Em gravação divulgada por site, ele comemora proibição de entrevista de Lula à Folha
[onde está o crime? qual lei proíbe que um cidadão comente e expresse alegria sobre decisão judicial - decisão judicial já proferida e o comentário foi feito entre colegas do cidadão, ele e todos são procuradores ?
Crime, houve quando o aplicativo foi invadido e alguns conteúdos roubados e repassados a terceiros - invadir é crime, receber e usar produto de furto é crime.]
Desde que vieram à tona as mensagens publicadas pelo Intercept, a partir
de 9 de junho, tanto Deltan como Moro têm repetido que sempre agiram
conforme a lei e que não podem garantir a veracidade dos diálogos
divulgados. Em 28 de setembro do ano passado, antes das eleições, o ministro do STF
(Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski autorizou a colunista
Mônica Bergamo, da Folha, a entrevistar Lula na prisão. No fim do mesmo
dia, a decisão foi suspensa pelo ministro Luiz Fux. Na ocasião, ele também decidiu que, se a entrevista já tivesse sido
realizada, sua divulgação seria censurada. A decisão de Fux só foi
revogada em abril deste ano pelo presidente do tribunal, Dias Toffoli.
Logo após a determinação de Fux, Deltan enviou em um grupo de
procuradores: "URGENTE. É SEGREDO. Sobre a entrevista. Quem quer saber
ouve o áudio". No arquivo, ele dizia: "Caros, o Fux deu uma liminar suspendendo a
decisão do Lewandowski que autorizava a entrevista dizendo que vai ter
que esperar a decisão do plenário", disse Deltan em um grupo de
procuradores. "Agora não vamos alardear isso aí, não vamos falar para ninguém. Vamos
manter, ficar quieto, para evitar a divulgação o quanto for possível.
Porque quanto antes divulgar isso, antes vai ter recurso do outro lado,
antes isso aí vai para o plenário", acrescentou.
"O pessoal pediu para a gente não comentar publicamente e deixar que a
notícia surja por outros canais pra evitar precipitar recurso de quem
tem uma posição contrária a nossa. Mas a notícia é boa para terminar bem
a semana depois de tantas coisas ruins e terminar bem o final de
semana. Abraços, falou!"
A mensagem foi enviada após um dia de intensa troca de mensagens dos
procuradores sobre o episódio. Após a liberação de Lewandowski, a
procuradora Laura Tessler disse que era "revoltante". "Lá vai o cara fazer palanque na cadeia. Um verdadeiro circo. E depois
de Mônica Bergamo, pela isonomia, devem vir tantos outros jornalistas...
e a gente aqui fica só fazendo papel de palhaço com um Supremo
desse...".
Os procuradores passaram a discutir sobre a possibilidade de impedir a
entrevista ou formas de diluir a entrevista entre vários veículos. “Plano a: tentar recurso no próprio STF, possibilidade Zero. Plano b:
abrir para todos fazerem a entrevista no mesmo dia. Vai ser uma zona mas
diminui a chance da entrevista ser direcionada", afirmou o procurador
Januário Paludo no grupo.
Procurada, a força-tarefa da Lava Jato do Paraná não comentou o caso de
forma específica. Disse em nota que "as supostas mensagens atribuídas a
integrantes da força-tarefa são oriundas de crime cibernético e não
puderam ter seu contexto e veracidade verificados". "Diversas dessas supostas mensagens têm sido usadas, editadas ou
descontextualizadas, para embasar falsas acusações que contrastam com a
realidade dos fatos", afirma o comunicado.
Folha de S. Paulo