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quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Malandragem?

Não parece, realmente, que o Rio de Janeiro esteja levando lucro com o culto à malandragem

Há uma parte da população do Rio de Janeiro que sempre construiu para si própria, e para o restante do Brasil que presta atenção no que se fala ali, uma imagem de sua cidade como o centro nacional e mundial da malandragem. Seria uma grande virtude. Esse “espírito”, na sua maneira de ver as coisas, faz do Rio uma cidade superior às demais. Faz de seus cidadãos pessoas mais inteligentes, mais aptas a lidar com a vida e mais hábeis que os outros brasileiros em conseguir o melhor para si próprias. Imagina-se que essa gente esteja sobretudo nos morros, ou nas “comunidades”, como se deve dizer hoje. [com a descoberta da farsa representada pelas UPPs o termo adequado voltou a ser: favelas.]
 Anitta em cena do clipe 'Vai Malandra' (Reprodução/Divulgação)

Muitos de fato estão, mas não são eles os que mais aparecem, pois sua voz não vai longe. Quem realmente leva adiante esta bandeira é uma porção das classes mais ou menos médias da Zona Sul, com a participação decisiva dos artistas, intelectuais que assinam manifestos, formadores de opinião, “influencers”, comunicadores e por aí afora. São eles, hoje, os guardiães da filosofia segundo a qual qualificar-se como “malandro” é um dos maiores dons que um ser humano pode dar a si próprio. Já sua pior desgraça, motivo de vergonha e prova cabal de estupidez, é ser o exato contrário disso o otário, condenado a passar a vida na humilhação, no logro e no “prejuízo”. Seja tudo no Rio; mas não seja, pelo amor de Deus, um “otário”.

A música de sucesso no Rio de Janeiro neste fim de ano é “Vai, Malandra”. Comentaristas de futebol, a começar dos mais populares, mais uma vez apostam que a “malandragem natural” do jogador brasileiro de futebol será uma vantagem estratégica importante na Copa do Mundo de 2018 na Rússia. [malandragem que não livrou o timinho do Brasil de levar uma surra de 7 a 1 da SELEÇÃO DA ALEMANHA e tudo indica novas surras serão sofridas pelo Brasil agora na Copa 2018.
A era do Brasil bom de futebol passou; o que tem agora são jogadores que se vendem por muitas moedas mas se vendem.] Os políticos da cidade e do Estado são descritos, com orgulho, como “malandros”. Nas artes e naquilo que se chama de “meio cultural” a figura do malandro, e a filosofia que se fabrica em torno de seus méritos, estão entre os temas principais de interesse. A palavra malandro”, em suma, é um elogio. A palavra “otário” é um insulto. Não melhora as coisas em nada, obviamente, a ideia geral que associa o otário ao sujeito honesto, cumpridor da própria palavra e das leis, pagador de impostos, respeitador das regras do trânsito, bem educado, etc. – tudo isso, cada vez mais, passa a ser visto como uma fraqueza, além de burrice, falta de “jogo de cintura” e outros delitos graves. Um cidadão decente, neste clima, é um cidadão com defeito.

A atitude de culto à “malandragem” não parece estar dando bom resultado na vida prática do Rio de Janeiro. Até outro dia, três ex-governadores do Estado estavam na cadeia, ao mesmo tempo, por corrupção um deles, que não teve a sorte de pegar um Gilmar Mendes no caminho, continua no xadrez. Nenhum outro Estado do Brasil, em nenhuma época da história, conseguiu nada semelhante. O ano de 2017 está fechando com mais de 132 policiais assassinados no Rio, uma média de um morto a cada três dias. 

Os funcionários públicos já esqueceram o que é receber o salário mensal em dia. Foi preciso pedir dinheiro emprestado para pagar o décimo terceiro. Um dos maiores orgulhos da cidade e do Brasil, o estádio do Maracanã, continua fechado depois de consumir bilhões de reais em investimentos para brilhar nos Jogos Pan-Americanos, depois na Copa do Mundo de 2014 e finalmente na Olimpíada de 2016, uma coisa depois da outra. O Flamengo, o maior time do Rio, manda seus jogos num lugar chamado “Ninho do Urubu”. Nada disso tem cara de ser, realmente, uma grande malandragem.

J. R. Guzzo - Coluna do Augusto Nunes - VEJA -  Blog Fatos

 

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Onda retrógrada




O direito do cidadão, do homem de bem, é usurpado, enquanto os criminosos encontram defensores
 

Os politicamente corretos são muito barulhentos. Representam uma minoria que se dá ares de maioria como se, por mágica, fossem a encarnação do “progresso”. Colocam-se em uma posição absoluta, a partir da qual procuram desqualificar a todos os seus oponentes. Agora, estão tentando caracterizar a reação maioritária da população brasileira às suas imposições como se estivéssemos vivendo uma onda retrógrada.
Retrógrada segundo qual perspectiva? 

Curiosa posição desses que se apresentam como a representação mesma do “progresso”. No mais das vezes, estamos diante dos que, durante anos e décadas a fio, defendiam os petistas, compactuando com toda a ruína produzida por eles, sempre omissos na condenação da corrupção que, então, já grassava. Como o descalabro salta hoje aos olhos, salvo para os que não querem ver, sobrou a luta pelos costumes, como se, assim, pudessem ancorar em um porto seguro, capaz de lhes angariar um pouco de reconhecimento. Reconhecimento almejado, pois estão ansiosos por um tipo qualquer de bússola. Guardam, porém, a soberba dos supostamente justos. 

