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sábado, 24 de outubro de 2020

Reformar para crescer - O Estado de S. Paulo

Opinião

Reforma tributária sugerida pela CNI é simplificadora e sem cumulatividade.

O Brasil só voltará a crescer com vigor e de forma sustentada com um sistema tributário “mais simples, sem cumulatividade e alinhado com as boas práticas internacionais”, disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, ao comentar o novo Informe Conjuntural publicado pela organização. Isso é o oposto da CPMF, defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Esse é o mais cumulativo dos tributos: onera qualquer transferência de dinheiro, ligada à produção, ao consumo, a operações financeiras, a salários, lucros, aluguéis e doações a entidades filantrópicas.

“Boas práticas internacionais” também ficam distantes da CPMF, um tributo raramente experimentado fora do Brasil e comentado muitas vezes com sinais de estranheza por economistas estrangeiros. Em 2018, o futuro ministro da Economia, já escolhido pelo candidato Jair Bolsonaro, mencionou a empresários a possível criação de um imposto semelhante à CPMF para financiar a Previdência. Seu repertório pouco variou nos dois anos seguintes. “O sistema tributário brasileiro é, dentre os fatores do custo Brasil, o que mais pesa na competitividade das empresas e do País”, disse também o presidente da CNI. É fácil concordar. Não se trata apenas do peso dos impostos. Em primeiro lugar a tributação nacional é desnecessariamente complexa. Gasta-se muito tempo, em cada empresa, só para cuidar burocraticamente do assunto. Basta pensar nas 27 versões do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o principal tributo dos Estados e do Distrito Federal.

Além disso, a tributação incide pesadamente sobre o investimento produtivo e sobre os insumos incorporados na produção. O sistema de créditos funciona mal, as compensações nem sempre ficam disponíveis a tempo e a exportação acaba onerada por uma carga absurda de impostos. É preciso incluir a reforma tributária como prioridade em qualquer plano de retomada firme do crescimento. Mas essa reforma tem de ser voltada para a simplificação do sistema e para o aumento da produtividade. Este último é um item estranho à maior parte das propostas oficiais.

Além disso, retomar o crescimento será muito diferente do mero retorno ao padrão de atividade de fevereiro, último mês antes do grande choque da pandemia, ou mesmo de uma volta às condições de 2019. A economia brasileira já estava muito fraca antes da covid-19 e a produção industrial, segundo o documento da CNI, já estava estagnada desde 2010. O setor já estava mal, portanto, antes da recessão de 2015-2016.  [o processo de desmanche da economia, teve inicio em 2003 = era pt, perda total - roubalheira.]  Por tudo isso, o dinamismo só será retomado com redução do custo Brasil e expansão do investimento, “com foco no ganho de produtividade”, assinala o relatório. Isso vale, de fato, para a indústria, principalmente para o segmento de transformação, e também para o conjunto da economia. Os entraves à produtividade, é fácil verificar, prejudicam todos os setores, poderiam ter acrescentado os autores do trabalho. Há perdas também para o agronegócio, afetado, por exemplo, pelas deficiências dos transportes.

Antes de retomar o crescimento vigoroso e sustentável, perdido há muitos anos, o País precisará prosseguir na recuperação das perdas deste ano. A reação começou e o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre deve ter sido 9% maior que o do segundo, de acordo com o Informe Conjuntural da CNI. A indústria deve ter avançado 10%. Para o ano, o documento indica um PIB 4,2% menor que o de 2019, com recuo de 4,1% estimado para o produto industrial.

Não está garantido para 2021, no entanto, um crescimento superior ao da pré-pandemia. Além disso, a retirada dos estímulos adotados na fase mais aguda poderá ter efeito contracionista, prejudicando o consumo e o emprego, alertam os autores do estudo. O governo sabe disso, mas nenhuma solução foi claramente apontada até agora. O desafio inclui manter ou criar outros estímulos, preservar o teto de gastos e reafirmar o compromisso com a seriedade fiscal. É preciso achar a resposta antes dos foguetes do réveillon.

