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sexta-feira, 1 de junho de 2018

Nem ordem de prisão motiva demissão sob Temer

A corrupção tornou-se tão corriqueira em Brasília que já sumiram da cidade a umidade relativa do ar e o bom senso. Leonardo Arantes (no centro da foto), secretário-executivo do Ministério do Trabalho, número 2 na hierarquia da pasta, está com a prisão preventiva decretada desde quarta-feira. Só não se encontra atrás das grades porque cumpria ''missão oficial'' em Londres quando a Polícia Federal foi capturá-lo, por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo. Michel Temer teve um, dois, três dias para tomar alguma providência. E nada.

Temer arrisca-se a empurrar para dentro de sua biografia mais uma excentricidade. Primeiro presidente da história a colecionar duas denúncias e dois inquéritos por corrupção, Temer está prestes a adicionar ao seu rol de ineditismos um subordinado preso. A Polícia Federal decidiu incluir o nome de Leonardo Arantes na lista de procurados da Interpol.  Leonardo Arantes é sobrinho do líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes. Por isso ganhou um cargo na Esplanada. É acusado de integrar um esquema de venda de registros de sindicatos no Ministério do Trabalho. Seu tio-deputado também é investigado no mesmo inquérito.

A PF foi informada de que Leonardo retornará ao Brasil nesta sexta ou no sábado. Se não for preso no estrangeiro, será detido ao pisar nesta terra de sabiás. Ou seja, Temer tem mais 24 horas, no máximo 48 horas para esboçar alguma reação, nem que seja uma cara de nojo. Do contrário, estimulará a suspeita de que mantém investigados, delatados e suspeitos à sua volta para garantir, por contraste, a falsa imagem de pureza.


Sob Temer, até a sensibilidade humana vira pó
O governo incluiu projetos sociais nos cortes de despesas que teve de fazer para garantir o diesel mais barato a caminhoneiros e a empresas transportadoras. Pense só nisso por um instante. Esqueça todo o resto. Programas sociais com orçamentos ridículos vão virando um escárnio. Foram passados na lâmina, por exemplo: R$ 4,1 milhões de prevenção contra drogas, R$ 55,1 milhões de universidades, R$ 135 milhões do SUS. Até o saneamento básico e a moradia popular perderam verba.

Experimente colocar os cortes sociais nas suas circunstâncias. Pense na reunião em que os técnicos discutiram as formas de garantir o desconto no diesel. Não ocorreu a ninguém dizer ‘quem sabe na educação e na saúde a gente não mexe!’. Nenhuma voz se levantou para ponderar: ‘gente, cortar no saneamento pode pegar mal.” Alga-se que os cortes foram pequenos. Mas o pouco de quase nada é sempre muito.

O mais trágico não é nem a crueldade. A tragédia está na percepção de que, sob Temer, até a sensibilidade humana vira poeira. Deus, como se sabe, está em toda parte, mas não dá expediente em tempo integral.


Blog do Josias de Souza