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domingo, 23 de fevereiro de 2020

General Santos Cruz: A derrota e a vitória de um verdadeiro estadista - Editorial DefesaNet

Ao longo da história da humanidade, nos milhares de conflitos que ocorreram sempre lembramos do nome do Grande General que venceu uma batalha decisiva.  Os perdedores ficam esquecidos na poeira do tempo.  Porém, existem aqueles raros generais que mesmo sendo derrotados no campo de batalha conseguiram retornar e se tornar figuras marcantes na história militar Universal.


Um deles é o russo Marechal Mikhail Kutuzov, que foi derrotado por Napoleão Bonaparte na Batalha de Borodino (07SET1812), nas cercanias de Moscou. Mesmo com uma derrota, o Czar Alexandre I manteve o velho Marechal Kutuzov (67 anos) no comando. A vitória em Borodino atrasou as Forças de Napoleão e impediu uma vitória decisiva sobre as forças russas. O que veio a levar à destruição do Grande Armée.

Esta regressão histórica é para comentar a derrota e vitória de um general no momento recente da República Brasileira. Fazendo uso de sua experiência única no campo de batalha real e profundamente comprometido com o Governo Bolsonaro, ao qual ocupava o estratégico cargo de Secretário de Governo, ele fora derrotado sucessivamente em suas lutas:

 Alertar para um Ministro-Chefe da Casa Civil não-confiável;
- Alertar para intrigas palacianas e golpes como a falsificação de mensagens;
- Alertar para a ideologização que levaria a um impasse estratégico do governo; - Alertar para influência de diplomatas estrangeiros na Relações Internacionais e na Política Interna do país; - Alertar para a influência nefasta dos “ZEROS”; - Alertar para o risco de criar uma imprensa militante “amiga”; - Alertar para o alinhamento estratégico "incondicional" do Brasil com outras nações sem que sejam observados também os interesses brasileiros; - Alertar aos militares dos riscos que o governo e as Forças sofreriam; - Alertar para a falta de experiência de um jovem que fazia o assessoramento de alto nível do Presidente para assuntos internacionais; - Alertar para interesses “outros” nas áreas de publicidade e comunicação do governo, e, - Muitos outros alertas...


Assim como a campanha de Napoleão, que cruzou o Rio Nemen, em 24JUN1812, em direção a Moscou, e em 14DEZ1812 cruzava  novamente, sob um frio de -38 °C, com o que restou do “Le Grande Armeé” o mesmo  rio Nemen , com apenas 10 mil homens em estado lastimável, incluindo um Bonaparte perplexo. O Le Grand Armée foi vencido pelo derrotado Marechal Kutuzov.

O Gen Santos Cruz, vê seis meses após o seu afastamento, TODOS os seus alertas se tornarem realidade. Sua visão estratégica de um verdadeiro estadista lhe custaram derrotas, e ao final mostraram que ele fora vitorioso na sua missão enquanto Secretário de Governo.

Não cabe e é inconcebível a um grande General abandonar suas convicções e ideais se neles acredita como o melhor para a missão que lhe foi confiada e ao país. Como disse um Comandante Militar brasileiro, o General Santos Cruz foi um dos mais brilhantes oficiais-generais da história do Brasil. Bravo General-de-Divisão R1 Carlos Alberto dos Santos Cruz.   

Editorial DefesaNet