Se porventura se comparar as atitudes dos generais Olímpio Mourão Filho, na instalação do Regime Militar de 1964, e do atual vice-Presidente da República, o também general Antônio Hamilton Martins Mourão, no que pertine à quase total ingovernabilidade suportada pelo Presidente Jair Bolsonaro, em vista das sabotagens, boicotes e todo tipo de “sacanagem” contra o seu governo, provocados a partir da esquerda, do Congresso Nacional (Câmara e Senado), e do Supremo Tribunal Federal, dentre “outros”, somado ao irrestrito apoio “logístico” de autoridades dos diversos órgãos públicos “aparelhados” desde a famigerada “Nova República”, implantada em 1985, só afastada, assim mesmo,“parcialmente”, do poder,em 1º de janeiro de 2019, com a eleição e posse do Presidente Bolsonaro, certamente conseguiremos “destrinchar” os diferentes “perfis” das Forças Armadas nessas duas fases históricas.
Com absoluta certeza podemos antecipar que “antes” a farda
militar era privativa de “machos”(evidente que não no sentido sexual da palavra , ou
mesmo de “gênero”,porém na concepção “figurada”,de “valentia” ,de “patriotismo”, dedicação à pátria), e
verdadeiros defensores da pátria. Hoje
essas principais características que marcaram os militares “de 64” seriam questionáveis. Os dois generais alvos dessa comparação talvez possam ser o ponto de partida dessa
discussão.
“Matando a cobra e mostrando o pau”!!!
O “Comício da Central”,ou “Das Reformas” (CGT),realizado em
13 de março de 1964,no Rio de Janeiro,com cerca de 150 mil participantes, para
ouvirem os discursos “agitadores” dos
então Presidente da República , João
Goulart, e do ex-Governador gaúcho, deputado
federal Leonel Brizola,anunciando, sem “meias palavras”, as chamadas “reformas
de base”, a instalação da “República Sindicalista”, o fechamento do Congresso, com
imediata convocação de assembleia nacional constituinte,e implantação de
várias medidas flagrantemente “comunistas”, certamente foi a “gota d’água” que
mobilizou as forças políticas conservadoras e as próprias Forças Armadas a
reagirem contra essas propostas comunistas e agitadoras, que
afrontavam a ordem, a lei, e a garantia dos poderes constitucionais, conforme
autorizavam expressamente os artigos 176 e 177 da Constituição de 1946, vigente
à época. E à semelhança de hoje, conforme previsão do artigo 142 da CF de 1988,também autorizavam
as Forças Armadas a “intervir”,nessas hipóteses.
Ora,se por um lado o “Comício da Central”, de 13 de março de
1964, teria sido o “estopim” da reação cívico-militar, de 31 de março de 1964, a
“Circular Reservada do General Castello Branco, Chefe do Estado Maior do
Exército, de 20 de março", convocando as FA para que garantissem os poderes constitucionais e a
aplicação da lei, acabou abrindo as
portas militares para essa reação. Em 28 de março, 15 dias após a “circular” de Castello
Branco, os generais Olimpio Mourão Filho, Comandante da 4ª Divisão de
Infantaria, sediada em Juiz de Fora/MG, e Odílio Denys, ex-Ministro da Guerra, se reuniram
com o governador mineiro José de Magalhães Pinto, em Juiz de Fora, onde discutiram a derrubada do Governo
Goulart, inicialmente programada para 4 de abril. E no dia 30 de março, houve nova
reunião, em Belo Horizonte ,entre o governador mineiro e outros generais.
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Mas o General Olimpio estava “apressado”. Pressentiu que se esperassem mais a “revolução” poderia
não prosperar. Deflagrou, então, na”marra”, no “peito”, e na “raça”,a “Operação
Popeye”, na madrugada de 31 de março de 1964, colocando em marcha 6 mil
militares,em direção ao Rio de Janeiro. Sabedores desse “deslocamento”, o 1º Exército, do Rio de
Janeiro, recebeu ordens de interceptar a marcha do General Olimpio, ordem essa
que não foi atendida,com adesão dessas forças à causa “revolucionária” de 1964. Jango foi
deposto e fugiu direto para o exílio.
As diferenças, portanto, entre os generais Olimpio Mourão
Filho, de 1964, e Hamilton Mourão, de 2020,
residem mais nas atitude de ambos ante as ameaças comunistas nas duas épocas. O primeiro enfrentou-as. Hamilton Mourão acabou se aliando às
forças comunistas “modernas”, especialmente “chinesas”, tornando-se uma espécie de “garoto propaganda” (governamental)
dos interesses da empresa chinesa Hauwei, no Brasil ,relativos à implantação da 5ª Geração ( 5 G) da telefonia
móvel, apesar dos inúmeros riscos que essa “entrega” certamente provocaria à própria segurança e soberania nacionais. [duas razões diferenciam o comportamento do general Hamilton Mourão e o general Olimpio Mourão:
- o general Mourão detém grande prestigio junto as FF AA, é general-de-exército, mas exerce atualmente um cargo político, que o vincula estreitamente ao presidente Bolsonaro e não tem comando de tropas.
Já o general-de-divisão, Olímpio Mourão Filho, além de não exercer cargo político tinha o comando de tropas.] .
E lamentavelmente parece que os setores de inteligência das
Forças Armadas não enxergam e estão
totalmente “alienados”, frente a essa iminente ameaça contra os interesses nacionais.
Olimpio Mourão Filho, era homem de atitudes, de ação, enquanto o “outro” é
“bom”, mas nas palavras, nos discursos, e
nas palestras que dá, como fez antes no CPOR, de Porto Alegre, e mais recentemente
na Maçonaria e diversas outras entidades
representativas da sociedade. Nisso, realmente, o general Hamilton é ”imbatível”
!!!
Por último,há que se considerar que a “ameaça” comunista de
1964 pode ser considerada verdadeiro
brinquedinho de criança perto da que hoje está às nossas portas. Em 64
os planos comunistas eram mais de ordem
“interna”, ”artesanais”, ”amadores”, ao passo que hoje o comunismo, na versão do ditador Xi Jinping, do Partido Comunista
Chinês, e da Nova Ordem Mundial, que
caminham “associados”, vindos de “fora”, penetram livremente dentro das fronteiras brasileiras, não só sem
qualquer restrição oficial, mas com muito mais ajuda interna do que do
teve antes na tentativa frustrada de 1964.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo