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quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Lula - viagens internacionais - agenda - Janja - Havana - PT - Alexandre Garcia

VOZES - Gazeta do Povo

Neste ano, o Presidente do Brasil visitou 26 países e ficou 62 dias fora. 
No balanço, essa política externa viajante parece ter gerado mais desgaste que ganhos. 
Em Buenos Aires, em entrevista à Rádio Mitre, Bolsonaro ironizou as viagens internacionais  de Lula, dizendo que quando voltar a ser presidente vai nomeá-lo ministro do Turismo.  
O pior é Lula ter que engolir isso, em razão da opção feita por países onde o autoritarismo abafou a democracia e por objetivos no mínimo polêmicos, que não são aprovados pela maioria do público brasileiro e nem sequer são compreendidos pelo seu próprio público. 
E sem resultados práticos: o investimento estrangeiro em setores produtivos no Brasil caiu 40% até setembro.
Com dois meses de governo, Lula já criava tensão com o mais tradicional parceiro do Brasil, os Estados Unidos, ao autorizar que dois navios de guerra iranianos – uma fragata e um porta-helicópteros – fossem acolhidos no porto do Rio de Janeiro. 
 
Os americanos, reconhecendo a soberania brasileira, recomendaram que não os acolhesse, pois se trata de navios que facilitam o terrorismo e já tiveram sanções da ONU. 
Lula os recebeu às vésperas da visita oficial a Washington. 
O Irã é parte do “eixo do mal”, segundo o governo americano. 
Lula também defende abertamente os regimes de Cuba, Nicarágua e Venezuela.
 
Em maio, em Brasília, tentou limpar a imagem de Maduro na reunião de Presidentes Sul-Americanos
Falou em democracia relativa e até em Maduro defensor dos direitos humanos, irritando profundamente o socialista do Chile, Gabriel Boric. 
Um mês antes, havia sugerido que a Ucrânia cedesse a Crimeia para acabar com a guerra. 
Por meia dúzia de vezes defendeu uma governança global para cuidar da Amazônia, arrepiando os nacionalistas brasileiros. 
E, provocando arrepios também nos que prezam a representação popular, por algumas vezes argumentou que é preciso uma ordem supranacional para cuidar de certos assuntos, principalmente do clima, porque os acordos e tratados têm sido anulados pelos congressos nacionais. 
É a ideia da Nova Ordem Mundial.
 
Depois do ataque terrorista do Hamas, o governo brasileiro mostrou a mesma hesitação que agora demonstra ante as ameaças de Maduro contra a Guiana
Fica fácil perceber que o presidente não consegue esconder suas simpatias. 
E o mundo, principalmente a Europa, percebe que o Brasil tem um presidente que não condena agressores. 
E o acordo Mercosul-União Europeia foi pelo ralo. 
Aliás, o Mercosul, pelo jeito, vai estagnar. 
Lula mandou marqueteiros para impedir a vitória de Milei, coisa que o vencedor não vai esquecer. E não terá amigos do peito no Paraguai, Uruguai e Argentina
A vizinhança toda certamente esperava uma ação decisiva de Lula para impedir as fanfarronices de Maduro, mas o que se vê é uma reação pastosa, sem assumir a responsabilidade de quem tem crédito com o vizinho belicoso.
 
Os áulicos anunciaram aos quatro ventos que Lula poderia mediar o conflito Rússia-Ucrânia e encontrar a paz; 
- que poderia mediar a liberação dos reféns do Hamas, e resolver a questão Israel-Palestina. 
Tudo geograficamente longe dos brasileiros e fácil de esquecer sem cobrar. Restaria a fama de ser o pacificador potencial. 
Agora a questão está aqui, ao lado do Brasil, e Lula em vez de ir pessoalmente a São Vicente tentar alguma coisa, manda Celso Amorim, como observador. 
O Brasil vai ficar olhando, observando a oportunidade passar. Viajando. Nem a conta das viagens compensou e fica no ar a cobrança da mediação brasileira, na expectativa criada pela propaganda. 
Em 2007, o Rei Juan Carlos perguntou a Chavez¿Por qué no te callas? Quando será que Lula vai perguntar a Maduro ¿Por que no paras?

Conteúdo editado por: Bruna Frascolla Bloise

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

 

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Protagonismo, só com realismo - Alon Feuerwerker

Análise Política

A iniciativa de apresentar-se como mediador do conflito em Gaza, desencadeado pelos massacres, chacinas e sequestros promovidos pelo Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, lançou novamente luz sobre um ponto de estrangulamento da política externa brasileira nos governos Luiz Inácio Lula da Silva: a contradição entre o desejo de protagonismo e a capacidade real de projetar poder.

A diplomacia tem, sim, certa autonomia relativa, que em última instância é sustentada pela força econômica e militar do país. 
O Brasil é jogador destacado na economia mundial, principalmente pela exportação de commodities, mas sua capacidade militar está voltada para proteger o território nacional e é limitada, até por não haver ameaças regionais reais à nossa soberania.

Só dois jogadores globais têm cartas e objetivos locais imediatos para estar na mesa militar desse conflito: Estados Unidos e Rússia. E mesmo esta segunda vem jogando com grande cautela, desejosa de manter o governo de Bashar al-Assad e a presença estratégica russa na Síria, que, além do mais, dá a Moscou seu único porto mediterrâneo.

Outra porta de entrada para o pano verde da mesa seria aparecer com uma solução original, capaz de ser aceita por todos os contendores. 
O que no conflito entre o Jordão e o Mediterrâneo é um pouco difícil, pois ali não faltam ideias e propostas. 
Falta uma saída que possa ser aceita por ambos os lados, e para sempre.
A solução de dois estados enfrenta uma dificuldade preliminar: - a ideia de conquistar a soberania em todo o território é hegemônica hoje na política e na sociedade palestinas. Daí a força do Hamas.  
Também por isso, uma solução de dois estados que não traga a renúncia definitiva dos palestinos às terras do estado judeu jamais será aceita pelos israelenses.

Israel só aceitará um estado palestino que seja desmilitarizado e militarmente neutro, além de reprogramado para abandonar a ideia de riscar Israel do mapa. [a exigência referida na prática implica em acabar, destruir, o 'estado palestino' = situação que Israel já busca com sua 'defesa persistente', - suspensa temporariamente por uma trégua, ainda em vigor - de ataques havidos contra Israel há quase dois meses.]  No passado, os governos nacionalistas do Egito e da Síria, com seus exércitos poderosos, alimentavam nos árabes o sonho impossível “from the river to the sea”. Hoje, é o Irã dos aiatolás quem joga lenha na fogueira da ambição.

A conflagração interna em Israel a partir da reforma judicial proposta pelo governo de Benjamin Netanyahu deve ter alimentado no Hamas a esperança de catalisar a implosão, pelas contradições internas, do que chamam pejorativamente de “entidade sionista”, a senha para enfatizar que Israel não deve existir.  Claramente erraram na análise de conjuntura. Entre outros equívocos, por reavivar na memória dos judeus, em Israel e na diáspora, a ameaça existencial.

O Brasil não tem força militar para impor, nem ao menos induzir, uma solução ali. [O Brasil tem, para vergonha dos brasileiros patriotas, apenas o 'Da Silva', um presidente boquirroto e que provoca risos quando em suas viagens internacionais abre a boca para posar de estadista falando bobagens.]
Poderá cumprir um papel se começar a cultivar o ambiente para uma solução realista, que implicaria alguma renúncia de ambas as partes. 
Terá a coragem necessária? 
Fora isso, ficará atolado na retórica e sempre baterá num muro invisível. Pior, ajudará a intoxicar ainda mais a sociedade e a política por aqui. 
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Brasil perdeu soberania na Amazônia para ONGs com cumplicidade do governo - O Estado de S. Paulo

 J. R. Guzzo

Sem autoridade legal, entidades, muitas delas estrangeiras, atuam na região com proteção e verba oficiais

A CPI que investiga a ação das ONGs, internacionais ou brasileiras, que agem principalmente na Amazônia, vai revelar um Brasil que a grande maioria dos brasileiros não conhece – e acharia um escândalo se conhecesse. 
CPIs em geral não levam a mudanças concretas nos males que denunciaram; aliás, as que incomodam a esquerda e são excomungadas como de “direita” quase não aparecem na mídia.  
Mas valem sempre como uma oportunidade, muitas vezes a única, para a população ficar sabendo de muitas coisas que não sabe e que os donos do país, dentro e fora do governo, não querem que ela saiba.  
 
A principal notícia, neste caso, é que o Brasil perdeu a soberania sobre áreas imensas do seu território na região amazônica.  
Elas são governadas hoje por ONGs estrangeiras, as mais agressivas, e por outras de origem nacional – com a proteção, as verbas e a cumplicidade ativa da Polícia Federal, do Ministério Público, dos Incras e Funais da vida, do Exército Brasileiro e, agora, do Ministério do Índio inventado por Lula.
 
'O que ONGs fazem, de verdade, é manter em estado de segregação a população indígena, como animais num zoológico'
O que fazem, de verdade, é manter em estado de segregação a população indígena, como animais num zoológico - Dida Sampaio - Estadão
 
Não há autoridade legal nessas regiões – quem governa de fato são as ONGs, falando muitas vezes em inglês. O governo brasileiro só serve para lhes dar proteção armada, liberdade de ação e dinheiro público. 
Estão lá, segundo a propaganda da esquerda, para “proteger as reservas indígenas” e preservar “a natureza ameaçada” da Amazônia. 
Falam em “genocídio” das tribos. Falam da “mudança do clima”. 
Falam da necessidade de mais reservas para os indígenas.  
O que fazem, de verdade, é manter em estado de segregação a população indígena, como animais num zoológico. 
Não admitem nenhum “contado com o branco” e com a “exploração econômica” da Amazônia; o que conseguem é manter os índios do lado de fora do século XXI. 
De outro lado, para combater a “ocupação ilegal de terras”, o “garimpo ilegal” e as “alterações do bioma”, usam a força armada para reprimir e punir os brasileiros pobres, ou paupérrimos, que tentam sobreviver na selva – inclusive em áreas legalizadas pelo governo, mas invadidas pelas ONGs e o seu aparato policial, e hoje sob o controle de ambos.

As ONGs, para prosperar com as contribuições destinadas à proteção dos indígenas, precisam manter todos eles na mais absoluta miséria, trancados nas suas ocas e privados dos benefícios materiais do progresso – a sua “cultura” tem de ser preservada”, dizem os acionistas das ONGs, e por conta disso não estão autorizados a viver como o brasileiro que tem acesso à pasta de dentes ou ao fogão de gás. 

Seus defensores, somados aos militantes da natureza, do clima e do verde, mais o aparelho do Estado brasileiro que foi colocado a seu serviço, condenaram todos a viver no ano de 1.500.

J. R. Guzzo, colunista -  O Estado de S.  Paulo


sábado, 25 de março de 2023

O dilema dos militares - J. R. Guzzo

Revista Oeste

A violência no Rio Grande do Norte é a mais recente prova de que as Forças Armadas ainda não sabem qual é o seu papel na democracia brasileira 

Edição 157

[Em nossa opinião, o certo  é que se deixar por conta do pt = perda total, as Forças Armadas do Exército serão desmontadas e substituídas por 'milícias bolivarianas'; as FF  AA precisam cumprir a Constituição na íntegra - o que inclui, suas atribuições - agindo quando convocadas ou,  diante de uma inércia que coloque a manutenção da ORDEM em risco, ou a SOBERANA NACIONAL.]

 Treinamento do Exército na selva | Foto: Flickr Exército Brasileiro/Divulgação

Treinamento do Exército na selva | Foto: Flickr Exército Brasileiro/Divulgação

“Nós somos da pátria a guarda.”
Canção do Exército

O Estado do Rio Grande do Norte está dentro do território brasileiro? Caso esteja: trata-se de uma área do Brasil que foi ocupada por alguma potência estrangeira, ou por uma organização terrorista, e sobre a qual o Estado nacional não exerce mais soberania?  
O fato é que o Rio Grande do Norte está vivendo, na vida real, como se fosse um pedaço do Brasil governado por bandos de criminosos com metralhadora na mão, e não pelas autoridades estaduais e federais legalmente constituídas. 
 Não há lei. Não há direitos do cidadão. Não há proteção do poder público para as pessoas poderem exercer em paz as suas atividades
Em alguns dias, os bandidos fizeram cerca de 300 ataques armados contra tudo que lhes passou pela cabeça, em cerca de 60 cidades diferentes do Estado, ou algo assim. Destruíram propriedade pública e privada. Incendiaram uma estação de trem, mataram um policial, agrediram pessoas. Praticaram todo tipo de atos de vandalismo — e de terrorismo puro e simples. 
 
Gravaram vídeos, em que aparecem com máscaras e armas pesadas, falando de suas exigências: segundo dizem, querem “melhores condições” nos presídios estaduais, incluindo televisão nas celas e algum tipo de obrigatoriedade legal para as visitas íntimas
Nunca se chegou, em nenhum Estado brasileiro, a uma situação semelhante de anarquiacom exceção, é claro, dos morros, favelas e “comunidades” do Rio de Janeiro
Ali, há anos, ou décadas, os governos já desistiram oficialmente de exercer qualquer autoridade verdadeira e entregaram o poder aos traficantes de droga — inclusive em cumprimento de ordens das altas esferas da justiça.

