Empresário, que pretende concorrer ao Senado, diz ter feito 36 amigos durante o período em que ficou preso
Eike Batista continua com a energia
impressionante de sempre. Seu otimismo também permanece intocado. Nem parece um
homem que perdeu US$ 34 bilhões, ficou preso três meses em uma cela de 12
metros quadrados em Bangu e ainda responde a processo que pode lhe colocar de
volta na cadeia. Eike me recebeu em seu escritório na Praia do Flamengo. Estava
acompanhado pelo filho Thor, por um advogado e um assessor.
Falou de seus planos imediatos e futuros e
revelou que foi convidado e estuda se candidatar ao Senado. Não disse por qual
partido, nem se a decisão está tomada. Mas não conseguiu esconder entusiasmo
com a ideia. Não por palavras, mas o brilho nos olhos era visível. Também
contou da sua rotina no presídio de Bangu.
Eike falou dos empréstimos que tomou do BNDES.
Diz que pegou dinheiro para projetos estruturantes, e "não para comprar
frigorífico", por isso julga que o banco apenas cumpriu com sua obrigação.
Afirma que deu aval pessoal a cada um dos empréstimos e que obteve seguro de
bancos privados. Antes de quebrar, vendeu os projetos para gigantes da economia
brasileira e global que assumiram a dívida com o banco.
Leia a íntegra da entrevista abaixo:
Quais são seus planos agora?
Quem sabe alguma coisa na política.
Vai se candidatar? Quer ser deputado?
Não, senador. Estou estudando isso. Vamos
avaliar. Estou conversando com partidos. Já me procuraram, mas eu prefiro não
comentar por ora. Tem muita gente que acha que eu posso contribuir. Não tenho
nenhum impedimento judicial. Nâo fui sequer julgado em primeira instância (A
Lei da Ficha Limpa barra candidaturas de condenados em 2ª instância).
Você está buscando foro privilegiado?
Não. Eu quero ajudar. Eu preciso me
reinventar. Hoje, sou provavelmente a maior fake news do mundo. Ninguém sabe o
que eu fiz pelo Brasil. Vou mostrar o que eu já fiz. Eu trouxe para o Brasil
US$ 40 bilhões em investimentos. Eu vou ajudar a não deixar projetos
desnecessários serem construídos.
Você vai parar de trabalhar, seus negócios?
Não vou parar de trabalhar. Blairo Maggi está
lá. Ele toca os negócios e a política. Acabou de comprar as fazendas do Olacyr
de Moraes.
Como está sua delação? Ela foi recusada?
A procuradora Raquel Dodge não viu elementos
na minha "reserva de memória" para fazer uma delação. De qualquer
forma, como empresário não tenho o que dizer.
Quanto dinheiro você perdeu?
Todos os meus ativos foram levados para saldar
as contas depois da corrida bancária contra mim. Eu tinha US$ 34 bilhões.
Agora, estou virando consultor. Posso ganhar muito dinheiro com isso. Vai ser a
Eike Batista Consulting. Como não tenho capital, eu posso entrar com suor e o
cara me dá um pedaço do negócio. Sempre soube que eu poderia pintar novos
quadros.
Entrevista ao GLOBO
Você já está fazendo contatos?
Eles é que me procuram. As pessoas querem
saber minha visão de Brasil, de mundo, minha visão de energia.
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