diz J.R. Guzzo, em artigo publicado na Edição 146 da Revista Oeste, “a posse de Lula é provavelmente a tentativa mais flagrante de uso da mentira como política de Estado que o Brasil já viu em sua história”. “Nada do que foi dito ou apresentado ao público em 1º de janeiro tem algum contato com qualquer coisa que se possa chamar de verdade”, observou o colunista. “Na nova religião oficial do Brasil, Lula não é um político que foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove juízes diferentes; também não passou 20 meses trancado numa cela de cadeia. É como se tudo o que aconteceu não tivesse acontecido.”
O presidente da República pensa que a realidade do Brasil é o que aparece nos blogs “progressistas”, no noticiário da imprensa militante e na programação da Rede Globo. Para Lula, a realidade consiste no mundo encantado de Janja, nos afagos de William Bonner e em produções cinematográficas que enfatizem suas próprias qualidades.
E o departamento de propaganda não oficial dos petistas está trabalhando arduamente para alimentar esses devaneios.
A jornalista Giovanna Mel foi a convidada do programa As Liberais desta semana
Giovana Mel é a convidada do programa As Liberais | Foto: Márcio Komura/Revista Oeste
Especialista em comunicação e oratória, a jornalista Giovanna Mel ganhou ainda mais evidência há algumas semanas, quando resolveu escancarar uma realidade que muitos desconfiavam: na época da pandemia, a Rede Globo impedia a divulgação de notícias verdadeiras sobre o coronavírus. “Recebi diversas denúncias de pessoas que estavam recebendo diagnóstico de covid, mas que haviam morrido de câncer, de acidente de carro”, contou Giovanna, ao programa As Liberais desta semana. “Eu mandava para amigos da Globo, e eles diziam que não podiam publicar aquilo.”
Na entrevista, Giovanna contou, entre outras coisas, episódios vividos durante o período em que trabalhou na emissora e também dos motivos que a levaram a sair. “Não podia aguentar meus editores comemorando quando acontecia uma desgraça, porque teriam um factual para abrir o telejornal”, conta. Hoje empresária super bem-sucedida, ela conta o que é mais importante para quem quer aprender a se comunicar em frente às câmeras.
Apresentado pelas jornalistas Branca Nunes e Paula Leal, o programa As Liberais vai ao ar toda terça-feira, às 20h30. Semanalmente, a dupla conversa com mulheres de destaque no cenário nacional. Aproveitem este espaço para sugerir nomes de entrevistadas que vocês gostariam de ver por aqui. E não deixem de se inscrever nonosso canal.
É duro para o ex-presidente convencer alguém de sua inocência dizendo que ‘o processo foi resolvido pelo STF’
O ex-presidente Lula não quer que seja assim, e tem nisso o apoio de muita gente, mas vai ser dessa forma: daqui até a eleição de outubro, ele será obrigado a ficar rolando na calçada numa briga corpo a corpo com a corrupção.É, entre todos,o assunto do qual Lula quer falar menos.
Seu sonho dourado é uma campanha eleitoral inteira, toda ela, igual à “sabatina” que recebeu de presente dos apresentadores da Rede Globo. Não teve, ali, de responder à nenhuma pergunta de verdade; em vez disso, recebeu uma homenagem. “O senhor não deve nada à Justiça”, declarou o entrevistador, antes de mais nada e acima de tudo.
Foi tão bom para Lula, mas tão bom, que a frase de absolvição da Globo passou a fazer parte da propaganda oficial do PT na televisão;
é difícil que se consiga chegar de novo a tal ponto.
Mas esse paraíso não existe na vida real. Já no debate entre os candidatos, logo a seguir, não havia mais apresentadores como os que houve na “sabatina”, e a vida ficou dura.
Apareceram na ocasião, é claro, os militantes mais agitados do “antibolsonarismo” – só que isso não melhorou a vida de Lula. Na maior parte do tempo, teve de ouvir dos outros candidatos que o seu governo foi o mais corrupto da história do Brasil – e não conseguiu dar nenhuma resposta coerente para nada disso.
O problema central de Lula, nesta campanha eleitoral, é que não são os adversários que estão dizendo que ele é ladrão –quem diz isso é a Justiça brasileira,que o condenou pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove juízes diferentes.
Primeiro debate dos candidatos à Presidente promovido na TV Bandeirantes (Band) teve a presença dos candidatos: Luiz Felipe D’Avila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Simone Tebet (MDB), Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT). Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO
É uma questão de prontuário; não há o que se possa fazer a respeito. Houve, é claro, o número de vassalagem da“sabatina”, mas provavelmente não dará para fazer de novo. De mais a mais, o que é que adianta esse tipo de bajulação explícita? É o exato contrário: Lula continua devendo tudo à Justiça.
Não foi absolvido de absolutamente nada – ganhou de presente do STF a anulação dos seus processos penais, mas nosso tribunal supremo não disse uma sílaba sobre culpa, provas e fatos.
Houve apenas um erro de endereço quanto ao lugar de julgamento, segundo decidiu o ministro que fez a “descondenação”. Que coisa, não?
É duro para Lula, ou para qualquer um, convencer alguém de sua inocência dizendo que “o processo foi resolvido pelo STF”.
Que moral tem hoje essa gente para decidir alguma coisa sobre corrupção?
Ganhar uma decisão favorável desse STF que está aí, aos olhos da maioria do público, equivale a receber um atestado de boa conduta do PCC.
O que adianta, então, Lula ficar falando que foi “inocentado pelo STF”? Melhor, talvez, não dizer nada.
A dificuldade é que não dá para chegar ao dia da eleição só ouvindo hinos de honra ao mérito como os que recebeu na “sabatina”. Não poderia haver demonstração melhor de que as coisas não vão bem do que o pedido do PT para mudar as regras dos próximos debates. Só time que perde, como é bem sabido, parte para cima do juiz no fim do jogo para reclamar.
O primeiro debate entre os candidatos à presidência na Band teve pelo
uma grande utilidade – além, é claro, de ser um verdadeiro programa de jornalismo,
em vez do interrogatório enfurecido feito contra um dos candidatos, o
presidente da República, e o bondoso comercial de margarina feito a favor do outro,
o ex-presidente Lula, na “sabatina” da Rede Globo.
O assunto corrupção, essencial
nesta campanha, e mantido como um segredo de Estado pela Globo, surgiu, enfim, aos
olhos do público no debate.
Na “sabatina”, o apresentador agiu como um assessor
de imprensa ou o advogado criminal de Lula; em vez de perguntar sobre aquele que
foi o maior surto de corrupção da história do Brasil, fez um manifesto a nação
dizendo que “o senhor não deve nada à justiça”.
Até Lula parece ter ficado surpreso.
Mas no programa da Band não houve esta parceria.
Lula, enfim, foi colocado
diante da necessidade de falar sobre a incomparável roubalheira do seu governo –
e deu-se muito mal, o que prenuncia problemas complicados para resto da campanha
que tem ele frente.
Sem a indulgência plenária que
ganhou na“sabatina”, Lula teve de responder sobre a desesperada, maciça
e indiscutível corrupção na Petrobras – ou nas delações premiadas, nas
provas materiais da ladroagem, no dinheiro roubado que foi devolvido e
por aí afora.
Não explicou nada, é claro, pois é impossível explicar.
Como faz automaticamente, em todas as ocasiões em que não pode dizer
nada em seu favor, fugiu do assunto.
Perguntavam de corrupção, e ele
respondia dizendo que abriu “dezessete universidades”.
Falavam na
delação do seu ministro Antônio Palloci, e ele diz que “acabou com a
fome” no Brasil etc. etc.
À uma certa altura, disse que foi “absolvido
até pela ONU”, como se isso valesse alguma coisa. É claro que garantiu,
também, que foi “absolvido por todos os tribunais” deste país. Trata-se
de uma dessas mentiras com teor de 100% de pureza – Lula não foi
absolvido de absolutamente nada. Foi apenas “descondenado” na decisão
mais desvairada da história da justiça brasileira, por um ministro que
foi advogado do MST, militou na campanha presidencial de Dilma Rousseff e
ganhou dela o seu cargo no STF.
Lula,
enfim, foi colocado diante da necessidade de falar sobre a incomparável
roubalheira do seu governo – e deu-se muito mal, o que prenuncia
problemas complicados para resto da campanha que tem ele frente
Lula
quer passar essa campanha sem falar de corrupção; fora umas moles e
vagas tentativas de mencionar uma hipótese de propina levantada na CPI
da Covid, e que não rendeu até hoje um único e miserável inquérito
policial(nem Alexandre de Moraes se interessou pelo caso), o candidato
do PT fala de outras coisas.
Diz que o agronegócio é“fascista”, por
exemplo, que a classe média “gasta demais” e que vai trazer de volta o
imposto sindical –mas de ladroagem, mesmo, nem um pio.
