Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
O presidente Lula executou suas acrobacias habituais destinadas a legitimar as tiranias
"A esquerda brasileira permaneceu estagnada no tempo, ficou presa a um mundo que mudou", diagnosticou o ex-presidente uruguaio "Pepe" Mujica, antigo líder Tupamaro e ícone da esquerda latino-americana. A cúpula da Celac deu-lhe razão. Nela, um Lula fossilizado celebrou a democracia com uma face enquanto celebrava seus ditadores de estimação com a outra.
A palavra democracia pairou sobre o encontro. Os líderes repudiaram o ensaio golpista do 8 de janeiro em Brasília e a declaração final destacou o dever "para com a democracia e os direitos humanos".
Mas um Lula sempre igual a ele mesmo desperdiçou a oportunidade de levantar a voz por eleições livres na Venezuela, uma abertura política em Cuba e o fim da selvagem repressão do regime de Ortega na Nicarágua.
Pior: o presidente executou suas acrobacias habituais destinadas a legitimar as tiranias. "Os cubanos não querem copiar o modelo do Brasil, eles querem fazer o modelo deles". Emilio Médici utilizou frases similares para atribuir à vontade [e necessidade] dos brasileiros o "modelo" da ditadura militar. Que tal declarar que "os sauditas querem fazer o modelo deles"? Ou "os iranianos"?
Lula empregou as senhas rituais cunhadas por Díaz-Canel e Maduro.Falou em "bloqueio" a Cuba no lugar de "sanções", macaqueando o manjado álibi castrista. Falou numa inexistente "ameaça de ocupação" da Venezuela, imitando os discursos do falido regime chavista. Finalmente, quando produziu a frase que devia terminar com "democracia",perpetrou o truque preferido pelas ditaduras, invocando a "soberania".
Foi assim: "o que eu quero para o Brasil, quero para a Venezuela: respeito à minha soberania". No passado, soberania foi atributo dos monarcas; hoje, é atributo das nações. Inexiste verdadeira soberania nacional num país onde surrupiam do povo o direito de escolher seus governantes.
Durante seus mandatos anteriores, Lula contribuiu para a preservação das ditaduras de esquerda na América Latina, operando como escudo diplomático dos regimes de força. Criticar ditaduras que ofendem os direitos humanos não é "ingerência", mas dever —como, aliás, está escrito na Constituição brasileira.
O apartheid sul-africano começou a morrer quando, tardiamente, os EUA e as democracias europeias isolaram o regime de minoria branca. Um dos fatores históricos que deflagrou a abertura no Brasil foi a mudança de rota determinada pelo americano Jimmy Carter, que se engajou na condenação dos abusos promovidos pelo regime militar. Há pouco, a palavra nítida do governo de Joe Biden ajudou a secar a agitação bolsonarista nos quartéis. Melífluo, Lula mencionou um indefinido "problema da Venezuela" e insistiu em "diálogo" —mas recusou-se a apontar sua finalidade.
O tempo passou na janela e só Carolina não viu. A declaração da Celac enfatizou o "respeito às instituições". No 9 de janeiro, repudiando os ataques golpistas, Jaques Wagner, líder do governo no Senado, explicou que o STF é o intérprete insubstituível da Constituição. Lula, porém, exime a si mesmo da exigência de respeitar as instituições, algo que parece valer apenas para os adversários: no site oficial do governo, o impeachment de 2016, um processo presidido pelo STF, foi classificado como "golpe de Estado".
A mesma qualificação surgiu, na voz do próprio Lula, em Buenos Aires e Montevidéu. "Vocês sabem que, depois de um momento auspicioso, houve um golpe de Estado que derrubou a companheira Dilma Rousseff", disse o presidente, ao lado do argentino Alberto Fernández. Simetria específica: Bolsonaro acusa o STF de patrocinar um golpe ao anular as condenações de Lula; Lula acusa o STF de patrocinar um golpe ao avalizar o impeachment. [em nossa opinião, um rápido exame e se constata que a razão assiste à Bolsonaro.]
Democracia? Instituições? Perdido nos labirintos do passado, o líder da esquerda brasileira não enxerga nessas palavras mais que artifícios retóricos oportunos.
Numa época em que o pedágio ideológico é um imposto quase obrigatório, a
voz de um atleta levantou um movimento inesperado em uma das
reviravoltas mais notáveis na pandemia
Um dos eventos mais marcantes da história política
norte-americana foi a crise dos mísseis cubanos(retratada no brilhante
filme Treze Dias que Abalaram o Mundo). Foi quando os líderes
dos Estados Unidos e da União Soviética se envolveram em um tenso
impasse político e militar em outubro de 1962 sobre a instalação de
mísseis soviéticos com armas nucleares em Cuba, a pouco mais de 140
quilômetros da costa dos EUA.
Em um discurso na TV em 22 de
outubro de 1962, o presidente John F. Kennedy notificou os americanos
sobre a presença dos mísseis, explicou sua decisão de decretar um
bloqueio naval em torno de Cuba e deixou claro que os EUA estavam
preparados para usar força militar, se necessário, para neutralizar
qualquer ameaça à segurança nacional. Depois dessa notícia, muitas
pessoas temeram que o mundo estivesse à beira de uma guerra nuclear. No
entanto, o desastre foi evitado quando os Estados Unidos concordaram com
a oferta do líder soviético Nikita Khrushchev de remover os mísseis
cubanos em troca da promessa dos americanos de não invadir Cuba e de
retirarem seus mísseis da Turquia
Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
O que muitos não sabem é a história por trás desse episódio, agora retratada emThe Courier, outro excelente filme produzido no ano passado. OEspião Inglês, como foi lançado no Brasil, conta a história real de Greville Wynne, um empresário britânico que ajudou o MI6, a agência britânica de Inteligência, a penetrar no programa nuclear soviético durante a Guerra Fria. Wynne e sua fonte no governo soviético, Oleg Penkovsky, forneceram aos americanos informações cruciais que encerraram exatamente a crise dos mísseis cubanos na administração de JFK na Casa Branca.
Sem maiores spoilers, há uma cena em que Wynne e Penkovsky conversam sobre a excepcionalidade do que estão dispostos a fazer, avisar os americanos sobre os detalhes de todo o esquema dos mísseis soviéticos em Cuba. Sentados à mesa em um falso almoço de negócios, eles conversam sobre os grandes riscos do trabalho de espionagem e a esperança de evitar uma possível tragédia nuclear, quando Penkovsky diz ao britânico: “Talvez sejamos apenas duas pessoas. Mas é assim que as coisas mudam”.
A cena imediatamente veio à minha mente diante do fato esportivo que chamou minha atenção nesta semana. Numa época em que o pagamento de pedágio ideológico é um imposto quase obrigatório para atletas e celebridades, e questionar virou sinônimo de “ameaça à democracia”, uma voz levantou um movimento totalmente inesperado em uma das reviravoltas mais notáveis na pandemia. Jonathan Isaac, jogador do Orlando Magic, emergiu como um convincente defensor dos sagrados princípios da liberdade, do bom senso e da decência cívica tão presentes no DNA da América. Isaac se posicionou contra o passaporte vacinal obrigatório, como uma voz da razão contra a mídia e o establishment que desprezam e rotulam os não vacinados como anticientíficos. Na verdade, as entrevistas de Isaac ressaltam quão anticientífico o discurso sobre a covid se tornou: “Todos devem ser livres para tomar decisões por si próprios”, disse ele, acrescentando que acredita que o governo “está estabelecendo um precedente em que, à luz de qualquer emergência, sua autonomia pessoal, sua liberdade religiosa e, honestamente, sua liberdade como um todo tornam-se negociáveis”.
A revista Rolling Stone logo tratou de publicar uma entrevista com Isaac tentando retratá-lo como “mais um contra as vacinas”. Apesar de ter apenas 24 anos, Isaac tem se mostrado extremamente maduro e preparado, e, logo após a publicação da revista, rebateu: “Não sou antivacina”. “Não sou antimedicamento. Não sou anticiência. Não cheguei ao meu estado atual de vacinação estudando a história dos negros ou assistindo às coletivas de imprensa de Donald Trump. Tenho o máximo respeito por todos os profissionais de saúde e pessoas que trabalharam incansavelmente para nos manter seguros. Minha mãe trabalha na área de saúde há muito tempo. Sou grato por viver em uma sociedade em que as vacinas são possíveis e temos os meios para nos proteger. Mas, dito isso, minha convicção é que o status de vacinação de cada pessoa deve ser sua própria escolha, sem intimidação, sem ser pressionado ou coagido a fazê-lo. Não tenho vergonha de dizer que não estou confortável em tomar a vacina nesse momento. Acho que somos todos diferentes. Todos nós viemos de lugares diferentes, tivemos experiências diferentes e nos preocupamos com diferentes crenças. E o que você faz com o seu corpo quando se trata de colocar medicamentos nele deve ser uma escolha pessoal, livre do ridículo e da opinião dos outros.”
Não pense que Jonathan Isaac parou por aí. Ele foi muito além e trouxe o que muitos, inclusive milhares de médicos lobistas das big pharmas, tentam esconder — a imunidade de quem passou pela doença:“Já tive covid no passado, e, portanto, nossa compreensão dos anticorpos, da imunidade natural mudou muito desde o início da pandemia e ainda está evoluindo”, afirmou. “Entendo que a vacina poderia ajudar a ter menos sintomas se você contrair o vírus. Mas, tendo passado e tendo anticorpos, com a minha faixa etária e nível de aptidão física, uma reinfecção não é necessariamente um medo que tenho. Tomar a vacina, como eu disse, diminuiria minhas chances de ter uma reação grave, mas me abre para a possibilidade de ter uma reação adversa à própria vacina. Você ainda pode pegar covid com ou sem a vacina. Eu diria honestamente que a loucura de tudo está em não sermos capazes de dizer que isso deveria ser uma escolha justa de cada um, sem ser rebaixado ou considerado maluco. Há algumas das razões pelas quais estou hesitante em tomar a vacina nesse momento. Mas, no fim, não acho que há motivo para alguém dizer ‘É por isso’ ou ‘Não é por isso’ para que alguém tome ou não. Isso deve ser apenas uma decisão de cada um. E amar o próximo não é apenas amar aqueles que concordam com você, se parecem com você ou agem da mesma maneira que você.”
Jonathan Isaac mostra que está em uma posição totalmente razoável para ser assumida, e que é abandonada por muitos por medo, bullying ou simplesmente pela prostituição intelectual. Ele está na casa dos 20 anos, tem imunidade natural e está fisicamente mais saudável do que qualquer pessoa de sua idade. Na verdade, durante todo o curso da pandemia, o número total de pessoas entre 15 e 24 anos (faixa etária de Isaac) que morreram de covid nos EUA, um país com 330 milhões de pessoas, é de 1.372: menos do que o número de mortes por pneumonia não associada à covid para o mesmo grupo etário.
E como muitos exemplos de coragem na história, Jonathan Isaac quebrou o canto da atual sereia dos burocratas que, de suas salas em algum prédio com o metro quadrado mais caro de Washington, Berlim ou Bruxelas, decidem a sua vida por você, sem que você possa apresentar nenhum questionamento. Tome a vacina e cale a boca, fascista. Isaac provocou um efeito dominó sem precedentes na espiral de silêncio da NBA. Draymond Green, do Golden State Warriors, e Kyrie Irving, do Brooklyn Nets, também decidiram levantar a voz, com calma, razão e tolerância em meio a um pânico moral sobre as vacinas contra a covid, empurradas implacavelmente pela mídia corporativa, por lobistas e políticos.
Green falou em nome de milhões pelo mundo durante uma coletiva de imprensa na semana passada, quando disse que o debate sobre a picada contra a covid “se transformou em uma guerra política” e que, com decisões médicas como tomar a vacina, “você tem de honrar os sentimentos das pessoas e suas próprias crenças pessoais. Forçar as pessoas a tomar a vacina vai contra tudo o que a América defende”. Draymond Green, assim como a maioria dos jogadores da NBA, optou por tomar a vacina contra a covid, mas Green entende o que muitos jornalistas aparentemente fazem questão de não entender, que receber ou não a vacina deve ser um assunto privado, assim como qualquer outra decisão médica, e que ninguém deve ser coagido a isso.
Jonathan Isaac tem o espírito de homens corajosos, tão raros hoje em dia
Outro atleta da NBA que decidiu se pronunciar foi Bradley Beal, do Washington Wizards. Beal também parece ter uma compreensão mais firme da liberdade de consciência e expressão do que toda a imprensa que o atacou repetidamente por sua hesitação em se vacinar por motivos pessoais. “Uma coisa que quero deixar clara é que não estou aqui defendendo ou fazendo campanha ‘Não, você não deveria tomar essa vacina’”, disse Beal, depois de lhe perguntarem sobre a eficácia das vacinas. “Não estou dizendo que são ruins. Não estou aqui dizendo que você não deveria tomá-las, mas que é uma decisão pessoal de cada indivíduo. Tenho o direito de manter essa decisão comigo ou com minha família e gostaria que todos respeitassem isso.”
Em 2020, quando jogadores negros famosos e milionários da NBA, vestidos com camisas do grupo Black Lives Matter,se ajoelharam durante o hino norte-americano contra o“racismo sistêmico” na América, Jonathan Isaac, negro, permaneceu de pé e disse que “ajoelhar ou vestir uma camiseta não era resposta para nada”, que “as vidas dos negros e todas as vidas eram sustentadas pelo Evangelho” e que apenas com a união de todos muitos problemas seriam confrontados, não apenas o racismo. O atual efeito cascata de vozes que se levantam para a defesa inviolável da verdade e da liberdade médica, iniciado pela bravura de Jonathan Isaac, parece que não vai parar. Atletas da NFL — a liga profissional de futebol americano — começaram a se portar publicamente contra o passaporte sanitário e a obrigatoriedade da vacina.
Jonathan Isaac tem o espírito de homens corajosos, tão raros hoje em dia. Homens com princípios basilares que viveram através de séculos por causa de seus legados. Princípios que podem transcender gerações, porque eles são maiores que elas. São a sobrevivência da civilização ocidental. Princípios que vencem regimes totalitários e seus ditadores, que derrubam muros e evitam crises nucleares.
Jonathan Isaac não é nenhum espião treinado para combater forças ocultas dos inimigos de seu país, mas seu espírito simboliza o significado do hino de sua nação — ainda pilar da liberdade no mundo —, sustentada por homens de valores inegociáveis:Land of the free because of the brave. Às vezes, não são necessárias nem duas pessoas para que algo mude. Uma apenas basta. Criem seus filhos para serem como Jonathan Isaac.
[Nota do Blog Prontidão Total: em respeito ao direito à informação aos nossos dois leitores transcrevemos a excelente matéria da colunista Ana Paula Henkel, ao tempo que expressamos nossa posição favorável às vacinas - seja os imunizantes contra a COVID-19 ou os mais antigos, tradicionais.]
Durante o último fim de semana, milhares de
cubanos se uniram e foram para as ruas do país gritar “Liberdade!”,
protestar contra o regime comunista da ilha e expor as terríveis
condições de pobreza que acompanham a vida sob uma ditadura, situação
que só piorou com a pandemia.
Na era digital em que vivemos, não demorou muito para que centenas de
vídeos dos protestos tomassem conta da internet e corressem o mundo. À
medida que a indignação reprimida contra o regime autoritário se
espalhava por cidades como Havana,as autoridades cubanas se apressaram
em bloquear a internet, rotular qualquer mensagem antigovernamental de
“desinformação” e reprimir os dissidentes que poderiam manchar ainda
mais a imagem do país. Em discurso transmitido pelos canais estatais, o
presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, disse que “a ordem de combate
havia sido dada”. Apelando para aqueles que apoiam o regime,
acrescentou: “Os revolucionários têm de estar nas ruas”. Centenas de
pessoas já foram presas e há relatos de fotógrafos e jornalistas entre
essas prisões.
Em 1959, o governo de Cuba foi derrubado por Fidel Castro. Nas
últimas seis décadas, o país operou sob a política comunista e
experimentou estagnação econômica, pobreza, fome e uma miríade de outros
obstáculos sociais. Quase 100% da economia cubana é controlada por seu
governo. A escassez de recursos, as condições de vida horríveis e o
governo opressor atormentam essa outrora bela nação.
Apesar de ainda testemunharmos, incrédulos, políticos brasileiros de
mãos dadas com esses regimes totalitários e as constantes tentativas de
distorcer o que realmente acontece em Cuba, a verdade é que os cidadãos
cubanos não têm acesso ao necessário para alimentar a família. Muitos
correm para os mercados quando as portas são abertas apenas para
descobrir que não há frutas frescas, carnes ou vegetais em estoque. Os
alimentos são racionados e fornecidos aos estabelecimentos pelo governo.
O socialismo diminuiu tanto o padrão de vida em Cuba que cidades
inteiras estão em ruínas. Cidadãos vivem no que antes eram belas mansões
e edifícios que caíram no completo abandono porque não há fundos
privados para mantê-los. Para muitos, essa é uma ilustração assustadora
da prosperidade de uma Cuba há muito desaparecida, destruída em uma
única geração pelo comunismo e pelo socialismo.
Cuba tem um espaço único e especial na minha história e para o vôlei
feminino no Brasil. Convivemos durante muitos anos com as jogadoras da
seleção cubana de vôlei. Para mim, o melhor time de toda a história.
Claro que sempre competimos para vencer, os clássicos jogos contra Cuba
se tornaram parte importante da minha carreira e até hoje sou abordada
por pessoas que relatam suas madrugadas em frente à TV assistindo
àqueles históricos embates. Vencemos algumas partidas, elas outras, as
brigas se tornaram marca registrada dos encontros, mas jamais deixamos o
lado humano da realidade cubana fora da equação.
Quem participa do debate público nas redes sociais sabe que parte do
tempo é gasta lidando com gente que, muitas vezes escondida pelo
anonimato de perfil falso, xinga, grita, ofende e até tenta intimidar.
No meu caso, é raro passar alguns dias sem ler “e as cubanas?”, como se
lembrar aquela semifinal olímpica em 1996, jogo que abriu caminho para a
histórica medalha de bronze em Atlanta, fosse motivo de constrangimento
e não de orgulho para qualquer atleta daquela geração. Adoraria ter
conquistado o ouro em 1996, mas não tenho do que reclamar. Minha
carreira como atleta superou os sonhos mais inimagináveis. Tenho uma
vida com boas realizações e planos futuros de trabalho entre Brasil e
EUA. Tenho muito a agradecer. E uma das sortes que tive, com certeza,
foi não ter nascido refém da ditadura cubana.
Todos esses pensamentos, emoções e lembranças vieram à tona nesta
semana diante de tantas imagens de corajosos jovens em Cuba desafiando o
sistema. Cubanos são especiais, gente bonita e de fibra. Em janeiro de
2020, tive o prazer de conhecer mais um casal da ilha em um dia muito
especial, quando participei da famosa e emocionante Marcha pela Vida (March for Life)
em Washington. Ali, no meio da multidão que fica concentrada durante
horas à espera do momento de caminhar até a Suprema Corte, esbarrei com
um casal de médicos cubanos que conseguiu asilo na capital
norte-americana. Com meu perfeito “portunhol”, conversamos sobre Brasil,
Cuba, voleibol, governos, Fidel, Trump (ele ainda estava na Casa
Branca) e até sobre o programa Mais Médicos.
Na época, contei que o presidente Jair Bolsonaro havia condicionado a
continuação do programa a um teste de validação pelo qual os agentes de
saúde cubanos teriam de passar, o mesmo que brasileiros formados no
exterior precisam fazer para exercer a profissão, e que eles poderiam
levar a família para o Brasil e ficar com seus salários, mas que Cuba
não aceitou. Meus amigos dentro da Marcha pela Vida não ficaram
surpresos. Contei também sobre grande parte da imprensa brasileira,
outrora importante e factual; e sobre os políticos e artistas
abobalhados que empurram diariamente a falácia de que o Brasil está
caminhando para virar uma “ditadura”, mesmo com o atual governo não
querendo ser sócio nem patrocinador de uma ditadura de verdade como foi o
governo petista.
Então, ouvi do casal cubano exilado em Washington o que todos os que
participam do debate honesto sabem sobre o real retrato de Cuba: que o
socialismo agride, física e mentalmente, aqueles que são devorados pelas
sanhas de apreciadores de regimes totalitários. A realidade para esse
povo sofrido não é o que os desmiolados socialistas do Leblon com
camisas do Che Guevara defendem no Instagram nos posts das viagens a
Fernando de Noronha, ou mesmo para Miami, para comprar o “enxoval do
bebê”.
Alguns atletas cubanos se dedicam intensamente à carreira para ter uma chance de sair do país e não voltar
Portanto, quando recebo mensagens agressivas nas redes, em
desnecessário e mesquinho tom de deboche, “E as cubanas?”, eu só espero,
do fundo do meu coração, que elas estejam bem.
O novo
milênio recém começara, Lula fora eleito presidente e a embaixada
brasileira já estava sob comando de Tilden Santiago, ex-deputado federal
pelo PT. Eu retornara à Havana com o intuito de escrever um livro e,
além das minhas observações sobre o ambiente social, político e
econômico, pretendia conhecer e ouvir opiniões dos opositores ao regime.
Para elogiá-lo havia gente demais aqui mesmo.
Graça
Salgueiro, escritora e amiga, me tinha fornecido uma lista com nomes de
jornalistas independentes e os telefones de dois dissidentes. Com esses
dados fui a campo sem preocupação com a possibilidade de que contatá-las
pudesse representar qualquer inconveniente à minha segurança. Vinte e
quatro horas depois de chegar, tive a convicção, confirmada em outras
ocasiões, de que os telefones das pessoas com quem falei e me iria
encontrar estavam grampeados e de que eu estava sob atenta vigilância de
agentes do regime. Dias depois, enquanto almoçava com três dissidentes
num restaurante já vazio, tive o privilégio de ter apontada para mim,
como canhão, durante longos minutos, a lente de uma enorme filmadora
operada por dois mastodontes.
Como
escritor, beneficiei-me dessa imprudência. Pude haurir, no meu temor de
turista num regime totalitário e policial, pequena amostra da situação
em que vivem os cubanos desde quando la revolución lhes furtou os bens
materiais e espirituais, instalando uma ditadura que já leva seis
décadas. Experimentei a insegurança e a incerteza sobre o momento
seguinte e sobre como seria meu retorno ao Brasil. Foram sentimentos
decisivos para a leitura e interpretação que fiz da realidade daquela
pobre gente. Milhões de pessoas que preservam os naturais anseios
humanos por liberdade têm vivido daquele modo suas vidas inteiras! Para
elas, passado todo esse tempo, criticar o regime e seu governo faz mal
para a saúde. Sim, porque a ditadura os trata mal, ou os trata muito
pior.
Ao
retornar, escrevi o livro “Cuba, a Tragédia da Utopia”. Com o passar dos
anos, enquanto, nosso país continuava a eleger governos de esquerda,
solidários com a dinastia Castro, mas em nada solidários com o povo
cubano, eu sentia crescer a necessidade de reeditar o livro. Por meios
menos ostensivos renovei contatos e voltei à ilha. Com interrupções, mas
com continuidade, trabalhei nele ao longo de oito anos, atualizando
informações e ampliando o conteúdo da versão original.
Nessa
segunda edição, publicada em 2019, mudei o título para simplesmente “A
tragédia da Utopia”. Por quê? Porque a utopia é uma tragédia em qualquer
país e nosso enveredara por esse pantanoso caminho. O desastre cubano
adverte em alta voz o povo brasileiro e poucos se ocupam em desfazer as
mistificações sobre aquela realidade que volta a forçar nossa porta.
Em meu site
Puggina.org, há um setor deLivros do Puggina (1)por onde podem ser
feitos contatos para aquisição da obra. O Brasil ainda precisa muito
dessas informações publicadas.
Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de
dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o
totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do
Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
Não é de hoje que o tirano e tradicional “balaqueiro” venezuelano Nicólas Maduro faz constantes ameaças ao Brasil, sempre debaixo das “saias” da China, Rússia e Cuba, que de certo modo,tanto pelos aspectos militares, quanto pelos políticos e econômicos, conseguiram fazer da Venezuela uma extensão, um “quintal”,dos seus territórios e respectivas soberanias.
[importante considerar que as ameaças do Maduro são latidos de cão = 'cão que ladra, não morde'. Além da Venezuela não possuir tem a menor condição de invadir o Brasil, já que uma ação invasiva exige uma logística completa, de primeira linha - na Venezuela falta tudo, até o básico para a população, já o Brasil estaria em situação defensiva, com eventual ação ofensiva - , de retaliação, não de invasão - precisando de menor logística.
A Venezuela tem alguns
aviões modernos, que podem ser eficientes em bombardeio do solo
brasileiro, em retaliação ou até dissuasão. um ataque de retaliação.
Vale o acima para eventual uso de equipamento terrestres e marítimos dos 'irmãos' venezuelanos. O país de Maduro oferece mais risco se usado como base avançada dos países comunistas citados, nos moldes do que foi a Ilha de ascensão para os ingleses (Cuba fora, sua participação seria de mero apoio logístico.)
Caso o esquerdista se torne presidente dos Estados Unidos poderá tentar algum tipo de boicote,mas, invadir o Brasil não estará entre suas prioridades - os Estados Unidos após perderem feio no Vietnã, invadiram o Iraque em uma gigantesca coalizão de forças de aliados, onde atuaram sozinhos e obtiveram êxito foi ao invadir a ilha de Granada.
A Rússia também não pode computar sua invasão ao Afeganistão no rol dos estrondosos sucessos.
O êxito do reino Unido foi consequência da deficiência militar argentina, do apoio velado fornecido por Reagan à força-tarefa da 'Dama de Ferro' e à traição dos franceses aos argentinos - forneciam aos 'hermanos' misseis 'exocet', que poderiam causar estragos de importância aos navios ingleses - ao fornecer os códigos operacionais dos misseis. Com isto propiciaram aos britânicos condições de neutralizar uma das principais armas argentinas.
O afundamento do cruzador 'general Belgrano', tripulado quase que exclusivamente por recrutas, por um submarino nuclear inglês quebrou o já estraçalhado moral dos argentinos.]
No aspecto político internacional, mesmo com os horrores e atrocidades cometidos no país vizinho, na verdade é a bandeira comunista que está em jogo. Por isso mesmo os eventuais “deslizes” e “excessos” do ditador venezuelano nem importam muito e devem até ser “perdoados”. Sabidamente, a Venezuela conseguiu montar uma estrutura bélica bastante poderosa, mediante armamentos fornecidos pelos seus “colegas” mundiais de comunismo. Essas ameaças bélicas contra o Brasil se manifestam inclusive mediante as “desaforadas” instalações militares venezuelanas na fronteira com o Brasil.
Mas enquanto a Venezuela faz os suas constantes ameaças ao Brasil debaixo das “saias” dos russos,chineses e cubanos, concomitantemente o Brasil se “defendia”(retoricamente) debaixo das saias do Presidente dos Estados Unidos,Donald Trump,que evidentemente impunha muito respeito aos líderes comunistas. O Comandante do Exército Brasileiro, General Edson Pujol, um patriota de primeira linha, que certamente não tem medo da verdade, em recente declaração deixou clara a inferioridade das forças armadas brasileiras em comparação às mais poderosas do mundo, tanto em armamentos, quanto em investimentos,tecnologia, pessoal e treinamento.
Ora,a “impotência” bélica do Brasil somada à provável vitória presidencial do socialista Joe Biden, nos Estados Unidos, tem força suficiente para potencializar “n” vezes a constante preocupação que o Brasil deve ter em relação às constantes ameaças da Venezuela, por trás dos seus “padrinhos” russos, chineses, e cubanos. Se a experiência histórica valesse para alguma coisa,veja-se o “fiasco” que passou a Argentina na “Guerra das Malvinas”,com as suas forças armadas impotentes, arrogantes e despreparadas, de 2 de abril a 14 de junho de l982, onde levou uma “surra” do Reino Unido, que com meia dúzia de navios e aviões, distantes milhares de quilômetros das suas “sedes”,”nocautearam” imprimiram humilhante derrota aos argentinos.
O que mais causa preocupação, portanto, é que ao que tudo indica o Brasil não teria mais como se proteger na “saia” do “Tio Sam”, num eventual conflito bélico com a Venezuela - e seus “sócios”, Rússia,China e Cuba - que antes era usada por Donald Trump, e provavelmente passará a ser usada por Joe Biden ,a partir de janeiro de 2021. Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo
Coluna publicada em O Globo - Economia 5 de novembro de 2020
Que susto, hein? Quando Donald Trump derrotou Hillary Clinton em 2016, fazendo jogo
sujo, fazia sentido supor que isso tivesse acontecido por falta de
conhecimento. Os americanos conheciam Trump como apresentador de tevê e,
digamos, um milionário metido a besta. Era razoável supor também que boa parte dos eleitores estivesse farta
da velha política, ali representada pela figura de um clã. Ok, Bill
Clinton havia sido um bom presidente, Hillary tinha uma carreira pessoal
de muito sucesso, mas de novo?
Também dava para imaginar que depois de Obama, os americanos estariam
decididos a experimentar uma virada à direita, como acontecia em outras
partes do mundo. Mas tudo isso se pensou depois da eleição. Porque antes era difícil
imaginar que depois de eleger o primeiro presidente negro, com o nome
Barack Hussein, os americanos passassem para Trump. Passaram, ganharam o benefício da dúvida.
