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sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Palavras de Despedida do Gen Villas Bôas

Palavras de Despedida do Gen Villas Bôas

Excelentíssimo senhor Presidente Bolsonaro e senhora Michelle, festejamos suas presenças, assim como a Nação brasileira festeja os sentimentos coletivos que se desencadearam a partir de sua eleição e assunção do cargo. O senhor traz a necessária renovação e a liberação das amarras ideológicas que sequestraram o livre pensar, embotaram o discernimento e induziram a um pensamento único, nefasto como assinala o jornalista americano Walter Lippman, “quando todos pensam da mesma maneira, é porque ninguém está pensando”.

2018 foi um ano rico em acontecimentos desafiadores para as instituições e até mesmo para a identidade nacional. Nele três personalidades destacaram-se para que o “Rio da História” voltasse ao seu curso normal. O Brasil muito lhes deve. Refiro-me  ao próprio presidente Bolsonaro, que fez com que se liberassem novas energias, um forte entusiasmo e um sentimento patriótico há muito tempo adormecido. Ao ministro Sérgio Moro, protagonista da cruzada contra a corrupção ora em curso e ao general Braga Netto, pela forma exitosa com que conduziu a Intervenção Federal no Rio de Janeiro. Todos demonstraram que nenhum problema no Brasil é insolúvel.

Destaco a presença do ministro Dias Toffoli, que, desde que assumiu a presidência do STF, vem fortalecendo o judiciário, conectando-o com a sociedade  brasileira e seus anseios. Aqui inscrevem-se também os ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes, a Procuradora  Geral da República Raquel Dodge e a Advogada Geral da União, ministra  Grace Mendonça, o ministro do STJ Francisco Cândido de Melo Falcão Neto, o desembargador Thompson Flores, presidente do TRF4 e  o Dr. Wilson, consultor jurídico do Exército. Igualmente, o Superior Tribunal Militar e o Ministério Público Militar tiveram atuação determinante para a manutenção da disciplina nas Forças, bem como nos proporcionaram a segurança jurídica indispensável ao nosso êxito nas situações de emprego.

Desde que assumi o comando, tive como uma das principais preocupações a coesão do Exército e a identificação com a sociedade de onde temos origem. Nesse sentido, prestaram grande serviço os companheiros da reserva em todo o Brasil, incluindo-se aí os oficiais R2 representados pelas associações (AORE) e 3C de São Paulo. A todos sou muito agradecido pela aderência às nossas mensagens e diretrizes e pelas manifestações de apoio e confiança que em nenhum segundo me faltaram. Minha homenagem especial e agradecimento às esposas de soldado, abnegadas mestras na arte de se readaptar a cada nova guarnição e esteio indispensável ao exercício da profissão pelos maridos. São essenciais ao êxito da estratégia da presença em locais remotos e, por vezes, inóspitos, pois o coração do soldado reside onde está sua família. Talvez por sua juventude, muitas vezes não têm noção da grandeza do que realizam. Ali estão  tão somente por amor aos esposos, pelo dom de servir e por dedicação ao Brasil.

No mundo moderno, as Forças Armadas incorporaram funções inéditas. Uma delas é a Indução do Desenvolvimento econômico, científico, tecnológico e social. Para essa tarefa tornam-se indispensáveis o esforço e a participação conjunta das indústrias de defesa. Rendo minha homenagem e agradeço aos empresários que, com resiliência, conseguiram superar os percalços decorrentes da incerteza e descontinuidade dos repasses orçamentários que enfrentamos.  Boas vindas aos integrantes da imprensa, que, permanentemente vigilantes, produziram o efeito de induzir o nosso aperfeiçoamento institucional. Nesses quatro anos, convivemos com notáveis jornalistas, formadores de opinião da estatura de William Waack, Alexandre Garcia, Tânia Monteiro, Natuza Nery, Heraldo Pereira, Marco Antônio Villa, Merval Pereira, Pedro Bial, Júlio Mosquera, Thais Oyama, Igor Gielow, Ana Dubuex, Délis Ortiz,  Gerson Camaroti, Eliane Cantanhêde, Fernando Gabeira e o empresário João Saad, entre outros.

Minha jornada, como comandante, começou a partir da indicação da presidente Dilma Roussef e do Ministro Jaques Wagner. A ambos sou reconhecido.  Posteriormente, fomos honrados com a permanência no cargo pelo presidente Temer, que dedicou grande deferência às Forças Armadas e manifestou enorme confiança, evidenciada pela complexidade das missões que nos atribuiu.  No Ministério da Defesa sucederam-se três amigos, Aldo Rebelo, Raul Jungman e general Silva e Luna, que bem souberam nos representar politicamente e pleitear os recursos necessários à manutenção da prontidão das Forças e ao desenvolvimento dos projetos de modernização.

Ao assumir o comando, de imediato busquei inspiração em meus antecessores, generais Leônidas, Tinoco e Zenildo, todos em memória, e os generais Gleuber, Albuquerque e Enzo, cujas presenças agradeço. O momento especial vivido pelo Brasil deve-se não somente aos protagonistas contemporâneos como nós, mas também a ações remotas empreendidas  por eles, com determinação, resiliência, firme ação de comando e liderança. Lograram superar sucessivas dificuldades orçamentárias, políticas e ideológicas, mantendo-nos coesos, apegados a nossos valores e identificados com a Nação brasileira.  Nesses quatro anos, fui ainda um expectador privilegiado da ação de comando sobre suas Forças por parte do almirante Eduardo Bacelar Leal Ferreira e pelo brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato. Com esses novos velhos amigos, identificamo-nos e alcançamos total integração. Quero ressaltar que diante de situações delicadas, que exigiram tomadas de posição, fizemo-lo com respaldo mútuo. Com ambos e as queridas Cris e Rosa, vivemos momentos inesquecíveis  de compartilhada alegria e intensa amizade, que tenho certeza,   enfeitará a nossa vida para sempre.

Igualmente, desfrutei da camaradagem profissional do Almirantado e do Alto-Comando da Aeronáutica que, em ligação com seus correspondentes do Exército, foram facilitadores da integração das ações de interesses comuns.  No MD, a atuação das Forças foi potencializada pela capacidade de coordenação do almirante Ademir, bem como dos Secretários Gerais, inicialmente o próprio general Silva e Luna e, posteriormente, o brigadeiro Amaral. Deles dependeu o atendimento das necessidades orçamentárias e administrativas das Forças.  Volto ao meu Exército, onde ingressei há 52 anos, precisamente no dia 15 de março de 1967, inspirado em meu pai, artilheiro de boa cepa, e estimulado por minha mãe, verdadeira mulher de soldado.

(...)
 
Por  fim, nesse momento, embora emocionado, sinto-me extremamente feliz, pela circunstância de estar passando o comando do Exército de Caxias a um profissional que elevará os níveis de desempenho da Força Terrestre, tanto no que diz respeito à parte anímica, quanto na eficiência operacional, ancorado na evolução tecnológica que vigorosamente persegue, bem como na interação com a sociedade, respaldado em sua evidente e renomada capacidade intelectual, na cultura profissional, na sólida liderança estratégica e na vasta experiência.


Amigo Leal Pujol,
Quando você olhar para trás, me verá em forma, imóvel, coberto e alinhado a sua retaguarda, como só os infantes sabem fazer, sob sua liderança, ansioso por contribuir para a grandeza do nosso Exército, desejando, de coração, absoluto êxito em sua gestão e muitas felicidades para você, Regina e sua família.

Que meu último ato como comandante seja um abraço de gratidão em cada integrante do Exército de Caxias. Levo como principal legado a saudade, porque, na minha alma, permanecerá esse vínculo com todos aqueles que comigo ombrearam nesses 52 anos de caserna, eternizado em cada sorriso e continência que me prestaram.

Em meu coração ecoam todos os brados que nos emulam:
Selva!
Força!
Comandos!
Precede!
Pantanal!
Montanha!
Aço!
Aviação!
Caatinga!
Aeromóvel!
Planalto!
Pátria!
Sertão!
Zum zaravalho!
Brasil acima de tudo!