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terça-feira, 23 de novembro de 2021

O fim das agências bancárias e o desfalque na Rede Globo - Revista Oeste

Itaú digital..
Sob a presidência de Milton Maluhy Filho, desde fevereiro o Itaú passa por uma revolução em seus interiores. A digitalização, diz um executivo, está no coração da mudança e é a palavra mais usada entre vice-presidentes e diretores. Talvez por isso, circulou a informação por uma ala da Avenida Faria Lima de que o maior banco privado do Brasil estava prestes a anunciar que seria 100% digital no fim de 2022. O Itaú nega.


A atriz Camila Pitanga - Foto: Wikimedia Commons 

…mas nem tanto
Nos últimos 12 meses, até sete
mbro, o Itaú fechou 112 agências no Brasil para reduzir custos, seguindo na mesma direção dos cinco maiores bancos do país.  Mas a ideia do Itaú é pisar um pouco no freio. Na visão de um executivo, muitos clientes ficariam chateados se, de uma hora para outra, a instituição tomasse a atitude radical de fechar todas as operações, visto que muitos serviços ainda exigem presença. O Itaú conta com cerca de 4.000 agências físicas e 60 milhões de clientes, entre conta corrente, cartões, crédito e investimentos.  

A propósito
Os cinco maiores bancos
do país Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa — poderiam reduzir 30% de suas agências físicas imediatamente, de acordo com um estudo da consultoria alemã Roland Berger, para ganho de eficiência e corte de custos. Em 2021, alguns dos maiores bancos do Brasil reduziram as transações feitas em agências em 70%, enquanto as feitas no celular saltaram mais de 90%. 
 
Meirelles 2022
Henrique Meirelles anda animado com as pesquisas que recebeu sobre a candidatura ao Senado em 2022 por Goiás: está na liderança em todas. Sobre uma suposta chapa com Lula na eleição presidencial, ele desconversa. Diz que não recebeu convite do ex-presidente, apenas sondagens de pessoas do partido. “Não tomo decisão baseada em especulação”, diz o economista. Meirelles foi presidente do Banco Central no governo Lula. 
 
Novos donos da Latam
A próxima terça-feira, 23 de novembro, vai ser movimentada no setor aéreo no Brasil. É essa a data em que companhias aéreas no mundo ou fundos de investimento podem oferecer propostas para a compra da Latam, empresa que pediu proteção contra a falência nos Estados Unidos em maio de 2020. A Azul é a maior interessada, e os executivos David Neeleman e John Rodgerson falam abertamente sobre o assunto. 
 
Faculdade por R$ 9.700
Faculdade de administração de empresas mais cara do Brasil, a Link School of Business tem mensalidades de R$ 9.700, mais que o dobro dos concorrentes FGV e Insper. O alto valor não afugenta os alunos. Com 300 estudantes, a escola está com fila de espera e vai crescer. No primeiro semestre de 2022, a Link abrirá um segundo campus em São Paulo, o campus JK, na Vila Olímpia, perto do shopping JK Iguatemi. 
 
Streaming sai à caça
A tática dos novoschefões do streaming no Brasil é atrair medalhões da dramaturgia com maior autonomia na criação das obras. A Amazon tirou o ator Lázaro Ramos da Globo e deu a ele a direção de um filme. Para a comediante Ingrid Guimarães, a proposta foi maior: ela será showrunnermandachuva total, do roteiro à direção — de uma produção da Amazon. 
 
Globo sem Pitanga
O trio Silvio de Abreu, Mônica Albuquerque e Edna Palatnik, todo-poderosos da dramaturgia da Globo até recentemente e que agora comandam a HBO Max na América Latina, ofereceu a Camila Pitanga o cargo de produtora-executiva por três anos com a WarnerMedia, dona da marca. Pitanga foi mais um nomão a deixar a Globo na última semana, depois de 25 anos na empresa.
 
