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segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Cadê porteiro que citou Bolsonaro? - José Nêumanne

O PCdoB, que não dispõe de votos, mas tem seus pedidos acolhidos com frequência pelo STF, de cujos membros metade foi escolhida por presidentes do PT, seu sócio político, quer incriminar Bolsonaro por ter copiado áudios da portaria do condomínio onde possui 2 casas. 


 Cadê porteiro que citou Bolsonaro

A falsa denúncia foi feita há 5 dias no Jornal Nacional, mas até agora ninguém sabe quem é o porteiro que citou o presidente da República, de quem uma das casas teria sido citada como destino pelo motorista acusado pela polícia do Rio de ter conduzido o matador de Marielle e Anderson ao local do crime. Os meios de comunicação que têm publicado o quiproquó com destaque têm obrigação de localizá-lo, descrevê-lo e, sobretudo, ouvi-lo. Direto ao assunto. Inté. E só a verdade nos salvará. [Delegado da PF que investigou a facada em Bolsonaro é homem de confiança do Fernando Pimentel.]

[outra curiosidade: o Inpe forneceu informações de que o desmatamento em outubro deste ano foi o menor dos últimos 20 anos;  
 Também o desmatamento e queimadas nos últimos 20 anos não apresentou, na média, aumento - essa notícia foi veiculada por uma emissora de TV em flash de no máximo 50' e o assunto foi esquecido. 
Nada se ver na mídia.
Não sendo para tentar -tentar, não passarão disso - ferrar o presidente Bolsonaro não tem valor.] 







sexta-feira, 16 de março de 2018

O Brasil despertou

Marielle Franco é mártir da guerra, contra a violência e o ódio, que é de cada um de nós

Nem o impeachment de Dilma Rousseff, nem a condenação de Lula, nem as duas denúncias contra Michel Temer, nem as reformas da Previdência ou trabalhista… O que realmente causou comoção nacional e levou os brasileiros às ruas foi o assassinato brutal de Marielle Franco.  Mortes de mulheres e crianças há a todo momento no Rio, como em todo o País. Mas Marielle era uma síntese dos desvalidos e uma ativista das boas causas. Mulher, negra, homossexual e pobre das favelas, ela conquistou uma vaga na universidade e um diploma de socióloga, elegeu-se vereadora e dedicava a vida a defender a igualdade, os direitos e as chances das mulheres, dos negros, dos homossexuais e dos pobres das favelas, como ela foi.

Era uma guerreira da igualdade, dos direitos humanos e da responsabilidade do Estado em cada uma dessas frentes. Vereadora, filiada ao PSOL, Marielle lutava dentro do sistema e da legalidade, com imensa legitimidade.  As circunstâncias indicam que houve uma execução fria, planejada: um carro segue outro, emparelha com ele, dispara nove tiros, mata Marielle e o motorista Anderson Pedro Gomes e foge sem levar dinheiro, um único celular ou carteira.  Pergunta básica de qualquer inquérito: a quem interessa a execução? 

Uma dedução lógica, a ser apurada e comprovada, é que Marielle usava até as redes sociais para combater os excessos das polícias e das milícias que barbarizam o Rio, matam e perseguem negros e pobres de favelas, fantasiadas com uniformes do Estado.
Se pensavam em apenas “dar um susto”, os assassinos de Marielle e de Anderson enganaram-se redondamente. Acabaram despertando a ira, a indignação e a revolta não apenas de um partido e um movimento, mas de toda a sociedade brasileira e da mídia internacional. O “povo” não vai para a rua defender condenados, mas vai para gritar contra um crime inaceitável contra todos os símbolos de Justiça, liberdade, igualdade e direitos humanos.

Se andam às turras por variados motivos, o Executivo, o Judiciário e o Legislativo se unem para enfrentar o crime organizado que extrapolou todos os limites ao confrontar o Estado e as autoridades com esse crime bárbaro.  Curiosamente, o personagem que menos apareceu durante todo o dia extremamente tenso de ontem foi o governador Pezão e houve até uma tentativa de jogar a crise no gabinete do presidente Temer, além de atacar e desacreditar a intervenção no Rio. Mas é o contrário: o que a execução de Marielle e Anderson confirma é exatamente a necessidade da intervenção.

Pelas redes sociais, grupos petistas tentaram tirar uma casquinha da tragédia, dizendo que foi “resultado do fascismo que avança com o golpe dado na democracia”. E acusando: “Quem tirou Dilma matou Marielle”. Seria só patético, não fosse um marketing equivocado. A sociedade não vai aceitar a partidarização do crime, nem esse tipo de oportunismo.  Se há alguma consequência política, além da mobilização dos poderes e do despertar da sociedade, é que o ataque deve gerar reflexões sobre algumas bandeiras da eleição presidencial que são o oposto das defendidas por Marielle, mas podem ser muito próximas das que pregam seus assassinos.

O mais urgente, porém, é saber quem matou Marielle e Anderson, por que e com que objetivos? [e para ficar só em um exemplo: quem matou o empresário em Cachambi, na frente do filho de cinco anos? identificar o assassino, ou assassinos, do empresário é tão importante quanto identificar quem matou a vereadora, ou os que só este ano mataram mais de 20 policiais militares;
todos os mortos sem exceção são seres humanos e seus assassinos criminosos.]   

O temor, alerta o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), é de que possa ter sido o início de “uma escalada do caos”. Se for assim, o recado está dado: os assassinos de Marielle e Anderson despertaram o gigante adormecido e os três poderes, a mídia e a sociedade vão reagir. Uma mulher negra e homossexual virou a mártir de uma guerra, contra o crime e o ódio, que é de todos e de cada um de nós.

Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo