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segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Sobradinho, Vale do São Francisco: Bolsonaro acerta contas no Nordeste Blog do Noblat - Veja

Por Vitor Hugo Soares 

“O que esses governadores pretendem? Querem fazer disso (do Brasil) uma Cuba?”


Treze dias depois da batalha do Aeroporto Glauber Rocha, em Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia, o presidente da República, em sua conduta confessa de governo “de direita”, desceu de novo em solo baiano, segunda-feira 5, do mês de agosto que promete! Desta vez, em Sobradinho, nas barrancas do São Francisco – rio da minha aldeia -, para inaugurar os cata-ventos sobre plataformas, do inovador projeto de produção de energia eólica do monumental lago artificial da hidrelétrica da Chesf, no Nordeste, dez vezes maior que a Baia de Guanabara. Cenário sob medida para o novo acerto de conta de Jair Messias Bolsonaro com os separatistas governadores “de esquerda” da região, bem na área em que a letra da famosa canção de Sá e Guarabira prevê que “o sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão”.

Dias antes, reunidos em Salvador, capital administrada pelo prefeito ACM Neto, presidente nacional do DEM e aliado de peso do mandatário do Planalto, os 9 sediciosos gestores nordestinos promoveram a mais badalada e desafiadora reunião contra o governo da União, desde a eleição e posse do novo dono da chave do cofre da “Viúva”, que arrancou do poder e tomou pelo voto, de quase 60 milhões de eleitores, o mando das mãos do petismo dominante durante quase 14 anos. Sob comando de Rui Costa (PT-BA) e forte influência de Flavio Dino (PC do B-MA), cujo nome e procedência causam urticárias no presidente, os nove chefes políticos da região criaram o “Consórcio Nordeste”, entidade que, propagam seus articuladores, viabilizará parcerias autônomas entre os estados dos replicantes gestores.

Depois, perfilados lado a lado, os manda-chuvas nordestinos posaram para fotos e vídeos, bem ao velho estilo marqueteiro vigorante nos governos Lula e Dilma, que acabaram mal, como se sabe. Esta semana, o petista da Bahia, “presidente do Consórcio”, falou sobre reunião com embaixadores da Itália e da Espanha, “para promover um mapa de oportunidades para a região como um todo”. Para oposicionistas, a exemplo do deputado Targino Machado, líder da oposição na Assembléia baiana, a reunião e o consórcio não passam de uma forma de “criar espuma” enquanto os estados enfrentam uma grave crise financeira, com investimentos em baixa e servidores descontentes e indignados, principalmente os professores.

Em Sobradinho, no palanque da inauguração, Bolsonaro não perdeu tempo nem mediu palavras para dar o troco, bem ao seu estilo e gosto: “O que esses governadores pretendem? Querem fazer disso (do Brasil) uma Cuba?”, perguntou sob aplausos de prefeitos, vereadores, empresários, populares e convidados especiais. “Não tenho preconceito contra nordestinos, mas não gosto de governador corrupto e da esquerdalha canalha”, completou. O governador da Bahia, a exemplo da entrega do aeroporto Glauber Rocha, também não foi ao ato no Vale do São Francisco. “Ele teria sido bem recebido por todos aqui. Rui Costa diz que tenho preconceito, mas ele é que se revela preconceituoso, mais uma vez”.
Precisa desenhar? Responda quem souber. E pode apostar que não ficará só nisso.

Vitor Hugo Soares é jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta. 


Veja  2647 14/08/2019  - Blog do Noblat


quarta-feira, 24 de julho de 2019

O jogo bruto começou - Nas entrelinhas:

Nas Entrelinhas - CB

“O ataque frontal de Bolsonaro aos adversários na Bahia, o principal reduto de oposição ao seu governo, sinaliza uma estratégia para os demais estados do Nordeste”


A inauguração do Aeroporto Glauber Rocha, em Vitória da Conquista, ontem, pelo presidente Jair Bolsonaro, foi muito mais do que uma tentativa de consertar o estrago feito pelas declarações presidenciais desastradas da sexta-feira passada em relação aos nordestinos e aos governadores da região, em especial o do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Foi a largada de uma estratégia política eleitoral para a região, mirando as eleições municipais do próximo ano, por descuido revelada nas entrelinhas de seu comentário sobre o governador comunista.

Bolsonaro atropelou politicamente o governador da Bahia, Rui Costa (PT), que não compareceu à inauguração, em protesto por receber apenas 100 convites para uma festa que previa 600 convidados. Durante o discurso, porém, Bolsonaro tirou por menos. Disse lamentar que Costa não estivesse no evento e que não tem preconceitos em relação a partidos, mas que não aceita quem quiser “impor a nós o socialismo ou o comunismo”. Assim como o governador Rui Costa, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Nelson Leal (PP), também não participou da cerimônia em solidariedade a Costa. Além deles, a filha do cineasta baiano que dá nome ao terminal, Paloma Rocha, se recusou a ir ao evento.

Quem aproveitou a cerimônia, feliz como pinto no lixo, foi o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que está no segundo mandato e foi muito paparicado por Bolsonaro: “Chamo de garoto porque você é muito mais novo que eu. Mais na frente, se Deus quiser, você ocupará a honrosa cadeira que ocupo”, declarou. A solenidade também contou com a presença do prefeito de Vitória da Conquista, Hélzem Gusmão, e desenhou a política de alianças de Bolsonaro na Bahia, o quarto colégio eleitoral do país, onde foi fragorosamente derrotado pelo petista Fernando Haddad em 2018.
A obra do aeroporto levou cinco anos para ficar pronta e custou R$ 105 milhões: R$ 74 milhões do governo federal e R$ 31 milhões do estadual. À margem da BR-116, a 10km do centro de Vitória da Conquista, seus voos comerciais atenderão 2,3 milhões de pessoas de 100 municípios vizinhos, baianos e mineiros. Os recursos federais foram obtidos por meio de emendas parlamentares, entre as quais as do senador Jaques Wagner, ex-governador petista que derrotou o grupo político do falecido senador Antônio Carlos Magalhães e ocupou seu lugar como principal liderança política do estado. Foi outro que não compareceu à festa governista.

Estratégia
O prefeito de Salvador, ACM Neto, atual presidente do DEM, é o principal aliado político de Bolsonaro na Bahia. O jovem político pavimenta sua candidatura ao governo do estado. Nas eleições passadas, sofreu grande desgaste ao desistir de disputar o governo do estado, sendo muito criticado pelos aliados por “desarrumar” as chapas de oposição ao PT no estado. O resultado foi tão desastroso que antigas lideranças da própria legenda, como o ex-deputado José Carlos Aleluia, acabaram sem mandato. Ontem, ACM Neto voltou a ser protagonista nas eleições baianas, mas tem um dever de casa a fazer: eleger o futuro prefeito de Salvador.

O ataque frontal de Bolsonaro aos adversários na Bahia, o principal reduto de oposição ao seu governo, sinaliza uma estratégia para os demais estados do Nordeste: “Eu amo o Nordeste, afinal de contas, a minha filha tem em suas veias sangue de cabra da peste. Cabra da peste de Crateús, o nosso estado aqui, mais pra cima, o nosso Ceará. Quem é nordestino aqui levanta o braço. Quem concorda com o presidente Jair Bolsonaro levanta o braço. Estamos juntos ou não estamos?”, bradou Bolsonaro para o público presente, que gritava “Mito!, Mito!”, como é chamado por seus partidários.

A fórmula será repetida em todas as inaugurações de obras programadas pelo novo governo para o Nordeste, a maioria iniciadas nos governos petistas e agora retomadas, principalmente as de infraestrutura, cuja atual política é uma herança do governo Michel Temer. A continuidade de obras e serviços é um valor importante na administração pública, mas isso não impede a narrativa de ruptura política com as gestões anteriores, que é uma marca registrada do governo Bolsonaro. Contraditoriamente, porém, a solenidade de ontem lembrou a política dos tempos dos coronéis, na qual a oposição era tratada a pão e água pelo governo federal. [oposição tem que ser tratada a pão e água ou seguir o exemplo do PSDB, partido de FHC (o inventor da CPMF.)]

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB