O Sábado de Aleluia é o dia justo e
perfeito para lembrarmos da simbologia da traição. Judas Iscariotes ganhou fama
de traidor por ter vendido Jesus Cristo por trinta dinheiros. Existe uma tese de
que ele teria agido assim para cumprir os desígnios divinos. Resumindo: Judas
não foi traidor. O saudoso publicitário Samuel Miranda de Jesus apresenta
argumentos consistentes para justificar esta versão histórica no livro
"Página em Branco - a que não foi escrita em nossa Era". O livro é um
misto de história milenar com ficção. É uma obra rara, editada pelo próprio
autor, em janeiro de 1993.
Samuel de Jesus pregava que "é
árdua toda e qualquer missão de explicar o óbvio". No Brasil, o famoso
"óbvio ululante" imortalizado por Nelson Rodrigues nem sempre é
enxergado e ouvido, mesmo quando ocorre um amplo clamor popular. A dificuldade
que as pessoas têm de analisar a realidade com base em conceitos corretos
contribui para a cegueira ou surdez em relação ao óbvio gritante. Neste
cenário, Jararaca deita e rola. Traidores da Pátria, usando e abusando da
marketagem política, conseguem iludir a maioria. Praticam o vício da mitomania
(a criação de mentiras que parecem verdadeiras). Lamentável é quando o
ilusionismo contamina quem deveria estar imune.
Os segmentos esclarecidos da
sociedade brasileira (jura que eles existem?) não podem esquecer que a
sabedoria é o uso correto do conhecimento. Usou errado, ou mentindo, é pura
burrice! Muita gente boa tem embarcado em teses furadas. O foco no combate à
corrupção, em um sistema estatal feito exatamente para corromper, é um erro
crasso, primário. Corrupção é consequência do Capimunismo rentista brasileiro -
e não a causa principal dos males. Assim, pouco adianta atacar a corrupção e
pregar punição severa aos corruptos em um Estado Canalha, onde inexiste
Segurança do Direito, a verdadeira Democracia.
O brasileiro parece um povo
esquizofrênico. Sai às ruas, de forma alegre e carnavalesca, pedindo a queda de
uma Presidenta que foi eleita dentro das regras (pseudodemocráticas) em vigor.
No entanto, por debilidade cultural ou formação Educacional (decidida pela
família e não só pela boa escola), tem imensa dificuldade de promover a mudança
(desejada e pregada) a partir de si mesmo). Talvez sejamos muito fracos em
meditação, o que nos torna péssimos observadores. Como mal nos conhecemos,
acabamos sendo facilmente influenciáveis, sobretudo pelos conceitos errados e
pelas armadilhas da marketagem. Assim, a maioria acredita e embarca em ideias
falsas, fora do lugar.
Partindo do imenso entretanto acima,
para chegarmos aos finalmentes, devemos analisar, cuidadosamente, as recentes
declarações do Comandante do Exército, na nona edição de um programa veiculado
desde quarta-feira passada (20 de março) no canal oficial da força terrestre no
YouTube. Otimista, analisando a gravíssima crise atual, General de Exército
Eduardo Villas-Bôas apontou uma linha de solução corretíssima para o Brasil: "Temos
certeza de que o Brasil terá condições de reverter essa situação e reencontrar
seu caminho de desenvolvimento. Temos que colocar como foco novamente a questão
nacional. O Brasil tem que restabelecer a ideologia de desenvolvimento, porque
o Brasil não tem outra alternativa que não se transformar num país forte".
Sem dizer claramente, o objetivo
principal do "Comandante Responde número 9" foi justificar à opinião
pública que as Forças Armadas não tem a menor intenção de promover um golpe, uma
intervenção ou uma contrarrevolução (nos moldes de 1964). O General Villas-Bôas
acertou na constatação sobre a dimensão da crise: "Estamos vivendo e
sofrendo as consequências desta crise que tem três componentes: político,
econômico e ético e moral, e os três estão interligados. O Exército é uma
instituição de Estado, e nos momentos de crise as instituições sólidas acabam
se tornando referência para a sociedade como um todo. A ela miram e dela
aguardam atitudes que sinalizem como sair da crise".
Villas-Bôas fez uma ressalva aos que
cobram das forças armadas o papel de intervenção: "Contudo, nós vamos
pautar nossa atuação em três pilares básicos. Contribuir para a manutenção da
estabilidade, já que ela é condição essencial para que as instituições, em nome
da sociedade, encontrem os caminhos que permitam sairmos desta crise séria que
estamos vivendo. Segundo, é a legalidade: toda e qualquer atitude nossa será
absolutamente respaldada no que os dispositivos legais estabelecem, desde a
Constituição até as leis complementares, e sempre condicionada ao acionamento
de um dos Poderes da República. E o terceiro aspecto é a legitimidade que nos é
proporcionada pela credibilidade que a sociedade brasileira nos atribui".
O advogado Antônio José Ribas Paiva,
um dos defensores da Intervenção Cívica Constitucional, com o apoio das Forças
Armadas, faz um apelo à reflexão do Comandante Militar:
"General Exército
Vilas Boas, Democracia é a Segurança do Direito! Portanto, o nosso BRASIL não é
uma democracia. Antes disso, é a Ditadura do Crime Organizado. Por isso, as Forças Armadas da Nação Brasileira,
precisam libertar o povo da tirania, através da, incontornável, Intervenção
Cívica Constitucional. Não intervir é delinqüir. Sob Ditadura do crime, não
intervir é trair". [o remédio adequado, legal e que as Forças Armadas tem a obrigação de adotar, ou o DIREITO/DEVER é a Intervenção Militar Constitucional - a leitura atenta dos dispositivos constitucionais que normatizam a atuação das Forças Armadas não deixam dúvidas sobre o perfeito cabimento da intervenção apontada.]
Vale repetir por 13 x 13, para dar
sorte: A solução é a Intervenção Cívica Constitucional. Mero golpe militar não
resolve. Precisamos de uma faxina nos três poderes. Devem entrar no cenário
Político novos atores, entre os eleitores comprovadamente honestos e de
reputação idônea. A partir do Poder Instituinte do Cidadão, no momento inicial
com todo o apoio dos militares, devem ser criados mecanismos de controle da
sociedade sobre a máquina estatal.
Transparência total tem de ser a
lógica do novo modelo. A mesma tecnologia que permite controle informatizado de
pagamento de propinas também viabiliza a livre publicação em rede social das
informações sobre os negócios da administração pública. Tudo precisa ser
fiscalizável por cidadãos-eleitores-contribuintes eleitos. Assim, a base da
solução é Política, e não meramente militar ou formalmente jurídica.
As soluções necessárias mexem com
nossa cultura brasileira de passividade e sacanagem. Demandam ativismo e
mobilização. Exigem amplo e exaustivo debate. Será necessário um trabalho
básico, estruturante, de planejamento estratégico, a fim de facilitar a
participação da maioria das pessoas que pagam impostos ou se beneficiam deles. Precisamos
chegar a um consenso sobre os conceitos corretos a serem empregados. Só assim
as mudanças podem ser benéficas e duradouras.
Resumindo: a Ditadura do Crime já deu
muitos golpes e deseja continuar dando mais ainda. Chega de traições! Não
intervir é trair! Os militares sabem disto. A maioria da população brasileira
também precisa saber. Dilma está quase tirada do poder. Mas os verdadeiros
golpistas criminosos em ação desejam deixar tudo como sempre esteve. Não
podemos tolerar que isto aconteça.
A Petelândia radicalizará para ficar
onde está, do jeito que puder. Seus ex-aliados, agora traidores, querem apenas
tirar Dilma e promover algumas reforminhas para que tudo também fique sob o
comando do PMDB - que dirige direta ou indiretamente o País desde o "golpe
militar de 1985", dado pelo General Leônidas, que entronizou José Sarney
de forma ilegítima na Presidência, diante da morte do Presidente eleito
(indiretamente) Tancredo Neves. Não podemos tolerar que isto aconteça
novamente.
Mais um Golpe do Crime, não! Intervenção é a
solução! O resto é pura traição!