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terça-feira, 23 de junho de 2020

O “crime” de Sérgio Moro: ter a dignidade que outros não tiveram - Sérgio Alves de Oliveira

Sem dúvida o juiz brasileiro que mais se dedicou ao combate à corrupção em todos os tempos foi Sérgio Moro, então juiz titular da 10ª Vara Federal de Curitiba, concentrando, por prevenção de juízo,a maioria dos processos criminais provenientes da chamada Operação Lava Jato, desencadeada pela Polícia e Ministério Público federais. Com seu incansável trabalho contra a corrupção, levado a efeito no período governado pelo PT/MDB, de 2003 a 2018, certamente esse juiz se constituiu, mesmo que indiretamente, no maior “cabo eleitoral” da campanha presidencial do “capitão” Jair Bolsonaro, que se autodeclarava o opositor Nº 1 do PT/MDB, e que acabou vencendo o pleito eleitoral de outubro de 2018,com boa margem de vantagem. É por isso que em grande parte Bolsonaro deve a sua eleição a Sérgio Moro.

[O excelente desempenho do ex-juiz Moro não pode ser olvidado, apesar de falhas por ele cometidas não foram ofuscadas por aquele comportamento.
- não tinha, ou perdeu, o senso, a noção, de disciplina.
Ao se tornar ministro de um Presidente da República, qualquer cidadão deve ter presente, que integra uma orquestra da qual o maestro é o Presidente.
Caso não concorde com a regência, particularmente, procure o maestro e explique.
Se este concordar com seus argumentos, os ajustes serão feitos e tudo segue em frente.
Não concordando, resta ao músico, aceitar e se adequar ou pedir para sair.
- Moro tentou dar uma de Mandetta, adaptar o presidente da República ao seu conceito de certo e errado, de pode não pode, impondo limites ao comando presidencial - se o presidente manda no ministro, podendo demiti-lo, óbvio que manda em subordinado ao ministro.
- a segunda falha, não a última, foi de sair 'cuspindo no prato que comeu'.
Quanto ao seu alegado capital de votos, se ele conseguir não se queimar politicamente, esperamos que ele enfrente o presidente Bolsonaro em 2002, Não vencerá e talvez nem vá para o segundo turno.]

Apostando na boa imagem do Juiz Moro perante a opinião pública, “independente” do PT,nada mais natural que acabasse surgindo um convite para que Moro integrasse o Governo de Bolsonaro, assumindo o cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública, o que se consumou, visto que esse seria um nome que só teria a “somar”,com grande prestígio popular do homem que teve a coragem de condenar e mandar para as grades o “deus” da esquerda ,o ex-Presidente Lula da Silva, que mais tarde, dentro daqueles “esquemões” que correm no STF, acabou sendo solto pelos juízes “apadrinhados” do seu partido, o PT, e outros que aderiram. Olhando nos pormenores a atual composição do Supremo,a gente fica até em dúvida se o Ministro “.....” , segundo o jurista Saulo Ramos, prestes a se aposentar, seria o “decano” do STF, ou o decano seria a “cara” própria desse tribunal.

Embora se compreenda perfeitamente a ambição natural do Juiz Moro de finalizar a sua magnífica carreira na magistratura como Ministro do STF - e duvido que não seja a meta de qualquer outro juiz- deveria ele estar consciente que nesse ambiente ele jamais se sentiria muito à vontade, confortável, visto as evidentes objeções que antecipadamente já surgiram ao seu nome nesse “covil”, onde ele passaria a ser um “peixe-fora-d’água”, e seria forçado a fazer “política”, não mais “justiça”, como ele estava acostumado.

Mas a gestão de Moro no Ministério acabou sendo sabotada e boicotada. Os projetos contra a corrupção que teve a iniciativa acabaram virando em leis “pró-corrupção”. E o Presidente Bolsonaro, tentando “salvar” o seu Governo, cedeu totalmente à sua oposição política no Congresso, formada pelos políticos “lacaios” da esquerda e do “centrão”,”atropelando” todo o trabalho moralizador de Moro.

Essa desculpa “esfarrapada” que Moro teria “traído” o Governo, ou o Presidente Bolsonaro,é pura conversa para boi dormir. Bolsonaro forçou o pedido de demissão de Moro,não respeitando a promessa de dar-lhe autonomia no combate à corrupção. A “gota d’água” deu-se com a demissão do Diretor da Polícia Federal,que Moro considerava o homem “chave” na sua proposta de combate ao crime na política.

Portanto, na “guerra” entre Moro e a corrupção ,esta representada pela esquerda e pelo “centrão”, Bolsonaro ,no caso como “juiz”,decidiu pela vitória da corrupção,traindo não só Sérgio Moro,como também os seus “babacas” (inclusive “jo”) 57 milhões de eleitores. Portanto não foi Moro quem traiu Bolsonaro, como assegura tanto a mídia da esquerda/centrão ,quanto a mídia “bolsonarista” (de fidelidade canina). Foi Bolsonaro quem traiu Moro, depois de usá-lo para fins eleitorais, e depois jogá-lo fora , como absorvente feminino usado. Portanto, o “pedido de demissão” de Moro ,na verdade uma demissão,foi planejado,conduzido ,nos mínimos detalhes, destinado à uma pessoa de caráter, algo cada vez mais raro na política. Mas o que tem sido realmente lamentável e insuportável é o tratamento absolutamente desrespeitoso e tendencioso dado por certa mídia e políticos que “comeram e viraram o cocho” de Sérgio Moro.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo