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sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Tudo por um Brasil pior - Revista Oeste

J. R. Guzzo

É fundamental para Lula, e para essa gente toda, que a população brasileira permaneça enterrada na ignorância em que está — quanto mais ignorante, melhor para eles

Ministro Alexandre de Moraes | Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE 

Ministro Alexandre de Moraes | Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

É a mesma farsa, em dois atos executados ao mesmo tempo e com dose dupla de veneno. Num ato, o Supremo, o ex-presidente Lula e a paçoca que hoje mistura classes intelectuais, empresários de esquerda e ladrões do erário público gritam que “a democracia está ameaçada” — e, por conta disso, passam a usar a máquina judiciária do Estado para impor ao Brasil, dia após dia, uma ditadura pretensiosa, “progressista” e metida à besta;finge que é iluminada, mas é apenas uma ditadura a mais.  
Em outro ato, prometem mudanças prodigiosas para a “sociedade”, quando a última das coisas que querem é mudar alguma coisa — sua luta de vida ou morte, ao contrário, é deixar tudo como está. Os dois movimentos se juntam. A ditadura está sendo construída em público, já há quatro anos, pela associação do STF com a elite mais subdesenvolvida do Brasil.  
Não se trata de ponto de vista, mas sim da mera observação das decisões tomadas pela “suprema corte” para sabotar o governo, perseguir os seus aliados políticos e interferir grosseiramente no processo eleitoral em favor de Lula.  
O congelamento do país em tudo o que significa atraso, produção continuada de miséria e privatização do Estado em favor de interesses particulares é o único projeto real que a esquerda tem para o Brasil, caso seja declarada pelo TSE como vencedora das eleições de 2022.
 
A ditadura está sendo imposta pelo STF com polícia, censura à imprensa e gente trancada na cadeia como preso político; pode ter tortura a qualquer momento, pois se o ministro Alexandre Moraes, por exemplo, mandar a PF abrir a sua caixa de ferramentas nos interrogatórios de pessoas suspeitas de praticar “atos antidemocráticos”, ninguém, absolutamente ninguém, vai dizer que não pode. 
Ele toma decisões puramente ilegais há quatro anos e ninguém diz nada; não existe nenhum motivo para não continuar fazendo o que faz hoje. 
 
Moraes já prendeu um deputado federal durante nove meses. Mantém aberto um inquérito criminal perpétuo contra os inimigos políticos da esquerda, algo que é rigorosamente proibido por lei. 
 A cada vez que vencem os prazos da sua investigação ilegal, sem que se tenha descoberto nada contra as vítimas, ele prorroga esses prazos e mantém ativa a perseguição. 
Acaba de censurar de novo a imprensa, com a brutalidade de sempre: a Gazeta do Povo, mais uma vez, e a produtora Brasil Paralelo, agora por publicarem notícias verdadeiras, mas que Lula não quer que sejam publicadas. Ele já fez de tudo. Não há nenhum sinal de que vá parar. Uma autoridade que usa o seu cargo para desrespeitar de forma permanente a Constituição, e não está sob controle de nada e de ninguém, é coisa que só existe em ditadura. 
Ou alguém sabe de alguma democracia genuína, em qualquer lugar do planeta, onde haja um Alexandre Moraes e um STF como esse aí?

A relação das violações diretas da lei por parte do ministro e dos seus colegas é pública e indiscutível. O STF anulou as quatro ações penais contra Lula, inclusive sua condenação pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sem qualquer razão séria; alegou erro de endereço no processo, coisa que ninguém notou durante cinco anos e ao longo de três instâncias. 

Permitiu, com essa trapaça, que Lula fosse candidato nas atuais eleições sem a absolvição de nenhuma de suas culpas
Elimina de forma sistemática o direito de livre expressão nas redes sociais. Bloqueia contas bancárias, viola o sigilo de comunicações e “desmonetiza” comunicadores de “direita”.  
Censura a imprensa, em desrespeito direto à Constituição Federal. 
Solta a polícia em cima de apoiadores do presidente da República que mantinham um grupo particular de conversas no WhatsApp; 
suspeita que estejam armando um golpe de Estado porque leu isso no jornal. 
Mantém em prisão domiciliar um aliado político do presidente, sem culpa formada e sem data para julgamento. 
Há mais coisa, ainda — mas será que é preciso continuar falando? Isso tudo está sendo feito, segundo o STF, para “defender a democracia”. 
 
Violam a lei, suprimem direitos individuais e liquidam as liberdades públicas, mas dizem que fazem essas coisas para salvar o Brasil do “autoritarismo”. 
Recebem o apoio excitado de quase toda a mídia, dos advogados de políticos corruptos e de toda essa gente civilizada que assinou a “Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito”.  
É um fenômeno nunca antes visto no Brasil ou no mundo: uma carta em favor da democracia que é um manifesto em favor da ditadura.

Este Brasil do atraso, da esmola e da escassez não existe por acaso. Existe porque atende os interesses da pasta geral formada em torno de Lula

Tão hipócrita quanto a ditadura em condomínio do STF e do PT é o conto do vigário segundo o qual Lula tem de voltar à presidência da República para solucionar “os problemas sociais do Brasil”depois de ter passado quase 14 anos no governo sem resolver problema nenhum, social ou de qualquer outro tipo, e deixado como única obra verdadeira o período de corrupção mais espetacular dos 522 anos de história do Brasil, além da pior recessão econômica que este país já viu.  

Lula veio, 40 anos atrás, para deixar tudo igual na política e na sociedade brasileiras; continua hoje, às vésperas de mais uma eleição para presidente, igualzinho ao que sempre foi. Ele finge, desde então, que está ajudando “os pobres” ultimamente enfiou nesse mesmo saco as “mulheres”, os “negros”, os “gays”, os “índios”, o Complexo do Alemão e tudo que acha capaz de lhe render algum proveito. 

No mundo das realidades, este é o melhor jeito de deixar os pobres exatamente como estão, com uns trocados aqui e ali por conta das “políticas sociais”. É o ideal, ao mesmo tempo, para manter intactos os privilégios dos parasitas que querem continuar vivendo do “Estado”. 
 São as castas mais altas do funcionalismo público, a começar pelo Poder Judiciário, os empresários que grudam no aparelho estatal e a companheirada do PT. Este é, basicamente, o mundo de Lula o mundo que se opõe ao trabalho, à ascensão social através do esforço individual e ao progresso do Brasil pela combinação de mérito pessoal, talento e aquisição de conhecimento. É o mundo que não quer mudança. Quer “políticas sociais” — a maneira mais eficaz que se encontrou até hoje para santificar o “gasto público”, essa queima de dinheiro que é feita em nome dos “pobres” e funciona como o maior concentrador de renda do Brasil, ao acabar sempre no bucho dos amigos, e dos amigos dos amigos.

Este Brasil do atraso, da esmola e da escassez não existe por acaso. Existe porque atende os interesses da pasta geral formada em torno de Lula. Sabe-se perfeitamente bem quem compõe essa mistura grossa. São os empreiteiros de obras públicas, os banqueiros e os senadores do Norte-Nordeste que se elegem com meia dúzia de votos, enquanto em São Paulo só se chega ao Senado com o voto de mais de 10 milhões de eleitores

São os chefes políticos que fazem de tudo para manter o Nordeste debaixo de sua sola a começar pelos novos coronéis do PT e da “esquerda”, que usam a sua influência na máquina estatal e o dinheiro público de aberrações como o “Fundo Partidário-Eleitoral” para comprar mandatos e posições de mando
São os advogados criminalistas que ganham milhões defendendo corruptos. 
São os juízes, procuradores, ouvidores, auditores, corregedores, desembargadores etc. que vira e mexe são flagrados ganhando salários mensais de R$ 100.000, ou mais, e sempre têm uma licença legal para fazer isso. 
São os empresários do tipo Eike Batista — ou da empresa que vendia sondas à Petrobras, recebeu em moeda corrente e foi à falência sem entregar sonda nenhuma.  
São os sindicalistas que querem extorquir dos trabalhadores, outra vez, o imposto sindical. 
São os professores, funcionários e alunos de universidades federais de “ciências humanas” onde todo mundo é pago para ficar em greve, não aprender nada de útil para a sociedade e pichar muros escrevendo “Fora Bolsonaro”
São os donos das faculdades particulares — para cujos bolsos vão as bolsas dos estudantes pobres, pagas com dinheiro público. São todos os ladrões, a começar pelos da Lava Jato — que delataram a si próprios, devolveram bilhões em dinheiro roubado e confessaram livremente a sua culpa.
 
É fundamental para Lula, e para essa gente toda, que a população brasileira permaneça enterrada na ignorância em que está — quanto mais ignorante, melhor para eles. 
É exatamente por isso que Lula e o PT falam tanto em “investir na educação”. 
De fato, querem socar aí o máximo que puderem arrancar do pagador de impostos. Mas não é para ensinar nada a ninguém — é apenas para engordar o aparelho da educação, lotar as salas de aula com professores que são militantes políticos e garantir com eles, justamente ao contrário do que dizem, que não haja nenhum risco de alguém aprender alguma coisa no sistema de ensino público. 
Escola que fala de Che Guevara não ensina a fazer conta — um método 100% seguro para impedir que as pessoas adquiram qualquer conhecimento útil na sala de aula. Isso seria uma calamidade. 
Faria os jovens ganharem condições de melhorar de vida por conta própria, por saberem fazer algo, e não por receberem uma miséria qualquer dos “programas sociais”
Nem Lula e nem a esquerda podem admitir nada parecido, é claro: precisam manter o maior número possível de brasileiros na dependência eterna do Estado.

Lula não está minimamente interessado em dar terra a ninguém. O que quer é acampamento de “sem-terra”, onde quem vai mandar é o MST

É a mesma coisa com o processamento que fazem dos pobres. Lula e a esquerda querem exatamente o contrário do que anunciam: sua meta estratégica, acima de todas, é manter e se possível aumentar o número de pobres — é daí que vem a maioria dos votos que os mantém vivos. Quanto menos pobres houver no Brasil, menor será a sua força política.
Ficou provado, mais uma vez, pelos números da eleição. Lula perdeu no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás — e, no Estado de Minas Gerais, em Belo Horizonte, Triângulo Mineiro e Sul de Minas. Ou seja: perdeu, sem nenhuma exceção, no Brasil onde há mais progresso, mais iniciativa privada e melhor distribuição de renda.  
 
Ganhou onde há mais atraso, mais “Estado”, mais miseráveis e mais miséria. Por que diabo, então, ele iria querer diminuir o número de pobres? Para perder eleição? Da mesma forma, Lula quer o exato oposto do que prega quando fala de “distribuição de terra”. 
Vive ameaçando fazer uma “revolução no campo”, com o “exército do MST” — a quem, aliás, promete dar cargos “importantes” no seu governo. Mas não quer dar terra para ninguém tanto não quer que ficou abertamente contra a distribuição de mais de 400.000 títulos de propriedade rural feita ao longo do governo Bolsonaro. 
Não há nenhum precedente na história — um defensor da reforma agrária que não admite a entrega de terras para o cidadão que quer trabalhar no campo. O que Lula quer é invasão de terra, destruição de propriedade privada e violência — coisas que não resolvem nada, mas garantem o controle do PT sobre os bandos de miseráveis que giram pelo interior do país. Ele não está minimamente interessado em dar terra a ninguém. O que quer é acampamento de “sem-terra”, onde quem vai mandar é o MST.
Entrou nesse embuste gigante, nos últimos tempos, um novo espécime biológico o empresário socialista, ou com preocupações sociais, ou aflito com o futuro da democracia. É um farsante, mais um, mesmo quando se leva a sério e acredita que está fazendo o “bem”. 
O empresário de esquerda quer ter a sua consciência tranquila, ou menos pesada, e continuar ganhando dinheiro — e hoje ninguém oferece essa combinação melhor do que Lula. Ele apoia o PT, diz que está preocupado com a desigualdade e acha que Bolsonaro ameaça a democracia
Em troca ganha de Lula um certificado de boa conduta e se protege de qualquer alteração no seu patrimônio e no seu bem-estar. 
É um arranjo que atende perfeitamente os interesses dos dois lados. 
 
