Começou “enganando” muito bem o General Hamilton Mourão, que acaba de encerrar o seu mandato como Vice-Presidente da República de Jair Bolsonaro, quando estava à frente do Comando Militar do Sul,em 16 de setembro de 2015, oportunidade em que proferiu palestra em formatura do CPOR- Porto Alegre, propondo “despertar patriótico”, e fazendo declarações verdadeiras impactantes que causaram um verdadeiro reboliço nas “hostes” esquerdistas, ocasionando que por interferência do então senador Aloysio Nunes, um ex-terrorista que servira de motorista de Carlos Marighella, a “vingança” da esquerda acabou chegando e Mourão foi exonerado do seu comando, transferido para um cargo burocrático do Exército, em Brasilia.
Esse falso “cartaz” que acompanhou de perto o General Mourão durante o seu afastamento “político” do Comando Militar do Sul, certamente foi decisivo para que ele fosse escolhido para compor a chapa que disputaria as eleições presidenciais de outubro de 2018, que seria encabeçada pelo “capitão”Jair Bolsonaro, onde o general concorreria a “vice”.
Essa “chapa” prosperou e venceu a eleição, derrotando a esquerda e o seu candidato Fernando Haddad, em segundo turno, principalmente em virtude do desgaste oriundo da onda de corrupção que se abalara sobre os governos do PT,de 2003 a 2016,ou seja,de “rejeição” ao PT.
Mas a chapa vencedora das eleições de 2018 jamais teve a harmonia que seria desejável durante os 4 anos de governo. Além dessa dissintonia,o governo foi profundamente abalado por diversos fatores concomitantes. Enfrentou os terríveis efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus, a guerra provocada pela invasão da Rússia à Ucrânia, e fundamentalmente pela sabotagem e boicote provocados no governo pelo Congresso Nacional e pela “dupla” de ataque do STF e TSE, provocando uma (quase) ingovernabilidade do pais.
A estratégia da esquerda acabou dando certo. “Deram um jeito” para derrotar Bolsonaro nas eleições de outubro de 2022, por uma diferença “suspeita”na “totalização” dos votos de apenas 0.9%. Mas não se sabe ao certo se essa ”derrota” correspondeu, ou não, à vontade dos eleitores, ou teria sido alguma “manobra” diferente, devido às inúmeras interrogações que jamais foram esclarecidas.
“Atropelando” para que a posse de Lula se desse logo e sem problemas,todas as interrogações sobre a lisura dessas eleições ficaram a “ver navios”.
Mas Bolsonaro tinha todos os meios, inclusive expressamente previstos na Constituição, de reverter essa “safadeza” das eleições de 2022. Mas não o fez. Dois dias antes da posse de Lula, marcada para 1º de janeiro, pegou a avião presidencial e voou direto para Orlando, Flórida,tendo assumido a Presidência, na sua ausência, até a posse do novo Presidente eleito (???),o “vice” Hamilton Mourão.
Voltando um pouco no tempo, em 1964 tinha “outro” General Mourão comandando uma unidade do Exército,em Juiz de Fora/MG. Tratava-se da 4ª Região Militar/Divisão de Infantaria (4 RM/DI).
Mas o “peso” da ameaça comunista que desencadeou o movimento cívico-militar de 1964 não chegava nem “aos pés” do comunismo já praticamente instalado no Brasil durante a gestão de Bolsonaro, só faltando a “formalização”, vendo-se o governo totalmente impotente para travar o avanço comunista, incentivado pelo Congresso Nacional, pelo STF, e pelo TSE.
A “moral” de toda essa comparação é só uma: o General Mourão de 64 não tinha os meios necessários, mas acabou impedindo o avanço do comunismo no Brasil, ao passo que o “novo” General Mourão,Vice-Presidente da República, de 2019 a 2022, tinha todos os meios à disposição, inclusive o Comando Supremo das Forças Armadas, no momento da “rede nacional”, e absolutamente nada fez.
Poder-se-ia concluir que “não se faz mais generais como antigamente”?
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo