J.R. Guzzo - VOZES
Se há uma coisa que não
falta neste país hoje em dia é rigor extremado em “defesa da
democracia” – obviamente, só nos casos em que se estima que a democracia
está sendo colocada em risco pela direita
e seus derivados. [neste caso, vale até desrespeitar direitos assegurados pela Constituição Federal e a própria democracia, desde que seja para punir os 'criminosos' = direita.
Definindo de outra forma: Viola-se princípios constitucionais e democráticos, a pretexto de preservá-los.] Só o
ministro Alexandre Moraes, pessoalmente, mantém vivo e soltando fogo
para todo lado um “Inquérito Perpétuo Para Salvar o Brasil de Atos
Antidemocráticos” – já prendeu gente por conta disso, mandou o
presidente da República depor numa delegacia de polícia [ordem não cumprida e nada, absolutamente nada - o que já era esperado - aconteceu.] e quer a
Interpol correndo atrás de brasileiros nos Estados Unidos.[desejo ignorado pela Interpol.] O Ministério
Público não pensa em outra coisa. A mídia, as classes intelectuais e as
forças do “campo progressista” se escandalizam diariamente com atitudes
de “direita” e com o que percebem como sendo uma ofensiva de “ideias
nazistas”.
Não faz nenhum nexo. Invadir uma igreja e atrapalhar um ato religioso legítimo, plenamente assegurado pela Constituição Federal, e conduzido em paz, é um ato absolutamente antidemocrático – muito pior que o monte de bobagens que o STF procura e não consegue encontrar no seu inquérito sem fim.
Estamos da seguinte forma, portanto. No Brasil de 2022 é terminantemente proibido defender possíveis ditaduras de direita. É inteiramente lícito, ao mesmo tempo, defender ditaduras de esquerda e praticar atos de banditismo em seu nome.
J. R. Guzzo, colunista - VOZES - Gazeta do Povo