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quinta-feira, 23 de março de 2017

Carne fraca: o que fazer com 150 mil perus

Carne fraca: cidade goiana não sabe o que fazer com 150 mil perus

Produtores abastecem o complexo frigorífico da BRF Perdigão, unidade que está com as portas fechadas desde sexta-feira por causa da operação da PF

A tensão que o embargo da carne causou em todo o país tem testado seus limites na pequena cidade de Mineiros, município de 60 mil habitantes a 450 quilômetros de Goiânia. O clima é de desespero entre os produtores de peru e frango do município, que abastecem o complexo frigorífico da BRF Perdigão, unidade que está com as portas fechadas desde sexta-feira, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Carne Fraca.

No entra e sai que há uma semana tumultua o escritório da Associação dos Avicultores Integrados da Perdigão em Mineiros (Avip), os produtores de aves buscam alguma resposta sobre o que será feito com os milhares de animais que já estão em fase de abate pelo frigorífico. “O que temos para dizer é simplesmente alarmante”, afirma Fábio Lemos, vice-presidente da associação. “Estamos perdidos. Não temos nenhuma relação com as acusações, mas estamos aqui sozinhos, sem ter a menor ideia do que vai acontecer.”

A unidade da Perdigão de Mineiros é um dos três frigoríficos que tiveram suas linhas de produção paralisadas por determinação do Ministério da Agricultura, até que se apurem as eventuais falhas sanitárias investigadas pela Polícia Federal. Em operação regular até a semana passada, o frigorífico teve sua licença sanitária aprovada em fevereiro e vinha abatendo diariamente cerca de 25 mil perus, aves que são enviadas ao exterior, principalmente a países da União Europeia.

Com o fechamento da unidade, as 219 granjas do município travaram as atividades. Nos últimos seis dias, cerca de 150 mil perus que deveriam ter deixado os criadouros para serem abatidos na unidade da BRF tiveram de continuar no campo. Esse problema se agrava diariamente, não apenas por conta do volume de aves acumuladas, mas principalmente pelo peso que os animais passam a ganhar.

O limite do peso para abate de cada ave, segundo os produtores, é de até 25 kg. Em média, os animais, conhecidos como “peru pesado”, estão com cerca de 20 kg no momento do abate. Ao permanecerem nas granjas, eles ultrapassam 25 kg e não podem mais entrar na linha de produção por conta da configuração técnica da fábrica. Ou seja, não poderão ser processados pela unidade da Perdigão, além de não atenderem às exigências de boa parte dos compradores internacionais.

Nas fazendas de Mineiros, dentro de galpões ventilados 24 horas por dia e com temperatura mantida constantemente em 27 graus, há 4,3 milhões de perus em alguma fase de sua vida de seis meses até o abate. A produção no frigorífico é permanente e ocorre de segunda a sábado, o ano todo. Por dia, 25 mil aves deveriam seguir para a unidade de processamento, mas estão em cativeiro, e continuam a engordar. Por isso, cada dia de paralisação nesse processo gera um efeito em cascata em toda a cadeia.

As acusações que envolvem a unidade da BRF em Mineiros são de pagamento de propina a fiscais agropecuários para evitar o fechamento da unidade e facilitar a emissão de autorizações sanitárias. Dois funcionários tiveram prisão preventiva decretada e um vice-presidente foi alvo de condução coercitiva e busca e apreensão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo


 

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Brasil é um país pobre e não pode ficar desperdiçando recursos caçando ossos



Comissão de Mortos e Desaparecidos critica descaso do Estado na busca dos desaparecidos políticos.
[Já passa da hora de encerrar as atividades dessa Comissão que caça defunto e ossos; afinal, os que morreram mortos estão, condição  que encerra o assunto e os que ainda constam como desaparecidos ou já morreram de velhice ou optaram pela comodidade covarde de permanecer desaparecido e assim propiciar aos familiares, e a si próprio,  vultosas pensões.]
Presidente da entidade, Eugênia Gonzaga reclama que não tem equipe para fazer exumação do corpo de Stuart Angel
Herdeira natural das atribuições da Comissão Nacional da Verdade de tentar localizar e identificar restos mortais de vítimas da ditadura, a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos do governo, criada em 1995, está à míngua e sem condições de dar sequência a esse trabalho. Sem qualquer estrutura, a comissão quer mais servidores, recursos e poder. A precariedade das condições do trabalho da comissão impede a identificação de 27 ossadas colhidas na região da Guerrilha do Araguaia nos últimos anos e também a localização e exumação, no Rio, de restos mortais que se suspeitam ser do militante Stuart Angel, desaparecido em maio de 1971.