Elas cantam Roberto

Fafá de Belém e Maria Bethânia estão confirmadas na gravação do especial de Roberto Carlos na Globo. As gravações ocorrerão durante dois dias consecutivos nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, com exibição em 23 de dezembro. Em 2020, Roberto Carlos não gravou o tradicional programa de Natal por conta da pandemia.Festa à brasileira

A ordem na Globo é reunir o maior número de gigantes da música brasileira, do porte de Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e Ivete Sangalo, na edição de fim de ano de Roberto Carlos. Como tradição, o especial se resume a quatro participações musicais, a entrada de uma ou duas atrizes no palco para uma dobradinha com o cantor e uma plateia de globais. A dificuldade é ter globais disponíveis na gravação e conciliar a agenda de todos os cantores desejados pela emissora. Ainda se discute se haverá plateia ou não. 

Fafá no Fausto
Por falar em Fafá de Belém, ela está na lista de atrações para as primeiras edições do novo programa diário de Faustão na Band, com estreia para janeiro. Curiosidade: a cantora foi a única artista que aceitou gravar um piloto em 1982, a convite do então repórter de esportes da rádio Excelsior Fausto Silva. O piloto entrou no ar no programa de Goulart de Andrade, na madrugada da TV Gazeta, e foi o embrião do Perdidos da Noite, que virou programa de auditório na TV Record, em 1984. Dois anos depois, o show de improviso e criatividade de Fausto, com baixíssimo orçamento de produção, foi para a TV Bandeirantes para exibição em rede nacional. O resto é história. Até hoje, Fausto chama Fafá de “irmã” e “madrinha”.

Leia também “Globo inquieta”

Edição 87, Revista Oeste

 

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Nenê Constantino: austero, discreto, bilionário. Empresário de origem humilde e que figurou na lista da revista Forbes por possuir fortuna superior a 5 BI de dólaresentre

Nenê Constantino: austero, discreto, bilionário  e condenado por assassinato

[no Brasil, ainda república Banânia, certas coisas são tão absurdas, tão fora da realidade,  que se tornam difíceis de acreditar.
A Banânia é um dos raros países do mundo, talvez o único, em que um grupo de bandidos invade propriedade alheia, desfruta da mesma pelo tempo que lhes convém e depois cobram indenização do proprietário para desocupar o que invadiram.]
 
O Tribunal do Júri de Taguatinga condenou Constantino e outros três réus pelo assassinato de Márcio Leonardo da Sousa Brito. O líder comunitário morreu aos 26 anos, em 12 de outubro de 2001. 

Fundador da Gol Linhas Aéreas, dono de um conglomerado de empresas de transportes de passageiros e um dos mais ricos empresários brasileiros, Nenê Constantino, 86 anos, tem ganhado destaque no noticiário mais por problemas com a Justiça e escândalos políticos do que pelo sucesso nos negócios. Além das acusações por duplo homicídio e tentativas de assassinato, apareceu como pivô da renúncia do então senador Joaquim Roriz (PMDB-DF).
 
Na última quinta-feira (11/5), o Tribunal do Júri de Taguatinga condenou Constantino e outros três réus pelo assassinato de Márcio Leonardo da Sousa Brito. O líder comunitário morreu aos 26 anos, em 12 de outubro de 2001, com três tiros, por causa da disputa por um terreno. O empresário é o mandante do crime, segundo a acusação do Ministério Público e o entendimento dos jurados.

O envolvimento de Constantino com pistolagem contrasta com o perfil austero e discreto consolidado ao longo de 60 anos como homem de negócios bem-sucedido. Ele sempre fez questão de não esconder o jeitão de interior no meio empresarial. Aos poucos, a habilidade fez com que acumulasse conquistas na área de transportes rodoviários e, mais recentemente, aéreos. Em 2008, a revista Forbes divulgou que a fortuna de Nenê Constantino e sua família eram de mais de US$ 5 bilhões (dólares).
 
Mesmo assim, o mineiro de Paracatu manteve os hábitos simples. Tem até hoje ex-rodoviários como melhores amigos. Filho de lavrador, não concluiu o primário. Constantino nasceu em uma família humilde. Quando menino, ajudava o pai trabalhando na lavoura e vendendo verduras na rua.

Aos 18 anos, comprou o primeiro caminhão, com o qual montou uma empresa de transportes. Ele entrou no ramo após levar uma carga de manteiga de Paracatu para Recife (PE). Na busca do que trazer de volta para encher o caminhão, Nenê recebeu a sugestão de levar passageiros. Colocou uma placa “Rio-São Paulo” no veículo e transportou um grupo no pau de arara para a Região Sudeste. Vendeu o caminhão e comprou duas jardineiras (veículo de transporte de passageiros) para abandonar o transporte de cargas e se dedicar ao de passageiros. A partir de então, passou a comprar pedaços de empresas de ônibus em dificuldades.

Nenê dividiu seus negócios entre os filhos (Henrique, Joaquim, Ricardo e Júnior) em 1994. Os quatro irmãos se juntaram e as três irmãs ficaram com empresas de transporte em Brasília, além de shoppings e hotéis. Em 2000, os Constantinos já tinham a maior frota de ônibus do país e uma das maiores do mundo. Eram quase 6 mil coletivos espalhados por sete estados e o DF. Transportavam 1,2 milhão de passageiros por dia.

A família Constantino é dona do Grupo Áurea, hoje Grupo Comporte, composto pelas empresas Transportes Coletivos Intermunicipal Pássaro Marron, São Paulo São Pedro, Princesa do Norte, Breda, União, Piracicabana, Empresa Cruz, Manoel Rodrigues, Itamarati, Transportes Coletivos Grande Londrina (em Londrina), Transportes Coletivos Grande Bauru (Bauru), além de empresas de transporte coletivo em Cuiabá, Maringá (PR), Vitória da Conquista (BA) e, em Blumenau (SC) sob caráter emergencial. A Comporte fez sua estreia nos trilhos, em dezembro de 2014, ao vencer a licitação para operar o VLT de Santos.

Inovação nos céus
Constantino mora na capital do país desde 1977. Manteve-se longe dos holofotes até o fim da década de 1990, quando entrou no ramo da aviação. Em janeiro de 2001, o empresário confirmou o perfil ousado e fundou a Gol Linhas Aéreas. Enveredou em um ramo marcado por experiências malsucedidas de colegas especializados em transportes urbanos. A família Canhedo, por exemplo, dona da Viplan – que já foi a maior empresa do mercado no DF e quebrou – arriscou investimentos no setor aeroviário, mas a iniciativa acabou com a falência da Viação Aérea de São Paulo Sociedade Anônima (Vasp).

Já a Gol Linhas Aéreas começou a operar inovando no mercado aéreo brasileiro. Voos com tarifas baixas e sem gastos com alimentação chamaram a atenção no início dos anos 2000. A empresa deu início às atividades com apenas quatro aviões. Com 122 aeronaves em operação, é a segunda maior do mercado brasileiro, atrás apenas da binacional Latam, que tem 159 aviões (os números são de 2016). A data de fundação da Gol, porém, coincidiu com os crimes que envolvem o nome do empresário. Desde então, os negócios da família Constantino alcançam fazendas, concessionárias de veículos e empresas de engenharia.
 
Dívidas com o fisco
Além da fundação da Gol, uma investigação do fisco levou Constantino à mídia. Em 2001, o INSS conduziu investigação das companhias de ônibus da família. Na época, o cálculo era que as dívidas seriam de cerca de R$ 240 milhões. Outra polêmica envolvendo o empresário foi o fato de seu nome constar em cadastro de empregador que explora trabalho escravo. Isso acontecia em uma fazenda da qual era sócio. Nenê disse que desconhecia a situação e que deixou a sociedade.
Bezerra de ouro
O empresário também apareceu na mídia por causa de um amigo influente, o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz. O político renunciou ao mandato de senador em 2007 depois que se abriu investigação por conta da partilha de um cheque de R$ 2,2 milhões — o documento continha a assinatura de Constantino. O caso veio a público durante a Operação Aquarela, da Polícia Civil do Distrito Federal. A ação desmontou um suposto esquema de desvio de dinheiro do Banco de Brasília (BRB).

Durante a apuração do caso, a corporação flagrou uma conversa na qual o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) e o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklin de Moura tratam da divisão da cifra milionária. Roriz decidiu renunciar ao mandato para evitar uma cassação e preservar direitos políticos. A origem do dinheiro sacado em uma agência do BRB seria um cheque do empresário Nenê Constantino, presidente do Conselho de Administração da Gol Linhas Aéreas. Na época, o ex-governador do DF alegou que parte do dinheiro seria usado para a compra de uma bezerra. Constantino chegou a perder a compostura no dia em que foi chamado a depor sobre o caso e agrediu um fotógrafo.
 
Benefícios da Justiça
A velhice tem garantido benefícios a Constantino. Em março de 2012, ele passou a cumprir prisão domiciliar. Em agosto de 2012, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou a prisão, mas determinou recolhimento domiciliar noturno e em fins de semana.

Nenê Constantino já foi julgado e absolvido em outra ação, que tratava da tentativa de homicídio de seu ex-genro, Eduardo Queiroz Alves. Ele foi inocentado em 16 de agosto de 2015, pelo Tribunal do Júri de Brasília, que analisou a denúncia do Ministério Público, segundo a qual, em 2008, Constantino teria contratado um pistoleiro, por meio de um policial militar, para matar Queiroz. Na ocasião, o pistoleiro teria atirado diversas vezes contra o carro da vítima, que sobreviveu.
 
ENTENDA O CASO

Disputa por terreno

Márcio Leonardo tinha 27 anos quando morreu com três tiros. Ele liderava um grupo de moradores que comprou lotes em uma invasão na QI 25 de Taguatinga Norte. O terreno pertencia a uma empresa das filhas de Nenê Constantino e havia servido de garagem da Viação Planeta. Constantino queria vender o terreno a uma empreiteira, o que não aconteceu por conta da invasão. O empresário tentou uma ação de reintegração de posse na Justiça, sem sucesso. Os moradores criaram uma associação, presidida por Márcio, e exigiram uma indenização para deixarem o local. [os na matéria chamados de moradores, na realidade invasores, alegam que compraram os lotes; se tal compra ocorreu,  foi realizada de outros invasores de propriedade privada, portanto, ladrões, e quem compra produto de furto/roubo é, no mínimo, receptador - atividade criminosa conforme tipifica o Código Penal Brasileiro.
E, quando o ladrão pretende cobrar do legitimo proprietário para devolver o produto do furto/roubo está cometendo, no mínimo, o crime de extorsão.]
 
O crime foi registrado na 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte) e repassado à Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida), hoje Coordenação de Homicídios, sete anos depois, sem resolução. Com isso, passou a ser investigado pela delegada Mabel Alves de Faria e uma das equipes dela. O responsável pelos disparos, Manoel Tavares, morreu assassinado antes de as investigações passarem para a Corvida.
Agentes usaram escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Segundo Mabel, os depoimentos do acusado João Marques também foram fundamentais para elucidação do caso. Eles coincidiam, ao menos em partes, com o que era captado nas escutas e com o exame de balística do Instituto de Criminalística da Polícia Civil. Também com depoimentos de testemunhas.
 
Fonte: Correio Braziliense
 
 

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Atendimento NOTA 10 no Aeroporto de Brasília

Passageiro cadeirante fica preso em avião durante desembarque no JK

A Inframerica e a Latam investigam o caso. Em nota, a concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Brasília disse que todos os aparelhos necessários ao desembarque estavam disponíveis no terminal

Um passageiro cadeirante ficou preso dentro de um avião da Latam, no Aeroporto Internacional de Brasília. A aeronave pousou na capital federal nesta segunda-feira (10/4), às 6h36, e a companhia só conseguiu desembarcar o passageiro por volta das 12h.

 Segundo a Inframerica, concessionária que administra o terminal, o voo veio de Boa Vista para Brasília e pousou dentro da normalidade no horário previsto. A aeronave deveria seguir para Confins, em Belo Horizonte, no voo JJ3167, que estava previsto para as 7h30. A Inframérica informou ainda que “não sabe os motivos pelos quais o passageiro não desembarcou, visto que toda aparelhagem e procedimentos possíveis para este tipo de desembarque estavam disponíveis pela concessionária”, disse em nota.

Fonte: Correio Braziliense



 

 


 

quinta-feira, 23 de junho de 2016

O gringo era carioca

É equivocada e atrasada a legislação que limita a participação estrangeira em companhias aéreas — só agora sendo modificada

Está em votação no Congresso a medida provisória pela qual estrangeiros poderão ser donos e controladores de companhias aéreas brasileiras.  Mas já não pode?, perguntará o leitor acostumado, por exemplo, a voar pela Azul. O dono é o americano David Neeleman, que havia fundado três companhias aéreas nos EUA, uma das quais a revolucionária JetBlue. A brasileira Azul foi a sua quarta, criada em 2008. 

Além do capital próprio que trouxe dos EUA, Neeleman recolheu investimentos de George Soros e de um fundo de São Francisco, aos quais se juntaram, minoritariamente, acionistas brasileiros. Portanto, não havia dúvidas. Eram capitalistas estrangeiros desembarcando no Brasil para competir no mercado local, com uma empresa sob seu controle. E só agora, oito anos depois, estão discutindo a lei que permite isso?

Neeleman é, ou era na ocasião, um empresário essencialmente americano. Fez sua vida nos EUA, lá estudou e abriu seus negócios, ganhou dinheiro, nunca havia tido atividade empresarial no Brasil antes da Azul. Em 2008, a lei, que agora tentam mudar, dizia que estrangeiros poderiam ter até 20% de companhias aéreas brasileiras. Portanto, a Azul não poderia ter nascido, não fosse um acaso familiar. Há 56 anos, os pais de Neeleman passaram uma temporada no Rio de Janeiro e aconteceu de David nascer aqui. O gringo é carioca! Como quem nasce no Brasil, não importa a nacionalidade dos pais, é brasileiro, o país, nas voltas da história, ganhou uma bela companhia aérea — que, além de tudo, voa com jatos da Embraer, não utilizados pelas grandes brasileiras.

Reparem: se a mãe de David tivesse escolhido dar à luz nos EUA, o Brasil teria perdido uma empresa que acrescentou capital, tecnologia, empregos diretos e indiretos e outras novidades ao mercado local. Uma pequena decisão pessoal — e tudo teria mudado no setor brasileiro de aviação.  Temos aqui duas demonstrações. A primeira mostra os melhores efeitos positivos do investimento estrangeiro. A segunda indica como é equivocada e atrasada essa legislação que limita a participação estrangeira — só agora sendo modificada. Diziam que se tratava de um caso de segurança nacional garantir a propriedade para brasileiros.

Pois alguém se sentiu ameaçado pela Azul? O funcionamento dessa companhia é o melhor argumento para que os deputados e senadores votem logo a lei que permite o controle do capital estrangeiro nas companhias aéreas.  Não recupera negócios perdidos — quantos Neelemans teriam desembarcado por aqui? — mas abre o mercado futuro. Já não é um bom momento da economia brasileira e do setor: a Gol está em dificuldades financeiras, e a Tam já é Latam, incorporada pela chilena Lan, numa operação que não foi venda legalmente, mas que é na prática.

É mais provável que estrangeiras entrem comprando participação nas nacionais, em vez de abrir novas empresas. Será útil de qualquer modo. Em vez de dívida, as companhias locais receberão capital.  Se o controle mudar, qual o problema? O que preferem: uma nacional quebrada ou uma multinacional funcionando? Por outro lado, tem gente dizendo, inclusive no governo, que haverá maior competição e, pois, até uma possível queda no preço das passagens.

Não é por aí. As passagens são mais caras quando compradas aqui por causa do “custo Brasil” — que vai desde preço de combustível e infraestrutura precária até a carga tributária e os encargos trabalhistas.  Não é apenas a legislação sobre capital estrangeiro que bloqueia investimentos no país. Os legisladores poderiam aproveitar o momento para promover uma ampla abertura ao capital externo. É praticamente a única chance de revigorar os investimentos em infraestrutura, considerando que o setor público está quebrado e grandes empresas construtoras estão envolvidas na Lava-Jato.

BOA VONTADE
E por falar em governo, é impressionante a boa vontade com Michel Temer nos meios econômicos. O presidente aprova aumentos para o funcionalismo, dá descontos para os estados, tudo aumentando as despesas de um governo já no vermelho, e o pessoal contemporiza: tudo bem, acerta lá na frente.

Dá uma ideia de como era detestado o governo Dilma.

Fonte: Carlos Alberto Sardenberg, jornalista - O Globo