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quarta-feira, 3 de março de 2021

O levante dos governadores - Bernardo M. Franco

 O Globo

REBELIÃO CONTRA BOLSONARO

Depois de atirar contra o Congresso, o Judiciário e a imprensa, Jair Bolsonaro voltou a culpar os governadores pelo descontrole da pandemia. No domingo, o presidente atiçou sua matilha virtual com números distorcidos. O ministro Fábio Faria completou o serviço. Tuitou que os estados tiveram “tempo e dinheiro sobrando” para conter a tragédia.  As contas do capitão estavam turbinadas. Ele somou repasses obrigatórios, verbas do Fundeb e até royalties do petróleo destinados aos estados. Num dos truques de ilusionismo, Bolsonaro disse aos eleitores que o Espírito Santo recebeu R$ 16,1 bilhões de Brasília. Os repasses extraordinários não passaram de 10% disso, esclareceu o governador Renato Casagrande. [em outras palavras o presidente declara uma cifra e o governador do estado diz que o presidente mentiu e o jornalismo militante adota a versão do governador como verdadeira.
Sendo a alegação, seja de quem for, contra o presidente provas são desnecessárias ]

Além de não entregar as vacinas prometidas, [o prazo de entrega das vacinas depende de decisão do governo de países soberanos, decisão que leva em conta os interesses do país produtor do imunizante - tanto que até São Paulo, o estado governado pelo 'governador das vacinas'  e caixeiro viajante da China,  tem a vacina em caráter esporádico e da enviada pelo Governo Federal.] a União deixou de financiar cerca de nove mil leitos de UTI desde dezembro, segundo os secretários de Saúde. O dinheiro sumiu no momento em que os hospitais voltaram a lotar. No fim de semana, a ministra Rosa Weber ordenou a liberação dos repasses a três estados. Ainda é pouco para desarmar a sabotagem em escala nacional.

A provocação de Bolsonaro é tosca, mas aumentou a pressão sobre os governadores. Ontem dois deles se deixaram envolver num bate-boca rasteiro. Ibaneis Rocha, do Distrito Federal, acusou Ronaldo Caiado, de Goiás, de ter “problemas psiquiátricos”. Ouviu de volta que “só pensa em negociatas”. Ambos são aliados do Planalto.

[ALERTA AOS GOVERNADORES:

Senhores, por favor não se iludam; não  cometam a asneira de pensar que de 'bandidos', título com  que grande parte dos senhores recebe vez ou outra da imprensa - de forma direta ou insinuada - passaram a mocinhos - - NADA DISSO, o conceito dos senhores  não mudou uma vírgula, apenas agora estão contra Bolsonaro (por temor do Tribunal Penal Internacional de Haia?) e por isso, somente por isso, é que estão sendo elogiados, ganharam a aura de competentes, passaram até a condição de "salvadores da pátria."

A onda logo passa e vocês voltam para o tronco.

A estratégia de dividir para conquistar ajudou Bolsonaro a vestir a faixa. Ao exagerar na dose, ele arrisca enfrentar um levante inédito. Diante de uma oposição inerte, os governadores começaram a ensaiar uma união para enquadrar o Planalto.  Na segunda, 19 deles acusaram o presidente de fabricar “informação distorcida” para “atacar governos locais”. Entre os signatários da carta, estão três bolsonaristas. O texto foi redigido pelo gaúcho Eduardo Leite, que votou no capitão e agora diz que ele “despreza a sua gente”. [esse cidadão tem manifestado intenção de ser candidato a presidente em 2022 - é um direito dele; 
Quanto ao Doria, o fracassado 'governador das vacinas',  que foi eleito graças ao 'Bolsodoria' que, ingenuamente, o capitão lhe concedeu. Mas Bolsonaro ficou ligado com a traição do "Joãozinho Doria' e não haverá um 'bolsoleite'.]
 
Deve ser lido para entender as versões fake dos governadores:
"É perfeitamente razoável não gostar do modo como o presidente expressa suas posições. Mas não há como discordar da lógica contida na afirmação que fez. O governo federal financiou os déficits de caixa dos estados e municípios (R$ 75 bilhões)
Enviou bilionários recursos da União para custear o combate à covid-19, permitindo o reaparelhamento dos sistemas de saúde de todo o país. Suspendeu o pagamento de dívidas para com a União (R$ 35 bilhões). Custeou a atenção às dezenas de milhões de carentes produzidos pela danosa paralisação das atividades produtivas. Respeitando as prudentes e técnicas orientações da Anvisa, disputa no mercado internacional a compra de vacinas aprovadas.
Como consequência de toda a atenção prestada, apenas Rio Grande do Sul e Minas Gerais fecharam no vermelho o ano de 2020. 
Todos os demais Estados (incluído o Distrito Federal) fecharam no azul, com um superávit total de R$ 82,8 bilhões. E a União?  
Acumulou um déficit de R$ 745 bilhões, tendo gasto em 2020, R$ 524 bilhões com a covid-19, incluindo auxilio emergencial a pessoas em situação de vulnerabilidade (R$ 293 bilhões).                                                 Ao mesmo tempo, criticado por toda a mídia militante, se vê às voltas, já no início de 2021, com a reiteração das demasias adotadas pelos governadores que geraram a queda do PIB e o desastre econômico e social do ano passado, fazendo com que esta última conta tenda a se agravar.
Quem achar que deve derrubar a economia do próprio estado, que arque com os ônus decorrentes
A medida deve contar com a simpatia de ninguém. No entanto, a realidade não é simpática. 
Diante da experiência do ano passado e das notórias dificuldades de caixa da União, cuja receita sofre tanto quanto a dos outros entes federados, parece impossível não ver a razoabilidade da ponderação feita."]
 
Bernardo M. Franco, jornalista - Coluna em O Globo