Crise na Argentina e atos de Trump cabem em filmes de época. A
Argentina vive nos últimos dias cenas de um filme de época: congelamento
de preços, ida ao FMI, crise cambial, os maiores juros do mundo. Nos
Estados Unidos, os atos encenados por Donald Trump, também parecem filme
antigo, com surtos de protecionismo e o conflito com o Irã de volta. No
Brasil o dólar tem subido. Mas não é filme velho, é uma nova temporada
da série. O dólar está subindo no mundo inteiro em relação a várias moedas.
Essa alta tem sido forte no Brasil. Mas, como disse o presidente do
Banco Central Ilan Goldfajn, no “Jornal das 10”, da GloboNews, o país
está preparado para enfrentar as turbulências internacionais. O fato de
Ilan ter demonstrado calma diante da volatilidade deixou alguns
analistas nervosos. Achavam que ele deveria ter demonstrado mais
preocupação e dado sinais de que vai continuar oferecendo operações de
swaps para conter as altas.
No começo de 2016 o dólar valia R$ 4,00. Na época, o Brasil tinha
perdido o grau de investimento e havia uma enorme incerteza sobre o
governo Dilma. Depois disso, a cotação começou a cair. Agora voltou a
subir. O câmbio a R$ 3,6 como estava cotado ontem é bem mais baixo,
portanto, do que estava há pouco mais de dois anos. Períodos de altas e
quedas são normais no câmbio flutuante. Sempre haverá temporada de
elevação, por razões internas ou externas. A grande pergunta é que
fragilidades o país tem quando está diante das oscilações de moedas. Argentina está com muitos pontos fracos e é por isso que começa a
viver as velhas cenas de idas ao FMI, ou altas bruscas das taxas de
juros para tentar conter a disparada do dólar. O presidente Mauricio
Macri errou quando decidiu pelo ajuste gradual. Não conseguiu vencer a
crise que herdou, e os avanços da conjuntura — maiores reservas, menor
inflação, correção tarifária — vão se perder exatamente nessa crise na
qual o país está vivendo situações que lembram o passado. A Argentina,
como o Brasil, enfrentou nos anos 1980, 1990 e começo dos 2000 crises
inflacionárias e cambiais. Lá, a alta do dólar tem elementos das crises
do passado. Aqui, faz parte do contexto de oscilação cambial que sempre
ocorre quando a incerteza no mundo aumenta. São movimentos de natureza
diferente.
Nos Estados Unidos, desde a posse do presidente Donald Trump a
sensação que se tem é de retrocesso. É como se a gente tivesse que
assistir a filmes antigos de má qualidade. Ele tem surtos protecionistas
de um primarismo que há muito tempo não se vê. A decisão de sair do
acordo do Irã foi, na definição da embaixadora Susan Rice,
ex-conselheira de Segurança Nacional, a “mais estúpida” possível, porque
o país abdicou do poder de melhorar o acordo e não está claro o que os
americanos têm a ganhar. Tudo o que se conseguiu foi dar argumentos para
a linha dura iraniana. Os Estados Unidos ficaram isolados, porque a
União Europeia tomou a decisão conjunta de permanecer e fortalecer o
acordo. Empresas americanas perderão negócios já fechados, como a
Boeing.
O problema de Trump não é apenas ele mesmo, mas a turbulência que
pode causar no mundo. Sua política de liberar mais estímulos para uma
economia já em pleno emprego e ao mesmo tempo elevar barreiras ao
comércio contrata inflação, o que terá como consequência juros mais
altos. E é esse cenário que o mercado de moedas está antecipando. Além
disso, Trump cria pontos de estresse na política internacional.
Para nós, o que interessa é que o mundo está mais incerto e a
Argentina, mais frágil. Isso sem dúvida nos afeta. A Argentina é o nosso
terceiro maior parceiro comercial e destino de US$ 17 bilhões de
exportação. As turbulências americanas, econômicas ou geopolíticas,
afetam o mundo inteiro e podem provocar uma queda do crescimento
mundial. O Brasil hoje está menos vulnerável que há três anos. No começo
de 2015, o déficit em transações correntes era de 4,5% do PIB. Hoje, é
de 0,38%. Um ponto fraco, porém, permanece: o enorme déficit das contas
públicas. Quando há velhos filmes em cartaz, o melhor a fazer é não repetir
enredos antigos. O BC não tem que ficar nervoso porque o dólar sobe.
Deve atuar quando for o caso. E a Fazenda tem que evitar, neste ano
eleitoral, a piora das contas públicas.
Coluna Miriam Leitão - O Globo
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Mostrando postagens com marcador Filmes de época. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Filmes de época. Mostrar todas as postagens
quinta-feira, 10 de maio de 2018
Filmes de época
Marcadores:
Argentina,
Boeing,
Donald Trump,
Estados Unidos,
Filmes de época,
FMI,
Globonews,
Ilan Goldfajn,
Irã,
presidente do Banco Central,
presidente Mauricio Macri,
swaps,
União Europeia
Assinar:
Postagens (Atom)