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domingo, 30 de junho de 2019

Clemente, terrorista assassino, covarde, sucessor de Marighella, morre - que a terra lhe seja leve - Sit tibi terra levis

Morre Clemente, o último chefe militar da ALN e sucessor de Marighella 
Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz liderou a organização que pegou em armas contra o regime militar

[falar sobre as atrocidades, frieza e covardia  desse verme nos toma muito tempo e não vale a pena.

Abaixo dois vídeos que mostram um pouco do assassino que matava os próprios companheiros - inclusive depoimentos nos quais se vangloria das covardias que praticou.

Mesmo assim, como católicos temos que desejar que DEUS seja clemente com ele - que por seus atos covardes não honrou nem o PAZ do sobrenome e ainda motivou o deboche de o chamarem de comandante Clemente.

Saber mais, clique aqui ]

 Ex-guerrilheiro confessa execução - Terroristas assumidos.flv


A vida de Clemente – como até hoje ele era conhecido por seus companheiros e adversários na esquerda – é parte da história de uma geração de jovens que se envolveu na resistência armada ao regime instaurado em 31 de março de 1964.  Estudante do Colégio Pedro II, no Rio, ele conheceu Marighella quando tinha 15 anos. Entrou para o Exército, de onde desertou como cabo quando servia no Forte de Copacabana. Passou para a clandestinidade e para as ações armadas. Dedicava sua sobrevivência à caçada que lhe movera os órgãos de segurança do regime à firmeza dos companheiros que – presos e torturados – não o entregaram. Para os militares que colocaram seu rostos nos cartazes de “Procura-se”, ele era um "terrorista frio e um assassino cruel". Muitos dos veteranos do DOI lamentavam que tivesse sobrevivido aos anos de chumbo e sido, depois, anistiado. 


A voz era rouca, mas a disposição para contar suas histórias nunca esmoreceu. E ele tinha muitas. Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz, o Comandante Clemente, foi o homem que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra e o Destacamento de Operações de Informações (DOI) de São Paulo nunca conseguiram prender. O homem que foi o último chefe militar da Ação Libertadora Nacional (ALN), a organização fundada por Carlos Marighella, morreu aos 69 anos, neste sábado, dia 29, em Ribeirão Preto, onde vivia com sua mulher, a historiadora Maria Cláudia Badan Ribeiro. 


Entrevista de Carlos Eugênio a Geneton da Globo News

 Clemente nunca escondeu o que fizera: foi o homem que disparou o tiro de fuzil que abateu o empresário Henning Albert Boilesen. Um dos financiadores do DOI do 2º Exército, Boilensen foi morto por um comando da ALN e do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), nos Jardins, em São Paulo, em 15 de abril de 1971.  Também participou da reunião na qual a ALN condenou à morte Márcio Toledo Leite. Estudante de Sociologia, Leite era da Coordenação Nacional da organização. Seus colegas temiam que ele desertasse, levando consigo segredos da guerrilha. Clemente foi um dos quatro integrantes do grupo que o executou. 




Nos anos seguintes, ele viu um a um seus principais companheiros e companheiras da organização serem presos ou mortos pelos órgãos de segurança. Participou de dezenas de assaltos a banco para levantar fundos para a organização e, em 1973, esse alagoano nascido em Maceió, em 23 de junho de 1950, saiu do Brasil e foi clandestinamente para Cuba. Era por demais visado no Brasil e sua queda e morte eram iminentes. Ali, na Ilha, manteve contatos com o Departamento América do Partido Comunista Cubano e chegou a ser convidado pelo general Arnaldo Ochoa para chefiar uma coluna guerrilheira que os cubanos queriam patrocinar no Brasil. Clemente recusou. 

