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quinta-feira, 16 de abril de 2020

O terrível silêncio da matéria - Percival Puggina



Vivemos numa época em que a negação de verdades é vista como um serviço à liberdade e evidência de sensatez. Pelo viés oposto, afirmá-las é dar sinais de prepotência intelectual. “Tudo é relativo!”, proclama-se, enquanto se anuncia que a experiência individual (individualismo) ou comunitária (coletivismo) são as únicas fontes de conhecimento. Não é preciso muito esforço para reconhecer o quanto as afirmações de tais fontes são variáveis e não verificáveis. Na prática, o que se produz por essa via é a grosseira valorização do palpite: “Aqui vocês (ou você) decidem legitimamente sobre tudo!”

Quem diz que tudo é relativo afirma o relativismo como uma verdade. Certo? No entanto, se tudo for relativo, também essa “verdade” será relativa e a própria frase destrói o que pretende ensinar, a menos que admitamos o relativismo como a única verdade não relativa.Existe a verdade e existe o bem! E quem nega isso, ao contrário do que imagina, não presta serviço à liberdade. Quantos pais, ocupados com bem educar seus filhos ouvem deles: “Puxa, só aqui em casa as coisas são assim!”. Tal frase é, talvez, a primeira evidência que colherão de o quanto foi a sociedade invadida por conceitos destrutivos de seus próprios alicerces. 

O historiador Paul Johnson, admirável autor de “Tempos Modernos, o mundo dos anos 20 aos 80”, discorrendo sobre a repercussão social do trabalho científico de Einstein, escreveu:
“O mundo está desconjuntado, como tristemente observara Hamlet”. Era como se o globo giratório tivesse sido tirado de seu eixo e lançado à deriva num universo que não mais comportava normas e medidas preestabelecidas. No princípio dos anos 20 surgiu a crença de que não mais havia quaisquer absolutos: de tempo e espaço, de bem e de mal, de conhecimento, sobretudo de valores. Erroneamente, a relatividade se confundiu com o relativismo, sem que nada pudesse evitá-lo.


Mais adiante, referindo-se ainda a Einstein, o autor registra o desalento do cientista ao perceber as consequências da teoria da relatividade na vida real das pessoas.
“[Einstein] viveu para presenciar a transformação do relativismo moral – para ele uma doença – em pandemia social, assim como para ver sua equação fatal dar à luz o conflito nuclear. Houve vezes, no final de sua vida, em que afirmou desejar ter sido apenas um relojoeiro.”

Ora, tanto a física de Newton, quanto a de Einstein e a de Max Plank eram válidas para os respectivos parâmetros, mas sair delas para armar barraca nos porões da dúvida sobre bem e mal, certo e errado, verdade e mentira é maltratar a ciência e torturar os cientistas. O mundo desconjuntado de Hamlet volta as costas a Deus, enquanto se preocupa com a natureza, com os animais e as plantas, e descuida absolutamente do ser humano e da sociedade, da cultura e da civilização.
 Que sentido pode haver em orientar-se pelo terrível silêncio da matéria, relativizando tudo que de fato importa ao homem?


Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.



sexta-feira, 2 de outubro de 2015

EUA: críticos do porte de armas voltam a questionar leis



Massacre no Oregon une partidários democratas e juristas pelo desarmamento
Com mais um ataque fatal no país, críticos do armamento nos EUA voltaram a se pronunciar a favor de novas leis para restringir o porte de armas. O foco deles foi no fato de que o fácil acesso a objetos letais estimula tragédias como a do Oregon, que deixou ao menos 13 mortos.

De acordo com o "Washington Post", houve ao menos 264 homicídios em massa no ano (com apenas 274 dias). Em 2015, os EUA não passaram de oito dias sem um incidente do tipo. Somente em faculdades e escolas americanas, houve mais de 140 ataques do  tipo em três anos.
— É mais uma comunidade levada pelo luto e pelo medo. São tantos sonhos despedaçados. Como disse meses atrás, cada vez que vemos um ataque desses, orações não são suficientes. Não suportam a raiva, o medo e o luto que sentimos. Não sabemos o que ele queria fazer, mas não é possível que doenças mentais provoquem tanta dor. No mesmo dia em que falei que éramos a única nação avançada com leis tão fracas sobre armas, houve um massacre na Louisiana — criticou o presidente Barack Obama. [Obama age como qualquer político; tenta tirar vantagem de ocorrências fortuitas, maximizando-as e fazendo palanque.
A população dos Estados Unidos é  superior  a do Brasil e Obama considera o ‘fim do mundo’ a morte de 264 pessoas em ataques do tipo em questão.
Nos Estados Unidos  é livre a compra, posse e porte de armas – alguns estados oferecem restrições mínimas e facilmente superadas -  e consideram um absurdo que 264 pessoas sejam vítimas de armas de fogo em um período de 274 dias.
Já no Brasil é proibido comprar, portar, possuir armas de fogos e 264 pessoas são mortas por armas de fogo a cada dois ou três dias.
São dados oficiais e que mostram que o livre porte e posse de armas contribui e muito para a redução de vítimas fatais.]

O presidente ainda citou outros ataques, como em Newtown, Aurora e Charleston, para criticar a postura de rivais políticos diante destas tragédias. Ele afirmou que a população se acostumou a ficar "entorpecida" diante de tantos ataques.  — Já posso ver os comunicados de imprensa de alguns dizendo que precisamos de mais armas. Já há armas para cada pessoa no país. Dizem que, se houver a restrição, os crimes aumentarão. Outros países que foram alvo de massacres mudaram as leis para evitar estes episódios. Mais gente morre por armas que vítimas de ataques terroristas. Não faz sentido ser alvo desta inação. Os americanos precisam de funcionários no país que evitem mais mortes de inocentes. Cada vez que isto acontecer, vou vir aqui e falar que podemos fazer algo para isto mudar. Mas não posso fazer sozinho. Preciso ter apoio de legisladores. Espero que não tenha que vir e falar isto de novo enquanto presidente. Mas, terrivelmente, não tem sido assim na minha experiência.
Na coletiva de imprensa diária, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, voltou a tocar na questão dos ataques em massa no país e o controle de armas.  — A questão do controle de armas segue prioridade do governo. Ainda precisamos do forte apoio bipartidário para passar no Congresso leis que implementem soluções como esta, que deveria ser do senso comum — criticou.
Outros representantes democratas, como a ex-congressista Gabrielle Giffords, que sobreviveu após ser baleada na cabeça, reforçaram o pedido pelo desarmamento. Ela classificou o episódio como “hediondo”.  O ex-secretário de Justiça do país Eric Holder criticou a não resolução dos recorrentes ataques.  — A nossa resposta à violência com armas será não fazer nada? De novo? Vamos, nós podemos resolver problemas.
POLÍTICOS DIVERGEM
Enquanto a ex-secretária de Estado Hillary Clinton disse que fará "de tudo para garantir reformas em relação a armas" e o senador Bernie Sanders exigiu mudanças na lei de armas e no estímulo à saúde mental, o tom duro de Holder também foi adotado pelo pré-candidato democrata Martin O'Malley, ex-governador de Maryland.
"Escrever no Twitter não impedirá assassinatos em massa, assim como orações. Apenas reformas verdadeiras sobre a questão do desarmamento vão fazer com que estes ataques parem de acontecer praticamente todo dia", escreveu.
Já o pré-candidato republicano Ben Carson, que vem se destacando nas pesquisas no último mês, se afastou da discussão:  — Obviamente haverá aqueles que pedirão controle de armas toda vez que houver um destes incidentes. É claro que esta não é a questão, mas sim a mentalidade das pessoas. Precisamos analisar a mente destes indivíduos e verificar sinais de alerta desde cedo para evitar. Acho que será muito perigoso se tivermos que saber onde estão todas as armas e seus donos, e criaremos uma situação muito alarmante. 
Fonte: O Globo