O
alvoroço feito pelo Governo e pelas Forças Armadas chinesas em torno
da visita da Presidente da Câmara de Representantes dos Estados
Unidos à Taiwan, ou República da China, Nancy Pelosi, onde aterrissou em
1º de agosto, mais parece reação de retardados mentais. De gente
absolutamente desequilibrada.De gente "sem noção". De autoridades
"arrogantes" e "estúpidas".
Minha curiosidade se liga
principalmente ao que poderia estar pensando dessa história toda ,"lá
no "fundo", o próprio povo chinês, não ligado à cúpula dos privilegiados
do Partido Comunista Chinês, de mais de 1 bilhão de pessoas, sobre essas
ridículas e permanentes ameaças de Xi Jinping de invadir Taiwan
militarmente, reclamada indevidamente como "propriedade" chinesa,
"remanescente",que ficou para "trás" da Revolução Comunista Chinesa,ou
"Revolução Cultural",liderada por Mao Tsé Tung,em 1949. Será que o povo chinês não fica "envergonhado" dessas
ridículas ameaças do seu governo à Taiwan ?
E ao seu Povo? Ou talvez
"neutralizados" pela lavagem cerebral escravista recebida dos tiranos
que os governam desde 1949?
E agora por uma "coisa" pior do que foi
Mao Tsé Tung,?
O tirano Xi Jinping? Por que Mao não insistiu na
absorção de Taiwan, deixando a Ilha livre, e Xi o faz agora?
Talvez
dê para entender essa reação exacerbada chinesa contra os Estados
Unidos, pela "inconveniente" visita de Pelosi a Taiwan,porque uma
ditadura, como a chinesa, jamais iria compreender o sentido da
tripartição dos poderes constitucionais no mundo livre,e que o Poder
Legislativo dos Estados Unidos,no caso representado pela Presidente da
Câmara,tem absoluta autonomia em relação aos outros Poderes,e por essa
razão a "Casa Branca" não poderia interferir na decisão e ida de
Pelosi à Taiwan.[Comentário único: aquela senhora não tem entre suas atribuições conduzir a política externa dos Estados Unidos; o 'idoso' pretendia ir, foi alertado pela China e desistiu; mandou sua cúmplice ir em seu lugar, alegando não poder impedi-la de exercer atribuição que é de exclusiva competência do Poder Legislativo; - aquela senhora age da mesma forma que o presidente do TSE - não precisamos inserir 'brasileiro' já que só o Brasil tem Justiça Eleitoral - que convocou embaixadores para expor assuntos internos do Brasil = ato de politica externa que, segundo a Constituição Federal, é de competência do Poder Executivo.
Pedimos vênia ao ilustre articulista e, deixando um pouco a 'democracia chinesa', assunto interno deles, aproveitamos para lembrar que o mundo não pode aceitar vivendo, pensando, agindo da forma que a Europa e os EUA querem.]
Outra questão absolutamente incompreensível é
o fato dos Estados Unidos estarem alinhados à maioria dos países, e à
própria ONU, que se "acovardam" em reconhecer a independência, a soberania
e a autodeterminação de Taiwan, que se configuram à luz de todas as
teorias que presidem a legitimidade dos Estados Independentes.
Dentro
dessas teorias merecem destaque: (1) O PRINCÍPIO DAS
NACIONALIDADES,defendido por Mancini, em 1851, no sentido de que as
populações ligadas entre si por identidade de raça, lingua, costumes e
tradições,formam naturalmente uma nação, e devem se reunir num só
Estado. À luz dessa doutrina, a Grécia se tornou independente em
1829, foram separadas a Holanda e a Bélgica, em 1830,e a Itália
unificou-se em 1859. A postura dessa doutrina é a "não-intervenção";
(2)
A TEORIA DAS FRONTEIRAS NATURAIS, defendida por Napoleão
Bonaparte,segundo a qual o território seria complemento indispensável da
nação.Em nenhum outro lugar do mundo se aplicaria essa doutrina tão
bem quanto em Taiwan, uma ilha marítima; e
(3) A TEORIA DO LIVRE
ARBÍTRIO DOS POVOS,segundo a qual somente o livre consentimento do povo
pode presidir a existência dos estados.É a defesa da autodeterminação
dos povos,com base na filosofia liberal do Século 18,defendida por
J.J.Rousseau,adotada na Revolução Francesa ,e na Doutrina de Wilson,em
1919. Será que algum ,um só, taiwanês concordaria com a anexação da sua
Ilha pela soberania chinesa?
Será que concordaria em trocar o PIB "per
capita",e o IDH, que têm em Taiwan, respectivamente,de 36 mil USD,e
0,917,contra os 10,5 mil USD,e 0,761 da China Comunista?
Será que a
inversa não seria verdadeira ,e que o povo chinês é que gostaria de ser
absorvido por Taiwan,bem mais desenvolvida que a China,com liberdade de
imprensa,melhor educação,liberdade econômica e outros indicativos
socioeconômicos melhores?
Na verdade foram os comunistas que
separaram a maior parte, a parte "Continental", do território chinês
,como estava configurado desde a sua fundação,em 1912,mediante o
processo "secessionista"," remanescendo" a Ilha de Taiwan, também chamada Ilha Formosa,que por diversas razões não acompanhou os "separatistas".
Mas
toda essa confusão relativa à conflituosa relação entre a China e
Taiwan, deve-se num primeiro plano ao papel "sujo" que a ONU fez ao
longo do tempo.
A "antiga" China,que era integrada pelo território e
povo de Taiwan,foi fundadora da ONU,em 1945. Inclusive integrava o
Conselho de Segurança Permanente dessa organização. Mas tudo mudou com
e Revolução Comunista ,de Mao Tsé Tung,de 1949.
A "antiga " China,um
dos fundadores da ONU, foi expulsa da organização,em 1971, tendo sido a
seu lugar tomado na "marra",pelos separatistas que formaram a China
Comunista,ou República Popular da China. Perante a ONU,Taiwan não existe
como país independente e soberano. E tudo não passou de "traição"
escancarada da ONU,que alijou Taiwan dos seus quadros,e "cuspiu" na cara
do direito internacional.
O que teria a ONU a dizer sobre
essa "palhaçada" da "sua" China, com a visita de Pelosi à Taiwan?
De
lançar mísseis ameaçadores no mar em volta de Ilha,poluindo as águas, e
gastando "rios" de dinheiro que poderia ser usado na melhoria da
qualidade de vida dos chineses não-privilegiados do Partido Comunista?
Que
"balaca" ridícula seria essa dos chineses?
Perderam a vergonha na cara?
Será que estariam agindo por inveja e para tentar esconder do mundo as
fantásticas realizações de um povo que conseguiu erguer uma
próspera nação?
Toda essa parafernália agressiva não seria manifesto
"recalque" com a prosperidade dos "outros",que deixaram de escravizar os
seus povos para montar um suntuoso aparato bélico não condizente com a
pobreza do povo?
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo