Discrepâncias
em valores também apareceram na corrida de 2010
Novos indícios do
suposto envolvimento da deputada distrital Telma Rufino (PPL) na Operação
Trick revelam que a parlamentar pode ter gastado mais do que declarou na
prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Planilhas apreendidas
na casa dela pela Polícia Civil mostram que, no pleito do ano passado, Telma teria gastos de R$ 2.987.000 na campanha. No
entanto, na relação entregue à Justiça Eleitoral, a
despesa total apresentada é de R$ 592.184,44 — cinco vezes menos. Os
documentos particulares mostram ainda que, nas eleições
de 2010, a candidata teve uma despesa de R$ 251.580,25, mas o total declarado na prestação de
contas do TSE foi de R$ 83.557,62 — discrepância de 301%.
As planilhas fazem parte do inquérito de investigação que está no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A defesa, no entanto, alega que os documentos se referem a projeções de gastos para os dois pleitos. De acordo com a assessoria de imprensa da parlamentar, o total arrecadado e os gastos foram inferiores aos valores projetados inicialmente. Segundo a advogada da deputada, Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro, as planilhas são documentos particulares que não comprovam os gastos. “É com muita tranquilidade que tratamos isso. Todos que organizam uma campanha fazem planilhas de estimativa de gastos e arrecadação que podem vir a se confirmarem ou não. Essas estimativas não se confirmaram porque não se arrecadaram esses valores”, explicou.
Desde o início do mês, a situação da deputada é desconfortável. Telma sofreu um infarto em 1º de agosto durante a madrugada, em casa. O mal-estar ocorreu um dia antes de o diretório nacional do Partido Pátria Livre (PPL) julgar o pedido de expulsão da distrital por causa do suposto envolvimento dela no esquema de lavagem de dinheiro para financiamento de campanhas eleitorais. A Comissão Executiva da sigla pediu a saída de Telma, mas o caso precisa passar pela Comissão de Ética. Assim, a decisão só deve sair em 29 de agosto, a fim de dar mais tempo de defesa. Caso seja expulsa, a parlamentar pode perder o mandato por infidelidade partidária.
Fonte:
Correio
Braziliense