Juíza da vara de execuções penais quer saber real estado de saúde do ex-prefeito de São Paulo, que deve ser transferido para penitenciária em Brasília
A vara de execuções penais, da Justiça do Distrito Federal,
decidiu que o Instituto Médico Legal (IML) deve
fazer uma perícia médica oficial para saber qual é o real estado de saúde do
deputado federal Paulo Maluf
(PP-SP), preso na carceragem da Polícia Federal em São Paulo, com uma decisão
judicial de transferência para Brasília.
Após a
decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal
(STF), que determinou que o ex-prefeito de São Paulo comece a cumprir a pena de
sete anos e nove meses de prisão a que foi condenado pela Corte, a defesa de
Maluf recorreu para que seja concedida prisão domiciliar humanitária sob a
alegação de que o político tem 86 anos e enfrenta problemas de saúde.
A decisão
da juíza Leila Cury, titular da vara de execuções, prevê que os exames em Maluf
deverão ser feitos pelo IML da Polícia Civil assim que o ex-prefeito for
transferido de São Paulo para Brasília. A VEJA, a Polícia
Federal em São Paulo afirmou não ter sido notificada ainda sobre
a transferência e que, portanto, não há previsão sobre a mudança.
As acusações
Segundo a
denúncia do Ministério Público, Maluf recebeu propina de contratos públicos com
as empreiteiras Mendes Júnior e OAS,
no período em que foi prefeito de São Paulo (1993-1996). Os recursos
teriam sido desviados da construção da avenida Água Espraiada, hoje chamada
avenida Roberto Marinho. O custo total da obra foi de cerca de 800 milhões de
reais.
As
investigações se arrastaram por mais de dez anos, desde a instauração do
primeiro inquérito contra o ex-prefeito, ainda na primeira instância da
Justiça. Os procuradores estimaram em 170 milhões de dólares a movimentação
total de recursos ilícitos. O Supremo assumiu o caso após a eleição de Maluf
como deputado federal.
Agência Brasil