Alguém já viu
num candidato da oposição passar uma campanha inteira sem dizer o tempo
todo que o candidato do governo é ladrão? Só mesmo no Brasil de hoje.
Aqui a roubalheira não é problema da situação; quem quer enterrar o
assunto é justamente o candidato que deveria estar deitando e rolando
nas denúncias de corrupção.
O problema, pelo que mostrou o debate na
Band, é que ele pode ficar em silêncio – mas os outros vão falar.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, determinou, neste sábado, 16, que a Polícia Federal investigue uma produção audiovisual após imagens circularem nas redes dos bastidores de uma gravação em estúdio que mostram um personagem parecido com o presidente Jair Bolsonaro(PL) pilotando uma moto e depois caído, com manchas de sangue.“As imagens são chocantes e merecem ser apuradas com cuidado”, disse o ministro no Twitter.
Quantas horas Alexandre de Moraes dará para os produtores se manifestarem sobre discurso de ódio?
Durante o sábado, políticos bolsonaristas compartilharam vídeos e fotos que exibem parte da gravação. Monitoramento da reportagem observou que o conteúdo começou a circular em grupos de apoiadores do presidente no Telegram na manhã deste sábado e atribui a responsabilidade da produção à Rede Globo.
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) disse que a produção da obra era da Globo em publicação no Twitter.Ela removeu a postagem logo após. A reportagem pediu mais informações à deputada. “Chegou a notícia assim pra mim”, justificou, sem apontar a origem do material.
A Comunicação da Globo negou que tenha“série, novela ou programa”com o conteúdo das imagens. “A Globo desmente que pertençam a produções suas - seja para canal aberto, canais fechados próprios ou Globoplay - vídeo e fotos que estão circulando nas redes sociais de gravação de obra ficcional mostrando um atentado ao presidente da República”, disse a empresa em nota. “A Globo não tem nenhuma série, novela ou programa com esse conteúdo. Segundo foi informada, a gravação seria de um filme do cineasta Ruy Guerra chamado A Fúria, que pretende fechar a trilogia iniciada com Os Fuzis, de 1964, e A Queda, de 1976.”
Ainda segundo o comunicado, a empresa afirmou que o Canal Brasil tem uma participação de 3,61% nos direitos patrimoniais do filme, “mas jamais foi informado dessas cenas e, como é praxe em casos de cineastas consagrados, não supervisiona a produção”.
“Embora tenha participação acionária no Canal Brasil, a Globo não interfere na gestão e nos conteúdos do canal”, informa.
Em nota, o Canal Brasil diz que não teve conhecimento prévio da cena que causou a polêmica e que não interferiu na obra. “Ainda não assistimos a nenhum trecho do longa-metragem, que não foi finalizado por seus realizadores”, diz o texto.
A produção do filme A Fúria diz que as imagens foram captadas sem autorização “de uma filmagem à qual atribui-se suposto, e infundado, discurso de ódio”. Segundo a produção, o cineasta Ruy Guerra “filmou um longa-metragem de ficção que será lançado no final de 2023, portanto não há qualquer relação com o processo eleitoral e, muito menos, forjar fake news simulando um fato real”.
“O fato ilegal neste caso é a divulgação de uma cena retirada do contexto da história que será contada”, diz o comunicado. “Esclarecidos estes fatos, o diretor Ruy Guerra avisa que só fala de seu filme quando estiver pronto, como ele sempre faz.”
Políticos bolsonaristas atacam produção e o Judiciário Políticos bolsonaristas criticaram as imagens e atacaram o Poder Judiciário e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Um vídeo compartilhado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente, questiona qual produtora“cometeu esse crime”.”Quantas horas Alexandre de Moraes dará para os produtores se manifestarem sobre discurso de ódio? Ou será que isso pode?”, questionou o parlamentar no Twitter.
A deputada Bia Kicis(PL-DF) também usou as redes sociais para provocar Alexandre de Moraes. “Seria isso liberdade artística, liberdade de expressão ou um ato criminoso e estímulo à agressão contra sua pessoa. Não seria ataque à democracia? Com a palavra, xandão!”, publicou, em referência pejorativa ao magistrado.
[O FIM SE APROXIMA e será mais devastador que o da extinta TV Manchete.]
Demissões de jornalistas e artistas, dívida bilionária,
queda de lucros e tombo de audiência expõem as dificuldades da emissora
mais famosa do Brasil
Trabalhar
na Globo sempre foi o sonho da maioria dos estudantes de jornalismo.
Eles eram assediados por familiares que esperavam um dia vê-los na TV
segurando um microfone da emissora. Para quem já estava no ramo, ocupar
cargos de importância na emissora era como um alpinista alcançar o pico
do Monte Everest. A empresa cresceu para um status de
conglomerado, reunindo, além da televisão, jornais, rádios e sites. Por
anos, a Globo se manteve líder em vários desses segmentos.
Ilustração: Revista Oeste
Antes da chegada da internet, grande parte dos brasileiros acompanhava a programação da Globo e assistia religiosamente ao Jornal Nacional (JN). O que saía no JN era tido como a verdade absoluta. Logo depois, passava a novela das 21 horas, e a audiência era solidamente fiel no país inteiro. A rotina se repetia diariamente. A Rede Globo parecia eterna e indestrutível.
Mas as coisas mudam. A internet tirou o poder da TV tradicional.
Os serviços de streaming se multiplicaram e roubaram boa parte da audiência.
Ligar na Globo deixou de ser uma atitude automática.
E as coisas só pioraram quando a emissora optou por ser um instrumento político, primeiro tentando derrubar o ex-presidente Michel Temer e agora encarnando uma oposição obsessiva ao presidente Jair Bolsonaro, numa atividade puramente política e descolada da realidade.
O venerável Jornal Nacionalperdeu seu maior patrimônio: a credibilidade.
Com a alta do dólar, a dívida da Globo passou de R$ 3,47 bilhões para R$ 5,4 bilhões
A nova realidade da Globo é o encolhimento.
Artistas de novela e dramaturgos consagrados deixaram de renovar contratos.
Funcionários veteranos, considerados intocáveis, estão sendo demitidos. A rede está perdendo direitos de transmissão, despesas estão sofrendo tesouradas impiedosas, sem contar a dívida bilionária.
O canal de TV mergulhou na pior crise de sua história.
Queda de lucros e dívida bilionária Os números são claros. O aumento de despesas e a queda na receita com publicidade fizeram o lucro líquido do Grupo Globo cair de R$ 752,5 milhões, em 2019, para R$ 167,8 milhões, em 2020. Foi uma queda vertiginosa de 78%. Com a alta do dólar no ano passado, a dívida da Globo passou de R$ 3,47 bilhões para R$ 5,4 bilhões.
Para piorar, a emissora deixou de contar com boa parte da ajuda que recebia do governo federal, o que explica em boa parte sua fúria oposicionista. De 2003 a 2019, nas gestões de Lula, Dilma e Temer, a Globo recebia, em média, R$ 450 milhões por ano para veicular propaganda estatal.
Segundo levantamento do portal Terra, com base em dados da Transparência, o total foi de R$ 7,2 bilhões.Ao longo dos três anos de Jair Bolsonaro no Planalto, a Globo deixou de receber entre R$ 600 milhões e R$ 750 milhões em verbas publicitárias.
Apesar das dívidas, a emissora informou que tem caixa suficiente para honrar os compromissos: R$ 13,6 bilhões em investimentos.
“O passado não volta mais” Na tentativa de driblar a agonia financeira e reduzir despesas,a Globo apelou para demissões no jornalismo. Nessa categoria estão os veteranos Alberto Gaspar (São Paulo) e Ari Peixoto (Rio de Janeiro), que deixaram o quadro de funcionários da TV no início do mês passado. Ambos tinham contracheques gordos. Gaspar trabalhou por quase quatro décadas na empresa, atuando como repórter e correspondente internacional. Em 34 anos de casa, Peixoto ocupou as mesmas posições que o colega. As cartas de despedida dos dois profissionais revelaram clima de “velório” nas redações da Globo, com a perspectiva de novos cortes.
Poucas semanas antes, a emissora demitira outros profissionais com a folha de pagamentos elevada. Fernando Saraiva, que estava na empresa desde 1999, foi um deles. O repórter especial Roberto Paiva, idem, além do produtor Robinson Cerântula. No fim de outubro, a Globo ainda desligou 20 profissionais de sua equipe na capital paulista, entre eles jornalistas, produtores, cinegrafistas, operadores de áudio e outros funcionários da equipe técnica. Não foi o suficiente. A empresa tem uma lista grande de degola e está demitindo a conta-gotas, com a finalidade de evitar conflito com sindicatos, noticiou o portal IG.
Nesta semana, a apresentadora do programaÉ de Casa, Cissa Guimarães, foi surpreendida com o aviso de que estava sendo desligada da Globo. O motivo: redução de custos.Cissa trabalhou 40 anos na emissora, participando de novelas e programas, como o Video Show. Seu salário chegava a R$ 100 mil, noticiou o portal Observatório da Televisão.
A dispensa mais simbólica e surpreendente foi a do casal Tarcísio Meira e Glória Menezes, demitidos em setembro de 2020 após 44 anos de casa.“Nos últimos anos, temos tomado uma série de iniciativas para preparar a empresa para os desafios do futuro”, salientou a Globo, em um comunicado. “Com isso, temos evoluído nos nossos modelos de gestão, de criação e de desenvolvimento de negócios.”O tom do documento era o mesmo do endereçado ao dramaturgo Aguinaldo Silva, que, em março daquele ano, recebera em casa o aviso de que a parceria terminara. Ele garante que não guarda mágoas: “A Globo me deu muito. E eu dei muito para eles.”
Para Aguinaldo, a situação da empresa e a de outras do ramo é reflexo das transformações pelas quais passa o mercado. “Os tempos são outros. As pessoas agora têm uma infinidade de escolhas de novas mídias, como o streaming.” Segundo ele, as adaptações têm de ocorrer por parte dos que quiserem sobreviver à atualidade e se preparar para o futuro. “As novas gerações não estão interessadas em gêneros de novelas que duram meses, histórias que se cruzam demais. Querem algo imediato e profundo. O passado não volta mais.”
A dança das cadeiras Desligado da companhia neste ano, Silvio de Abreu, ex-diretor da Teledramaturgia da Globo, criticou as várias demissões que ocorreram ao longo dos últimos meses. Segundo Abreu, todas as vezes que uma dispensa era anunciada, ia parar no Departamento de Relações Humanas (RH). “Isso foi uma resolução que surgiu quando a Globo fundiu as várias empresas do grupo e resolveu enxugar seus quadros”, relatou, em entrevista publicada pela revista Veja, em outubro. “Fui totalmente contra. Sempre que alguém era dispensado, eu ia ao RH para discutir”, lembrou. “Com o enxugamento, esses profissionais estão na praça e vão acabar na concorrência.”
Embora não tenha sido demitido, o apresentador Fausto Silva se antecipou ao abate e deixou a Globo em junho, pouco antes de terminar seu contrato. Ele irá comandar um programa na Band, a partir de 2022. Em dezembro, será a vez do jornalista Tiago Leifert se despedir da casa que o abrigou por 16 anos. “Tem tanta coisa que quero aprender, quero estudar, cuidar da família”, disse Leifert, em entrevista ao Mais Você, ao justificar com antecedência por que sairá da Globo. “Era essa escolha que eu tinha que fazer. A missão aqui está cumprida.”Os atores Lázaro Ramos, Ingrid Guimarães, Reynaldo Gianecchini, Vera Fischer, Antônio Fagundes, Débora Nascimento, entre outros, também não quiseram renovar seus contratos.
A “dança das cadeiras” ocorreu ainda no alto escalão da emissora, tentativa vista pelo mercado como uma forma de “pôr ordem na casa”. O empresário João Roberto Marinho será o novo presidente do Grupo Globo, formado pela Editora Globo, a Globo, o Sistema Globo de Rádio, a Globo Ventures e a Fundação Roberto Marinho. Diretor de canais da emissora, Paulo Marinho vai assumir a presidência da Globo.
Segundo a empresa, as mudanças já estavam planejadas e fazem parte “da jornada de profunda transformação digital iniciada em setembro de 2018”. A transição total será concretizada a partir de fevereiro de 2022. O atual diretor da Globo, Jorge Nóbrega, ganhará um cargo no conselho editorial da companhia, responsável por dar o tom no jornalismo do conglomerado de mídia.
Jorge Nóbrega atua nas empresas do Grupo Globo desde 1996. Em 2017, assumiu a presidência do grupo, sendo o primeiro presidente a não fazer parte da família Marinho. Com a sua saída, João Roberto Marinho estará à frente do Conselho de Administração e também do Grupo Globo. João Roberto Marinho seguirá também no comando do Conselho Editorial e do Comitê Institucional, que tem o papel de acompanhar e propor linhas de atuação para as relações institucionais do Grupo Globo.
Tombos de audiência Nenhuma mudança administrativa vai resolver a situação da empresa se os seus principais problemas não forem enfrentados. O jornalismo sem pluralidade, as novelas contaminadas pelo politicamente correto, com enredo pobre e elenco de segundo escalão, a linha de shows estagnada em fórmulas ultrapassadas, a militância esquerdista assombrando até as transmissões de futebol — tudo isso está cobrando um preço nos índices de audiência.
Nem o Jornal Nacional foi poupado pelo público. Depois de atingir médias diárias acima de 35 pontos em 2020, no auge da cobertura da pandemia de covid-19, o JN viu 15% de seu público desaparecer. Os índices dos primeiros seis meses deste ano são os piores desde 2015. A média semestral foi de 25 pontos.
No Painel Nacional de Televisão (índice que mensura a audiência das 15 maiores regiões metropolitanas do país), a emissora teve o pior ibope de outubro desde 2015 ao registrar, por dois meses consecutivos, marcas negativas de audiência.
De acordo com os dados consolidados pelo TV Pop, a emissora cravou 10,79 pontos de média no acumulado das 24 horas nos 31 dias de outubro. Perdeu ainda mais telespectadores em relação ao acumulado de setembro — mês em que a Globo registrou média de 10,94 pontos e disse adeus a quase 2 milhões de pessoas que a acompanhavam. Para ter ideia, o índice de setembro foi menor que o obtido pelo canal em dezembro de 2020 (11,17 pontos), quando há menos televisores ligados.
O público não se animou com o novoDomingão do Huck. Estreou em 5 de setembro deste ano, com 19,1 pontos de audiência. Em 10 de outubro, registrou 12,7 pontos — uma queda de 33,5% em menos de dois meses. O número fica bem abaixo da média de 18 pontos do apresentador Faustão, que teve seu melhor momento em maio, com 21 pontos de audiência.
Fragmentação e pluralidade de ideias O mesmo clima de decadência aparece num território em que a Globo era absoluta há poucos anos: os esportes. Perdeu a Fórmula 1 para a Band. Perdeu a transmissão do torneio Libertadores das Américas para SBT, Facebook, Fox Sports e Conmebol TV. Já não tem mais a Copa nem a Recopa Sul-americanas e a exclusividade dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2022, a ser realizada no Catar, nas plataformas digitais.
As transmissões da elite do tênis passaram para a ESPN.A Globo também já não transmite a Liga dos Campeões, que se transferiu para o TNT e o SBT. O Campeonato Carioca de futebol está fora da grade, assim como o Campeonato Baiano. Como se não bastasse, a Justiça de São Paulo manteve a multa de cerca de R$ 9,9 milhões aplicada pelo Procon à Globo por considerar que a emissora não informou os assinantes do canal Premiere sobre a redução na quantidade de jogos transmitidos do Campeonato Brasileiro de 2019.
Em contrapartida, emissoras como a Jovem Pan (JP), que conseguiu um canal de TV, surpreenderam na audiência em sua data de estreia — em 27 de outubro. A JP conseguiu superar a CNN Brasil, a BandNews e a Record News nos números da TV paga e só ficou atrás da GloboNews durante todo o dia. A Jovem Pan News marcou 0,2 ponto de média entre 6 da manhã e meia-noite no Ibope PNT da TV por assinatura. Na mesma faixa horária de competição, a GloboNews obteve 0,6 ponto. CNN Brasil, Record News e Band News empataram com 0,1 ponto.
O maior destaque na programação da Pan TV foi o programa Os Pingos nos Is, que já é sucesso no rádio. Obteve 0,8 ponto entre 18 horas e 20 horas, contra 1,1 da GloboNews. Quem também rendeu foi o Pânico, que conseguiu 0,3 ponto, contra 0,6 da GloboNews.
A queda da Globo é o maior símbolo de um novo tempo para o jornalismo e o entretenimento. A tendência é a fragmentação e a pluralidade de ideias. Quem não se adaptar ficará para trás.
[Comentando: o veneno que o jornalista Boner destila contra o presidente Bolsonaro é produzido pela angústia do ainda global, que o domina todo inicio de mês: não saber se será descartado no mês entrante ou no próximo - dúvida que nunca afligiu Cid Moreira, Sérgio Chapelin e outros que o antecederam.
Uma sugestão para a Globo = algo tipo um 'tiro de misericórdia' antes de fechar as portas: reapresentar novelas da década de 70 e seguintes tipo Roque Santeiro, Bandeira 2, O Bem-amado, Saramandaia, A Fábrica e outras - o custo é praticamente ZERO e o Ibope sobe Evereste.]