O Globo
Se houver acordo, me disse uma fonte, será para devolver todos os gastos que forem de custeio para o governo. O Congresso ficaria com a outra parte, a dos investimentos. Mas no governo a palavra acordo foi abolida. Fala-se em entendimento, porque o presidente acha que se fizer um “acordo” isso não será entendido pelos seus apoiadores.
Só para deixar claro para quem nos acompanha: o Congresso aprovou o orçamento impositivo. Isso em 2015. O que for aprovado tem que ser cumprido. O que se discute é o veto do presidente ao ponto da Lei de Diretrizes Orçamentárias que diz que além das emendas individuais e de bancadas, os parlamentares poderiam decidir o destino de alguns recursos através das emendas do relator.
A ORIGEM
Tudo começou quando o governo no ano passado aceitou a criação dessas emendas do relator. Depois de ter dado apoio, o governo se arrependeu quando viu que estava dando poder demais ao Congresso, e especificamente ao relator do Orçamento. Quis voltar atrás. Negociaram um acordo verbal e aí veio a explosão do general Heleno que chamou o Congresso de chantagista.
No Senado há um conflito também, entre grupos que querem derrubar o veto do presidente e os que querem manter. E o interessante é que tem muito senador da oposição a favor do veto do presidente, como os senadores Tasso Jereissatti, Simone Tebet, José Serra e Randolfe Rodrigues. O governo acha que vence no Senado. Mas no Congresso se diz que o governo perde na Câmara. O problema é que será uma sessão conjunta. Neste momento o que eu ouço no governo é que eles querem que vá a voto. Na Câmara me dizem que sem um acordo o veto será derrubado. E a tensão vai continuar. Hoje é um dia decisivo nessa relação entre os dois poderes. A torcida é pelo acordo, ou entendimento, como prefere dizer no governo.