Em vídeo, grupo armado faz exigências ao governo 
do Rio Grande do Norte | Foto: Reprodução
Durante sete dias inteiros, pelo menos, o governo federal não fez nada a respeito, nem mesmo um comentário — era como se o problema estivesse acontecendo na Bolívia.  
Quando fez, enfim, foi para um discurso constipado do ministro da Justiça — e, ainda assim, sem uma palavra de reprovação para os crimes e criminosos. Falou como se houvesse “dois lados” a serem ouvidos; ficou a um centímetro de admitir algum tipo de “negociação” com os bandidos ou, pior, de ceder aos seus ultimatos. 
 Anunciou que o governo daria “100 milhões de reais” para a governadora — que, por sinal, é do PT. Deu a entender que acha a história toda muito “exagerada”, que o governo está sofrendo “pressões” e que é contra o envio de força militar para fazer o trabalho de defesa da população que a governadora obviamente não fez, ou não quis fazer
 
Essa governadora está entrando em seu quinto ano seguido no cargo; as condições denunciadas como abjetas dos presídios do Rio Grande do Norte são de responsabilidade direta dela e da administração do PT. Como recompensa por sua incompetência e descaso, recebeu o presente de 100 milhões do ministro — dinheiro do qual provavelmente nunca mais ninguém vai ouvir falar, e muitíssimo menos receber qualquer prestação de contas. 
 O Supremo Tribunal Federal, enfim, que deu a si próprio poderes não previstos em nenhuma lei para servir como polícia nacional de vigilância contra “atos antidemocráticos”, não deu um pio sobre o assunto
 
Tem 600 pessoas presas ilegalmente numa penitenciária de Brasília sob a acusação de terrorismo; 
já teve mais de 1.000, e de vez em quando solta um novo lote de detidos, com a explicação de que não se achou nenhuma prova contra eles. 
(Por que diabo, então, estavam presos? Quer dizer que o STF não sabe o que o sujeito fez de errado — mas enfia o infeliz na cadeia para descobrir, e solta quando chega à conclusão de que não conseguiu descobrir nada?) Mas em relação ao terrorismo explícito do Rio Grande do Norte o STF não achou coisa nenhuma; se achou, não disse.
Capa da Revista Oeste, edição 151 | Foto: Shutterstock
Não é nenhuma surpresa, é claro, nos casos do governo federal e do governo estadual do PT — afinal, eles se mostram sistematicamente a favor do crime, da violência e dos bandidos de todos os tipos
Sua “política de segurança” é “desencarcerar” gente presa, dar mais verbas para ONGs que trabalham em favor dos criminosos e “discutir” a legalização das drogas. “As prisões estão cheias de pessoas inocentes”, diz Lula, que também já justificou o roubo de celulares e deu a entender que não considera que os policiais sejam seres humanos. Na sua opinião, o problema do Brasil não é o crime sem limites e cada vez mais violento; é a situação jurídica dos presidiários. 
O ministro da Justiça fez uma visita amigável a um dos mais notórios focos do crime no Rio de Janeiro, a favela da Maré — antes de ir ao Rio Grande do Norte. 
 
Também é mais do que esperada a neutralidade do STF. Seus ministros tomam decisões sobre todos os assuntos; vigiam até mesmo grupos de WhatsApp, prendem um deputado federal por nove meses e anulam leis legalmente aprovadas pelo Congresso Nacional. [ignoram indultos concedidos legalmente pelo presidente da República.] Mas, em matéria de crime, só têm tomado decisões que os criminosos e os seus advogados aplaudem
Já chegaram a proibir que a polícia do Rio de Janeiro faça voos de helicóptero sobre as favelas, ou se aproxime a 100 metros de uma escola o que levou os traficantes, é óbvio, a concentrarem sua atividade em torno justamente das escolas.
Tudo bem, isso é o Sistema Lula-PT e isso é o STF
Mas e as Forças Armadas? As Forças Armadas, segundo está escrito na Constituição, existem para defender o território do Brasil contra agressões externas e garantir a ordem e a segurança internas, o cumprimento das leis e o exercício dos poderes constitucionais — quando solicitadas a agir por qualquer um deles. 
O Rio Grande do Norte faz parte do território do Brasil. A ordem e a segurança internas estão sendo agredidas por bandos armados; não são inimigos externos, com nacionalidade estrangeira, mas causam danos graves à população e ao Estado. 
A lei está sendo violada ali todos os dias, e o poder constitucional do Executivo não é mais exercido dentro das fronteiras estaduais. 
 
Salvo a promessa dos “100 milhões de reais” apresentada pelo ministro, os governos federal e do Rio Grande do Norte não fizeram até agora nada de efetivo para proteger a população dos crimes de que está sendo vítima, nem assegurar os seus direitos.  
Também não fizeram nada, na prática, para exercer a autoridade legal que lhes cabe. 
Uma das perguntas que o cidadão pode fazer, diante de tudo isso, é se as Forças Armadas deveriam intervir na situação para defender a ordem, a segurança e a lei numa área definida do Brasil — já que, além dos criminosos, ninguém está tendo ação nenhuma por ali.

Uns obedecem à lei, a começar pelos brasileiros comuns; os criminosos e os Três Poderes, não. O resultado é um país governado cada vez mais de forma ilegal

Os militares, tanto quanto dá para entender pela posição pública dos seus comandantes, acham que as Forças Armadas não têm de intervir. 
De acordo com o que está escrito na lei, elas só podem ter algum tipo de ação se um dos Três Poderes pedir para agirem, e até agora ninguém pediu nada o governo Lula, por sinal, é francamente contra qualquer atividade do Exército, Marinha e Aeronáutica na vida civil, a não ser para prestar assistência em desastres naturais, e olhe lá
Se ninguém pediu nada, os militares não podem fazer nada; é o que diz a lei, e a lei tem de ser cumprida, sem “mas”, “porém” ou “por outro lado”. 
O problema, do ponto de vista do interesse direto da população, é que as Forças Armadas observam a legalidade — mas só elas, e isso não adianta nada para o cidadão.  
O Rio Grande do Norte vive em estado de ilegalidade aberta, e o governo permite a ilegalidade. Mais: de legalidade em legalidade, o Brasil veio parar na situação que está aí. 
Uns obedecem à lei, a começar pelos brasileiros comuns; os criminosos e os Três Poderes, não. 
 
O resultado é um país governado cada vez mais de forma ilegal. O Rio Grande do Norte é apenas uma parte do problema. O pior é o que acontece no resto. O crime é protegido no Brasil como em nenhum outro país do mundo — basicamente, pela legislação aprovada no Congresso, ano após ano, por pressão direta de ONGs que defendem criminosos, advogados criminalistas e outros interesses.  
O Poder Executivo se alia com os fora da lei; isso começa pelas declarações públicas do presidente da República
O STF, enfim, mantém o Brasil há anos num regime de exceção — basicamente, com o seu inquérito perpétuo e ilegal sobre “atos antidemocráticos”, que permite aos ministros governarem o país sem prestar conta a ninguém e em violação expressa à legislação em vigor no país. 
Junto com isso, e junto com o Congresso, o Supremo deu a si próprio funções criminais que a Constituição não lhe permite executar e coloca em liberdade, sentença após sentença, todo traficante de drogas ou ladrão do Erário com dinheiro suficiente para pagar escritórios de advocacia que custam na casa dos milhões de reais e conseguem praticamente tudo o que pedem à justiça. 
É ilegal, mas como o STF diz que é legal, e o Congresso concorda com ele, a ilegalidade passa a ser legal; os militares, por sua vez, prestam obediência ao sistema institucional que existe no Brasil de hoje. Não há outro.

As Forças Armadas custaram acima de 115 bilhões de reais em 2022, e vão passar dos 120 bi este ano, uma despesa equivalente ao que o Brasil gasta com a educação pública

As Forças Armadas, desde 1984 e o fim do regime militar, não tiveram nenhuma participação na vida pública do Brasil — a não ser quando foram enviadas ao Rio de Janeiro, por solicitação do governo Michel Temer, para oferecer alguma resistência, qualquer uma, ao crime sem controle. Não resultou, no fim das contas, em nada de realmente útil ou duradouro. Desde o primeiro minuto a ação dos militares foi sabotada pelo STF, pelo Ministério Público e pelo aparelho judiciário em geral, para não falar nos políticos de esquerda e na mídia. 

