À sombra das disputas políticas que desfilam no palco da Comissão
Parlamentar de Inquérito no Senado da Covid-19, os números da epidemia
no Brasil começam a trazer dados algo preocupantes. A
curva da média movel de mortes ainda é declinante, mas isso convive com
uma certa escalada na média móvel de casos, e agora também com alguns
sinais, aqui e ali, de que voltou a subir a taxa de ocupação das UTIs (leia).[responsável pelo desastre: o governador Ibaneis, que fica adiando datas de inaugurar hospital de campanha, enganando o pessoal;
- também segura as vacinas para pessoas com comorbidades - elas reclamam de exigências absurdas para o cadastramento; o mais prático e sensato seria enquanto o pessoal com comorbidades discute com a Saúde quem está certo, o governador deveria adiantar o calendário para vacinar pessoas com idade na faixa dos 60, 58 anos e seguir com o calendário rumo aos mais novos = o pessoal dessa faixa de idade e os mais novos foram simplesmente esquecidos; quando houver um acordo com os portadores de comorbidades (segundo reclamam, exigem atestados médicos de pessoas cuja comorbidade salta aos olhos) volta a dar prioridade para eles - que merecem e precisam. Mas, o pessoal mais jovem e sem doença preexistente também precisa - ou Ibaneis só vai lembrar deles quando estiverem doentes, padecendo nos hospitais?
Dar prioridade aos rodoviários foi uma boa = o risco é elevado e eles integram uma categoria que presta um serviço essencial. Já os metroviários não há razões para serem prioritários.
O erro do Ibaneis foi ir logo cedendo a chantagem, a extorsão dos rodoviários.
Dar prioridade aos rodoviários foi uma boa = o risco é elevado e eles integram uma categoria que presta um serviço essencial. Já os metroviários não há razões para serem prioritários.
O erro do Ibaneis foi ir logo cedendo a chantagem, a extorsão dos rodoviários.
Os rodoviários precisam ser disciplinados e com uma disciplina rigorosa, dura, para que aprendam que por integrar uma categoria essencial não podem agir de forma criminosa, chantageando o governo com ameaça de greve, de paralisar o transporte coletivo - que só ferra quem já está ferrado.
São essenciais e por isso não podem parar, tem que negociar e com o seu valor, a importância do serviço que prestam e sem violência conseguem provar o que merecem.
Eles precisam aprender a negociar, extorsão, chantagem não podem ser aceitas = o serviço dos rodoviários é necessário, mas eles também precisam do emprego e do salário.
É jogar duro com eles; 15 dias de paralisação é complicado - mas Brasília aguenta; será que eles aguentam 15 dias sem salário, sem cesta básica e mais a indignação da população?]
Será
preciso acompanhar a situação nos próximos dias com grande atenção.
Será necessário saber se estamos no início de uma terceira onda, qual a
variante propulsora, e se é mais transmissível, se é mais letal.
Será
mais que nunca obrigatório vigilância para que as autoridades não
baixem a guarda, não desativem serviços hospitalares, especialmente na
área de cuidados intensivos.
Não podemos repetir os equívocos acontecidos entre a primeira e a segunda ondas. [estranhamente desativaram hospitais de campanha que logo depois tiveram que ser reativados a um custo superior ao de quando tudo começou?
- alguém, e com certeza não é o pessoal da linha de frente da Saúde, está ganhando muito dinheiro com isso?
Os erros passados precisam ser investigados, até mesmo os causados por incompetência - mas mais grave, portanto, necessitando de investigação mais urgente é o que motivou um gestor a desativar um hospital de campanha, antes do término da pandemia, sabendo que para reativar leva mais tempo e custa mais dinheiro.]
A
CPI está corretamente debruçada sobre os erros passados. Não repeti-los
é uma boa maneira de inclusive homenagear a memória das vítimas.
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político