Deputado da PM, que circula de farda pela Câmara, cria Partido Militar, cujo número pode ser o 64
Capitão Augusto (PR-SP) circula pelos corredores do Congresso fardado e com muitas medalhas de condecorações penduradas
O deputado federal de primeiro mandato José Augusto Rosa
(PR-SP), que se elegeu como Capitão Augusto, ex-oficial da Polícia
Militar, já chama a atenção na Câmara pela vestimenta. Ele participa das
sessões do plenário e circula pelos corredores fardado, e com muitas
medalhas de condecorações penduradas. Acredita-se que seja o primeiro
parlamentar a trabalhar nesses trajes.
O deputado Capitão Augusto (PR-SP), à direita
- Jorge William / Agência O Globo
Mas ainda é pouco. O militar, hoje na reserva, acaba de criar o Partido Militar Brasileiro (PMB), que, diz, está prontinho para funcionar. O capitão garante que todas etapas burocráticas para se fundar um partido - como recolhimento de milhares de assinaturas, realização de convenção e publicação no Diário Oficial - foram vencidas e que o registro definitivo deve sair em breve. Assegura o fundador que ainda nesse semestre o PMB estará a todo vapor na Câmara. E com uma bancada, estima, entre 10 a 15 deputados. A se confirmar, será o 33º partido em exercício no Brasil e o 29º com representação na Câmara..
O capitão Augusto não esconde o espectro ideológico da sua legenda: - É o primeiro partido assumidamente de direita - contou ao GLOBO, e explicou a gênese do PMB:
- Somos originários da antiga Arena (Aliança Renovadora Nacional) - disse, se referindo ao partido criado no início da ditadura, em 1965, e que deu sustentação aos presidentes militares.
O militar ainda não decidiu o número do partido. Tem quatro opções.
A primeira, 18: - É a idade do alistamento militar obrigatório, mas também a idade da maioridade penal que queremos derrubar no Congresso Nacional.
A segunda, 38: - É por causa do famoso três oitão (38), revólver mais usado pelas corporações militares.
A terceira, 64: Em homenagem a nossa revolução democrática.