Os oficiais e soldados não podiam, por decisão da justiça, pedir o RG de nenhum suspeito. Não podiam fazer nada diante de um indivíduo armado com um fuzil automático, a não ser se conseguissem provar, previamente, que ele tinha a intenção de usar a arma para finalidades ilegais
Não podiam dizer uma palavra a ninguém. 
Não podiam responder aos insultos que os bandidos lhes dirigiam, seguros de sua impunidade. 
Adiantaria alguma coisa, agora, irem ao Rio Grande Norte, para repetir a experiência do Rio de Janeiro e a pedido de um governo que manifesta sua hostilidade aberta à ação militar, em todas as oportunidades em que pode fazer isso? 
 
 A questão, a partir daí, é a seguinte: para o que servem, então, as Forças Armadas? 
 Por respeitarem a lei, não podem ajudar em nada a segurança dos brasileiros e garantir a proteção que o Estado tem de assegurar para todos. 
Se não existissem, não fica claro como a população perceberia isso, do ponto de vista de sua segurança — ou se iria sentir que perdeu alguma coisa de concreto. Se agem como uma repartição pública, têm a mesma utilidade de uma repartição pública. Como fica, então? 
 As Forças Armadas, segundo o Portal da Transparência, custaram acima de 115 bilhões de reais em 2022, e vão passar dos 120 bi este ano, uma despesa equivalente ao que o Brasil gasta com uma de suas necessidades mais desesperadas, a educação pública; só em aposentadorias e pensões vão gastar perto de 30 bilhões em 2023
Esse dinheiro sai direto do bolso do pagador de impostos. O que ele recebe em troca? Não há resposta coerente para essa pergunta.
Exército brasileiro | Foto: Cb Estevam/CComSEx
Defender o território do Brasil de uma invasão estrangeira? A lei diz que sim, mas, falando a sério, ninguém quer invadir o território do Brasil; ninguém invadiu desde a Guerra do Paraguai, e isso já foi há mais de 150 anos
Se for para fazer a vigilância das fronteiras não está tendo resultado. 
As fronteiras do Brasil estão hoje entre as mais abertas ao contrabando em todo o mundo — passariam por ali, se os traficantes assim quisessem, baterias completas de mísseis, ou tanques de guerra, ou qualquer coisa que possa ser contrabandeada
Existe, e aí existe mesmo, a questão da Amazônia, mas também nesse ponto a utilidade real das Forças Armadas não está definida. Durante o tempo todo, na Europa e dos Estados Unidos, são feitas ameaças à soberania do Brasil na Floresta Amazônica; o discurso é que a região não pertence exatamente ao Brasil e aos brasileiros, mas é um “patrimônio do mundo inteiro” e, por isso tem de ser “internacionalizada”. 
 
O presidente Lula disse que é a favor da soberania do Brasil na Floresta Amazônica, o que é um dever mínimo de qualquer cidadão deste país. Mas, ao mesmo tempo, vive querendo agradar os países ricos nesse assunto; costuma dizer que é preciso “colaboração” com “os esforços” para cuidar da Amazônia, que a “ação mundial” é muito importante para o “clima” e que é preciso “negociar” a respeito. (A maioria dos militantes extremistas que estão no seu governo acha as mesmas coisas, ou muito pior.) Que raio quer dizer tudo isso? Como assim, “negociar?” Negociar o que, exatamente? 
A Amazônia ocupa quase 50% do território nacional; mesmo que o presidente Macron, o bilionário George Soros e a menina Greta se contentassem com metade disso, ainda assim seria um quarto da área que o Brasil tem hoje; é duro. 
Como alguém pode falar em negociação, de qualquer tipo, sobre 25% do território do país? 
Se Lula aceitar, no meio da hipocrisia e da mentirada de costume, alguma espécie de “internacionalização” da Amazônia, e o Supremo disser que pode, a decisão vai ser considerada perfeitamente legal. Para se manter dentro da legalidade as Forças Armadas terão de obedecer. E aí? O que se pode fazer é rezar para que não aconteça nunca.
Infantaria de Selva | Foto: Flickr Exército Brasileiro/Divulgação
Há, enfim, a questão política e de imagem. Pela primeira vez na sua história, as Forças Armadas brasileiras têm de servir ao governo de um presidente condenado pela justiça por corrupção passiva e por lavagem de dinheiro e até hoje não absolvido de nenhum dos crimes de que foi acusado.  
Têm de bater continência para pelo menos 12, uma dúzia inteira, de ministros com processos na justiça.  
A imagem da Aeronáutica, no noticiário, é de uma empresa de táxi aéreo a serviço de ministros, militantes do PT e daí para baixo.  
A Marinha se faz notar por receber, por ordem do governo, navios do Irã no Porto do Rio de Janeiro — embora a comunidade mundial das democracias considere o Irã um país que promove o terrorismo internacional, e tenha pedido que o Brasil se recusasse a fazer o que fez.
 
O PT, repetidamente, mostra que quer tratar as Forças Armadas como uma empresa particular contratada para prestar serviços de segurança ao governo Lula; vive falando em “reformar” a sua organização, do ensino nas academias militares ao sistema de promoções por mérito. 
No período que se seguiu às eleições de 2022, enfim, o Exército se viu numa situação dificil.
 Poderia ter evacuado a área na frente dos quartéis, onde gente de todos os tipos e convicções protestava contra o resultado que o TSE anunciou para a eleição presidencial — se achasse que as aglomerações eram ilegais. Ou poderia garantir o direito de livre manifestação, se achasse que ninguém ali estava fazendo nada de ilegal; em dois meses de protestos, não houve nenhum incidente ou episódio de violência. No fim, não fez nem uma coisa e nem outra. Apenas permitiu que a polícia de Brasília levasse para a prisão centenas de pessoas que estavam a 8 quilômetros do local onde ocorreram a invasão e os atos de vandalismo contra os edifícios dos Três Poderes.
CPMI 8 janeiro
Manifestantes invadem o Congresso, o STF e o Palácio do Planalto, 
em 8 de janeiro de 2023 | Foto: Wikimedia Commons
Essas pessoas contavam com uma proteção que o Exército, no fim das contas, não se mostrou capaz de lhes dar. É possível que estivessem esperando algo que os militares não poderiam fazer, mas ficaram todos com uma das piores percepções que se pode ter sobre uma força armada — a de que seus oficiais não conseguem agir na hora em que aparece uma dificuldade de primeira grandeza. 
O que os militares poderiam ter feito, então? Não poderiam, com certeza, “intervir” na ordem política, nem impedir pela força a posse de Lula, como queriam muitos dos manifestantes. 
Isso seria crime de golpe de estado, previsto no Código Penal Brasileiro, e se é crime não pode ser cometido, em nenhuma circunstância ou sob nenhuma desculpa — não há nada que se possa discutir a respeito
Mas para as Forças Armadas sobrou o pior de dois mundos. Não ganharam um milímetro de apoio na esquerda, onde continuam sendo odiadas como sempre foram. Perderam, sabe-se lá por quanto tempo, o apoio da direita.  
Os militares, na verdade, estão numa daquelas situações em que é impossível ganhar. 
Têm de cumprir o que diz a lei, obrigatoriamente — mas com a Constituição e a legislação suicidas que vigoram hoje no Brasil, nessa e em tantas outras questões, acabam tendo de sustentar, para permanecer na legalidade, situações que o cidadão comum simplesmente não consegue entender.

