Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Hegel e Marx. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Hegel e Marx. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 9 de março de 2021

Em 2022 é Sérgio Moro ou a volta da esquerda - Sérgio Alves de Oliveira

A última pesquisa eleitoral procedida pelo Instituto Paraná, realizada a partir de  25.02.21, demonstra com clareza solar   a tendência que de fato Bolsonaro deve vencer  o 1º Turno das eleições  de outubro de 2022, com pouco mais de 30% dos votos  (31,9% ,no primeiro cenário), contra outros 3 ou 4  candidatos que vêm em seguida, Lula, num eventual  quarto cenário, com 18%, e ”embolados” Moro, com 11,5 %, Haddad com 10,5 %, e Ciro Gomes  com 10,0 %.

Somados aos demais candidatos , cuja prioridade seria  derrotar Bolsonaro, e que  todos esses em maior ou menor  intensidade também têm “cheiro” de  esquerda, mas que pontuaram menos que Lula, Moro,Haddad e Ciro,ou seja, Doria, Huck, Boulos,João Amoedo, Eduardo Leite, e Mandetta, todos “inimigos” eleitorais declarados  de Bolsonaro para um eventual 2º Turno . A  soma das preferências de  votos  nesses  9 (nove) candidatos seria de qualquer forma superior à votação “única” do capitão.  Na verdade seria muito pouco provável  que Bolsonaro “disparasse” num  2º Turno para vencer o candidato que fosse concorrer com ele, aumentando expressivamente  os  32,4 %  que já teria no  1º Turno das eleições.

Mas Bolsonaro na verdade  foi  o maior culpado   dessa armadilha que a esquerda está montando contra o conservadorismo/direita que ele representa.  Temendo uma “concorrência” interna, e “desleal”, que eventualmente lhe tirasse a chance  de concorrer à reeleição em 2022, Bolsonaro acabou  achando um jeito de “queimar” as suas ,”ameaças”,as suas “sombras”.

O caso do Ministro da Justiça e Segurança Pública.o ex-Juiz Sérgio Moro, que se notabilizou no combate à corrupção, especialmente como  juiz da Operação Lava Jato,foi o mais emblemático. Seu prestígio, inclusive internacional, estava ameaçando a candidatura de Bolsonaro. [Se impõe um registro: o ex-juiz, ex-ministro, ex-quase favorito a alguma coisa e que de concreto resultou em emprego junto a uma consultoria, que tem entre seus clientes empresas réus na Lava-Jato dos tempos do triplo-EX, mereceu ser defenestrado do Governo Bolsonaro. 
Os homens honrados, como lembra o articulista, quando não concordam com o chefe pedem demissão,não traem quem neles confiou e podem sair da cabeça erguida. O triplo-EX tentou agir contra o seu chefe, um quinta coluna, faltou com a LEALDADE, esquecendo que HONRA e LEALDADE caminham juntas.  
Aliás, o segundo parágrafo desta matéria, está lotado do nome de  traidores, desleais, de desonra (tem no máximo uma ou duas exceções) que se torna pesado. Se percebe facilmente no texto, que pessoas com sobrenome começando com determinada letra, são quinta-coluna por natureza, por opção.] O capitão não perdeu tempo. Achou uma maneira de desmoralizar Moro com a demissão que fez do Superintendente da Polícia  Federal do Rio de Janeiro,homem da mais estrita confiança do Ministro, que acabou não tendo outra saída, como fazem todos os homens honrados,de pedir demissão do cargo, ”aliviando o “pavor” do Presidente com essa possível ameaça à sua candidatura.

Sérgio Moro saiu taxado de “traidor” do Governo Bolsonaro, por ter denunciado  algumas verdades “inconvenientes”. Mas agora o “mocinho” Moro passou a ser o “bandido” Moro. O que mais se fala nas rodas políticas íntimas do Presidente, que se consorciaram com os bandidos condenados por Moro, é sobre uma possível “prisão” de Moro,e outros procuradores da Lava-Jato. E lá do Palácio do Planalto,mesmo que “às escondidas”, estão alimentando essas “fofocas” para comprometer  tanto quanto possível  a imagem de Sérgio Moro.

