Ativistas de Acari fogem da favela por medo após execução de vereadora
Moradores da comunidade relatam um clima de medo entre os movimentos sociais
[acusando a polícia os ativistas pró bandidos conseguem:
demonizar a polícia e com isso inibir, ainda que parcialmente, as operações policiais;
agradar aos traficantes, que passam a ter uma 'proteção' contra a polícia e posam de bonzinhos.]
Um grupo
de ativistas deixou a favela de Acari, na Zona Norte do Rio, por medo, depois
da execução da vereadora Marielle Franco. A informação foi confirmada por
membros do coletivo Fala Akari, grupo do qual os ativistas fazem parte. — A
situação está ainda mais perigosa para os integrantes que já estão na mira
deles há muito tempo, com isso juntando com a proporção que nossas denúncias
contra o batalhão tomaram, o indicativo era de que alguns de nós nos
retirássemos de imediato e assim fizemos — afirmou um membro do grupo.
Operação da Polícia Civil em Acari em janeiro - Luiz Ackermann / Agência O Globo
Moradores
da comunidade relatam um clima de medo entre os movimentos sociais. O coletivo
Fala Akari publicou no último dia 10 uma denúncia contra policiais do 41º BPM
(Irajá) que foi compartilhado pela vereadora Marielle. Os ativistas afirmam que
a PM matou duas pessoas na véspera e que, no dia seguinte, “entraram atirando”
e deixaram moradores na linha de tiro.
“Uma
integrante do Coletivo Fala Akari e mais uma moradora ficaram na linha do fogo
com policiais atirando em cima delas sem ter nenhum "bandido" atrás
delas, ou seja, atirando para tentar matá-las. Vieram com a intenção de matar e
não tiveram nenhum escrúpulo em esconder, pois falavam isso. Disseram que não
iriam permitir que ocorresse o baile, logo mais a noite. Quebraram portões de
moradores. Invadiram muitas casas sem o menor critério e fotografaram
identidade de moradores”, escreveu o grupo.
A
vereadora endossou as denúncias dos moradores. Ela afirmou que era preciso
“gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento” e que
“o 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e
violentando moradores de Acari”.
A proximidade das denúncias com a sua execução gerou a suspeita de que este poderia ter sido a motivação do crime. No entanto, nenhuma autoridade que investiga a morte da vereadora confirma a tese. Em uma publicação nas redes sociais, o coletivo afirmou que alguns integrantes do grupo, em especial as mulheres negras, já recebem ameaças de policiais. Segundo eles, “já houve episódios de militantes sequestradas e também de um outro quase ser alvejado por um tiro durante operação”.
A proximidade das denúncias com a sua execução gerou a suspeita de que este poderia ter sido a motivação do crime. No entanto, nenhuma autoridade que investiga a morte da vereadora confirma a tese. Em uma publicação nas redes sociais, o coletivo afirmou que alguns integrantes do grupo, em especial as mulheres negras, já recebem ameaças de policiais. Segundo eles, “já houve episódios de militantes sequestradas e também de um outro quase ser alvejado por um tiro durante operação”.
“Não
afirmamos em momento algum que policiais do dito batalhão estejam envolvidos na
execução de Marielle Franco, porém como tivemos a ajuda dela para denunciar
publicamente o que esses policiais vem fazendo em Acari e com sua execução logo
em seguida, nosso risco aumenta.Com isso, alguns integrantes do Coletivo
tiveram que sair da favela imediatamente para preservar suas vidas para que
sigam na luta pelo povo”, afirmou o grupo.
O Globo