Leia também “À espera de um novo triplex”

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste

 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Nicarágua, bispo condenado a 26 anos de prisão - Andrea De Angelis,

Vatican News

 

10/02/2023. Um tribunal nicaraguense condenou o bispo de Matagalpa e administrador apostólico da Diocese de Estelí, dom Rolando José Álvarez Lagos, a 26 anos de prisão, no dia seguinte à sua recusa em embarcar num avião junto com 222 outras pessoas, padres, seminaristas, opositores políticos ou simples críticos do regime.  
Uma sentença lida por um juiz da Corte de apelação definiu dom Álvarez, 56 anos, "um traidor da pátria", condenando-o a permanecer na prisão até 2049.

A sentença antes do julgamento
O bispo de Matagalpa é acusado de "conspiração para minar a integridade nacional e propagação de falsas notícias através das tecnologias da informação e da comunicação em detrimento do Estado e da sociedade nicaraguense". 
O julgamento estava previsto para começar em 15 de fevereiro, mas o veredicto veio primeiro. Além do bispo, dois outros sacerdotes, Manuel García e José Urbina, do clero da Diocese de Granada, ainda estão detidos em prisões nicaraguenses.

Sacerdotes expulsos como "traidores à pátria"
Outros cinco padres, um diácono e dois seminaristas acusados de "conspiração" e condenados a dez anos de prisão já chegaram aos EUA, onde devem receber uma autorização de residência por um período inicial de dois anos. As oito pessoas estão entre aquelas para as quais o Tribunal de Apelação de Manágua ordenou "a expulsão imediata e efetiva por cometer atos que minam a independência, soberania e autodeterminação do povo, por incitar a violência, o terrorismo e a desestabilização econômica". Os expulsos foram declarados "traidores da pátria", tiveram seus "direitos de cidadania suspensos por toda a vida" e foram privados de sua cidadania nicaraguense.

As acusações de Ortega
O presidente Daniel Ortega falou sobre a condenação de dom Álvarez na televisão nacional, chamando a posição do bispo de "absurda" e afirmando que ele está preso por "terrorismo". A polícia havia prendido Álvarez em agosto passado e os tribunais o acusaram sucessivamente de "conspiração" e de divulgar "falsas notícias".

Da prisão domiciliar ao cárcere

Dom Álvarez é o primeiro bispo a ser preso e condenado desde que o presidente Daniel Ortega voltou ao poder na Nicarágua, em 2007. Ele havia sido levado do palácio episcopal em Matagalpa na madrugada de 19 de agosto por policiais, juntamente com padres, seminaristas e leigos, após ter sido detido à força durante 15 dias na Cúria sob a acusação de tentar "organizar grupos violentos" com o "objetivo de desestabilizar o Estado nicaraguense e atacar as autoridades constitucionais". O bispo foi depois transferido para sua residência particular em Manágua sob prisão domiciliar, mas agora foi transferido para uma prisão de segurança máxima.

VATICAN NEWS - Publicado originalmente 

 


domingo, 5 de fevereiro de 2023

Fóssil - Folha de S.Paulo

O presidente Lula executou suas acrobacias habituais destinadas a legitimar as tiranias

"A esquerda brasileira permaneceu estagnada no tempo, ficou presa a um mundo que mudou", diagnosticou o ex-presidente uruguaio "Pepe" Mujica, antigo líder Tupamaro e ícone da esquerda latino-americana. A cúpula da Celac deu-lhe razão. Nela, um Lula fossilizado celebrou a democracia com uma face enquanto celebrava seus ditadores de estimação com a outra.

A palavra democracia pairou sobre o encontro. Os líderes repudiaram o ensaio golpista do 8 de janeiro em Brasília e a declaração final destacou o dever "para com a democracia e os direitos humanos". 
Mas um Lula sempre igual a ele mesmo desperdiçou a oportunidade de levantar a voz por eleições livres na Venezuela, uma abertura política em Cuba e o fim da selvagem repressão do regime de Ortega na Nicarágua.

Pior: o presidente executou suas acrobacias habituais destinadas a legitimar as tiranias. "Os cubanos não querem copiar o modelo do Brasil, eles querem fazer o modelo deles". Emilio Médici utilizou frases similares para atribuir à vontade [e necessidade]  dos brasileiros o "modelo" da ditadura militar. Que tal declarar que "os sauditas querem fazer o modelo deles"? Ou "os iranianos"?

Lula empregou as senhas rituais cunhadas por Díaz-Canel e Maduro. Falou em "bloqueio" a Cuba no lugar de "sanções", macaqueando o manjado álibi castrista. Falou numa inexistente "ameaça de ocupação" da Venezuela, imitando os discursos do falido regime chavista. Finalmente, quando produziu a frase que devia terminar com "democracia", perpetrou o truque preferido pelas ditaduras, invocando a "soberania".

Foi assim: "o que eu quero para o Brasil, quero para a Venezuela: respeito à minha soberania". No passado, soberania foi atributo dos monarcas; hoje, é atributo das nações. Inexiste verdadeira soberania nacional num país onde surrupiam do povo o direito de escolher seus governantes.

Durante seus mandatos anteriores, Lula contribuiu para a preservação das ditaduras de esquerda na América Latina, operando como escudo diplomático dos regimes de força. Criticar ditaduras que ofendem os direitos humanos não é "ingerência", mas dever —como, aliás, está escrito na Constituição brasileira.

O apartheid sul-africano começou a morrer quando, tardiamente, os EUA e as democracias europeias isolaram o regime de minoria branca. Um dos fatores históricos que deflagrou a abertura no Brasil foi a mudança de rota determinada pelo americano Jimmy Carter, que se engajou na condenação dos abusos promovidos pelo regime militar. Há pouco, a palavra nítida do governo de Joe Biden ajudou a secar a agitação bolsonarista nos quartéis. Melífluo, Lula mencionou um indefinido "problema da Venezuela" e insistiu em "diálogo" —mas recusou-se a apontar sua finalidade.

O tempo passou na janela e só Carolina não viu. A declaração da Celac enfatizou o "respeito às instituições". No 9 de janeiro, repudiando os ataques golpistas, Jaques Wagner, líder do governo no Senado, explicou que o STF é o intérprete insubstituível da Constituição. Lula, porém, exime a si mesmo da exigência de respeitar as instituições, algo que parece valer apenas para os adversários: no site oficial do governo, o impeachment de 2016, um processo presidido pelo STF, foi classificado como "golpe de Estado".

A mesma qualificação surgiu, na voz do próprio Lula, em Buenos Aires e Montevidéu. "Vocês sabem que, depois de um momento auspicioso, houve um golpe de Estado que derrubou a companheira Dilma Rousseff", disse o presidente, ao lado do argentino Alberto Fernández. Simetria específica: Bolsonaro acusa o STF de patrocinar um golpe ao anular as condenações de Lula; Lula acusa o STF de patrocinar um golpe ao avalizar o impeachment. [em nossa opinião, um rápido exame e se constata que a razão assiste à Bolsonaro.]

Democracia? Instituições? Perdido nos labirintos do passado, o líder da esquerda brasileira não enxerga nessas palavras mais que artifícios retóricos oportunos.

Demétrio Magnoli - Folha de S.Paulo

 


quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Que Congresso é esse? - Percival Puggina

O ápice do desrespeito é a perda do respeito por si mesmo e, com sitiadas exceções individuais, membros das duas Casas acomodaram-se em poltronas nesse patamar. Que raios de Congresso foi esse que elegemos em 2018?        

Eleitos para representar a sociedade, como expressão de sua soberania, dedicam-se, em ampla maioria, a fazer negócios, cuidar de reeleições, usar recursos públicos para objetivos políticos pessoais e perenizar currais eleitorais. Não veem povo, sem alternativas, à porta dos quartéis pedindo aos militares que façam o que eles, detentores de mandato, não fazem? Veem, sim, mas não são freio nem contrapeso, não são coisa alguma e para nada servem, seja nas calmarias, seja nas tormentas.

Afundam com o navio ao som de um coral de puxa-sacos “lá nas bases”.

Que fracasso! Durante quatro anos, a nação, aos milhões, lhes falou desde os megafones e microfones, em extraordinárias jornadas cívicas. De nada valeram as advertências proclamadas pela voz das ruas! De nada. Nem mesmo para que protegessem as próprias prerrogativas! Ministros do STF usurpam-lhes o poder, escrituram em nome de 11 pessoas as vias digitais e nelas silenciam-lhes as vozes.

Não perceberam ainda? Privados os parlamentares das redes sociais, o plenário vira gaiola e a tribuna poleiro de onde deputados e senadores falam, uns aos outros, em circuito fechado. Como toleram isso?

Cada medida autocrática contra um congressista é um insulto ao parlamento. De tão frequente e tolerada, a situação faz lembrar o que escreveu Eça de Queiroz”, referindo-se às Cortes portuguesas em uma de suas Farpas: “É uma escola de humildade este parlamento! Nunca, em parte nenhuma, como ali, o insulto foi recebido com tão curvada paciência”.

Essa curvada paciência, porém, esgotou a tolerância do povo que não aceita a patrulha do pensamento nem a gradual, mas constante e crescente, perda de suas liberdades. Quem não entendeu isso não entendeu coisa alguma.

Que o próximo parlamento, com honra e dignidade, retome o verdadeiro sentido da representação popular, para volta da democracia e da liberdade.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Em evento com Bolsonaro, comandante do Exército reclama de 'verdades transfiguradas' para manchar honra da instituição - O Globo

Marco Antônio Freire Gomes afirmou que soldados não devem se abalar com 'notícias infundadas e tendenciosas ou narrativas manipuladas' chama de 'verdades transfiguradas' para manchar honra da instituição

Em evento com Bolsonaro, comandante do Exército reclama de 'verdades transfiguradas' para manchar honra da instituição
O presidente Jair Bolsonaro, entre o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e o comandante do Exército, Marco Freiro Gomes Cristiano Mariz/Agência O Globo

O comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, criticou nesta quinta-feira "verdades transfiguradas", "notícias infundadas e tendenciosas" e "narrativas manipuladas" que, segundo ele, seriam feitas contra a instituição. A declaração ocorreu durante cerimônia para marcar o Dia do Soldado, que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro.Soldado brasileiro! Se, em algum momento, verdades transfiguradas, notícias infundadas e tendenciosas ou narrativas manipuladas tentarem manchar nossa honra, na vã esperança de desacreditar a grandeza de nossa nobre missão, lembrem-se de que a calúnia jamais maculou a glória de Caxias — disse Freire Gomes.

Bolsonaro não discursou na cerimônia, realizada no Quartel-General do Exército. Ele estava acompanhado do general Walter Braga Netto, candidato a vice em sua chapa à reeleição, que não ocupa nenhum cargo público.  O discurso de Freire Gomes focou principalmente no Duque de Caxias (1803–1880), patrono do Exército brasileiro, além de momentos históricos que tiveram a participação da Força, como a proclamação da República, a Segunda Guerra Mundial e missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU).

O comandante ainda disse que o Exército é necessário para garantir a liberdade e a soberania do país: — Lembremos que não há Liberdade sem Soberania, a qual para ser mantida, necessita de um Exército forte, capaz e respeitado.

Política - O Globo 

 


DIA DO SOLDADO MENSAGEM DO COMANDANTE DO EXÉRCITO

Mensagem do comandante do Exército para o Dia do Soldado 2022

Texto assinado general Marco Antônio Freire Gomes relembra e comemora os feitos do "Exército de Caxias".


DIA DO SOLDADO – 25 DE AGOSTO

Caxias, o “Patrono do Exército”, Vive!

Na data em que reverenciamos o “Duque Imortal”, saudamos os Soldados da Força Terrestre de todas as épocas, por sua dedicação, seu profissionalismo e seu patriotismo. O juramento de “defesa da Pátria com o sacrifício da própria vida” é o maior compromisso que um cidadão pode assumir. Sinto-me honrado e gratificado em compartilhar com vocês os mesmos ideais e tradições que perpetuam, ao longo dos séculos, a nobreza do Exército de Caxias.

Caxias Vive! Vive mercê de seu irretocável histórico de vida castrense e civil demonstrado nas suas ações, no caráter íntegro, no desejo de servir, na coragem física e moral e na liderança nata do mais insigne dos Soldados Brasileiros.

Caxias Vive! Vive na simplicidade, na humanidade e no altruísmo, evidenciados nas invictas campanhas e profícuas negociações que o credenciaram ao título de “Pacificador do Brasil”. Sua firme atuação e constante presença em momentos decisivos, certamente foram esteio e amálgama na consolidação do espírito nacional, descortinando um futuro grandioso para a Nação Brasileira.

Caxias Vive! Vive no espírito de Guararapes quando, irmanados pelo inédito ideal de Pátria, numa conjunção de raças, homens e mulheres, liderados por nossos patriarcas Barreto de Menezes, Fernandes Vieira, Vidal de Negreiros, Felipe Camarão, Henrique Dias e Antonio Dias Cardoso, souberam impor nossa Soberania aos invasores estrangeiros, que, desde então, jamais foi ou será aviltada. Nessa ocasião, brotavam, nos corações de nossos primeiros soldados, o patriotismo, o espírito de corpo e o comprometimento, valores esses tão caros a nosso patrono. Ali já havia Caxias!

  Caxias Vive! Vive na Independência do Brasil, quando o jovem tenente Luiz Alves de Lima e Silva, servindo no Batalhão do Imperador, travaria seu primeiro combate, dando mostras de seu destemor. O futuro Duque já demonstrava assim sua pujante liderança e espírito combativo e, da mesma forma que Maria Quitéria, primeira mulher a assentar praça em uma unidade militar em terras brasileiras, participou ativamente nos eventos que consolidaram nossa emancipação.

Caxias Vive! Vive nas vitórias pacificadoras contra as revoltas regenciais e liberais que ameaçaram a integridade e a paz no Brasil Imperial, e no heroísmo dos que o acompanharam e lutaram na Guerra da Tríplice Aliança: Sampaio, Osorio, Mallet, Villagran Cabrita, Bitencourt, Severiano da Fonseca e Antônio João, os quais escreveram páginas de glórias e sacrifícios em nossa história militar. Dona Rosa da Fonseca, patrono da Família Militar, perdeu três de seus filhos nessa árdua campanha. Na bravura, no desprendimento e na altivez desses heróis ecoou a liderança inconteste de Caxias, o Grande Comandante.