Essa situação de penúria foi revelada pela própria presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, a procuradora da República Eugênia Gonzaga. Ela está no cargo desde junho de 2014 e tem um histórico na atuação em temas que envolvam os anos de chumbo, como exumações de vítimas do regime e ações para punição de militares daquela época [desperdício de recursos públicos desenterrando ossos que nada revelam (caso da ossada do ex-presidente Jango que foi desenterrada como base em uma notícia mentirosa de que havia sido envenenado) e  movendo ações contra militares cujo destino é o arquivamento por determinação das instâncias superiores.] - A busca pelos corpos sempre foi uma iniciativa isolada dos familiares. Há uma total omissão do Estado nesse sentido. É uma situação dramática. Só em Perus (onde foi localizada uma vala com restos mortais de ex-militantes, em São Paulo) são 1.400 ossadas. A busca na região da Guerrilha do Araguaia ainda é incipiente - disse Eugênia Gonzaga.

Antes de encerrar seus trabalhos, a Comissão da Verdade localizou, em arquivos do Rio, foto de uma ossada na qual estudos preliminares apontam ser de Stuart Angel. Mas esses restos mortais ainda precisam ser localizados e depois identificados. Essa incumbência está a cargo da Comissão de Mortos e Desaparecidos, que já foi procurada por procuradores do Rio e pela Comissão da Verdade do estado para cuidar desse caso. - Nossa comissão foi criada absolutamente sem qualquer estrutura. Chegou o pedido para fazermos a exumação do Stuart Angel, mas não temos equipe para fazer. O governo criou a comissão, mas dá com uma mão e tira com outra.

Eugênia Gonzaga contou que já participou de várias exumações, mas que não foram feitas de maneira correta. - Exumação não é chamar um médico e um policial e abrir uma sepultura. Precisa ter um arqueólogo, um geólogo, que se tome cuidado com posição do corpo.

AVANÇO NA IDENTIFICAÇÃO DE PERUS
A procuradora ressalta um avanço este ano em relação ao trabalho da tentativa de identificação de Perus. Em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos, um grupo de antropólogos forenses da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) analisou 112 das 1049 caixas de ossos que correspondem a 139 pessoas.

Gonzaga reivindica do governo o mesmo tratamento dado à Comissão Nacional da Verdade, que teve ao seu dispor toda estrutura, com os mais variados profissionais, em número suficiente e toda logística para funcionar. E que foi instalada num amplo espaço físico em Brasília. Sua comissão está alojada numa única sala na SDH, com apenas cinco baias com computadores. Composta por sete integrantes, a comissão está desfalcada de dois, ainda não indicados. - Estamos bem na estaca zero.

A presidente requer a contratação de 25 funcionários - arqueólogos, antropólogos, peritos e advogados - e pede um orçamento anual de R$ 4 milhões.  - É extremamente urgente que a comissão seja dotada de estrutura material, humana e financeira.

Outro desejo de Eugênia Gonzaga é que a comissão tenha também poderes de convocar militares e civis que possam dar esclarecimentos e contribuir com localização de restos mortais desses militantes. Sua comissão chegou a elaborar a minuta de um projeto de lei para enviar ao Congresso Nacional e prevê também a revisão do conceito de desaparecido político, hoje restrito aqueles que participaram de organizações de esquerda e que foram perseguidos ou participaram de guerrilhas. [Desejo, que nada mais é do que uma das denominações de vontade, é algo que dá e passa.] - O conceito de desaparecido político é muito restrito e não inclui aqueles desaparecidos que não possuíam envolvimento direto com movimentos ou organizações de resistência à ditadura, como os índios, os camponeses e as minorias étnicas e sexuais - disse Gonzaga. [em que pese o respeito que merece a ilustre procuradora, convenhamos que suas idéias só contribuem para desperdiçar mais dinheiro público, com coisas que não valem a pena.
Afinal as ossadas não vão reclamar do local em que forem enterradas.] 

Fonte: O Globo