Facção corrompeu ativista após eleição, diz Polícia Civil
Segundo a Polícia Civil, o Primeiro Comando da Capital (PCC)
tinha um plano: eleger alguém favorável à facção para compor o Conselho
Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), um dos
principais órgãos de combate à violência policial no Estado. A
estratégia, porém, falhou. Todos os integrantes escolhidos foram de
entidades de defesa dos direitos humanos. Isso fez o crime organizado
partir para um “plano B”: cooptar alguém de dentro do órgão. Para a
polícia, essa pessoa era Luiz Carlos dos Santos.
Segundo as investigações, Luiz Carlos dos Santos receberia uma
mesada de R$ 5 mil do PCC para denunciar casos de abusos contra a
população carcerária de São Paulo, assunto que seria de interesse da
facção criminosa. Apesar de ter ingressado no Condepe em 2014, o
suspeito tinha bom trânsito com autoridades ligadas aos direitos humanos
e atuava na área há mais de uma década. O próprio órgão destaca a
atuação de Santos, que “possui reconhecida trajetória de contundente
defesa dos direitos humanos”.
O vice-presidente chegou até o Condepe por meio do Conselho
Ouvidor de Direitos Humanos e Cidadania (CODH), com sede em Cotia,
entidade fundada no início dos anos 2000. Há dois anos, ele foi
escolhido como conselheiro suplente do órgão. Santos chegou a ocupar a
presidência do CODH, antes de obter o assento no Condepe. Nas eleições de março deste ano, ele recebeu 50 votos das
entidades que formam o colégio eleitoral do Condepe e acabou como o
terceiro conselheiro mais bem votado no geral, empatado com Maria
Nazareth Cupertino, atual presidente, e Cheila Olalla, outra das
conselheira que têm destaque pela atuação ao lado de famílias vítimas de
violência policial.
Ao todo, havia 17 concorrentes indicados para seis vagas de
titular e seis de suplente, destinadas às associações. No site do CODH, é
possível encontrar dois vídeos com reportagens de televisão em que Luiz
Carlos dos Santos aparece. No primeiro, ele aborda o caso de um usuário
de drogas supostamente agredido por guardas-civis de Cotia. No segundo,
comenta violência policial em chacinas de São Paulo. [são amebas como Luiz Carlos que desmoralizam a Polícia - quando acontece uma chacina, na maior parte das vezes acerto de contas entre bandidos,, são vermes estilo Luiz e outros que logo acusam a polícia.
Percebam que o réptil fornecida os dados de agentes penitenciários que o PCC decidia matar.
Vejam o caso Amarildo: o elemento desapareceu ou por ter decidido sumir ou foi eliminado pelo tráfico, mas a turma dos 'direitos humanos', logo acusou a polícia.
Nos dias atuais é vantajoso acusar a polícia, projeta o acusador, rende prestígio e está de acordo com o maldito 'politicamente correto'.]
Figuras públicas.
Luiz Carlos dos Santos também se valeu da entidade para
homenagear figuras públicas, entre elas o desembargador Antônio Carlos
Malheiros, ligado aos direitos humanos. Em 2015, a entidade fez
homenagens ao então presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo
(TJ-SP), José Renato Nalini, atual secretário Estadual da Educação, e a
Aloísio de Toledo César, ex-secretário Estadual da Justiça e da Defesa
da Cidadania. “Ele me surpreendeu ao abrir espaços de direitos humanos com meu
nome, mas nunca participei de atividades desses locais”, afirmou
Malheiros. “O Luiz sempre foi um militante muito aguerrido. Recebo a
notícia com tristeza e perplexidade.” Já o ex-secretário Aloisio Toledo
César afirmou conhecer Luiz Carlos Santos “superficialmente”. O CODH
funciona em uma sala cedida pela Secretaria da Justiça. “Eles já
ofereciam o espaço muito antes de eu ser secretário, mas a secretaria
não tinha uma ligação umbilical com a entidade. Era só o espaço físico.
Se eles estavam cometendo delito, a gente não poderia imaginar nunca”,
afirmou. A reportagem não conseguiu contato com Nalini.
Antes mesmo de fazer parte do Condepe, em 2011, Santos se
candidatou ao cargo de Ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo. A
eleição é feita pelo Condepe, que resulta em uma lista tríplice enviada
ao governador. Ele teve apenas um voto.
Denúncia.
A atuação como defensor dos direitos humanos e o respeito
conquistado entre os pares, entretanto, ocorreu paralelamente ao
surgimento de acusações criminais contra o conselheiro preso. Santos já
havia sido preso em flagrante em 2011, acusado de extorquir um
guarda-civil de Cotia, na Grande São Paulo.
O vice-presidente do Condepe teria pedido dinheiro ao GCM para
não denunciá-lo à imprensa por um suposto estupro de uma adolescente. Em
ocasiões anteriores, Santos negou a acusação e se disse vítima de uma
“armação” de guardas que ele havia denunciado.
As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.