Aliás, seus porta-vozes são alguns intelectuais e artistas esquerdizantes que vivem em um mundo à parte, o de universidades que se fecham dentro de si mesmas, resistentes a qualquer confronto com a realidade, e artistas muito bem pagos que procuram, inclusive, aumentar os seus rendimentos com verbas públicas. Exemplo dessa miopia reside no modo de tratamento do crime e da insegurança que se expande no país. Aqui, vivemos uma inversão completa de valores. O cidadão encontra-se desarmado, não tendo mais nem o direito à legítima defesa, enquanto os bandidos ostentam armas militares, exibindo todo o seu poder de fogo. Policiais são assassinados, enquanto basta a morte de um criminoso para que se iniciem investigações patrocinadas por ditas comissões de direitos humanos. 

O direito do cidadão, do homem de bem, é usurpado, enquanto os criminosos encontram defensores. Note-se que quando um bandido é morto em um confronto, é frequentemente noticiado que um “morador da favela” teria tido esse destino, como se, desta maneira, houvesse a descaracterização do que está em questão. Quem defende o cidadão, já que nem ele teria o direito de defender-se? 

A situação chega às raias do absurdo. No Centro-Oeste do país, um casal foi vítima de invasão de seu domicílio por bandidos armados. A mulher deu o alarme e o marido, tendo o seu quarto invadido, reagiu matando um dos assaltantes. Tinha, aliás, registro de sua arma. Teria havido, depois, na delegacia, um indiciamento seu por “homicídio”! Não me surpreenderia se, amanhã, a família do criminoso reivindicasse uma reparação qualquer, apoiada por conselhos dos direitos humanos, contra o cidadão de bem que defendeu a sua própria vida e a da sua mulher. 

Se o Exército, em sua ação constitucional de defesa da lei e da ordem, mata um marginal em um confronto nos morros do Rio, é imediatamente noticiado que ele teria matado um “civil”. Não teria sido um “marginal” armado, e pesadamente armado, mas simplesmente um civil, como se fosse um acidente com um cidadão qualquer. A reação do politicamente correto à proteção legal de militares que venham a exercer funções de polícia bem mostra a deturpação que estamos vivendo. Parece que os politicamente corretos, sim, preferem bandidos que ostentam fuzis. Ficam bem na foto? 

Aliás, os “defensores” vivem em condomínios de luxo, usufruindo de toda a segurança. Isolam-se na vida cotidiana e se dão o reconforto “moral” da verborragia. Mulheres e crianças são estupradas cotidianamente. A leitura de jornais e sites torna-se um horror, com o leitor entrando em contato com as maiores barbaridades. Aqui, o politicamente correto toma posição contra os estupradores, para logo defender que, na prisão, devem ser ressocializados. Como assim? Deveriam ser punidos e obrigados a viver à margem da sociedade, pois mostraram-se inaptos para a vida familiar e social. [para estuprador uma longa temporada na cadeia e castração química;
reincidindo uma temporada maior no cárcere e castração física, sem anestesia.]
 
O politicamente correto defende uma posição romântica segundo a qual o ser humano seria bom em sua essência, tendo, conforme Rousseau, sido pervertido pela sociedade, pelo capitalismo, pela miséria e assim por diante. Ora, há pessoas que não têm nenhuma propensão ao bem e, enquanto tais, deveriam passar a vida no sistema carcerário. Saindo, voltam a cometer os mesmos crimes. No entanto, permanecem pouco tempo na prisão, sendo beneficiados por várias medidas de redução de penas.

Uma filósofa americana de gênero, em recente visita pelo Brasil, deu outro claro exemplo do que significa ser "progressista". Segundo ela, o Hamas e o Hezbollah, por serem de esquerda, seriam progressistas e enquanto tais deveriam ser considerados. Traduzindo: os terroristas deveriam ser tidos por “progressistas” por serem de esquerda. Aliás, sob a sua dominação, as mulheres não possuem nenhum direito. Homossexuais tampouco. É melhor deixar para lá tantas contradições que são uma afronta ao pensamento. Quando a sociedade reage à insegurança, à afronta aos seus valores, é como se estivesse posicionando-se contra o “progresso”. Começam, então, a vociferar contra a “direita”, os “conservadores”, contra os que se insurgem contra essa nova forma de dominação minoritária, particularmente presente nos meios de comunicação e no posicionamento de alguns juízes e promotores. 

Procuram impor-se calando os seus adversários por “direitistas” e tentando conseguir supostas “interpretações” da lei que lhes dariam ganho de causa contra a imensa maioria da população. Recusam-se, mesmo, a consultas populares, por medo de as perderem. Poderíamos, por exemplo, ter consultas deste tipo no que diz respeito ao desarmamento e ao aborto. Deveriam submeter-se ao processo democrático. 

O politicamente correto vive de sua vociferação na mídia e na atuação de seus grupos minoritários, muito bem organizados. Quando são contrariados, gritam histericamente contra a onda retrógrada! 

Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - O Estado de S. Paulo

E-mail: Denisrosenfiel@terra.com.br