Opinião - O Estado de S. Paulo



quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Medo do desemprego cai no País diante de perspectivas com novo governo, aponta CNI

Pelo estudo, o índice caiu 10,7 pontos porcentuais entre setembro e dezembro do ano passado, ficando em 55 pontos, na maior queda do indicador desde 1996

O brasileiro terminou 2018 mais confiante em relação ao emprego no País e mais satisfeito com a vida. É o que mostra levantamento trimestral divulgado nesta quinta-feira, 10, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Pelo estudo, o Índice do Medo do Desemprego caiu 10,7 pontos porcentuais entre setembro e dezembro do ano passado, ficando em 55 pontos. É a maior queda observada no indicador desde o início da série histórica, em maio de 1996.

"O resultado positivo reflete o otimismo e a confiança que a maioria da população deposita no novo governo, e também a percepção crescente de superação da crise econômica, com perspectiva de aumento do crescimento econômico e queda do desemprego", cita o documento.

Segundo a pesquisa, o medo do desemprego caiu em todas as regiões do País. O maior recuo foi na Região Sul, com queda de 16,9 pontos no período, passando de 62,7 pontos em setembro para 45,8 pontos em dezembro. As Regiões Norte e Centro-Oeste, analisadas em conjunto no levantamento, registram a segunda maior queda no indicador, de 12,9 pontos, ficando com 48 pontos em dezembro. No Nordeste, o índice teve retração de 9,8 pontos, indo para 63,3 pontos em dezembro. E o Sudeste registrou a menor queda, de 8,3 pontos, ficando em 55,8 pontos em dezembro.
"O otimismo aumentou, mas não podemos esquecer que a retomada da economia se mostra muito lenta e o desemprego continua elevado", pondera o gerente executivo de Pesquisas da CNI, Renato da Fonseca.

Ele acrescentou, no entanto, que a queda do medo de perder o trabalho ajudará a incrementar o consumo e, consequentemente, a produção. Pelo levantamento da CNI, o Índice de Satisfação com a Vida também melhorou em todas as regiões do País entre setembro e dezembro passados, com alta de 2,7 pontos, a maior da série iniciada em maio de 1999. A Região Sul apresentou também o maior aumento na satisfação com a vida no período (+ 3,6 pontos), seguida de Nordeste (+ 3 pontos), Sudeste (+ 2,7 pontos) e Norte/Centro-Oeste (+ 1,5 ponto).

A pesquisa ouviu 2 mil pessoas em 127 municípios entre 29 de novembro e 2 de dezembro do ano passado.

O Estado de S. Paulo
 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

75% veem Bolsonaro e equipe ‘no caminho certo’, diz Ibope

Pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira (13) em relação ao trabalho do presidente eleito Jair Bolsonaro e sua equipe indica que:
75% consideram eles estão “no caminho certo”;
14% que eles estão no “caminho errado”
11% não sabem ou não responderam.
 
O levantamento, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), é o primeiro desde a eleição presidencial de outubro.  Ao todo, foram ouvidas 2 mil pessoas em 127 municípios entre 29 de novembro e 2 de dezembro.

Governo Temer
A pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira também aborda a avaliação dos entrevistados sobre o governo do presidente Michel Temer (MDB). O levantamento indica os seguintes percentuais:

Ótimo/bom: 5%
Regular: 18%
Ruim/péssimo: 74%
Não sabe/não respondeu: 5%


Na pesquisa anterior do Ibope, divulgada em setembro, 78% consideravam o governo “ruim/péssimo”; 16%, “regular”; e 4% avaliavam como “bom/ótimo”.

Expectativa
A pesquisa divulgada nesta quinta-feira também abordou a expectativa do eleitor em relação ao governo Bolsonaro. Veja os percentuais:

Ótimo: 25%
Bom: 39%
Regular: 18%
Ruim: 4%
Péssimo: 10%
Não sabe/não respondeu: 4%


MATÉRIA COMPLETA, em IstoÉ