Mas passados quatro anos e Trump confirmando todo o jogo sujo que se
esperava dele, e sendo agora amplamente conhecido como político – admito
que me surpreendi com a competitividade dele. E mais ainda com alguns números apanhados nestes primeiros momentos,
com dados do NY Times. Por exemplo: em comparação com 2016, Trump perdeu
votosentre homens brancos com e sem diploma universitário. Em
compensação, ganhou votos entre latinos de Miami (ok, são cubanos, em
geral), mas também entre os mexicanos do Arizona. Os mexicanos, aqueles
foram simplesmente xingados por Trump.
De outro lado, Biden foi pior que Hilary entre negros(homens e
mulheres) e latinos(também homens e mulheres). Era de se imaginar o
contrário depois de tudo que Trump e seu pessoal haviam feito. As primárias mostraram um Partido Democrata bastante dividido num
amplo espectro político. Sim, há socialistas na esquerda democrata,
embora não haja um programa propriamente claro. Não há ninguém propondo a
expropriação dos meios de produção, mas há muita gente contra o “grande
capital”. Isso até vem de longe: Al Gore, por exemplo, fez campanha
contra o “big pharma” e o “big oil”.
Binden, talvez para atender essa esquerda, criticou o “big oil” e
propôs algum tipo de controle de preços ou distribuição social de
remédios. Tudo na direção de evoluir o Obamacare, que não pode ser
chamado de socialista, talvez nem de social-democrata. Mas isso, em parte do eleitorado americano, deu alguma credibilidade
às acusações de Trump de que há uma conspiração socialista e anti-cristã
que precisa ser varrida dos EUA e do mundo.
Aliás, Trump voltou à ideia ontem quando se declarou vencedor e que
estava sendo roubado – não se importando nem um pouco em criar uma crise
institucional de proporções inimagináveis. Por outro lado, há republicanos do bem, gente que quer reorganizar o
país. Aliás, Binden foi senador por muitos anos, presidiu o Senado
quando foi o vice de Obama, conhece republicanos. Pode, portanto, ser
uma fonte de entendimento na direção do centro. Mas tanto os republicanos quanto os democratas também elegeram os
seus radicais. Permanecerão nos seus partidos ou haverá divisões?
De todo modo, para o mundo, a quarta-feira terminou melhor do que
começou. Binden agora é o favorito e isso muda para melhor o panorama
global. Com Binden, os EUA voltam ao Acordo de Paris, à OMS, à aliança
atlântica. Claro que continua a disputa com a China pela hegemonia
econômica, militar e tecnológica, mas será uma disputa, digamos, mais
inteligente e com muito menos chance de descambar para algum conflito.
Mas que há muita confusão política/ideológica nos EUA e no mundo, disso não há dúvida. E para terminar, uma vitória de Binden deixa Bolsonaro inteiramente
isolado nas Américas. E será bem feito. A tal amizade com Trump não
trouxe nada de significativamente lucrativo para o Brasil. Mas os bolsonaristas continuam por aí. Vão dizer que Trump foi
roubado, assim como Bolsonaro acha que foi roubado numa eleição que
ganhou. Aliás, tem uma ironia aí. As nossas urnas eletrônicas saíram-se muito bem, obrigado.[Quanto às urnas eletrônicas o que melhorou o seu conceito foi que o presidente Bolsonaro foi eleito em eleição na qual foram utilizadas - e sabemos que a eleição do capitão não foi aceita pelos inimigos do Brasil = adeptos do 'quanto pior, melhor' + mais 'turma do mecanismo' + inimigos da democracia + corja esquerdista - assim, se ele foi eleito não foi por falta de vontade daqueles inimigos de fraudar as eleições, e sim por impossibilidade.]
Ser aliado dos EUA extra-Otan não tem nada a ver com ideologia, diz Mourão
Vice-presidente, que alega haver uma campanha internacional contra o
Brasil, defende uma visão pragmática em relação aos países vizinhos e
com os EUA
Em entrevista ao GLOBO, o vice-presidenteHamilton Mourão
defende uma posição pragmática e flexível do Brasil na relação com todos
os países, independentemente do sistema político. Ele alega que o
governo brasileiro é alvo de uma campanha internacional, supostamente
fomentada por grupos que perderam a eleição, no ano passado, para o
presidente
Jair Bolsonaro
. Para o general, que foi adido militar na Venezuela quando o país tinha como presidente
Hugo Chávez
e, recentemente, escreveu o prefácio do livro "Como destruir um país",
de Marcelo Suano, existe uma receita que garante a manutenção do líder
chavista Nicolás Maduro no poder:oposição desunida, militares
doutrinados, empresários corruptos, medo e repressão.
Na sua opinião, o que mantém Nicolás Maduro no poder?
Ao longo de todo esse período do chavismo, a oposição adotou estratégias
totalmente erradas. Deixou de participar de eleições e, só nos últimos
tempos, passou a ter voz junto à comunidade internacional. A
oposição venezuelana
está desunida. E aí entra o núcleo desse governo venezuelano, que são as
Forças Armadas. As dissidências que têm ocorrido no âmbito são muito
pequenas para que haja, efetivamente, um racha lá dentro. Há um processo
de doutrinação das Forças Armadas, que começou nas décadas de 1960 a
1970. Chávez foi instrutor de um grande número de cadetes na academia
militar, e posteriormente elevou essas pessoas a cargos importantes e as
manteve. Por outro lado, temos a questão dos cubanos, que controlam o
sistema de inteligência e as milícias. Com isso, exercem uma pressão
pelo medo em cima das famílias daqueles militares que poderiam se opor
ao governo. E a classe empresarial venezuelana saiu do país. Os poucos
que ficaram resolveram aproveitar a corrupção do regime para enriquecer.
Esse somatório mantém Maduro no poder, a começar pelo medo e a
repressão. É só você ver o
relatório da Michelle Bachelet
(comissária de direitos humanos da ONU), que mostra que, nos últimos
dois anos, em torno de 6.500 pessoas foram mortas pelo regime, fora a
quantidade de presos torturados. Existe uma repressão forte ocorrendo
lá.
Há uma clara e pública torcida do presidente Jair Bolsonaro pela
vitória de Maurício Macri na eleição da Argentina, em outubro deste
ano. E se a chapa que tem Cristina Kirchner como candidata a vice
vencer, como ficam as relações entre os governos brasileiro e argentino?
A relação tem de ser de Estado para Estado, independentemente do governo
de turno. Há objetivos comuns dos dois países, que são ligados à área
comercial, como o acordo com a União Europeia e outro que pode ser
assinado com os Estados Unidos e beneficiará todo o Mercosul. É óbvio
que a reeleição do Macri daria um caráter mais pessoal ao
relacionamento, mas esse relacionamento tem de ser mantido.
Isso também se aplica aos Estados Unidos, na hipótese de Donald Trump não ser reeleito ano que vem?
Sim. A posição brasileira tem que ser pragmática e flexível. Temos que
buscar o melhor para o Brasil, com relações que resultem em ganhos para
ambos os lados, e entender para onde o vento está indo em determinado
momento para acompanhá-lo.
Os Estados Unidos deram ao Brasil o status de aliado
preferencial extra-Otan. O que isso significa? O Brasil ficar preso ao
fornecimento de armas para os EUA, ou amarrado à estratégia militar
americana na região?
Não tem nada a ver. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (
Otan
) nasceu para se contrapor ao Pacto de Varsóvia na defesa da Europa, e
os EUA apareceram como fiadores dessa defesa. A nossa parte está muito
mais ligada à área comercial, de produtos de defesa. Nosso material
estará dentro dessa catalogação internacional da Otan e, ao mesmo tempo,
teremos acesso a um mercado maior e a condições melhores na compra de
armamento. Hoje, temos muitas compras pelo [programa americano] Foreign
Military Sales, o FMS. Os americanos têm muito material excedente que
serve para nós e são adquiridas pelo Exército, pela Marinha e pela Força
Aérea.
(...) A pouca idade do deputado Eduardo Bolsonaro, além de ser filho
do presidente da República, não o descredencia a assumir a embaixada do
Brasil em Washington? Ele está dentro das condições que a nossa legislação prevê para as
pessoas que não são da carreira diplomática. Uma elas é a idade mínima
de 35 anos. Esta é uma escolha pessoal do presidente da República, que
julga que a presença do filho como
embaixador nos EUA
, pelas ligações que possui com a família do atual presidente, irão facilitar o relacionamento entre os dois países.
(...)
Recentemente, houve um problema com dois navios iranianos, que
só conseguiram ser abastecidos pela Petrobras e voltar ao Irã graças a
uma decisão do Supremo Tribunal Federal. E a estatal brasileira ainda
corre o risco de sofrer sanções. O senhor considera o Irã um parceiro
comercial importante para o Brasil?
Nós temos um fluxo comercial com o Irã que está muito centrado na venda
de alimentos, como milho e proteína animal, que são produtos que não
estão dentro das sanções dos americanos. A questão principal que houve
em relação aos
navios
era a importação de ureia, que usamos para defensivos agrícolas, mas que
também pode ser utilizada na fabricação de explosivos. Nós vamos
continuar negociando com o Irã dentro desse pacote que já temos. Nosso
fluxo comercial está na faixa de U$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões por ano.
Não é um baita fluxo, mas é um número interessante.
O Brasil tem recebido críticas no exterior por causa de sua
postura em relação ao meio ambiente, direitos humanos e outros fatores. O
que dizer sobre isso? Existe uma campanha internacional contra o Brasil, fomentada daqui de
dentro mesmo por aqueles que perderam a eleição e que usam suas
conexões, principalmente nos países europeus, para atacar o governo do
presidente Jair Bolsonaro. A questão do desmatamento temos que combater,
não tenha a mínima dúvida, e sabemos que o problema está concentrado no
Sudeste do Pará, onde a penetração de rodovias atrai todo tipo de
aventureiro, garimpeiro, grileiro e é uma área de conflito. Tanto que as
próprias Forças Armadas já estiveram operando lá várias vezes para
apoiar as ações do Ibama.
(...) O senhor acredita no aquecimento global?
Não tenho dúvida que a temperatura da Terra mudou. O que eu coloco
sempre em discussão, e falo isso em todos os lugares aonde vou, é se
isso veio para ficar ou é mais uma das sazonalidades que a vida na Terra
já enfrentou. Agora, o Brasil não é o culpado do aquecimento global.
Muito pelo contrário. Nossa matriz energética é 85%, 86% de energia
limpa e renovável,enquanto o resto do mundo tem apenas 25%. Então, o
resto do mundo queima petróleo, queima carvão para se aquecer, para
produzir, e quer botar a culpa em cima do Brasil?Não pode ser assim. [essa foi no centro do alvo; os países desenvolvidos destruíram suas florestas, acabaram com o meio ambiente e agora querem conter o desenvolvimento do Brasil, impedindo que o Brasil expanda suas fronteiras destinadas à expansão da agropecuária - com desmatamento em níveis admissíveis. Agora milhares e milhares de hectares demarcados como reservas indígenas, que sequer são utilizadas para qualquer finalidade útil, aqueles países aceitam. Confira aqui:‘Hoje, o maior latifundiário do País é o índio’, diz Nabhan.] O Brasil assumiu uma postura mais conservadora em fóruns
internacionais, no que diz respeito a temas como gênero e aborto. Isso
não contribui para as críticas?
Trata-se de uma agenda de costumes. Direitos humanos é para tudo. Por
exemplo, o programa Mais Médicos não respeitava os direitos daqueles que
estavam trabalhando aqui. A partir do momento em que a pessoa não podia
trazer sua família para cá, ou tinha que mandar parte do salário dela
para o país de origem, isso era contra os direitos humanos. Essa agenda
de costumes que vem sendo discutida na modernidade é uma questão da
sociedade, que vai se adaptando aos novos momentos. É preciso entender
que tem coisas que valem como discussão para determinadas áreas do nosso
país, que têm uma visão cultural mais distinta e mais cosmopolita,
enquanto há outras áreas do Brasil, que é o Brasil rural, o Brasil mais
profundo, que não estão interessadas nessa discussão.
[questões de gênero e liberação do aborto devem ter a discussão proibida. O aborto é crime, que precisa ter as penas aumentadas - falar em direitos humanos e ao mesmo tempo ser favorável ao aborto é algo escatológico. Quanto a discussão sobre gênero não tem sentido, visto gênero ser algo imútavel. Eventuais práticas diferentes, devem ser realizadas de forma reservada, a visão das mesmas não pode ser imposta à sociedade. É frase antiga, mas, sempre válida: o direito de um termina onde começa o do outro. ]
Morre Clemente, o último
chefe militar da ALN e sucessor de Marighella
Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz liderou a
organização que pegou em armas contra o regime militar
[falar sobre as atrocidades, frieza e covardia desse verme nos toma muito tempo e não vale a pena.
Abaixo dois vídeos que mostram um pouco do assassino que matava os próprios companheiros - inclusive depoimentos nos quais se vangloria das covardias que praticou.
Mesmo assim, como católicos temos que desejar que DEUS seja clemente com ele - que por seus atos covardes não honrou nem o PAZ do sobrenome e ainda motivou o deboche de o chamarem de comandante Clemente.
A vida de
Clemente – como até hoje ele era conhecido por seus companheiros e adversários
na esquerda – é parte da história de uma geração de jovens que se envolveu na
resistência armada ao regime instaurado em 31 de março de 1964.
Estudante do Colégio Pedro II, no Rio, ele conheceu Marighella quando
tinha 15 anos. Entrou para o Exército, de onde desertou como cabo quando servia
no Forte de Copacabana. Passou para a clandestinidade e para as ações armadas.
Dedicava sua sobrevivência à caçada que lhe movera os órgãos de segurança do
regime à firmeza dos companheiros que – presos e torturados – não o entregaram.
Para os militares que colocaram seu rostos nos cartazes de “Procura-se”, ele
era um "terrorista frio e um assassino cruel". Muitos dos veteranos
do DOI lamentavam que tivesse sobrevivido aos anos de chumbo e sido, depois,
anistiado.
A voz era
rouca, mas a disposição para contar suas histórias nunca esmoreceu. E ele tinha muitas. Carlos
Eugênio Sarmento Coelho da Paz, o Comandante Clemente, foi o homem que o
coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra
e o Destacamento de Operações de
Informações (DOI) de São Paulo nunca conseguiram prender. O
homem que foi o último chefe militar da Ação Libertadora Nacional (ALN), a
organização fundada porCarlos Marighella, morreu aos 69 anos, neste
sábado, dia 29, em Ribeirão Preto, onde vivia com sua mulher, a historiadora
Maria Cláudia Badan Ribeiro.
Entrevista de Carlos Eugênio a Geneton da Globo News
Clemente nunca escondeu o que
fizera:foi o homem que disparou o tiro de fuzil que abateu o empresário Henning
Albert Boilesen. Um dos financiadores do DOI do 2º
Exército, Boilensen foi morto por um comando da ALN e do Movimento Revolucionário
Tiradentes (MRT), nos Jardins, em São Paulo, em 15 de abril de 1971.
Também participou da reunião na qual a ALN condenou à morte Márcio Toledo
Leite. Estudante de Sociologia, Leite era da Coordenação Nacional da
organização. Seus colegas temiam que ele desertasse, levando consigo segredos
da guerrilha. Clemente foi um dos quatro integrantes do grupo que o executou.
Nos anos seguintes, ele viu um
a um seus principais companheiros e companheiras da organização serem presos ou
mortos pelos órgãos de segurança. Participou de dezenas de assaltos a banco
para levantar fundos para a organização e, em 1973, esse alagoano nascido em
Maceió, em 23 de junho de 1950, saiu do Brasil e foi clandestinamente para
Cuba. Era por demais visado no Brasil e sua queda e morte eram iminentes. Ali,
na Ilha, manteve contatos com o Departamento América do Partido Comunista
Cubano e chegou a ser convidado pelo general Arnaldo
Ochoa para chefiar uma coluna guerrilheira que os cubanos
queriam patrocinar no Brasil. Clemente recusou.
Aos poucos, o guerrilheiro foi
deixando a luta armada. Ele só a reencontraria nos dois livros que escreveu
sobre os tempos da guerrilha: Viagem
à Luta Armada e Nas
Trilhas da ALN, ambos publicados nos anos 1990. Clemente fez
neles o acerto de contas pessoal com seus anos de comandante militar. Lamentava
a morte de Toledo, mas não a de Boilesen. Dizia ter profundo orgulho do que fizera
e dizia que faria tudo de novo. “Só vou tentar ser mais competente.” O
único problema da decisão de pegar em armas contra a ditadura havia sido o fato
de a guerrilha ter sido derrotada. O exílio trouxe o caminho que o
levou da ALN à volta à militância no Partido Comunista Brasileiro. Viveu na
França, onde se tornou músico – ao voltar ao Brasil, no começo dos anos 1980,
o ex-guerrilheiro passou a dar aulas de música. Concorreu pelo voto a uma
vaga no Parlamento mais de uma vez, mas não teve sucesso. Ligou-se a Miguel
Arraes e ao seu PSB, no Rio. E nele ficou até a morte de Eduardo Campos, o
sobrinho de Arraes e candidato do partido à Presidência, em 2014.
Casou-se pela última vez com
Maria Claudia, que pesquisava a atuação das mulheres na ALN. Deixou então o Rio
e o trocou pelo interior de São Paulo. Um longa doença que ele enfrentou
nos últimos anos parou sua respiração neste sábado. Maria Claudia escreveu
então aos amigos. “O quadro é irreversível. Ele se vai como viveu a vida: com
coragem. Obrigada a todos que por todo lado nos deram força e nos
reconfortaram. Vou viver a passagem dele assim, segurando a mão dele e
sussurrando bem em seus ouvidos todo amor que tenho por ele.”