Aos poucos, o guerrilheiro foi deixando a luta armada. Ele só a reencontraria nos dois livros que escreveu sobre os tempos da guerrilha: Viagem à Luta Armada e Nas Trilhas da ALN, ambos publicados nos anos 1990.  Clemente fez neles o acerto de contas pessoal com seus anos de comandante militar. Lamentava a morte de Toledo, mas não a de Boilesen. Dizia ter profundo orgulho do que fizera e dizia que faria tudo de novo. “Só  vou tentar ser mais competente.” O único problema da decisão de pegar em armas contra a ditadura havia sido o fato de a guerrilha ter sido derrotada.
O exílio trouxe o caminho que o levou da ALN à volta à militância no Partido Comunista Brasileiro. Viveu na França, onde se tornou músico – ao voltar ao Brasil, no começo dos anos 1980,  o ex-guerrilheiro passou a dar aulas de música. Concorreu pelo voto a uma vaga no Parlamento mais de uma vez, mas não teve sucesso. Ligou-se a Miguel Arraes e ao seu PSB, no Rio. E nele ficou até a morte de Eduardo Campos, o sobrinho de Arraes e candidato do partido à Presidência, em 2014. 

Casou-se pela última vez com Maria Claudia, que pesquisava a atuação das mulheres na ALN. Deixou então o Rio e o trocou pelo interior de São Paulo. Um longa doença que ele enfrentou nos últimos anos parou sua respiração neste sábado. Maria Claudia escreveu então aos amigos. “O quadro é irreversível. Ele se vai como viveu a vida: com coragem. Obrigada a todos que por todo lado nos deram força e nos reconfortaram. Vou viver a passagem dele assim, segurando a mão dele e sussurrando bem em seus ouvidos todo amor que tenho por ele.”

O Estado de S. Paulo




quarta-feira, 18 de março de 2015

Aos que defendem a volta da ditadura

Eles eram 400 nas ruas de São Paulo, no primeiro sábado de dezembro, pedindo intervenção militar. Quatrocentos não é pouco. Um é muito
Quando escuto brasileiros fazendo manifestação pela volta da ditadura, penso que eles não podem saber o que estão dizendo. Quem sabe, não diz. Mas esse primeiro pensamento é uma mistura de arrogância e de ingenuidade. O mais provável é que uma parte significativa desses homens e mulheres que têm se manifestado nas ruas desde o final das eleições, orgulhosos de sua falta de pudor, peçam a volta dos militares ao poder exatamente porque sabem o que dizem.

Mas talvez seja preciso manter não a arrogância, mas a ingenuidade de acreditar que não sabem, porque quem sabe não diria, não poderia dizer. Não seria capaz, não ousaria. É para estes, os que desconhecem o seu dizer, estes, que talvez nem existam, que amplio aqui a voz das crianças torturadas, de várias maneiras, pela ditadura.

[defendemos, antes de tudo, o afastamento definitivo da presidente Dilma. Ocorrendo o inevitável, por necessário, afastamento via ‘impeachment’, assume, por disposição constitucional, o vice-presidente Michel Temer e transcorrendo todo o processo da forma estabelecida na Constituição e legislação complementar, o quadro será idêntico ao ocorrido quando Collor renunciou, assumindo seu vice, Itamar Franco.

Caso no decorrer do processo de impeachment seja provado o uso de dinheiro público roubado (PETROLÃO-PT e outros) no financiamento da campanha de Dilma, estará caracterizado CRIME ELEITORAL e o impedimento alcançará o vice, Michel Temer.
O rito a ser seguido está previsto na Constituição e, sendo acatado,  todo o processo seguirá sem traumas.

SURGE A PERGUNTA: qual a razão de solicitar intervenção militar?

São várias, destacamos duas:
1ª – Sabemos que o desgoverno petralha está diretamente subordinado ao Foro de São Paulo – organização criminosa esquerdista, fundada por Lula, Fidel Castro e outros, que tinha pretensões de se fundir com a UNASUL – pretensa sucessora da URSS, só que ancorada na América Latina;

não contavam com Putin que, paulatinamente, está reerguendo a extinta URSS, ainda que com outro nome e roupagem; fracassada  a idéia de substituir  a União Soviética e com a UNASUL em adiantado processo de desintegração,  o Foro voltou à condição de semiclandestinidade, mas, sem nenhuma dúvida não abrirá mão de se manter no poder no Brasil, através do PT.

Há grande possibilidade de decretado o impeachment da presidente Dilma, o FSP decida pela resistência ao cumprimento da decisão e, se valendo das milícias bolivarianas espalhadas pelo Brasil em condições de semiclandestinidade, incluindo o ridículo ‘exército de Stédile’, use da força para manter Dilma e a petralhada.

Caberá então às Forças Armadas fazer cumprir a legítima decisão de afastamento da doutora Dilma e do restante da petralhada – se concretizando, no interesse nacional, a intervenção militar.

2ª -  permanecendo o presidente da Câmara dos Deputados no absurdo propósito de arquivar os pedidos de impeachment contra Dilma, continuará o aumento da insatisfação do POVO BRASILEIRO, das pessoas direitas, com greves, manifestações e outros atos que provocarão a ruptura da ordem pública e o clamor popular pela intervenção militar buscando o restabelecimento da ordem.

O clamor das ruas, em quadro de desordem, é mais que suficiente para provocar a pronta intervenção das Forças Armadas e certamente a máxima “ a Revolução vitoriosa se legitima por si mesma” prevalecerá.] 

Crianças. Torturadas. De várias maneiras.
Ernesto é um dos 44 adultos torturados na infância – física e psicologicamente, mas também de outras maneiras – que contam sua história em um livro lançado em novembro pela Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”. Infância roubada – crianças atingidas pela Ditadura Militar no Brasil é a memória do inominável que precisa ser nomeado para que cada um deles possa viver, para que o crime de Estado não se repita. A maioria dos depoimentos foi registrada em audiências na Comissão da Verdade de São Paulo. Algumas pessoas, que não puderam comparecer ou não conseguiam falar sobre o assunto, foram entrevistadas depois. [A Comissão da Verdade do Estado de São Paulo merece tanta credibilidade que foi desacreditada pela sua própria ‘mãe’,  Comissão Nacional da Verdade – a comissão paulista tentou atribuir a morte de Juscelino Kubitschek  a um atentado supostamente praticado pelo Governo Militar. Só desistiu da mentira quando a própria CNV emitiu nota desautorizando publicamente a acusação.]

(...)
Durante a investigação jornalística, descobri uma curiosa coincidência. O médico que assinou o atestado de óbito de Maria de Lourdes era um dos legistas acusados de ter forjado laudos para a ditadura. Sérgio Belmiro Acquesta, absolvido pelo Conselho Regional de Medicina um ano antes de morrer, era então gerente do departamento médico da Villares, metalúrgica em que Lula trabalhava como operário, e também funcionário do Instituto Médico Legal de São Paulo. Numa das páginas da reportagem havia a foto de dois casos em que ele teria atuado para apagar a responsabilidade do regime militar.  

Um dos retratos, em tamanho 3X4, era de um marinheiro, Grenaldo de Jesus Silva, que em 1972 sequestrou sozinho um avião da Varig. Depois de ter liberado todos os passageiros e a maior parte da tripulação, ele foi detido, imobilizado e morto no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, aos 31 anos. No dia seguinte, jornais estamparam a versão do regime: “Encurralado, terrorista suicidou-se”. [a matéria DECRETA que o sequestrador – que colocou em risco a vida de dezenas de pessoas inocentes – foi detido, imobilizado e morto no Aeroporto de Congonhas.
Não apresenta um fiapo de prova que a versão que o bandido suicidou-se é mentirosa. Só que esquece que o terrorista manteve parte da tripulação como refém e poderia – não tivesse optado pelo suicídio – ter usado os reféns como garantia do êxito de uma fuga.]
Por: Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista.
 
Abaixo narramos apenas um “justiçamento” feito pelos famigerados bandidos da esquerda que, na matéria linkada, foram vítimas inocentes do Governo Militar. 

Antes veja o Vídeo: 

Confissões de um DEMENTE, CODINOME: "CLEMENTE". 

Nossa modesta colaboração para a FAMIGERADA Comissão da Verdade . Ai vai mais uma confissão de um ser repugnante, acobertado por canalhas que insistem em revirar lixo.
Seu nome é Carlos Eugênio Paz "Clemente", mas podem chama-lo de PORCO IMUNDO E VAGABUNDO

ASSASSINATO DE HENNING ALBERT BOILESEN
O industrial Henning Albert Boilesen começou a morrer em janeiro de 1971.
Nessa época, Antônio André Camargo Guerra ("Márcio", "Rafael", "Fernando", "Homero", "Alexandre"), do comando do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), "cobriu um ponto" em Cascadura, na então Guanabara, com Herbert Eustáquio de Carvalho, o "Daniel", da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), para tratar das próximas ações da "Frente", constituída por essas duas organizações e mais a Ação Libertadora Nacional (ALN), o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). 


