Feliciano
e Jean Wyllys podem dividir vice-presidência da CDH
A saída
política para o impasse, que começou na semana passada, foi costurada pelo PT
Integrantes
da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados tentam construir um acordo para a presidência do colegiado. Na
impossibilidade de apresentar uma candidatura avulsa contra o indicado oficial,
o petista Paulo Pimenta (RS), a bancada evangélica deve indicar o Pastor Marco Feliciano (PSC-SP)
para uma das vice-presidências. O
acordo preliminar prevê que outra vaga de vice fique com o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), defensor da causa LGBT e adversário político de Feliciano.
A saída política para o impasse, que começou na semana passada,
foi costurada pelo PT a partir do convite para que Jean Wyllys integrasse a
comissão. Como o PSOL não tem direito a uma vaga de
titular, o PSB cedeu espaço para que o
deputado pudesse disputar o cargo. A bancada evangélica, que tem força na comissão, concordou em
compor a Mesa do colegiado e a terceira vice-presidência deve ficar com
Rosângela Gomes (PRB-RJ). "Vamos montar a chapa para mostrar que
o Congresso é lugar de consenso. Isso é um sinal ótimo para a sociedade",
declarou Feliciano. Acusado de ter feito
declarações racistas e homofóbicas, o polêmico deputado ocupou a
presidência da comissão durante o ano de 2013. "A sociedade tem que entender que o papel da política é o
diálogo", concordou Jean Wyllys.
Contra o PT, a última tentativa dos
evangélicos de assumir o controle da CDHM foi com a articulação da indicação do
deputado Anderson Ferreira (PR-PE). Autor do polêmico projeto do Estatuto da
Família (que define o conceito de
família a partir da união entre um homem e uma mulher),
Ferreira ameaçava lançar candidatura avulsa contra o petista. Para garantir que
o acordo de líderes partidários fosse mantido e o PT ficasse com o comando da
comissão, o próprio líder da bancada, deputado Maurício Quintella Lessa (AL),
assumiu a vaga de titular e tirou Ferreira do colegiado.
Na semana
passada, um impasse impediu a eleição da
Mesa da CDHM. O deputado evangélico Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) apresentou
candidatura contrariando o acordo de líderes. Com a insistência de Sóstenes, o PSD decidiu colocá-lo na suplência da comissão de modo a impedir sua candidatura.
O parlamentar chegou a entrar com uma liminar na Justiça para disputar a
eleição, mas a ação ainda não foi julgada.
A reunião para eleição da Mesa da CDHM chegou a ser
aberta na tarde
desta quarta-feira, 11, mas
em seguida foi suspensa por causa do
andamento da sessão conjunta do Congresso Nacional.
Fonte: Revista IstoÉ