Resumidamente, Bolsonaro não tem qualquer chance de vencer no 2º Turno  as eleições de 2022. “Todos” da esquerda contra ele seria inevitável. Além disso, após  Bolsonaro, Moro ainda é o candidato mais repudiado pela esquerda. Por isso Moro  jamais chegaria ao 2º Turno com os votos dos fanáticos da esquerda,e sim com os dos “outros”,que deveriam ter o bom senso de votar um 1º Turno com Bolsonaro e  Moro como “finalistas”.

O único grande risco de Sérgio Moro ter  patrocinada a sua candidatura pela esquerda seria o seu “ azar” de candidatar-se  pelo “tal” PSDB,que desde 1992, através do “Pacto de Princeton”, assinado entre  Lula e FHC, nos Estados Unidos (estratégia das Tesouras,de Hegel e Marx),onde existe  um acordo secreto PMDB-PT,pelo qual um desses dois partidos,ambos de esquerda,o primeiro mais moderado,e o segundo “radical”, sempre deveria  vencer a  eleição presidencial, o que  de fato funcionou  de 1995 até 2014,com FHC (2 mandatos),Lula (idem),e Dilma (1,5 mandato).

Se o conservadorismo agir com um pouco de inteligência  para 2022 acabará deixando  de  devolver o poder para a esquerda,dividindo os votos para lançar no 2º Turno as candidaturas de Bolsonaro e Sérgio Moro. Aí estaria a grande chance de Moro vencer , mesmo porque a esquerda votaria antes em Moro do que em Bolsonaro. A esquerda até poderia  votar em Moro no 2º Turno, se não tivesse  outra saída. Mas em hipótese alguma optaria por Bolsonaro

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

O talento número 1 de João Patinhas



Na semana passada, a literatura universal perdeu um dos mais eruditos entre seus exegetas e também um dos mais bem-sucedidos de seus criadores com a morte de Umberto Eco. Este, contudo, não levou para o túmulo um célebre axioma universal do romance policial, seja o mais popular, seja o mais sofisticado: o criminoso sempre volta ao local do crime.  

O grande mestre, porém, desapareceu sem ter tido a oportunidade de conhecer uma contribuição, dada pelo grupo de criminosos que promoveu no Brasil o maior assalto ao patrimônio público de todos os tempos e que, de certa forma, parodia esse truísmo: o novo tesoureiro sempre volta a cometer o crime do antigo.

Foi assim que o ex-tesoureiro do partido que manda na República há 13 anos (por coincidência, o número com que está inscrito na Justiça Eleitoral) Delúbio Soares, condenado na Ação Penal (AP) n.º 470, vulgo mensalão, por corrupção, entre outros delitos, foi imitado por seu sucessor. Como é notório, João Vaccari Neto já foi condenado por similar sequência de crimes após investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, e com penas impostas pelo juiz da chamada e muito aclamada Operação Lava Jato, Sergio Moro, da Justiça Federal do Paraná.

Com sua habitual dose de ironia, a deusa grega Clio, que rege a História, acaba de nos conceder exemplo da mesma natureza, que parece ter sido feito para confirmar a máxima anterior e exatamente na atividade em que o citado professor Eco foi pontífice máximo desde os anos 60: a comunicação de massas. Em depoimento na Câmara, em 2005, o publicitário baiano Duda Mendonça abalou os alicerces da política profissional no Brasil ao revelar que havia recebido em moeda estrangeira e em contas no exterior o pagamento por seus serviços à campanha vitoriosa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT). Mostrando que, em política e polícia, o raio pode cair no mesmo lugar, isso acaba de acontecer com quem o substituiu na função.

A prisão temporária do sucessor de Duda na campanha de reeleição de Lula, em 2006, e nas vitórias de Dilma Rousseff, apoiada pelo antecessor, em 2010 e 2014, outro baiano, João Santana, confirma, de forma peremptória, a aplicação do aforismo sobre o tesoureiro quando se trata de marqueteiro. E não é mera coincidência. Afinal, nos tempos modernos da comunicação de massas, genialmente explicados por Eco, o guardador de dinheiro e o fabricante de sonhos para enganar eleitor têm importância capital na disputa pelo voto do povo. E distorcem a paródia de Hegel por Marx, segundo a qual a História acontece como tragédia e se repete como farsa. Na versão do PT brasileiro, só se conhecem tragédias.

Surpreendido pela notícia fatídica quando tentava asfaltar o caminho de volta de Danilo Medina, do Partido de la Liberación Dominicana, à presidência da República Dominicana, o marqueteiro defendeu-se como pôde. Ocorreu-lhe, por exemplo, dizer que o dinheiro que entesoura em bancos estrangeiros foi licitamente ganho em campanhas que assessorou no exterior. 

Convenhamos que imaginar que nos convence de que faturou milhões de dólares de candidatos de Venezuela, El Salvador, República Dominicana, nas Américas do Sul e Central, e Angola, na África, com economias a anos-luz da brasileira, por mais críticas que sejam nossas condições econômicas no momento (o que está longe de ser o caso nas primeiras campanhas de Lula e Dilma), é uma aposta muito arriscada em nossa estupidez coletiva

Por mais razões que algum observador cruel tenha para justificar esse motivo, é contar excessivamente com a credulidade popular. Muito embora sua imaginação publicitária tenha sido capaz de ludibriar mais de 54 milhões de eleitores brasileiros que sufragaram sua candidata em 2014 imaginando que com as asas de suas mentiras voariam sobre o abismo à vista.

Se Aristóteles pudesse ressuscitar e opinar, talvez o tutor de Alexandre, o Grande, arriscasse a hipótese mais lógica de que pode ter ocorrido exatamente o contrário: o propinoduto da Petrobras e a generosidade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) podem ter financiado as campanhas dos companheiros venezuelano, salvadorenho, dominicano e angolano. Seria, no mínimo, curioso imaginar mais essa dívida da originalidade histórica a nosso PT: com o fracasso da exportação da revolução cubana de Fidel Castro e Ernesto Che Guevara para o Terceiro Mundo, a esquerda tupiniquim inaugurou a exportação da corrupção do Robin Hood às avessas, em que os pobres empobrecem para enriquecer os companheiros socialistas.

A hipótese, contudo, é absurda: para Hegel e Marx, os fatos históricos podem voltar a ocorrer, mas não seus protagonistas. Sem Aristóteles para nos tutelar, podemos concluir que enfrentamos uma tentativa de negar a História e, ao mesmo tempo, dotá-la de um espelho às avessas. A Operação Lava Jato mandou prendê-lo após reunir provas testemunhais e documentais acachapantes de seus crimes contábeis. Só que ele, contando apenas com seu extraordinário dom de iludir nosso eleitorado, se diz vítima de “perseguição” sem considerar nenhuma das evidências apresentadas por policiais e promotores federais, com aval de um juiz respeitável.

O desgoverno falido, assombrado pela hipótese de o Tribunal Superior Eleitoral interrompê-lo com a cassação de Dilma e Temer, diante de novas provas óbvias, argumenta que pagou R$ 70 milhões (!) pelo talento número um de João Patinhas. E, ainda assim, nada tem que ver com suas diabruras contábeis. Isso é tão convincente como persuadir policiais, promotores, juiz e todos nós de que o “chefe” citado nos e-mails de Léo Pinheiro, da empreiteira OAS, publicados na capa da revista VEJA, seja Touro Sentado, Tibiriçá ou Winnetou. E que “madame” seja Pompadour, Bovary ou Ming.