Lula pode dizer que a devoção dos milionários é uma garantia de que ele é um tipo “moderado”, que não vai fazer mal a ninguém. Do seu lado, os milionários garantem que o socialismo petista não vai mexer nos seus bolsos — não para valer. 
Funciona, também, como uma espécie de calmante contra a ansiedade social. Os empresários de esquerda dizem a si próprios que o seu apoio a Lula vai fazer desaparecerem das esquinas, por onde passam em seus SUVs blindados, os mendigos com um cartaz de papelão pedindo ajuda uma coisa tão incômoda, não é mesmo? 
Culpa “do Bolsonaro”, é óbvio, mas com Lula todos eles vão viajar de avião etc. etc. etc. 
Ao mesmo tempo, esse milagre vai acontecer sem custo real nenhum para o seu bolso. Os pobres somem, e somem de graça — o que pode haver de melhor?  
O maior horror, para todos eles, é o povo brasileiro, que polui a sua paisagem, ou pede esmola na rua, ou vai ao culto evangélico, ou não tem gosto”, ou vota em gente de “direita”, e mais do mesmo. 
É onde veio dar o Brasil “progressista”. Seus donos querem mandar para sempre. É o que está realmente em jogo neste segundo turno das eleições de 2022.

Leia também “Ditadura em construção”

J. R. Guzzo, colunista - VOZES - Gazeta do Povo 

 

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Lula e o PT querem fazer do Brasil um novo “Peru” - Gazeta do Povo

J. R. Guzzo - VOZES

De uma coisa ninguém vai poder reclamar quando se constatar, para a surpresa chocada das almas de boa-fé, que o governo estará querendo violar a Constituição para impor um outro regime ao Brasil, caso Lula ganhe as próximas eleições presidenciais: falta de aviso. Ele próprio, Lula, já disse, repetiu e vai dizer de novo que o Brasil, sob a sua direção, será um país “socialista”. A eleição de outubro não é para isso — sua função é escolher um presidente da República para o período de 2023 a 2027, e não impor um novo regime político, econômico e social à sociedade brasileira.

Mas e daí? Lula e o PT estão convencidos que uma eventual vitória na eleição vai autorizá-los a transformar o país em mais um “Chile”, ou “Peru”, ou “Bolívia” (não falam em “Venezuela” e “Cuba”, mas nem precisa), com a economia entregue “ao Estado” e o resto da ladainha que tem sido tentada através do mundo nos últimos 100 anos — e jamais deu certo, em lugar nenhum.

É espantoso que um candidato a presidente da República, com todo o incentivo das forças que o apoiam, tenha como projeto de governo criar um “Peru” no Brasil, ou coisa que o valha — mas são eles mesmos, e ninguém mais, que estão dizendo isso. Peru? A esquerda brasileira já teve planos mais ambiciosos para o país.

Para piorar as coisas, Lula, em pessoa, já disse que o Brasil vai precisar também de uma ditadura; o modelo que promete impor, caso ganhe, é o da China. Na sua opinião, é o que está faltando para nós: um “Estado forte”, com um “partido forte”, que vai dar as ordens, mandar na sua vida e decidir o que é bom e o que é ruim para todos. A China, diz Lula, é o que há; é disso que o Brasil precisa.

O candidato sempre diz para o eleitorado aquilo que, em seus últimos cálculos, mais pode interessar a ele próprio; está achando, no momento, que ser da “esquerda” radical rende mais votos. 
Já o seu ex-ministro José Dirceu, que ele vendeu por dois mil-réis quando quis salvar o próprio couro, no escândalo do mensalão, mas que hoje está de novo “prestigiado”, parece ter ideias mais precisas que o chefe. Dirceu, dentro do bonde PT/intelectuais/centristas liberais/empresários “progressistas”/advogados criminais — etc., etc. que trafega atrás de Lula, é o que parece ter mais noção do que está falando. O que está falando só piora o que Lula já fala.

