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sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Voluntarismo delirante - Percival Puggina

A Gazeta do Povo, na edição de 15 de outubro, passa scanner em “12 aberrações jurídicas do inquérito contra empresários, que segue em andamento”.

Doze, dúzia redonda. Desconsiderações ao devido processo suficientes para encher uma sacola de feira, selecionadas peça por peça sob olhos baços dos demais membros do coletivo supremo. 
E nenhum deles dá um tapa na mesa, joga a balança defeituosa no chão e diz “Chega!”? Ao contrário, o ministro que transformou a Casa em delegacia de polícia à moda antiga é festejado com pompas imperiais por misteriosos méritos.

A excelente matéria da Gazeta (cuja íntegra pode e deve ser lida aqui) analisa de modo minucioso as seguintes 12 aberrações.

1. O inquérito cria no Brasil os crimes de opinião e de cogitação,

2. Operação contra empresários é equiparável à polícia de pensamento de regimes autoritários,

3. Moraes estaria usando a técnica da pescaria probatória,

4. Moraes não aguardou posicionamento do PGR sobre as ações,

5. Moraes está violando o sistema acusatório,

6. Moraes feriu o princípio da inércia do Judiciário,

7. Moraes aceitou o pedido feito por uma parte ilegítima,

8. STF ignorou os diversos pedidos de arquivamento dos inquéritos relacionados às fake News,

9. Medidas como apreensão de objetos e quebra de sigilo não podem ser tomadas no primeiro dia de uma investigação,

10. Um inquérito não pode ser instaurado e conduzido pelo STF,

11. Não existe crime de “fake news”,

12. Advogados dos investigados nos inquéritos ainda não têm acesso completo aos autos.

Nenhum dos atuais ministros endossaria qualquer dessas atitudes se tomadas por um juiz de comarca! O CNJ abriria processo contra magistrado que agisse desse modo. 

Ontem, o ministro ativista liberou as contas bancárias de investigados visto que transcorrido o 7 de setembro não havia mais necessidade de manter essas contas bloqueadas. Que coisa delirante!

Justiça numa tribo txucarramãe deve ser menos voluntarista e mais ritualista.

*       Leia mais sobre o assunto em https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/12-aberracoes-juridicas-do-inquerito-contra-empresarios-que-segue-em-andamento/

Transcrito do Site Percival Puggina


quinta-feira, 30 de maio de 2019

Pacto entre os poderes faz água

Entrou por uma perna de pato, saiu por uma perna de pinto  [já nasceu afogado = 'inquérito secreto': totalmente sem noção.]


Se quiser, o presidente Jair Bolsonaro poderá insistir com a história de um pacto entre os três poderes da República para tirar o Brasil do buraco – e ele quer. Quando nada porque a ideia de um pacto foi proposta pelo ministro José Dias Toffoli durante a cerimônia de posse de Bolsonaro no Congresso.  Mas a ideia dificilmente resistirá às fortes e convincentes críticas que recebeu menos de 24 horas depois de Bolsonaro ter posado para fotos na companhia de Toffoli e dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, respectivamente Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Foi um companheiro de toga de Toffoli, o ministro Marco Aurélio Mello, o segundo mais antigo no Supremo Tribunal Federal, quem expôs melhor a ideia do pacto ao sopro da vida real. Pacto pode haver entre os poderes Executivo e Legislativo, disse ele. Mas o Judiciário deve ficar de fora porque a ele cabe julgar. E ponto.  Mello se esqueceu de acrescentar que o Executivo e o Legislativo estão chancelados pelo voto dos que os elegeram, o Judiciário não. Toffoli não tem delegação dos seus pares para firmar pacto algum, disse Mello. Por sinal, não consultou nenhum deles a respeito nem antes nem depois de reunir-se com Bolsonaro.

Cada um dos 11 ministros é soberano para decidir a seu juízo as questões que lhes cabe examinar. Ninguém pode dizer como deverão votar. A última palavra é deles quando se trata de interpretar os fatos à luz da Constituição. Como então poderiam antes acertar-se com os demais poderes sobre isso ou aquilo? Com o pacto, Bolsonaro aspira uma espécie de endosso prévio do Congresso e do Supremo a projetos vitais para o eventual sucesso do seu governo. A reforma da Previdência é um deles, por exemplo. Mas haverá recursos contra pontos da reforma que serão impetrados junto aos tribunais superiores. E aí?

Que independência teria para julgá-los um tribunal que houvesse se comprometido a apoiar a reforma? Não haveria sentido nisso. Seria algo digno de registro no Livro Universal das Aberrações Jurídicas. [neste livro já estão: o 'inquérito secreto' = aquele no qual o Supremo investiga, denuncia, acusa, julga e sentencia;
temos também o 'habeas corpus de ofício.
Todos da autoria do mesmo ministro.] Tal coisa só poderia ter sido concebida por um ministro reprovado duas vezes em concurso para juiz.

Toffoli quer marcar seu mandato de dois anos como presidente do Supremo com a realização de muitos feitos. O mais recente foi a censura imposta a um site e a uma revista eletrônica a pretexto de combater falsas notícias. Foi obrigado a recuar rapidinho. Acabará recuando também do pacto que inventou. Tempos 
estranhos!

Blog do Noblat - Revista Veja