Peemedebistas,
que vão presidir comissão, tentam impedir que um petista seja relator
Após ganhar a presidência da Câmara, de colocar na presidência da comissão especial da reforma política um representante do DEM e de escolher como líder um deputado que fez
campanha para Aécio Neves (PSDB), o PMDB se prepara para impor mais uma derrota ao PT.
À frente do bloco com o maior número de parlamentares na Casa, o partido pretende ter não só o presidente da CPI da Petrobras, mas também indicar para a relatoria um aliado não petista.
À frente do bloco com o maior número de parlamentares na Casa, o partido pretende ter não só o presidente da CPI da Petrobras, mas também indicar para a relatoria um aliado não petista.
Três
parlamentares do bloco do PMDB (SD, PP, PTB, PSC, PHS, PEN, PRB, PTN, PRP,
PSDC, PRTB) confirmaram negociações nesse sentido. — Somos o maior bloco, e a relatoria deve ficar conosco também —
afirmou.
Os
peemedebistas já conversam com as outras siglas para ver quem aceitaria a
missão. O PP, embora com bancada com 40 deputados, deve sair do páreo porque
foi citado como beneficiário do esquema criminoso investigado na Operação
Lava-Jato. O PTB é uma possibilidade, mas o líder Jovair Arantes (GO) nega que
isso esteja em pauta. O PT, no entanto, não está disposto a abrir mão
facilmente da relatoria. O líder Sibá Machado (AC) avisou que lutará para que
seu partido tenha lugar de destaque na CPI. — Vamos lutar para ficarmos com a relatoria.
O PT não abre mão — disse. [nobre
deputado petista Sibá Machado (nobreza e petista combinam?). O único lugar de
destaque o PT merece, ele já ocupa: páginas policiais e vagas em presídios para
alguns criminosos petistas que ainda estão encarcerados.]
Após uma
semana agitada na Câmara com a aprovação
de medidas indigestas para o governo, o presidente da Casa, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), resumiu ontem numa frase suas atitudes neste início da gestão dele. Entre as medidas que desagradaram ao
governo estão a aprovação do orçamento impositivo e
o convite aos 39 ministros de Dilma para que prestem
esclarecimentos aos deputados. Para
ele, o governo não tem motivos para
reclamar. - “Não sei se o governo gostou ou não gostou.
Mas também não estamos lá para agradar
ou desagradar a quem quer que seja” — afirmou.
Para tratar da crise política, a presidente Dilma Rousseff
reuniu-se ontem à tarde com o ex-presidente Lula em São Paulo. Foi a primeira
reunião entre os dois desde o início do segundo mandato. Lula chegou do Rio,
onde cumpriu uma missão de retomar a relação do governo e do PT com o PMDB. O
ex-presidente viajara na véspera para o Rio, onde conversou com o governador
Luiz Fernando Pezão, o prefeito Eduardo Paes e o ex-governador Sérgio Cabral. A
viagem indica o papel que Lula deve desempenhar neste momento de crise do PT e
do governo: o de articulador com os
partidos e com os setores da sociedade.
Fonte: O Globo