Na ocasião, Herbert, a mando de Carlos Lamarca, entregou-lhe um bilhete com três nomes: "Henning Boilessen", "Peri Igel" e "Sebastião Camargo (Camargo Correia)". Segundo Herbert, Lamarca pedia ao MRT que levantasse os dados dessas três pessoas a fim de futuros sequestros ou justiçamentos. Boilesen, um dinamarquês de 55 anos, havia sido, em sua juventude, lutador de box e jogador de futebol em Copenhague. Formado em Administração de Empresas, veio para São Paulo em 1942, como contador da Firestone, naturalizando-se brasileiro em 1959.
 
Ingressando na Ultragás, foi, pela sua grande capacidade de trabalho, galgando postos, sucessivamente, até tornar-se o presidente do Grupo Ultra, que englobava várias empresas ligadas à produção do gás liqüefeito do petróleo. Preocupado com os aspectos sociais do trabalho, auxiliava diversas entidades e havia criado um Centro de Integração Empresa-Escola, para a formação de mão-de-obra especializada. Entrosado com o meio empresarial, possuía os títulos de "Cidadão Paulistano" e de "Homem de Relações Públicas em 1964", além de quase uma dezena de medalhas e condecorações, outorgadas por diversas entidades, entre as quais o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, a Sociedade Geográfica Brasileira e o Museu de História do Rio de Janeiro.
        
Casado, com 3 filhos e 4 netos, Boilesen disputava peladas de futebol nos fins de semana e era fanático torcedor do Palmeiras. Gostava de samba e ficava horas a ouvir Chico Buarque, a quem considerava um gênio. Apaixonado pelas artes plásticas, patrocinava exposições e privava da amizade de inúmeros artistas que expunham na vizinha cidade de Embu.   Mas, para a VPR, ele era um "espião da CIA" e patrocinador da Operação Bandeirante, a OBAN. No bilhete passado por Herbert para Antônio André, Boilesen estava em primeiro lugar e assinalado com um sinistro "X".
    
A partir da 2ª quinzena de janeiro de 1971, iniciaram-se os levantamentos do industrial, dos quais participaram Devanir José de Carvalho ("Henrique", "Justino", "Heitor"), Dimas Antônio Casemiro ("Rei", "Celso", "Jaime", "Serafim"), Gilberto Faria Lima ("Zorro", "Diego", "Carlos", "Giba", "Sílvio") e José Dan de Carvalho ("Alcides"), pelo MRT, Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz ("Clemente", "Guilherme"), pela ALN, e Gregório Mendonça ("Fumaça", "Leônidas", "Marcos") e Laerte Dorneles Meliga ("Flávio", "Sebastião"), pela VPR.
        
Nos levantamentos procedidos, descobriu-se que Boilesen residia no Morumbi e que diariamente, às 0900 horas, antes de ir para o trabalho, passava para ver um de seus filhos (que era cego) do primeiro casamento, na Rua Estados Unidos, 1030. Nada descobriram, entretanto, sobre sua suposta ligação com a OBAN. A prisão de Laerte e Gregório, respectivamente, em 02 e 04 de fevereiro, fez com que suspendessem a ação, temporariamente, pois ambos haviam participado dos levantamentos. Passados alguns dias, observando que o industrial não mudara seus hábitos e continuava a não possuir segurança pessoal, concluíram que nada havia sido delatado pelos companheiros.
              
Numa reunião do comando do MRT, realizada em 17 de fevereiro, Boilesen foi julgado e condenado à morte. Na pauta resumida dessa reunião, apreendida dois meses depois, aparece um lacônico "Justiçamento-CIA". Uma semana depois, em 23 de fevereiro, na pauta de uma nova reunião do comando, aparecia, com a própria letra do Devanir: "Tarefa prioritária: Sobre a pena de morte - apresentar proposta à frente". O MRT, para executar a ação, precisava propô-la à "Frente". Boilesen ganhou mais alguns dias de vida.
        
A morte de Devanir José de Carvalho, o famigerado "Henrique", líder do MRT, baleado ao resistir à prisão em 05 de abril, em vez de suspender, precipitou a ação. Dimas, o "Rei", e Giberto, o "Zorro", entraram em contato com Carlos Eugênio, o "Clemente", e José Milton Barbosa ("Castro"), da ALN, e pediram auxílio para a execução, como vingança pela morte do "Henrique".
        
Entre os dias 09 e 13 de abril, o "Comando Revolucionário Devanir José de Carvalho", criado especificamente para a ação, realizou novos levantamentos sobre Boilesen. Dimas escreveu o panfleto que seria jogado sobre a futura vítima, procurando "justificar" o assassinato.  Na manhã de 14 de abril, o Comando Revolucionário montou o seu dispositivo. No carro da ação, um Volks, três militantes da ALN: Antônio Sérgio de Matos ("Uns e Outros"), como motorista, Yuri Xavier Pereira ("Joaozão"), com Fuzil Mauser 7 mm, e José Milton Barbosa, com metralhadora INA. No carro de cobertura, outro Volks, três militantes do MRT: Dimas Antônio Casemiro, como motorista, Joaquim Alencar de Seixas ("Roque", "Felipe", "Velho"), com Winchester 44, e Gilberto Faria Lima, com metralhadora INA. Haviam decidido que a ação seria executada em frente da casa dos filhos de Boilesen, na Rua Estados Unidos, a fim de causar maior impacto na opinião pública. Estacionaram os dois carros na Alameda Casa Branca e Yuri e José Milton montaram guarda na esquina para esperar a sua saída. Subiriam nos carros e fechariam o do industrial antes que ele desse a partida.
        
Entretanto, nesse dia, Boilesen viajou a negócios para a Guanabara. Ganhou mais 24 horas de vida. No dia seguinte, 15 de abril de 1971, novamente o Comando Revolucionário tomou posição. Dessa vez, pontual, Boilesen saiu da casa de seus filhos, às 0910 horas. O planejamento, no entanto, não fora bem feito. Ao entrarem na Estados Unidos, os terroristas observaram, surpresos, que o Ford Gálaxie do industrial já virava à direita, tomando a Rua Peixoto Gomide. Após alguns segundos de hesitação, decidiram agir assim mesmo e saíram em perseguição ao carro. Para evitar uma feira livre, Boilesen entrou na Rua Professor Azevedo Amaral e pegou a Barão de Capanema. Na esquina da Alameda Casa Branca, parou para entrar à esquerda. Nesse momento, os dois carros emparelharam com o dele. Pela esquerda, Yuri, colocando o fuzil para fora da janela, disparou um tiro que raspou a cabeça de Boilesen. Este saiu do Gálaxie e tentou correr em direção contrária aos carros. Foi inútil. José Milton descarregou a metralhadora em suas costas e Yuri desfechou-lhe mais três tiros de fuzil.
     
Cambaleando, Boilesen arrastou-se por mais alguns metros, indo cair na sarjeta, junto de um outro Volkswagen. Aproximando-se, Yuri disparou mais um tiro, que arrancou-lhe a maior parte da face esquerda. Joaquim e Gilberto jogaram os panfletos por cima do cadáver. Os terroristas, subindo em seus carros, arrancaram em alta velocidade, fugindo pela Alameda Casa Branca em direção à Avenida Paulista.
        
Mais tarde, num relatório escrito por Yuri e apreendido pela polícia, pode-se ler: "Durante a fuga trocávamos olhares de contentamento e satisfação.. Mais uma vitória da Revolução Brasileira".   O assassinato durara menos de dois minutos. Os disparos haviam chamado a atenção de dezenas de populares que estavam na feira livre. Vários carros e casas foram atingidos por tiros perdidos. Caídas, uma senhora, atingida no ombro, e uma vendedora de maçãs, ferida na perna, aumentavam o pânico das pessoas, que correram em direção à Peixoto Gomide.  
    
Sobre o corpo de Boilesen, mutilado com 19 tiros, os panfletos da ALN e do MRT, dirigidos "Ao Povo Brasileiro", traziam a ameaça: "Como ele, existem muitos outros e sabemos quem são. Todos terão o mesmo fim, não importa quanto tempo demore; o que importa é que todos eles sentirão o peso da JUSTIÇA REVOLUCIONÁRIA. Olho por olho, dente por dente".

Os "senhores da vida e da morte" superestimaram o próprio tempo.

Fonte: TERNUMA