O Globo
REBELIÃO CONTRA BOLSONARO
Depois de atirar contra o Congresso, o Judiciário e a imprensa, Jair Bolsonaro voltou a culpar os governadores pelo descontrole da pandemia. No domingo, o presidente atiçou sua matilha virtual com números distorcidos. O ministro Fábio Faria completou o serviço. Tuitou que os estados tiveram “tempo e dinheiro sobrando” para conter a tragédia. As contas do capitão estavam turbinadas. Ele somou repasses obrigatórios, verbas do Fundeb e até royalties do petróleo destinados aos estados. Num dos truques de ilusionismo, Bolsonaro disse aos eleitores que o Espírito Santo recebeu R$ 16,1 bilhões de Brasília. Os repasses extraordinários não passaram de 10% disso, esclareceu o governador Renato Casagrande. [em outras palavras o presidente declara uma cifra e o governador do estado diz que o presidente mentiu e o jornalismo militante adota a versão do governador como verdadeira.
Sendo a alegação, seja de quem for, contra o presidente provas são desnecessárias ]
Além de não entregar as vacinas prometidas, [o prazo de entrega das vacinas depende de decisão do governo de países soberanos, decisão que leva em conta os interesses do país produtor do imunizante - tanto que até São Paulo, o estado governado pelo 'governador das vacinas' e caixeiro viajante da China, tem a vacina em caráter esporádico e da enviada pelo Governo Federal.] a União deixou de financiar cerca de nove mil leitos de UTI desde dezembro, segundo os secretários de Saúde. O dinheiro sumiu no momento em que os hospitais voltaram a lotar. No fim de semana, a ministra Rosa Weber ordenou a liberação dos repasses a três estados. Ainda é pouco para desarmar a sabotagem em escala nacional.
A provocação de Bolsonaro é tosca, mas aumentou a pressão sobre os governadores. Ontem dois deles se deixaram envolver num bate-boca rasteiro. Ibaneis Rocha, do Distrito Federal, acusou Ronaldo Caiado, de Goiás, de ter “problemas psiquiátricos”. Ouviu de volta que “só pensa em negociatas”. Ambos são aliados do Planalto.
[ALERTA AOS GOVERNADORES:
Senhores, por favor não se iludam; não cometam a asneira de pensar que de 'bandidos', título com que grande parte dos senhores recebe vez ou outra da imprensa - de forma direta ou insinuada - passaram a mocinhos - - NADA DISSO, o conceito dos senhores não mudou uma vírgula, apenas agora estão contra Bolsonaro (por temor do Tribunal Penal Internacional de Haia?) e por isso, somente por isso, é que estão sendo elogiados, ganharam a aura de competentes, passaram até a condição de "salvadores da pátria."
A onda logo passa e vocês voltam para o tronco.]
A estratégia de dividir para conquistar ajudou Bolsonaro a vestir a faixa. Ao exagerar na dose, ele arrisca enfrentar um levante inédito. Diante de uma oposição inerte, os governadores começaram a ensaiar uma união para enquadrar o Planalto. Na segunda, 19 deles acusaram o presidente de fabricar “informação distorcida” para “atacar governos locais”. Entre os signatários da carta, estão três bolsonaristas. O texto foi redigido pelo gaúcho Eduardo Leite, que votou no capitão e agora diz que ele “despreza a sua gente”. [esse cidadão tem manifestado intenção de ser candidato a presidente em 2022 - é um direito dele;
Quanto ao Doria, o fracassado 'governador das vacinas', que foi eleito graças ao 'Bolsodoria' que, ingenuamente, o capitão lhe concedeu. Mas Bolsonaro ficou ligado com a traição do "Joãozinho Doria' e não haverá um 'bolsoleite'.]
Deve ser lido para entender as versões fake dos governadores:
"É
perfeitamente razoável não gostar do modo como o presidente expressa
suas posições. Mas não há como discordar da lógica contida na afirmação
que fez. O governo federal financiou os déficits de caixa dos estados e
municípios (R$ 75 bilhões).
Enviou bilionários recursos da União para
custear o combate à covid-19, permitindo o reaparelhamento dos sistemas
de saúde de todo o país. Suspendeu o pagamento de dívidas para com a
União (R$ 35 bilhões). Custeou a atenção às dezenas de milhões de
carentes produzidos pela danosa paralisação das atividades produtivas.
Respeitando as prudentes e técnicas orientações da Anvisa, disputa no
mercado internacional a compra de vacinas aprovadas.
Como
consequência de toda a atenção prestada, apenas Rio Grande do Sul e
Minas Gerais fecharam no vermelho o ano de 2020.
Todos os demais Estados
(incluído o Distrito Federal) fecharam no azul, com um superávit total
de R$ 82,8 bilhões. E a União?
Acumulou um déficit de R$ 745 bilhões,
tendo gasto em 2020, R$ 524 bilhões com a covid-19, incluindo auxilio
emergencial a pessoas em situação de vulnerabilidade (R$ 293 bilhões). Ao mesmo
tempo, criticado por toda a mídia militante, se vê às voltas, já no
início de 2021, com a reiteração das demasias adotadas pelos
governadores que geraram a queda do PIB e o desastre econômico e social
do ano passado, fazendo com que esta última conta tenda a se agravar.
Quem achar
que deve derrubar a economia do próprio estado, que arque com os ônus
decorrentes.
A medida deve contar com a simpatia de ninguém. No entanto,
a realidade não é simpática.
Diante da experiência do ano passado e das
notórias dificuldades de caixa da União, cuja receita sofre tanto
quanto a dos outros entes federados, parece impossível não ver a
razoabilidade da ponderação feita."]
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