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segunda-feira, 5 de junho de 2023

Sem terra, com carro e celular

Relato de um fazendeiro que teve sua propriedade invadida pelo MST

Os invasores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) chegam de carro, caminhonete e caminhão. Ninguém vai a pé invadir uma fazenda. Com as barracas pré-montadas, eles armam o acampamento rapidamente. De 20 carros, logo passam a 50 e consolidam a invasão. Geralmente agem de madrugada e em feriados prolongados, pois a Justiça, que costuma ser morosa, é ainda mais lenta nessas datas.

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Carros dos invasores | Foto: Divulgação

A água, usam da propriedade, bem como a energia elétrica. É que os invasores de terras não ficam sem celular.

A experiência que João Nicolau gostaria de esquecer aconteceu no Carnaval do ano passado. O produtor rural e vereador em Arealva teve a fazenda no município de Rosana — a 500 quilômetros de Arealva — invadida por um grupo de militantes do MST.

Mesmo com uma ordem judicial, Nicolau levou seis meses para retirar os invasores. “Descumpriram a ordem, não pagaram a multa de R$ 300 mil e nenhum inquérito ocorreu”, declara o produtor.

O fazendeiro perdeu 20 cabeças de gado. Na época da invasão, o tempo era seco, com a propensão a carrapatos ser maior. Ele foi proibido de entrar na própria terra e não pôde manusear o rebanho corretamente.

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Vinte gados morreram porque o proprietário foi proibido de entrar na terra invadida por militantes do MST | Foto: Divulgação

O produtor rural está na região há mais de 20 anos, então conhece bem os invasores. “A gente não identifica o movimento porque não tem CNPJ, mas, quando percebem que o invasor é identificado, o movimento troca o líder. Isso é muito comum.”

No Carnaval deste ano, Nicolau só evitou que a fazenda fosse novamente invadida porque ficou a noite toda vigiando a área, junto com outros fazendeiros. “Cerca de 20 veículos se dividiram em dois grupos: quando o primeiro parou na minha fazenda e percebeu que havia vigilância seguiu viagem com os demais”, conta o produtor.

Já os vizinhos não tiveram sucesso, e outras quatro fazendas foram invadidas pelo MST. Eles são audaciosos. “Mesmo conversando, eles não querem sair, dizem ‘a terra é nossa, quem manda somos nós e vamos colher o que tiver por aqui'”, relata Nicolau.

Na tentativa de invasão, um dos líderes abandonou um carro zero, ainda sem placa, na propriedade de Nicolau. No veículo, ele encontrou um celular e notas promissórias, mensalidades pagas para os militantes para se manterem no movimento.

Quem está por trás do movimento sem terra
Lideranças, comerciantes, políticos, funcionários públicos, do Judiciário, estão ligados a invasões. São eles que mantêm o movimento. “Eu identifiquei escrevente, motorista de ambulância, oficial de Justiça, inclusive que dificultou o cumprimento de uma mandado judicial”, diz Nicolau.

O movimento é bem organizado e com influência política, relata o produtor rural. “Deputados, vereadores e prefeitos da esquerda incentivam os movimentos, com a finalidade de voto. Cada família tem, pelo menos, dez votos.”

Segundo Nicolau, muitos assentamentos consolidados não passam de uma mentira contada por políticos. “Conheço um assentado há mais de 40 anos. Ele não tem o título da terra, não produz, não trabalha na terra e nem uma casa construiu nesse tempo. Agora, o filho quer vender o lote.”

Os líderes não ficam nos barracos. Moram na cidade e só administram o dinheiro oriundo da invasão, pela colheita da produção e mensalidades pagas pelos militantes. “Além dos financiamentos. Políticos que injetam dinheiro para os líderes continuarem, porque, no final, o que importa é o voto.” Uma das lideranças da região do Pontal de Paranapanema, no interior paulista, formou dois filhos médicos com o dinheiro do movimento.

 

Redação - Revista Oeste


quarta-feira, 25 de maio de 2022

Desde 2007, ações policiais mais letais somam 72 mortos; operação na Penha é segunda maior - O Globo

Letalidade policial

Rio registra ao menos 2.374 mortes em operações policiais nos últimos 15 anos - Ação na Vila Cruzeiro, nesta terça-feira, foi segunda com maior número de mortos 

Com ao menos 25 mortos contabilizados, episódio desta terça-feira fica atrás apenas de ocorrência na favela do Jacarezinho, Zona Norte do Rio, há cerca de um ano, com 28 óbitos [curioso é que destacam, via manchete,  a ocorrência de 72 mortes em ações policiais, desde 2007; esquecem, ou fingem, que só em 2019 (citando apenas um ano) quase 200 PMs foram assassinados no Rio, em operações policiais e/ou assaltos, e de forma  imerecida, ingrata,  foram  esquecidos. O POLICIAL TEM O DIREITO e o DEVER de VOLTAR VIVO, SÃO E SALVO, PARA SUA CASA, PARA SEUS FAMILIARES.]

Com ao menos 25 mortos, a operação realizada na Vila Cruzeiro nesta terça-feira, dia 24, foi a segunda ação policial mais letal da História do estado do Rio — a primeira aconteceu na favela do Jacarezinho, Zona Norte do Rio, em maio do ano passado, com 28 óbitos. Em terceiro, está uma ocorrência no Complexo do Alemão, em 2007, com 19 mortos. No Complexo da Penha, a ação conjunta entre a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Militar desta terça contou com veículos blindados e helicóptero da PM e deixou, além dos mortos, seis pessoas feridas em hospitais do Rio, sendo duas delas em estado grave e quatro estáveis. [Infelizmente mortes ocorrem em ações policiais, já que os bandidos reagem e os policiais tem que usar da força necessária para neutralizá-los e contra fuzil,  só fuzil. São mortes necessárias, tanto que são raros os casos de condenação dos  policiais participantes da ação policial - apesar do empenho do MP e Defensoria Pública em incriminá-los - visto que sempre agem no ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL.] 

Dessa forma, o número de mortes na Vila Cruzeiro ainda pode aumentar e ultrapassar o registrado no Jacarezinho. Além disso, o porta-voz da Polícia Militar, tenente-coronel Ivan Blaz, admitiu, ainda durante a operação de terça-feira, a possibilidade de outros corpos serem encontrados no alto da comunidade, uma região de mata fechada e de pouca visibilidade. 
 
Nos últimos 15 anos, entre 2007 e 2021, o estado foi palco de 593 ações policiais que registraram, pelo menos, três mortes e que contabilizaram, ao todo, 2.374 mortes. Na média, uma ocorrência do gênero aconteceu em solo fluminense a cada nove dias ao longo dessa década e meia. Os dados do relatório elaborado pela Universidade Federal Fluminense (UFF) trazem ainda o número de 17.929 operações durante os 15 anos analisados, das quais 3,3% — uma a cada 30 — terminaram com pelo menos três mortes.[o relatório não é confiável, visto que foi a UFF quem tentou usar vídeo de uma operação realizada no RS para se tivesse sido realizada no Rio.]
Jacarezinho registrou 28 mortes
A operação da Polícia Civil no Jacarezinho, comunidade da Zona Norte do Rio, no dia 6 de maio do ano passado, é considerada a ação policial mais letal da história do estado do Rio. Ao todo, foram 28 mortos, incluindo o inspetor Leonardo de Mello Frias, de 48 anos, baleado na cabeça. No fim daquela madrugada, cerca de 200 agentes saíram da Cidade da Polícia.

O motivo da operação, que durou cerca de nove horas, era uma investigação sobre arregimentação pelo tráfico de crianças de até 12 anos, que circulariam pela favela com fuzis, além de atos “terroristas” atribuídos à quadrilha, como sequestro de trens da Supervia. Durante o confronto, o desespero se espalhou pela região com os constantes tiroteios registrados ao longo daquele dia.[Saiba mais, clicando aqui.]

A terceira ação policial com maior número de mortos aconteceu em 2007, no Complexo do Alemão, às vésperas dos Jogos Pan-Americanos no Rio. Ao todo, 19 pessoas foram mortas. No entanto, nem todos os homicídios foram registrados como mortes decorrentes de ação policial, já que 13 corpos foram recolhidos pela própria polícia, e outros seis cadáveres foram deixados à noite numa van em frente à 22ª DP (Penha). A operação reuniu 1.350 policiais.

Eles atuaram por cerca de oito horas e apreenderam dezenas de armas e drogas. Todos os confrontos aconteceram dentro do complexo, como nas comunidades da Fazendinha e da Grota e em um ponto conhecido como Areal. A ação prometia um cerco ao tráfico de drogas do conjunto.

O Jacarezinho, palco de frequentes operações, também já havia vivido outro dia de muitas mortes. Um dos principais casos na comunidade aconteceu em 28 de maio de 1997, quando a ação, que durou cerca de quatro horas, terminou com a morte de nove criminosos, entre eles José Kídgério Soares, o Rogerinho, apontado como chefe do tráfico no local. Um contingente com cerca de cem policiais — da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) e de quatro Batalhões da Polícia Militar — participou do cerco a uma casa que, segundo denúncias recebidas à época, servia de esconderijo para Rogerinho.

Em 15 de outubro de 2020, houve 25 vítimas, mas durante oito operações realizadas em regiões diferentes do Rio de Janeiro na mesma data.

O Globo

 


terça-feira, 24 de maio de 2022

Operação policial no Rio termina com, ao menos, 11 mortos

Também ficaram feridas outras duas pessoas que foram levadas a um hospital da região. segundo a polícia, apenas um dos mortos não tinha ligação com o crime

Uma operação policial na Vila Cruzeiro, na Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, terminou com ao menos 11 mortos na madrugada desta terça-feira (24/5).

De acordo com a Polícia Militar, houve um confronto e 10 dos mortos eram suspeitos de envolvimento com o crime. A 11ª vítima era uma moradora, de 41 anos. Também ficaram feridas outras duas pessoas que foram levadas a um hospital da região.

Segundo informações da PM, a operação emergencial envolvia agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e tinha como objetivo prender chefes do Comando Vermelho que estaria escondidos na Penha. Foram apreendidos 11 fuzis, quatro pistolas e uma granada.

De acordo com relatos, os tiros começaram por volta das 4h. A Secretaria de Educação informou que 11 escolas tiveram as aulas suspensas devido à operação. 

Brasil - Correio Braziliense


sexta-feira, 13 de maio de 2022

Duas mil mulas - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

Milhões de norte-americanos alimentam a sensação de que algo esquisito e fraudulento aconteceu para que Joe Biden fosse eleito com mais voto do que Obama

Você pode acreditar que um senador com meio século de vida política apagada se tornou o mais popular presidente dos Estados Unidos, fazendo sua campanha basicamente escondido num porão, ou você pode desconfiar que algo muito estranho aconteceu nas últimas eleições norte-americanas. Milhões de norte-americanos alimentam a sensação de que algo esquisito e fraudulento aconteceu para que Joe Biden fosse eleito com mais voto do que Obama, mas, na falta de provas concretas, e com o enorme esforço da imprensa e das redes sociais para abafar os questionamentos e os debates, muitos preferiram seguir adiante com ar de normalidade.

Donald Trump e Joe Biden | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Donald Trump e Joe Biden | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

 Não foi o que fez Dinesh D’Souza, um acadêmico indo-norte-americano conservador. D’Souza é autor de vários livros importantes, entre eles uma biografia de Ronald Reagan e A Grande Mentira, um livro que mostra como a esquerda “progressista” foi quem flertou com ideias eugenistas e nazistas no passado, sem qualquer mudança essencial com o tempo. Dinesh também foi o autor de um documentário expondo quem é Hillary Clinton, e desta vez ele mergulhou justamente no escândalo das eleições. O resultado é o documentário 2000 Mules, que é simplesmente de cair o queixo!

O documentário tem gerado grande repercussão nos Estados Unidos, mas será completamente ignorado no Brasil. A tática tem sido rotular qualquer um que aponta para indícios suspeitos nas eleições como um teórico da conspiração com “chapéu de alumínio”. Fazer isso é mais fácil do que rebater os fatos incômodos que já foram levantados. E o documentário teve acesso ao incrível trabalho de inteligência do True The Vote, uma organização criada para monitorar a lisura dos processos eleitorais no país.

Sua missão é clara: “Nossos processos eleitorais são vulneráveis ​​do começo ao fim — e essas vulnerabilidades estão sendo exploradas por grupos que subvertem nossas eleições para servir a seus próprios propósitos. A melhor maneira de proteger os direitos dos eleitores é equipar os cidadãos para o serviço. Isso é o que fazemos. Agora, isso é o que você pode fazer também”. A entidade teve acesso a milhões de horas de câmeras de segurança, assim como sinais de telefones celulares obtidos por empresas de marketing, e conseguiu traçar uma fórmula para filtrar atitudes extremamente suspeitas em relação aos votos por correio.

Vale a pena lembrar que a pandemia, um “presente de Deus para a esquerda”, segundo a atriz Jane Fonda, serviu como pretexto para que um advogado democrata sugerisse mudanças nas regras, para permitir uma quantidade espantosa e sem precedentes de votos por correio nas últimas eleições. O que era uma exceção para casos atípicos virou algo banal, com dezenas de milhões de votos sendo enviados pelas caixas de correio espalhadas pelo país. É aqui que a fraude provavelmente rolou solta, como se pode verificar no filme.

Os analistas criaram um filtro bem exigente para acompanhar somente os casos mais suspeitos: era preciso que o indivíduo, por meio do rastreamento de seu celular, tivesse frequentado ao menos dez caixas de correio num único condado em poucos dias, e também passado por organizações não governamentais responsáveis pela compilação dos votos por correios. Que tipo de gente circula em alguns dias por várias zonas de caixas de correio para votos na madrugada, por exemplo? Isso só pode ser atividade criminosa.

A tese central do documentário é que essas “mulas” depositaram em média cinco votos por cada caixa de correio

A “colheita” de votos foi algo impressionante nessa eleição, e um partido como o Democrata, com sua máquina bilionária por trás, gastou muito dinheiro para correr atrás de eleitores que nem sequer pretendiam votar. Mas essa é a parte legal do processo. O que o documentário mostra é que a coisa não ficou só nisso, mas, sim, em “mulas” agindo para forjar votos, para conseguir votar no lugar de quem nem existe mais ou não mora mais naquele Estado. Eles agiram como as “mulas” do tráfico de drogas, distribuindo o produto ilegal e recebendo por isso. As imagens das câmeras de segurança são inquietantes!

A tese central do documentário, com base nessa quantidade imensa de dados digitais, é que essas “mulas” depositaram em média cinco votos por cada caixa de correio, visitando dezenas de caixas durante o período eleitoral. E fizeram isso nos Estados chamados de swing”, aqueles que não são claramente nem azuis (democratas) nem vermelhos (republicanos), ou seja, onde uma quantidade relativamente pequena de votos pode mudar o resultado final. A responsável pela pesquisa não afirma que são todos votos falsos, fraudados, mas o que vem à tona é extremamente comprometedor e para lá de suspeito, para dizer o mínimo.

Dinesh D’Souza reuniu um seleto grupo de republicanos, como Larry Elder, Charles Kirk e Dennis Prager, e muitos eram céticos ou agnósticos quanto a um esquema enorme de fraude capaz de efetivamente alterar o resultado. Após o que viram, todos ficaram estarrecidos e convencidos de que se trata de uma bomba, um escândalo de enorme proporção, que precisa ser investigado a fundo pelas autoridades competentes.

Ben Shapiro viu o documentário, recomendou-o para quem se interessa pelo assunto, mas não se mostrou totalmente convencido de que se trata de prova de fraude. Para ele há prova de um modelo muito falho e suspeito, mas que não encerra o assunto. Algumas agências de checagem questionam a precisão da localização por celular, que pode ter imprecisão de alguns metros. Elas também alegaram que pode tratar-se de gente que dirige por certo trajeto com várias caixas de correio, mas os pesquisadores evitaram esse problema utilizando apenas quem mudou de comportamento durante o período eleitoral. Por fim, alguns admitem a possibilidade de algumas fraudes, mas questionam se elas foram suficientes para virar o resultado eleitoral.

Algumas questões permanecem em aberto. Faltou o documentário mostrar, nas imagens das câmeras, uma mesma pessoa indo em várias caixas de correio, o que certamente seria a prova de um crime. Não obstante, as imagens que temos são chocantes. Por que uma mulher colocaria os votos na caixa usando uma luva, e logo em seguida jogaria as luvas no lixo? 
Por que algumas pessoas tiraram fotos da caixa do correio quando depositaram os votos? 
Mostrar para seus familiares? 
Ou é mais crível achar que estavam comprovando o serviço pelo qual teriam sido pagas? 
São comportamentos esquisitos demais, com certeza.

Em suma, o documentário pode dar alguns saltos das premissas para as conclusões que demandam mais explicações e dados, tendo deixado alguns nós desatados no caminho. Mas a simples rejeição da esquerda como teoria conspiratória, sem lidar com os dados que efetivamente foram divulgados e que por si só já são bem suspeitos, mostra a total falta de interesse em investigar mais a fundo a questão. Isso sem falar do esforço democrata para não instituir medidas mais rigorosas para verificar a identidade do eleitor. Ao contrário: o próprio Biden chama de “racista” quem demanda maior transparência!

Com base no filme, não é possível afirmar peremptoriamente que houve fraude em larga escala capaz de modificar o resultado eleitoral a favor de Biden, mas é perfeitamente razoável constatar que coisas muito estranhas aconteceram. E mais estranha ainda é a postura da esquerda diante disso, o que só alimenta as suspeitas de fraude.

Leia também “O resgate do federalismo”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste

 


domingo, 3 de abril de 2022

Um Oscar para o Oscar - Ana Paula Henkel

Foi-se o tempo das manhãs de ressaca por ter ido dormir de madrugada depois de passar horas assistindo à cerimônia e torcendo para o filme A ou a atriz B levarem a famosa estatueta. Hollywood há alguns anos se tornou um show de hipocrisia, ataques políticos a apenas um lado do espectro político-ideológico e piadas sem graça feitas por e para os hedonistas da indústria. Se você, assim como eu, há muito tempo não assistia à cerimônia, certamente agora você já sabe que Will Smith decidiu dar um tapa na cara de Chris Rock durante a transmissão do Oscar no último domingo. Depois de esbofetear o mestre de cerimônia, Smith voltou ao seu lugar e gritou: “Mantenha o nome da minha esposa fora da m… da sua boca”, mostrando estar consternado com uma piada que Rock fez sobre o cabelo raspado de Jada Pinkett Smith, esposa de Will. Jada tem uma condição chamada alopecia, que resulta em perda de cabelo, e Chris brincou sobre ela estar em G.I. Jane 2, referindo-se a uma continuação de G.I. Jane, filme estrelado por Demi Moore, em que ela raspa a cabeça para encenar uma mulher que passa por um treinamento de operações militares. Poucos momentos depois do tapa, antes que alguém pudesse realmente digerir a cena vista no palco, Smith ganhou o prêmio de melhor ator e em seu discurso se desculpou, em lágrimas, com a Academia, dizendo que sentia que precisava defender sua família.

Will Smith é um conhecido ator de blockbusters, como Homens de Preto, no entanto, não foi a primeira vez que o estrelato de Will Smith foi definido mais por sua vida pessoal do que por seus papéis na tela. Recentemente, ele documentou sua perda de peso em um programa no YouTube chamado Best Shape of My Life. Ele também apareceu na série do Facebook de sua esposa Red Table Talk, para discutir o casamento que há anos demonstra sinais de uma crise permanente com assumidos casos de traição por parte dela. Na série Welcome to Earth, do gigante Walt Disney, Smith testou sua coragem pessoal em aventuras na natureza ao redor do mundo. 

Em novembro do ano passado, revelando segredos profundos, o ator escreveu em Will, seu livro de memórias e que esteve durante vários meses nas listas de best-sellers: “O que você passou a entender como ‘Will Smith’, o aniquilador de alienígenas, a estrela de cinema maior que a vida, é em grande parte uma construção — um personagem cuidadosamente elaborado e afiado — projetada para me proteger”. Em uma recente entrevista, Jada Smith, que já admitiu ter tido outras relações fora do casamento com Will, declarou que gostaria de viver um “casamento aberto” e que “casamento não é prisão”.

Enquanto muitos debatiam quem estava com a razão na bofetada agora vista por milhões e milhões de pessoas no mundo, se a piada de Chris Rock foi apenas uma piada de mau gosto ou um ataque à honra de Jada Smith e, por isso, Will estava coberto de razão em defender a honra de sua esposa, eu, como moradora da Califórnia há muitos anos e observadora das ações, reações e estratégias da bolha hollywoodiana, não pude deixar de contemplar alguns aspectos, no mínimo curiosos, no episódio. Como se trata de Hollywood, eu também não descartaria a hipótese de uma encenação.

Primeiro, não pude deixar de notar que os dois grandes patrocinadores do Oscar neste ano eram dois grandes nomes das big pharmas: Biontech e Pfizer. Sim, a Pfizer da pandemia e das controversas vacinas. Devido à condição capilar de Jada Smith, exposta pela “piada” de Chris Rock, a alopecia foi um dos assuntos mais debatidos e procurados nas ferramentas de busca nas 48 horas após o Oscar. Dentre os milhões de cliques e links, a cura para a doença estava entre as palavras mais pesquisadas. Curiosamente (coloque seu chapéu de alumínio agora!), em 2018, a Pfizer iniciou testes para um medicamento chamado Allegro 2b/3. Em agosto de 2021, a farmacêutica anunciou os resultados positivos dos testes finais da medicação e agora, em 24 de fevereiro, o NIH (National Institute of Health), o órgão administrador de pesquisas médicas dos EUA, publicou oficialmente os resultados do Allegro2b/3, que — curiosamente — promete tratar e curar a alopecia, a doença de Jada Smith que causa a queda de cabelo. Exposição planejada?

Bem, teorias conspiratórias à parte, o que não consegui deixar de notar foi a série de eventos hipócritas dentro de um evento bizarro, ensaiado ou não. Voltemos a fita um pouco. Há alguns anos, Hollywood encabeçou a criação do “Me Too”, movimento de “empoderamento feminino” contra o assédio sexual na indústria. Muitas atrizes de Hollywood que hoje são festejadas como “quebradoras do silêncio” passaram anos numa bizarra mudez alimentando uma perturbadora cumplicidade com produtores endinheirados e que acabou protegendo predadores sexuais. Enquanto roteiros de filmes eram trocados e fotos no tapete vermelho com vestidos de grife eram tiradas, outras mulheres sem a mesma projeção que as “empoderadas” de Hollywood eram vítimas de estupros e assédio sexual.  Por que demoraram tantos anos para se tornar “a voz das mulheres”?

Enquanto essas mulheres poderosas e milionárias davam belos discursos com os olhos marejados sobre o assédio e a violência contra a mulher, elas também fingiam não saber quem eram os predadores, alguns deles na plateia, como Harvey Weinstein. Celebridades, homens e mulheres consagrados que escolheram se calar por anos e anos contra os algozes de quem não tinha a mesma voz. 

Perdoem meu francês, mas como respeitar mulheres que descem a roupa para subir mais rápido na vida e depois de conquistar todo dinheiro e sucesso posam de porta-vozes contra o assédio e a violência sexual? 
Quantas mulheres tão ou mais talentosas e aptas para seus postos abriram mão de estar no topo para manter a própria dignidade? 
É bom deixar bem claro: os vilões dessas histórias de assédio são evidentemente os assediadores, mas quem topa voluntariamente trocar sexo por uma promoção ou um caminho mais curto para a fama não merece prêmios nem respeito pelo simples motivo de que muitas mulheres, na mesma situação, recusaram a oferta. Outras ainda denunciaram seus agressores, correndo todo tipo de risco para que esses monstros não cometessem mais crimes e fizessem mais vítimas. E isso é só uma parte de Hollywood.

E se Chris Rock fosse um comediante branco fazendo uma piada horrorosa com uma mulher negra?

Nos últimos anos, temos sido bombardeados com a vil agenda do atual progressismo segregacionista. Mulheres contra homens, filhos contra pais, negros contra brancos, homossexuais contra heterossexuais. É a máxima da estratégia de guerra, tão usada pela seita marxista: dividir para conquistar, agora de roupa nova. No caso de Hollywood, de roupa de grife. Há quanto tempo escutamos que tudo é racismo, tudo é misoginia, tudo é homofobia… Tudo é tudo! O que faz com que todos sejamos racistas, homofóbicos, misóginos, ninguém, de fato, é. Na nação mais livre e empreendedora do mundo, onde a ascensão através do trabalho árduo anda de mãos dadas com oportunidades, parte doente da atual sociedade norte-americana vive entoando que a América é dominada pelo racismo estrutural, presente no seu DNA. O racismo sistêmico, assim pregam, está por todo lado. 

Policiais matam negros apenas por causa da cor de sua pele. Negros não conseguem lugares de destaque na racista sociedade norte-americana e discursos em festas como o Oscar pregam a injustiça contra pessoas negras que não têm oportunidades no seletíssimo clube hollywoodiano. O fato curioso da semana, ou a realidade esbofeteando a bolha, é testemunharmos três personagens milionários da nata do entretenimento três afro-norte-americanos —, moradores de bairros ricos e elegantes de Los Angeles e do Estado com o maior PIB dos EUA e o quinto do mundo, sendo protagonistas no polêmico evento visto por milhões e milhões de pessoas no mundo. O ingresso mais barato do show de Chris Rock passou de US$ 80 para US$ 350.

Outros pontos interessantes sobre a bofetada são perguntas que deixaram a esquerda norte-americana confusa e sem resposta: se Jada Smith teve sua honra ferida por uma piada de gosto duvidoso (seja lá o que honra signifique para o casal que vive em um casamento aberto), o que aconteceu com a tal “masculinidade tóxica”? Homens defendendo suas esposas? Um pilar do conservadorismo norte-americano? Shame! Onde já se viu isso, progressistas? Mulheres empoderadas não precisam de homens! Como é mesmo a frase que as feministas do “Me Too” costumam dizer aqui? Ah, é… We are enough, ou nós somos suficientes. Hum.

Outra pergunta que é impossível não fazer: e se Chris Rock fosse um comediante branco fazendo uma piada horrorosa com uma mulher negra? E se Chris Rock tivesse feito uma piada com uma doença de uma atriz branca e seu marido loiro de olhos azuis tivesse se levantado e dado um tapa na cara do comediante negro? 

Sim, estaríamos na Terceira Guerra Mundial. E mais: a turma que prega amor entre todos os seres humanos, como é mesmo que eles dizem?…Ah! Love is love, agora valida a agressão física quando ofensas verbais são proferidas, ou temos que analisar antes a cor da pele, o gênero, a orientação sexual e, claro, o lado no espectro político-ideológico? A pergunta é retórica.