Dirceu tem teorias próprias sobre o novo regime. A economia tem de ser estatal, diz ele. Vai se admitir, no máximo, empresas “público-privadas” ou seja, muita Odebrecht, muito Eike Batista, muita vendedora de sonda para a Petrobras, etc. É preciso novas estatais — e a volta dos bancos do governo. Segundo Dirceu, a economia brasileira está “totalmente dolarizada”, e isso precisa mudar. Não se sabe o que ele sugere a respeito: uma economia baseada no real, talvez? E quem quer saber de real? Nem em Cuba, e nem com a intervenção pessoal de Dirceu ou qualquer outro, vão aceitar vender um cacho de banana a troco de real. Mas o que se vai fazer? Os banqueiros de esquerda, os empresários angustiados com a injustiça social e as classes intelectuais acham que Lula e o seu regime socialista são a solução. Deve ser por aí mesmo, se o modelo é o Peru.

Quanto à democracia, é bom começar já ir se despedindo. Lula quer uma China para nós todos. É o que ele vai fazer — ou, pelo menos, o que promete fazer. Dá na mesma.

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Janot diz que chegou a ir armado ao STF para matar Gilmar - Terra Notícias

Ex-procurador-geral da República afirma que pensou em matar o ministro do STF e se suicidar depois

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot disse nesta quinta-feira, 26, ao Estadão que, no momento mais tenso de sua passagem pelo cargo, chegou a ir armado para uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) com a intenção de matar a tiros o ministro Gilmar Mendes. "Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar", afirmou Janot. 

Segundo o ex-procurador-geral, logo depois de ele apresentar uma exceção de suspeição contra Gilmar, o ministro difundiu "uma história mentirosa" sobre sua filha. "E isso me tirou do sério."  

Em maio de 2017, Janot, na condição de chefe do Ministério Público Federal, pediu o impedimento de Gilmar na análise de um habeas corpus de Eike Batista, com o argumento de que a mulher do ministro, Guiomar Mendes, atuava no escritório Sérgio Bermudes, que advogava para o empresário. Ao se defender em ofício à então presidente do STF, Gilmar afirmou que a filha de Janot - Letícia Ladeira Monteiro de Barros - advogava para a empreiteira OAS em processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo o ministro, a filha do ex-PGR poderia na época "ser credora por honorários advocatícios de pessoas jurídicas envolvidas na Lava Jato".
"Foi logo depois que eu apresentei a sessão (...) de suspeição dele no caso do Eike. Aí ele inventou uma história que a minha filha advogava na parte penal para uma empresa da Lava Jato. Minha filha nunca advogou na área penal... e aí eu saí do sério", afirmou o ex-procurador-geral. 

Janot disse que foi ao Supremo armado, antes da sessão, encontrou Gilmar na antessala do cafezinho da Corte. "Ele estava sozinho", disse. "Mas foi a mão de Deus. Foi a mão de Deus", repetiu o procurador ao justificar por que não concretizou a intenção. "Cheguei a entrar no Supremo (com essa intenção)", relatou. "Ele estava na sala, na entrada da sala de sessão. Eu vi, olhei, e aí veio uma 'mão' mesmo". 

O ex-procurador-geral disse que estava se sentindo mal e pediu ao vice-procurador-geral da República o substituir na sessão do Supremo. A cena descrita acima não está narrada em detalhes no livro Nada menos que tudo (Editora Planeta), no qual relata sua atuação no comando da Operação Lava Jato. Janot alega que narrou a cena, mas "sem dar nome aos bois".
 
O ex-procurador-geral da República diz que sua relação com Gilmar já não era boa até esse episódio, mas depois cortou contatos. "Eu sou um sujeito que não se incomoda de apanhar. Pode me bater à vontade... Eu tenho uma filha, se você for pai..."
Procurado, Gilmar Mendes não havia se pronunciado até a publicação da reportagem.


Portal Terra -  Colaborou Amanda Pupo



sexta-feira, 10 de maio de 2019

Até tu, BNDES?

O banco a serviço da pátria é apenas a corrupção do PT vestida de gravata, com cartaz na Unicamp e conhecedora de menus em restaurantes de Nova York


Publicado na edição impressa da EXAME

Durante os treze anos e meio dos governos de Lula e Dilma Rousseff o BNDES funcionou como uma sociedade de ladrões. Ah, não diga ─ e daí? 

Alguma coisa localizada a menos de 5.000 quilômetros do Palácio do Planalto, da Esplanada dos Ministérios e dos seus puxadinhos deixou de ser roubada por gente do governo durante esse período? Uma ou outra, é verdade, pois não dá para roubar tudo, de todos, em todos os lugares e ao mesmo tempo. É fato provado e contra-provado, em todo caso, que muito pouco escapou do arrastão ─ e, assim sendo, qual a novidade de que o BNDES tenha sido um dos “pontos” do crime em escala nacional nos governos petistas? (Assim como traficantes de droga têm “pontos”, ladrões do erário público também contam com os seus; é um fato sabido.) A rigor, não há novidade nenhuma. Mas o BNDES, pelo menos, tinha pose de coisa séria, com o seu “corpo técnico”, suas regras de compliance, suas obras de arte nas paredes da sede etc.; deveria disfarçar melhor a ladroagem desvairada que rolou ali durante mais de dez anos seguidos. Só que, no fim das contas, o que se vê é que o banco de desenvolvimento social sagrado para os economistas de esquerda foi tão grosseiro nas atividades gerais da corrupção quanto a maioria dos seus pares.

Até tu, BNDES? Sim, até tu. No embalo Lula-Dilma, o pessoal esqueceu de prestar atenção às exigências mínimas de decoro na roubalheira ─ algo a se prever, francamente, numa repartição pública de 2.000 funcionários, cheia de gente com mestrado em universidade, elogiada por um Prêmio Nobel de Economia (foi só Joseph Stiglitz, é verdade, mas o homem é Premio Nobel assim mesmo) e produtora regular de monografias incompreensíveis em qualquer língua. Em resumo: o banco a serviço da pátria é apenas a corrupção do PT vestida de gravata, com cartaz na Unicamp e conhecedora de menus em restaurantes de Nova York. Seu alto comando não é diferente de um Antônio Palocci, um Sérgio Cabral, um Geddel Vieira Lima e tantas outras estrelas inesquecíveis que o Brasil deve ao gênio político do ex-presidente Lula. É certo que existe, do ponto de vista legal, uma diferença fundamental entre essa turma e o ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho: ele até agora não foi condenado na Justiça. Está indiciado em diversos inquéritos criminais na Polícia Federal, foi proibido de exercer qualquer cargo público por seis anos e sofre um bloqueio em seus bens pessoais superior a 600 milhões de reais, mas continua livre da cadeia.

Fora isso, Coutinho não parece ter nada em seu favor. Basicamente, o problema de Coutinho é o seguinte: ele emprestou dinheiro público a gente que jamais teve a intenção de pagar um único centavo da dívida assumida, como qualquer criança com 10 anos de idade poderia prever. Só de Cuba, Venezuela e Moçambique, tomou um calote superior a 2,3 bilhões de reais. Deu dinheiro brasileiro, que o BNDES tem obrigação de utilizar em desenvolvimento no Brasil, para governos estrangeiros que estão entre os mais vigaristas do planeta, como os citados acima. Gostava de emprestar, com juros mínimos e prazos máximos, a países com grau 7 de risco, o extremo do extremo. (Pior que isso não fica; não existe o grau 8.) Deu empréstimo a quem Lula mandou que desse ─ segundo o ministro Paulo Guedes, financiou 300.000 caminhões para motoristas sem fretes, sem clientes e sem dinheiro para recauchutar um pneu
Deu dinheiro para Marcelo Odebrecht ─ sim, Marcelo Odebrecht. Precisa dizer mais alguma coisa? Sua coleção também inclui Eike Batista, o Friboi, a incomparável Sete Brasil ─ só ela, sozinha, levou 10 bilhões de reais. Tudo com “o aval do Jurídico”, é claro.

Seu desempenho na CPI que apura a “caixa preta” do BNDES foi uma coisa triste. Em pânico diante das perguntas, repetia, automaticamente, “não lembro”, “não sei”, “não posso dizer”. Pois é. CPIs, no Brasil, não costumam dar em nada. Caixas-pretas, ao contrário, tem o dom divino de continuar pretas para sempre. Homem de sorte, esse Coutinho.


José Roberto Guzzo - Blog Fatos/Veja

 

quarta-feira, 4 de julho de 2018

O descaminho

O empresário Eike Batista escolheu ficar em silêncio na maioria das perguntas feitas pelo juiz Marcelo Bretas. Algumas, eles respondia. “Emprestou algum avião a ele?” “Emprestei sim excelência. Na época eu tinha três aviões, e as pessoas sabiam que meus aviões estavam parados e as pessoas têm liberdade de falar me empresta o avião, e é difícil você dizer não a um governador”.

Não foi apenas o avião. O aparelho é um detalhe que mostra, segundo Bretas, a intimidade entre os dois. Como, evidentemente, não eram todas as pessoas que podiam dizer ao poderoso Eike Batista “me empresta seu avião”, essa liberdade que Sérgio Cabral usava decorria do fato de ser governador. Se fosse só isso seria já indecoroso. Mas houve muitos mais, segundo sustentou o juiz em sua sentença. Ele cita por exemplo um dos pagamentos de propina de US$ 16 milhões ao ex-governador. Quem comprovou isso foram os doleiros que fizeram a delação, Marcelo e Renato Chebar. O pagamento foi feito por meio de contrato fictício da empresa Golden Rock Foundation.

Essa empresa, Golden Rock, foi a mesma que pagou a Mônica Moura, mulher de João Santana. Quando foi feita a busca e apreensão na casa de Eike Batista, foi encontrado um documento em que havia a transferência da Golden Rock para a Arcádia e uma anotação “Renato”. Como Renato era um dos irmãos Chebar, Sérgio Cabral chamou o doleiro e disse que o documento havia sido encontrado e “podia dar problema”. Quem contou foi o Renato em sua delação. Nem ele nem seu irmão Marcelo sabiam a origem do dinheiro, mas acham que só pode ser dinheiro sujo já que foram contratados para fazer o “branqueamento” dos recursos.

Por aí vai a história de Eike Batista, ontem condenado a 30 anos de prisão. Um avião emprestado. Aliás, várias vezes. O pagamento indevido ao governador, e usando o canal dos doleiros para lavar o dinheiro. Um contrato cheio de empresas falsas e prestação de consultoria fictícia para justificar o tal depósito na Arcádia. Histórias fantasiosas como uma mina que seria comprada. Como sempre, nestes casos de corrupção, os caminhos são tortuosos, múltiplos e difíceis de serem desvendados.

E o ato de ofício? O que fez o governador Sérgio Cabral em troca do dinheiro e dos favores? Bretas recorre ao que disse o então ministro Sepúlveda Pertence no julgamento do Collor. Pertence lembrou que pelo artigo 317 do Código Penal basta “a dádiva e a promessa de vantagem” porque elas são feitas “na expectativa de uma conduta própria do ocupante da função pública”. Mas ao longo do seu governo não foram poucos os benefícios obtidos pelo empresário.

Sérgio Cabral tem optado por falar bastante e negar quase tudo. Disse por exemplo que recebeu R$ 29 milhões de Eike Batista mas era só para a campanha eleitoral, pelo caixa 2. “Eu gastei quase a totalidade dos recursos de caixa 2 com campanhas eleitorais”, disse Sérgio Cabral. Isso, segundo o juiz, desafia a lógica, porque o dinheiro foi pago mais de um ano depois das eleições.  A sentença do juiz Marcelo Bretas de ontem foi mais uma das várias que já pesam sobre Sérgio Cabral e seus assessores diretos. Mas é a primeira condenação de Eike Batista. Ele vai recorrer e há um longo caminho antes que vá para a prisão, se a sentença for confirmada.

A grande questão é como usar toda essa enorme infelicidade vivida pelo país — de ter estado exposto às relações tão promíscuas entre autoridades e empresários — para construir barreiras que impeçam a repetição de tudo isso. Eike Batista tinha tudo: dinheiro, talento, tino para os negócios, capacidade empreendedora, ousadia. Sérgio Cabral tinha muito: uma carreira política em ascensão, um eleitorado fiel, capacidade administrativa. Um podia ajudar a modernizar o capitalismo brasileiro, o outro poderia ser um expoente de uma nova geração de políticos. Preferiram se imiscuir em sujeiras, em negociatas, em um mundo de sombras. Hoje, um deles está preso e condenado em vários processos, o outro foi preso e solto, teve seu passaporte apreendido e pode voltar para a cadeia. E, por fim, o que é mais trágico, o Rio ainda paga um alto preço pelo descaminho escolhido pelas suas lideranças.

Blog da Miriam Leitão - com Alvaro Gribel, de São Paulo - O Globo


domingo, 11 de fevereiro de 2018

Eike Batista revela situações inusitadas na prisão e sonha com futuro na política

Empresário, que pretende concorrer ao Senado, diz ter feito 36 amigos durante o período em que ficou preso



Eike Batista continua com a energia impressionante de sempre. Seu otimismo também permanece intocado. Nem parece um homem que perdeu US$ 34 bilhões, ficou preso três meses em uma cela de 12 metros quadrados em Bangu e ainda responde a processo que pode lhe colocar de volta na cadeia. Eike me recebeu em seu escritório na Praia do Flamengo. Estava acompanhado pelo filho Thor, por um advogado e um assessor.

Falou de seus planos imediatos e futuros e revelou que foi convidado e estuda se candidatar ao Senado. Não disse por qual partido, nem se a decisão está tomada. Mas não conseguiu esconder entusiasmo com a ideia. Não por palavras, mas o brilho nos olhos era visível. Também contou da sua rotina no presídio de Bangu.

Eike falou dos empréstimos que tomou do BNDES. Diz que pegou dinheiro para projetos estruturantes, e "não para comprar frigorífico", por isso julga que o banco apenas cumpriu com sua obrigação. Afirma que deu aval pessoal a cada um dos empréstimos e que obteve seguro de bancos privados. Antes de quebrar, vendeu os projetos para gigantes da economia brasileira e global que assumiram a dívida com o banco.

Leia a íntegra da entrevista abaixo:

Quais são seus planos agora?
Quem sabe alguma coisa na política. 

Vai se candidatar? Quer ser deputado?
Não, senador. Estou estudando isso. Vamos avaliar. Estou conversando com partidos. Já me procuraram, mas eu prefiro não comentar por ora. Tem muita gente que acha que eu posso contribuir. Não tenho nenhum impedimento judicial. Nâo fui sequer julgado em primeira instância (A Lei da Ficha Limpa barra candidaturas de condenados em 2ª instância).

Você está buscando foro privilegiado?
Não. Eu quero ajudar. Eu preciso me reinventar. Hoje, sou provavelmente a maior fake news do mundo. Ninguém sabe o que eu fiz pelo Brasil. Vou mostrar o que eu já fiz. Eu trouxe para o Brasil US$ 40 bilhões em investimentos. Eu vou ajudar a não deixar projetos desnecessários serem construídos.

Você vai parar de trabalhar, seus negócios?
Não vou parar de trabalhar. Blairo Maggi está lá. Ele toca os negócios e a política. Acabou de comprar as fazendas do Olacyr de Moraes. 

Como está sua delação? Ela foi recusada?
A procuradora Raquel Dodge não viu elementos na minha "reserva de memória" para fazer uma delação. De qualquer forma, como empresário não tenho o que dizer.

Quanto dinheiro você perdeu?
Todos os meus ativos foram levados para saldar as contas depois da corrida bancária contra mim. Eu tinha US$ 34 bilhões. Agora, estou virando consultor. Posso ganhar muito dinheiro com isso. Vai ser a Eike Batista Consulting. Como não tenho capital, eu posso entrar com suor e o cara me dá um pedaço do negócio. Sempre soube que eu poderia pintar novos quadros.

Entrevista ao GLOBO
Você já está fazendo contatos?
Eles é que me procuram. As pessoas querem saber minha visão de Brasil, de mundo, minha visão de energia. 

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui