Letalidade policial
Rio registra ao menos 2.374 mortes em operações policiais nos últimos 15 anos - Ação na Vila Cruzeiro, nesta terça-feira, foi segunda com maior número de mortos
Com ao menos 25 mortos contabilizados, episódio desta terça-feira fica atrás apenas de ocorrência na favela do Jacarezinho, Zona Norte do Rio, há cerca de um ano, com 28 óbitos [curioso é que destacam, via manchete, a ocorrência de 72 mortes em ações policiais, desde 2007; esquecem, ou fingem, que só em 2019 (citando apenas um ano) quase 200 PMs foram assassinados no Rio, em operações policiais e/ou assaltos, e de forma imerecida, ingrata, foram esquecidos. O POLICIAL TEM O DIREITO e o DEVER de VOLTAR VIVO, SÃO E SALVO, PARA SUA CASA, PARA SEUS FAMILIARES.]
Com ao menos 25 mortos, a operação realizada na Vila Cruzeiro nesta terça-feira, dia 24, foi a segunda ação policial mais letal da História do estado do Rio — a primeira aconteceu na favela do Jacarezinho, Zona Norte do Rio, em maio do ano passado, com 28 óbitos. Em terceiro, está uma ocorrência no Complexo do Alemão, em 2007, com 19 mortos. No Complexo da Penha, a ação conjunta entre a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Militar desta terça contou com veículos blindados e helicóptero da PM e deixou, além dos mortos, seis pessoas feridas em hospitais do Rio, sendo duas delas em estado grave e quatro estáveis. [Infelizmente mortes ocorrem em ações policiais, já que os bandidos reagem e os policiais tem que usar da força necessária para neutralizá-los e contra fuzil, só fuzil. São mortes necessárias, tanto que são raros os casos de condenação dos policiais participantes da ação policial - apesar do empenho do MP e Defensoria Pública em incriminá-los - visto que sempre agem no ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL.]
A operação da Polícia Civil no Jacarezinho, comunidade da Zona Norte do Rio, no dia 6 de maio do ano passado, é considerada a ação policial mais letal da história do estado do Rio. Ao todo, foram 28 mortos, incluindo o inspetor Leonardo de Mello Frias, de 48 anos, baleado na cabeça. No fim daquela madrugada, cerca de 200 agentes saíram da Cidade da Polícia.
O motivo da operação, que durou cerca de nove horas, era uma investigação sobre arregimentação pelo tráfico de crianças de até 12 anos, que circulariam pela favela com fuzis, além de atos “terroristas” atribuídos à quadrilha, como sequestro de trens da Supervia. Durante o confronto, o desespero se espalhou pela região com os constantes tiroteios registrados ao longo daquele dia.[Saiba mais, clicando aqui.]
A terceira ação policial com maior número de mortos aconteceu em 2007, no Complexo do Alemão, às vésperas dos Jogos Pan-Americanos no Rio. Ao todo, 19 pessoas foram mortas. No entanto, nem todos os homicídios foram registrados como mortes decorrentes de ação policial, já que 13 corpos foram recolhidos pela própria polícia, e outros seis cadáveres foram deixados à noite numa van em frente à 22ª DP (Penha). A operação reuniu 1.350 policiais.
Eles atuaram por cerca de oito horas e apreenderam dezenas de armas e drogas. Todos os confrontos aconteceram dentro do complexo, como nas comunidades da Fazendinha e da Grota e em um ponto conhecido como Areal. A ação prometia um cerco ao tráfico de drogas do conjunto.
O Jacarezinho, palco de frequentes operações, também já havia vivido outro dia de muitas mortes. Um dos principais casos na comunidade aconteceu em 28 de maio de 1997, quando a ação, que durou cerca de quatro horas, terminou com a morte de nove criminosos, entre eles José Kídgério Soares, o Rogerinho, apontado como chefe do tráfico no local. Um contingente com cerca de cem policiais — da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) e de quatro Batalhões da Polícia Militar — participou do cerco a uma casa que, segundo denúncias recebidas à época, servia de esconderijo para Rogerinho.
Em 15 de outubro de 2020, houve 25 vítimas, mas durante oito operações realizadas em regiões diferentes do Rio de Janeiro na mesma data.
O Globo