A Academia disse na quarta-feira que iniciou processos disciplinares contra Will Smith por violar seus padrões de conduta, “incluindo contato físico inadequado, comportamento abusivo ou ameaçador e comprometer a integridade da Academia”. Smith terá pelo menos 15 dias para responder sobre suas violações e poderá oferecer uma resposta por escrito. As punições podem incluir suspensão, expulsão ou outras sanções, disse o comunicado da Academia. O conselho se reúne novamente em 18 de abril. Na segunda-feira, Smith pediu desculpas a Chris Rock, à Academia e aos espectadores do programa em um post no Instagram, chamando seu comportamento de “inaceitável e imperdoável”.

Em Hollywood e para Hollywood, tudo é possível. Se o tapa foi pura encenação, só o tempo dirá, mas, assim como nas telas, é claro como o brilho das estatuetas que estas celebridades escondem verdades inconvenientes para blindar uma vida de festas, glamour, dinheiro e mentiras. Hipocrisia e atuações dignas de um Oscar.

Leia também “Uma agressão às mulheres”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste

domingo, 25 de abril de 2021

Quem precisa de AI-5 com os ‘burocratas da medicina’ decidindo sobre a vida de todos

[com pequeno atraso, mas sempre atual.  
Especialmente, nesse período de 'adaptação' de uma CPI, -  cujo funcionamento foi determinado pelo STF, mediante ordem expedida por um integrante da Suprema Corte diretamente ao presidente do Senado Federal - é sempre bom termos ciência dos fatos e das versões.]

As leis, direitos e garantias deixaram de valer, o que vale é o que eles mandam; a ‘gestão da covid’ é hoje o principal fundamento do totalitarismo no país — no dia a dia do cidadão, é até pior do que o Supremo

Em nenhum momento, desde a revogação do Ato Institucional Número 5 e o fim do regime militar, o Brasil viveu um momento de totalitarismo tão triunfante quanto vive hoje. É claro que não há gente presa de madrugada, nem centros de tortura operados por funcionários do governo; não há censura oficial à imprensa, e os atos da autoridade pública estão sujeitos à apreciação da Justiça. Mas as liberdades individuais e coletivas estão sob uma onda de ataques mais viciosos, dissimulados e amplos do que aqueles que qualquer ditadura costuma praticar. No Brasil do AI-5, pelo menos, só a polícia fazia trabalho de polícia, e só incomodava quem era contra o governo. Hoje, no Brasil da Covid-19 e da “defesa da democracia”, todo cidadão brasileiro está tendo a sua liberdade agredida diretamente por governadores de Estado, prefeitos municipais e comitês de burocratas que não foram eleitos por ninguém. As leis, direitos e garantias deixaram de valer. O que vale é o que eles decidem — eles e, naturalmente, seus avalistas no Supremo Tribunal Federal e no resto do sistema judiciário, que há anos governam o Brasil diante da submissão dos poderes Legislativo e Executivo.

Quem precisa de AI-5, hoje em dia, para impor sua vontade à sociedade brasileira? 
Não o STF, que prendeu um deputado federal “em flagrante” (e de madrugada, aliás) por delito de opinião — e mantém o homem preso até agora, com a cumplicidade de uma Câmara que vive ajoelhada diante do Judiciário. Os onze ministros mandam sem contestação; são apoiados em peso pela mídia, pelas elites e pela próspera associação por cotas formada entre a politicalha corrupta e os criminosos ricos de todas as naturezas. O Congresso Nacional não protege a ninguém do Supremo — nem a si próprio. Também não precisa do AI-5, por exemplo, o prefeito de Araraquara, no interior de São Paulo. Ele declarou um território independente do Brasil e de suas leis na área do município que governa; diz que está “salvando vidas” e, por conta disso, aboliu a vigência da Constituição e faz o que bem entende com a liberdade e com as vidas dos cidadãos locais. Igualmente, não precisam de nenhuma polícia secreta, nem de choque elétrico ou de pau-de-arara outros prefeitos que agem como ele. Nem governadores que decretam “toque de recolher” e lockdown sem pedir licença a ninguém, e sem apoio em lei nenhuma. Pior ainda, há os condomínios formados em seu redor — e que, talvez, mandem tanto quanto eles todos. É a turma de funcionários da “ciência, ciência, ciência”, que receberam o extraordinário poder de decidir o que é verdade científica e o que não é, como fazia a Santa Inquisição no tempo de Galileu Galilei, 400 anos atrás.

A “gestão da covid”, na verdade, é hoje o principal fundamento do totalitarismo no país — no dia a dia do cidadão, é até pior do que o STF. O Brasil acaba de completar um ano sem que as pessoas possam exercer o direito constitucional de reunião; reunir-se em paz, hoje, é cometer o crime de “aglomeração”. Também já foi para o espaço a liberdade de ir e vir — gente foi presa por ir à praia ou por sentar-se num banco de praça. Bailes, uma atividade até há pouco perfeitamente legal, são proibidos, e seus organizadores indiciados em inquérito policial. Lojas, fábricas e serviços funcionam ou fecham segundo o capricho de médicos oficiais, procuradores de Justiça ou juízes de direito; às vezes pode, às vezes não pode, às vezes até tal hora, às vezes até outra. O direito à educação, que a Constituição Cidadã considera sagrado, está sendo brutalmente violado há mais de um ano, com o fechamento das salas de aula — e mesmo as modestas tentativas atuais de retomar aos poucos à normalidade são combatidas como um atentado “contra a vida” pela ‘Polícia do Distanciamento Social’.

O livre debate de ideias em relação à covid foi abolido

Continue lendo - J. R Guzzo, jornalista


segunda-feira, 1 de março de 2021

Vamos conversar sobre um MAL chamado MISÉRIA e que torna milhões de brasileiros MISERÁVEIS

Iniciamos as postagens de hoje, dedicando o primeiro Post à missão de lembrar da  miséria, dos miseráveis, que são reais, concretos, que precisam se alimentar, precisam de um teto (o de gastos não serve, talvez no afã de preservá-lo,  propiciem um outro tipo de teto a grande parte dos miseráveis - a parte superior de uma cova.)

Após, voltaremos à pauta normal, com os indefectíveis comentários sobre os absolutistas, autoritários, autocratas, até tiranos há  entre eles, que nos tempos presentes, se consideram ABSOLUTOS, ACIMA DE TODOS, com poderes para controlar tudo e todos, mas que, no máximo, em duas,  três dezenas de anos - talvez até antes, pois o verdadeiro SER SUPREMO, ABSOLUTO, ONIPOTENTE, ONIPRESENTE, ONISCIENTE, privou a todos da posse da certeza sobre o futuro - não poderão, a grande maioria, controlar sequer o próprio corpo.

Já outros, tentam editar leis para impedir a perda do poder, ainda que sabendo que outros vão procurar, e encontrarão, brechas legais para contrariar as leis;

O presidente da República continuará sua luta sem quartel, tentando governar, mas ciente de que todos os seus movimentos por mais que busquem o melhor para seus governados, serão interpretados,  pelos poderosos de agora como prejudiciais aos seus interesses - quase sempre não republicanos.

Quem não perde nada, ainda que temporariamente, é a miséria que continuará grassando nos lares (quando possuem um) de milhões de brasileiros famintos, desempregados e que se ao inicio da pandemia já sofreram horrores, tendo que, famintos enfrentarem filas varando madrugadas, na busca do auxilio emergencial de R$ 600,00, que agora lhes é negado. Impunes estão, e tudo indica permanecerão, estão os que fraudaram para se apropriar de forma indébita, criminosa  socorro do auxílio passado - ao que se sabe nenhum foi punido, apesar de milhares de fraudes terem sido constatadas.

Cogitam propiciar um valor menor = uma miséria maior, R$ 300, ou mesmo R$ 250, = enquanto os que desfrutam de 4, 5 refeições/dia, se fartam com lanches nababescos, em farra gastronômica, com cardápio formado as mais caras marcas de vinhos e as iguarias mais sofisticadas, como a insuperável lagosta servida com molho de manteiga queimada (tudo por conta dos cofres públicos e dentro do teto), não encontram tempo para lembrar que os miseráveis estão vivos, tentando não morrer de fome, de frio, etc.
 
O texto é prolixo [antecipamos o que muitos dirão)  mas não é, nem pretende ser, alarmista = ou falar a verdade, apresentar o que muitos fingem não existir, é crime? 
ou expor a verdade,  afeta a Segurança Nacional? nos parece que só se for a de "tubiacanga".
 
Torcemos para que o lockdown e o elenco de medidas recém editadas, tenham êxito.  O Brasil e o mundo precisam que a covid-19 seja vencida, a maldita peste abandone o planeta Terra e todos possam viver em PAZ - o que inclui, sem limitar, desfrutar de Emprego, Saúde, Educação de qualidade, Segurança,Transporte público eficiente, etc.
 
Em 30 dias transcorrerá o 57º aniversário da Revolução de 31 de março de 1964. Comemorar aquela efeméride não é crime, pelo menos não existe nenhuma lei tipificando. 
Mas, no Brasil as leis  surgem até de madrugada. 
 
Editores do Blog Prontidão Total 
 

quinta-feira, 19 de março de 2020

As escolhas difíceis, ou até cruéis, em tempos de coronavírus - Mundialista - VEJA

Como a doença mata idosos, jovens se sentem invulneráveis; médicos escolhem quem tem chances e políticos ainda rejeitam necessidade de união nacional

Festas na praia, nos parques, nas ruas. Da Europa aos Estados Unidos, jovens liberados das aulas e do peso na consciência caíram nas baladas espontâneas.  Os números agora confirmam o perigo invisível: 86%, ou seis em cada sete casos, não haviam sido detectados na China, o berço do vírus, no início da epidemia, propiciando sua explosiva expansão, controlada depois com isolamento populacional e tratamento em massa.

Na maioria dos países europeus, agora não dá para sair de casa e se reunir em grupos. Está todo mundo confinado e os deslocamentos têm que ser individuais. “Só queria comprar droga”, foi uma das desculpas mais inesperadas ouvida por policiais espanhóis que pararam um rapaz de madrugada para checar o que estava fazendo na rua.

Comércio de drogas e sexo profissional com contato direto são duas atividades abaladas pela era do corona. Em compensação, os canais digitais estão bombando com as “cam girls” que atendem fantasias sexuais via assinatura.  Os dilemas éticos dos médicos, evidentemente, são os mais difíceis: escolher quais pacientes têm mais chances de sobrevivência para ser entubados em UTIs. Além da idade e das complicações pré-existentes, um outro fator está sendo levado em conta por médicos italianos: a existência de familiares capacitados a tomar conta dos doentes que venham a se recuperar. Mesmo em condições sem o caráter de emergência de uma epidemia como a atual, entubar os muito idosos pode ter sequelas motoras e cognitivas. Sem cuidados da família, têm um fim de vida indigno e miserável..

Escolher morrer em casa, um desejo quase unânime de quem tem essa opção, vem acompanhado de uma complicação ética: o risco de contaminação de parentes mais próximos. Na era do corona, os que se vão têm que viver os últimos dias e morrer sozinhos. A proibição dos velórios quebra um tabu cultural imemorial. Numa cidade da Sicília, 48 parentes e amigos desafiaram a proibição e acompanharam o enterro de um ente querido. Foram intimidados. Dificilmente receberão a pena de três meses de cadeia prevista pelo estado de calamidade.

Mas não deixa de ser espantoso – embora explicável pela situação de emergência – ameaçar de prisão pessoas que cumprem um rito imprescindível. Alguns carros funerários ainda param diante de igrejas italianas, a pedido da família, para uma bênção à distância. 
Mas isso também está acabando. Não há veículos suficientes. Aliás, nem lugar para enterrar os corpos, com caixões enfileirados em igrejinhas ou até deixados nas casas, com um sistema de refrigeração, enquanto não dá tempo para recolhê-los.

No geral, 62% dos italianos apoiam o confinamento e outras medidas excepcionais decretadas pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte. As declarações dele, floreadas por expressões emocionais – “Vamos nos separar agora para poder nos abraçar depois” -, receberam até declarações de amor, entre memes fofinhos. Sem a adesão espontânea dos cidadãos, é difícil colocar países inteiros em isolamento. 
E mais ainda convencer a população a não vasculhar supermercados, agarrando-se ao último pacote de papel higiênico como uma tábua de salvação.

Manter a racionalidade – os estoques vão ser repostos – dura geralmente três segundos diante de prateleiras vazias que lembram a antiga União Soviética. “Somos uma democracia madura e adulta”, disse o primeiro-ministro Boris Johnson para explicar por que, ao contrário dos decretos taxativos de outros países europeus, estava “aconselhando” a população a ficar em casa, quando possível, só viajar em caso de extrema necessidade e não frequentar bares e restaurantes. Um comentarista algo cínico reagiu: “Se ele acha o povo maduro é porque certamente não entrou num supermercado nos últimos tempos e viu os carrinhos carregados até o topo”.


Blog Mundialista - Vilma Gryzinski, jornalista - VEJA 


terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Bolsonaro, ascensão e queda - VEJA - Blog do Noblat


Por Ricardo Noblat

O sofrimento do patriarca

O presidente Jair Bolsonaro desmaiou e por isso caiu e bateu com a cabeça no chão do banheiro da área residencial do Palácio da Alvorada? 
Ou apenas caiu por que escorregou ou tropeçou em alguma coisa? Essa era a pergunta que muitos se faziam, ontem à noite, em Brasília, e que estava sem resposta até esta madrugada.
 
Se ele caiu por ter desmaiado, o caso pode inspirar maiores cuidados. Levado às pressas para o Hospital das Forças Armadas, uma tomografia computadorizada não detectou alterações no seu crânio, segundo nota oficial do governo. Ficaria em observação por 6 ou 12 horas, devendo ser liberado logo em seguida. Com 64 anos de idade, Bolsonaro sempre gozou de boa saúde. Quando serviu ao Exército ganhou o apelido de “cavalão”, tal era sua disposição física que lhe rendeu boas notas em competições esportivas. Foi elogiado muitas vezes por seu desempenho. Arriscou a vida para salvar um colega paraquedista que se afogava.

[o que a imprensa tem apresentado como uma anormalidade, chegam a falar até ser paranóia, - na política do vale tudo para diminuir o presidente Bolsonaro - é um procedimento perfertamente normal na segurança de chefes de Estado e de Governo, especialmente quando  as atitudes daquela autoridade incomodam criminosos perigosos, alguns em posição de mando e capazes de qualquer ato criminoso para impedirem que seus crimes sejam descobertos e tenham a execução dificultada. De qualquer forma, embora como consequência da facada e da própria idade, o presidente não pode ser mais o 'cavalão',mas, lhe sobram disposição e votos para mais mandatos no cargo -  que voltou a ser honrado na presidência do capitão,

Na maior parte das vezes, a ação de segurança é executada  contra os desejos da autoridade objeto da proteção.]
 
Não tivesse levado a facada que quase o matou em Juiz de Fora, estaria em forma. A facada pode tê-lo ajudado a se eleger presidente, mas fragilizou seu corpo e principalmente sua mente. Foi operado mais de uma vez em menos de um ano. Usa uma tela para proteger seu abdómen. Sente dores com frequência.

Ter visto a morte de perto mexeu muito com sua cabeça. Vive assombrado. Receia ser alvo de um novo atentado. Enxerga perigo por toda parte. Presidente algum desde a redemocratização do país escolheu ser refém de um aparato de segurança tão gigantesco como o que o protege. Apesar disso, ele cobra sempre mais. Quando Bolsonaro fala que só será candidato à reeleição se sua saúde permitir, não está blefando. Muito menos se vitima para atrair mais votos. De fato, ele não parece nem um pouco disposto a pôr sua vida novamente em risco para exercer por mais quatro anos uma tarefa que tanto o desagrada.

Sua intenção inicial ao lançar-se candidato a presidente era ajudar os filhos em suas carreiras políticas. Não imaginava que venceria. Na hora que sua vitória foi anunciada, teve uma crise de choro. Mais tarde, confessou que se sentia esmagado pelo que acabara de acontecer. Sabia que carecia de preparo para o novo ofício. Os filhos Flávio e Eduardo tiveram votações expressivas nos rastros do pai. Mas um ano depois, Flávio está cada vez mais enroscado com a Justiça, e Eduardo frustrado por não ser embaixador do Brasil em Washington. A família jamais se sentiu tão acuada. Natural que o patriarca sofra com tudo isso.

Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - VEJA
 

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Militar mantém mulher e dois filhos reféns há mais de dez horas

Militar se rende e liberta família em Cascadura, na Zona Norte do Rio

O tenente-coronel André Luiz mantinha a mulher e dois filhos como reféns desde às 20h de terça-feira após mulher denunciar agressão para porteiros

O tenente-coronel do Exército André Luiz se entregou a policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) às 9h50 desta quarta-feira, 15. O militar mantinha sua mulher e filhos como reféns no bairro de Cascadura, Zona Norte do Rio de Janeiro, desde às 20h da noite de terça-feira, 14. Foram cerca de 14 horas de negociações.
Segundo informações da Polícia Militar, “todos os protocolos para este tipo de ocorrência foram adotados visando um desfecho favorável à preservação da vida de todos”. Não houve feridos.

Testemunhas disseram que o caso teve início após a mulher pedir ajuda a um dos porteiros declarando que foi agredida. Luiz manteve sua família como refém no apartamento que fica no segundo andar de um prédio na rua Cerqueira Daltro. Um isolamento foi montado na região durante a madrugada para o desdobramento das negociações.
Médicos e psicólogos acompanharam a negociação. O militar foi levado ao 29ª DP em Madureira e a família está recebendo assistência médica.

Veja


domingo, 10 de março de 2019

Marielle, um ano sem resposta ]- todas as vidas tem o mesmo valor, qual a razão de priorizar a investigação de uma morte?]

Na próxima quinta, o assassinato da vereadora [e de seu motorista]  faz um ano. Até aqui, a apuração revelou mais sobre a polícia do Rio do que sobre o crime

Eram quase cinco da madrugada quando a Mangueira revelou o segredo. Na última ala da escola, grandes bandeiras em verde e rosa exibiram o rosto de Marielle Franco. Era a surpresa do desfile que já começou a homenagear a vereadora no samba-enredo. “Brasil, chegou a vez / De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, Malês”, dizia o refrão, que embalou o 20º título da Estação Primeira.
 Em 10 de maio de 2018, o então ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, inaugurou a série de bravatas. “A investigação do caso Marielle está chegando à sua etapa final, e eu acredito que em breve nós devemos ter resultados”, anunciou.

[mais de 50.000 homicídios,  dos mais de sessenta mil ocorridos em 2017, estão sem solução; o atentado contra Bolsonaro, presidente da República continua sendo investigado.

O que fundamenta priorizar uma investigação de um, digamos, homicídio comum?

Curioso é que desde o assassinato da vereadora e seu motorista, quando está próximo o dia 14,  é feito um 'auê' danado, até uma representante de uma ONG, 'anistia internacional', faz seus comentários 'especializados', exigindo providências das autoridades brasileiras para punir dois assassinatos - sendo que em 2017 ocorreram mais de 60.000 assassinatos´a maioria impunes,  e em 2018 o nosso presidente sofreu grave atentado, até hoje com investigação em curso.

O que justifica tanto cobranças por duas mortes, com milhares impunes?]

Em 31 de agosto, foi a vez do general Braga Netto, que comandava a intervenção federal no Rio. “Estamos perto. Até o fim do ano, quando a intervenção tiver sido concluída, o caso já deverá estar solucionado”, prometeu. Em 1º de novembro, o delegado Rivaldo Barbosa garantiu que o crime estaria “muito próximo de sua elucidação”. Três semanas depois, o então secretário estadual de Segurança, Richard Nunes, disse que o caso seria resolvido até o fim do ano. “Alguns participantes nós temos, com certeza”, assegurou o general.
O ano acabou, a intervenção passou, e as promessas continuaram a ser lançadas ao vento. Em 12 de janeiro, o novo governador, Wilson Witzel, disse que os investigadores estavam “próximos da elucidação do caso e, evidentemente, da prisão daqueles que estão envolvidos”. “Talvez isso aconteça até o final desse mês”, acrescentou. Na campanha, Witzel participou de um ato em que dois aliados quebraram uma placa com o nome de Marielle. Um deles, o deputado estadual Rodrigo Amorim, circulou pela Sapucaí como bicão na noite em que a Mangueira homenageou a vereadora.[a placa, ilegal, foi removida e destruída;
pela legislação vigente, quem determina o nome das ruas são as autoridades municipais e após o decreto aprovado é que é confeccionada a placa, seguindo o modelo padrão, e devidamente afixada.
 
Aliás, os seguidores da vereadora cometeram dois crimes:
- remover ilegalmente a placa existente que homenageava outra pessoa;
- afixar, ilegalmente, a placa homenageando a vereadora.]
Até aqui, a apuração revelou mais sobre a polícia do Rio do que sobre o crime que ela deveria resolver. No mês passado, a PF fez buscas para desvendar “ações que estariam sendo praticadas com o intuito de obstaculizar as investigações”. Em português corrente, isso significa que houve uma operação abafa para encobrir mandantes e autores dos assassinatos. O governo federal guarda um estranho silêncio sobre as execuções. [a investigação de crimes comuns, o que inclui entre milhares de outros, o assassinato da vereadora e seu motorista, é de competência da polícia estadual e, por consequência, o assunto está afeto ao governo ESTADUAL.] Essa atitude remete a um ano atrás, quando Jair Bolsonaro foi o único candidato à Presidência que se recusou a comentar o caso. Dos 70 deputados estaduais, seu filho Flávio foi o único a votar contra a concessão da Medalha Tiradentes como tributo póstumo à vereadora.
Uma das linhas de investigação liga o assassinato de Marielle ao Escritório do Crime, grupo de extermínio chefiado por milicianos. Em janeiro, vieram à tona os laços do clã presidencial com Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado como fundador da quadrilha. Ex-capitão do Bope, ele foi condecorado por Flávio e elogiado por Jair na tribuna da Câmara. Sua mãe e sua mulher ganharam cargos no gabinete do primeiro-filho, hoje senador. Nóbrega está foragido há 47 dias. 

 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Marketing da matança deixa país sem rumo no combate ao crime

Cultura de execuções extrajudiciais vira política de segurança, mas não resolve violência

Ao entrar para a política, o ex-juiz Wilson Witzel (PSC) deve ter perdido o hábito de ler os autos antes de dar uma sentença. O governador se antecipou às investigações e declarou que a operação policial que matou 13 pessoas em favelas do Rio, há nove dias, foi “uma ação legítima para combater narcoterroristas”. [bandidos armados com fuzis ou mesmo pistolas, tem que ser considerados perigosos e receber da polícia o tratamento dado a terroristas = estes quando vão para o confronto é para matar ou morrer, as vezes a surpresa, a forma traiçoeira com que atuam,  em que o suicídio é previsto, garante que morram matando.
Os bandidos agem da mesma forma, só que em sua maioria pretendem sair vivos.

A polícia tem que matá-los para que se convençam que enfrentar a polícia = suicídio.
Agindo com o rigor necessário e que a lei permite, a polícia voltará a ser temida pelos narcotraficantes e outros marginais.] 

Não há necessidade de julgamento prévio, os policiais sabem (e os bandidos a proporção que mais e mais tombarem em confronto com a polícia passarão a saber) que a lei os autoriza a usar dos meios necessários para vencer o confronto.
Os bandidos aprenderão que só resta a eles diante da iminente  chega da polícia:
-a fuga;
- a rendição; ou 
- vala.

Eles tem três chances para escolherem e não dão uma sequer para os policiais, estes tem apenas que ter em conta que possuem o DEVER e o DIREITO de voltarem para suas casas, para os seus, são e salvos - custe o que custar.

Tem que acabar com esse costume de mortos em confronto polícia x bandidos; o desejável é ocorreu o embate sempre termine com bandidos vivos, algemados e policiais vivos e prontos para outros embates.
Qual dos dois finais, os bandidos sempre possuem o poder de opção.] 
 
Os parentes dos mortos admitem que eles estavam envolvidos com o tráfico de drogas. Dizem, porém, que eles haviam se rendido e foram executados. Nove deles foram mortos juntos, dentro de uma casa. [será que se renderam? ou apenas fingiam, esperando um descuido da polícia.
Bandido tem que aprender que viu policial, mãos para o alto, de joelhos, quieto e aguardando ordens dos policiais.
Como se percebe é fácil para um bandido, ainda que armado, permanecer vivo.
Pergunta boba: o que motiva os jornalistas a estarem sempre contra a polícia; para grande maioria deles, felizmente nem todos, o policial está sempre errado.] A polícia afirma que não houve ilegalidade, mas prometeu investigar o episódio. Witzel não quis nem fazer o teatro.

O governador só está interessado no marketing do sangue. Comemorou uma operação que não fez nem cócegas nas grandes facções e tentou explorar o caso para fazer propaganda do suposto “rigor” com que pretende agir contra o crime.  Se Witzel acha que essa é a saída para resolver o caos da violência pública e combater o domínio territorial dos traficantes, o Rio está lascado.  O palavrório do governador chancela uma cultura de execuções extrajudiciais até em situações em que não há confronto armado. O pacote de Sergio Moro, que amplia as hipóteses em que policiais podem atirar sem sofrer punição, é um incentivo adicional ao justiçamento.

No ano passado, o governador Camilo Santana (PT) desviou o olhar dos 14 mortos num tiroteio entre policiais e assaltantes de banco no interior do Ceará. “O fato é que eles estavam preparados para assaltar dois bancos e não conseguiram assaltar nenhum”, celebrou.  Acontece que seis pessoas eram reféns que haviam sido levados pelos oito bandidos. No início, Santana duvidou: “É estranho um refém de madrugada em um banco”. O governador levou três dias para pedir desculpas às famílias das vítimas.
Quem vê coloração partidária nas declarações de Witzel e Santana não percebe que a matança virou método de governo. Nenhum dos dois parece saber para onde está levando a segurança de seus estados. [os bandidos não conseguiram nada, só alguns mortos (seis eram bandidos), com isso vão começar a pensar que não é tão fácil assaltar bancos e que reféns não são garantia de fuga.

O bandido tem que ser levado a concluir que assaltar é atividade de alto risco também para o assaltante.
E vai aprender isso com mais facilidade, a partir do momento em que ver cada vez mais os que vão assaltar, morrem.]


Bruno Borghossian - Folha de S. Paulo