Caxias Vive! Vive na Proclamação da República, por meio dos feitos e da carreira exemplar de outro ilustre herói, o Marechal Deodoro da Fonseca, que foi ferido três vezes nos combates de Itororó, alcançou o último posto da carreira e foi o proclamador da República. Deodoro certamente teve em Caxias os exemplos de coragem, fé na missão e integridade que o alçaram ao nobre cargo de 1º Presidente da República.

Caxias Vive! Vive na figura excelsa e humana do Marechal Rondon que, desbravando o oeste brasileiro no início do século passado, assegurou a proteção aos nossos irmãos indígenas e contribuiu, assim como Caxias, para a integração nacional.

Caxias Vive! Vive nos mais de 25 mil combatentes da Força Expedicionária Brasileira que deixaram a segurança e o conforto de seus lares; cruzaram as águas do desafiador Atlântico e, destemidos, lutaram bravamente libertando dezenas de cidades do Velho Continente, sempre em defesa da Democracia. É a chama do valor combativo de Caxias inflamando e iluminando os passos de heróis como os Marechais Mascarenhas de Moraes e Castelo Branco, líderes que, ombreados a Frei Orlando, à Major Elza Cansanção, ao Tenente Apollo Rezk, ao Aspirante Mega e ao Sargento Max Wolff, demonstraram ao mundo a fibra e o valor de nossos inesquecíveis Pracinhas. “A cobra fumou!”

Caxias Vive! Vive no exemplo de atuação de nossos “capacetes azuis” nas missões da ONU, promovendo a paz e contribuindo para amenizar o sofrimento de povos irmãos! Desde 1947 nos Balcãs, mais de 45 mil militares do Exército representaram nossa Nação em diversas operações, com destaque para a participação na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti. Ali, como em todas as ocasiões, qualidades como o respeito à vida, a humildade, o zelo para com a dignidade humana e a magnanimidade, tão presentes em Caxias, afloraram espontaneamente, ressaltando a invejável nobreza de espírito e o profissionalismo de nossos Soldados.

Caxias Vive! Vive nas Operações de Garantia da Lei e da Ordem, de Segurança da Faixa de Fronteira, de Garantia da Votação e Apuração, de Distribuição de Água e Perfuração de Poços, de Construção de Estradas, Pontes e Ferrovias, de Preservação do Meio Ambiente, de Combate a Pandemias e de Apoio Emergencial em Desastres Naturais. É a dedicação diuturna na proteção do solo pátrio, aliada à solidariedade, à probidade e à consciência de servir à Nação e a seu povo. Virtudes que ressurgem como motivação, inspirada nos feitos de nosso glorioso Patrono. É a “Mão Amiga” de Caxias sempre estendida a seus compatriotas.

Caxias Vive! Vive na eficiência operacional, na dedicação à profissão das Armas, na abnegação, no comprometimento, na seriedade, na responsabilidade e na integridade do soldado brasileiro, que, presente em todos os rincões desse sagrado solo, diuturnamente guarnece as fronteiras preservando nosso patrimônio, cônscios da imensa responsabilidade de preservar o legado do “Duque de Ferro” e de todos os heróis da Pátria. É o “Braço Forte” de Caxias fazendo-se presente!

Soldado Brasileiro! Se, em algum momento, verdades transfiguradas, notícias infundadas e tendenciosas ou narrativas manipuladas tentarem manchar nossa honra, na vã esperança de desacreditar a grandeza de nossa nobre missão, lembrem-se de que a calúnia jamais maculou a glória de Caxias. O bravo Guerreiro demonstrou que seu coração de Pacificador era ainda maior que a formidável têmpera de sua espada invencível.

Discípulos de Caxias! Mantenham a fé na missão de nossa Força! Continuem espelhando-se em nosso Patrono, o Marechal e glorioso Duque, sempre firmes e coesos, sob o sagrado manto da Hierarquia e da Disciplina, para que o Exército Brasileiro, perpétuo defensor dos interesses nacionais, permaneça servindo à Nação e seja reconhecido por seu patriotismo vibrante, pela busca da modernidade e pelo eficiente e permanente estado de prontidão na garantia de nossa Soberania! Que a Legalidade, a Legitimidade e a Estabilidade continuem como valores centrais, sempre em respeito ao Povo e a nossa amada Nação.

Lembremos que não há Liberdade sem Soberania, a qual para ser mantida, necessita de um Exército forte, capaz e respeitado.

Caxias Vive, hoje e sempre, na ALMA INQUEBRANTÁVEL do SOLDADO BRASILEIRO!
Sejam muito felizes!

BRASIL!
ACIMA DE TUDO!

Brasília – DF, 25 de agosto de 2022.

General de Exército MARCO ANTÔNIO FREIRE GOMES
Comandante do Exército


sexta-feira, 22 de julho de 2022

Biden quer Lula, por isso se arrisca a falar sobre nosso sistema eleitoral - Gazeta do Povo

Vozes - J.R. Guzzo

O governo dos Estados Unidos acaba de declarar, neste momento em que o presidente Jair Bolsonaro tanto fala das suas dúvidas sobre a segurança do sistema eletrônico a ser utilizado na eleição presidencial, que chegou à conclusão exatamente contrária. 
O sistema, avisou a Casa Branca, não tem falhas, como juram os ministros do STF que vão cuidar da votação e da apuração dos votos; - os americanos garantem que as eleições brasileiras serão um modelo de limpeza para o mundo. 
 

                             Foto: EFE/EPA/MICHAEL REYNOLDS

O presidente Joe Biden deve saber o que está falando. Ele tem a seu serviço a CIA, o FBI, a NASA e sabe Deus o que mais; seus sistemas de informação são os mais avançados que existem sobre a face da Terra. Mas só pode dizer o que disse porque é Bolsonaro quem está na presidência do Brasil. Se as queixas em relação ao sistema eleitoral viessem de algum outro candidato – Lula, por exemplo – o mundo político brasileiro estaria vindo abaixo neste momento.  “Intervenção inaceitável em questões internas do Brasil”, estaria protestando o PT, a esquerda e mais tudo o que existe em nosso Brasil “progressista” e nos seus subúrbios. 
“Agressão à soberania brasileira”, “tentativa clara de intervir no resultado da eleição”, etc. etc. etc. – é melhor nem imaginar o tamanho da indignação e da ira santa que iriam desabar sobre todos se os americanos, por um minuto que fosse, dissessem uma sílaba de contestação a algum dos mandamentos de Lula. 
Mas, para sorte da paz, concórdia e amizade entre os povos, os Estados Unidos de hoje têm um governo de “esquerda”, que combate o “fascismo”, luta pela “igualdade” e defende a causa operária.  
Biden gosta de Lula, do PT e do STF. 
Pode, então, dizer o que bem entende sobre o Brasil, as eleições e o que mais vier – qual seria o problema?

    É melhor nem imaginar o tamanho da indignação e da ira santa que iriam desabar sobre todos se os americanos, por um minuto que fosse, dissessem uma sílaba de contestação a algum dos mandamentos de Lula

É curioso, hoje em dia, que os amigos reais dos Estados Unidos sejam tratados como inimigos pelo governo americano – e os inimigos como amigos. 
Há no mundo de hoje poucos presidentes tão a favor dos Estados Unidos como Bolsonaro - a favor da liberdade econômica, dos valores da democracia americana, do estilo de vida da América e de tudo o mais que tem a ver com o conservadorismo, o capitalismo e a ideia de “ocidente”
Mas ele, por ser amigo dos Estados Unidos, é um inimigo para a Casa Branca. Para ser amigo do governo americano, hoje, é preciso fazer o contrário: ser um inimigo dos Estados Unidos. 
Lula é inimigo há 40 anos - e continuará a ser, por tudo o que promete em sua campanha eleitoral. 
Ele diz que a miséria de Cuba é culpa dos Estados Unidos. 
Diz que a miséria da Venezuela é culpa dos Estados Unidos. 
Diz que a guerra da Ucrânia é culpa dos Estados Unidos. 
Pense num problema qualquer do mundo, da fome na África ao aquecimento da calota polar – para Lula, a culpa é dos Estados Unidos. É isso tudo, pelo jeito, que faz dele o mais querido do presidente Biden.

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 19 de julho de 2022

A Pátria em semanas decisivas - Percival Puggina

Todo dia estou aprendendo. Os espaços de informação que mais frequento ficam fora do circuito onde opera o consórcio dos grandes meios de comunicação.

Para exemplificar, nesse espaço modesto, cívico e abnegado, encantou-me a sabedoria de uma frase do eng. Roberto Motta: “Uma sociedade que não consegue condenar moralmente seus criminosos jamais conseguirá condená-los judicialmente”. Ao contrário do que afirmam os bandidólatras, a turma do desaprisionamento e os ideólogos do pandemônio, nosso problema não é de presos em excesso. O que temos é verdadeira multidão de bandidos soltos a infernizar nossa vida de mil e uma formas.

Em novo exemplo de sabedoria numas poucas linhas, um leitor comentou-me ontem: “Os apoiadores de Bolsonaro não se apropriaram da bandeira do Brasil, apenas veem nele um exemplo do amor à Pátria”. Com efeito, esse sempre foi um sentimento estranho para alguns. Refiro-me, especialmente, a quem se alegra quando nosso jornalismo compromete a reputação do país e quando personagens de nossa cena política e do ambiente jurídico viajam ao exterior para fazer exatamente a mesma coisa.

Aproveitemos as semanas vindouras para refletir sobre o que os maus brasileiros estão fazendo com nossa gente. Eles não podem continuar transformando o Brasil numa casa de tolerância, desavergonhada como nunca se viu igual.  
Uma casa de tolerância que aplaude o gangsterismo político, que neutraliza a democracia, que levou ao requinte a impunidade nos altos andares da República e que confere poder ao banditismo deslavado. Uma casa de tolerância onde dinheiro e votos são contados como se fossem a mesma coisa.

Já não lhes basta a própria corrupção. Dedicam-se, há bom tempo, à tarefa de corromper, aos milhões, nossa juventude, porque são milhões e milhões que não se revoltam, mas apoiam, aplaudem e se declaram devotos.Não é apenas no plano da política que a nação vai sendo abusada e corrompida. Dividiram a sociedade entre devedores e credores. As aspirações individuais e as perspectivas de vida são as novas vítimas desse caos. Adoeceram a consciência nacional. À medida que Deus vai sendo expulso, à base de interditos judiciais e galhofas sociais, instala-se, no Brasil, a soberania do outro.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

quinta-feira, 7 de julho de 2022

O RECALQUE/INVEJA DA CHINA COMUNISTA COM A TAIWAN CAPITALISTA E O CONLUIO DA ONU - Sérgio Alves de Oliveira

Para começo de conversa,é bom recordar que a República Popular da China, ou China Comunista, ou "Continental", tem território de 9.597.000 Km/2, maior que o do Brasil,enquanto Taiwan, ou Ilha Formosa, oficialmente República da China, possui somente 36.197 Km/2, quase 300 vezes menor. Mas o Produto Interno  Bruto-PIB, "per-capita"- portanto o PIB dividido pela população - de uma e de outra,tem uma diferença colossal. Da China Comunista é de 10,500,00 USD, de Taiwan 36,011.00.
 
Para simples efeitos de comparação, o território de Taiwan é quase cinco vezes MENOR que o maior município brasileiro, Altamira/PA, que possui "impressionantes" 161.445 Km/2.
Na verdade esse brutal assédio da China sobre Taiwan, ameaçando invadí-la a todo momento, como recentemente a Rússia fez com a Ucrânia, reclamando uma "soberania" inexistente  sobre a famosa ilha, integrante do grupo dos "Tigres Asiáticos",merece algumas  considerações e reflexões.
Taiwan é considerada DESENVOLVIDA em termos de liberdade de imprensa,saúde,educação pública,liberdade econômica,democracia,e outros indicadores socioeconômicos.
 
Fundada em 1912, a República da China ( hoje resumida a Taiwan) era formada com inclusão da maior parte da atual China Continental,e integrava  a ONU, desde a sua fundação,em 1945, compondo o seu Conselho Permanente de Segurança.
 
Mas a "Revolução Chinesa", de 1949,liderada por Mao Tsé-tung,que caracterizou a ascensão dos comunistas,transformou-se em "Revolução Comunista Chinesa", também chamada de "Guerra da Libertação".
Optando pelo lado "vencedor", e nunca pelos princípios do direito internacional, que deveria seguir, a ONU deu uma "rasteira" na sua fundadora, e integrante do Conselho Permanente de Segurança, República da China, expulsando-a da organização, e adotando a "nova" China,a República Popular da China,de "Mao Tsé-tung, em 1971,em seu lugar.
 
A ONU ignorou totalmente que não houve "substituição" de uma China por outra, porém uma SECESSÃO, mais conhecida por SEPARATISMO, onde os comunistas chineses "destacaram","separaram"  o território continental da sua "matriz",fundando um novo país, desprezando a "remanescente" China, Ilha de Taiwan, ou "Formosa, acrescida de outras pequenas Ilhas ao redor. "Bifurcou-se" a antiga China. A ONU deveria voltar para a escola e  aprender um pouco mais de direito internacional para nortear as suas ações  de "compadrio" e de política de sempre ficar ao lado dos mais poderosos.
 
Pior de tudo é que a ONU se associou aos que tentaram "matar" a antiga China, tanto que nem reconhece Taiwan,a "antiga",a "original" China,a China "remanescente, da "outra",da China "comunista", como  estado soberano,independente,e autodeterminado que é. Mas o que chama atenção mesmo nesse "assédio" da China Comunista,sobre a soberania de Taiwan,na verdade, é o impressionante desenvolvimento de Taiwan, comparado com o da (nova)China.
 
Repete-se nessa situação "internacional" a principal característica comunista, ou seja, mesmo sem a capacidade de promover a própria PROSPERIDADE, "avançar","roubar" a prosperidade dos outros, de cuja construção não teve a menor participação. 
Qual a participação da China Comunista na construirão da riqueza, inclusive do alto PIB "per-capita",de Taiwan,da República da China?
 
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo